A verdadeira felicidade vem da mente atenta.

A verdadeira felicidade vem da mente atenta
Assim como outros autores que ja postei aqui, Thich Nhat Hanh, o mestre Zen Vietnamita, aborda o tema da "felicidade" sob o prisma da psicologia budista.

Ele ensina que a felicidade não é algo que vem pela "sorte" ou é "destinada" para alguns... infelizmente os caminhos naturais para a "felicidade" foram “desaprendidos históricamente”. Foram trocados pela segurança da inconsciência e da alienação do cotidiano. Foram trocados pela construção de uma rede de defesa: o "Ego".

Para re-adquirirmos o hábito da felicidade, precisamos aprender a lição do viver consciente com os nossos corpos e com a nossa consciência armazenadora (consciência profunda), ao invés de com a nossa consciência mental (superficial).

A mente atenta nos ajuda a reconhecer as muitas condições de felicidade que estão disponíveis no aqui e agora.

A concentração nos ajuda a entrar em contato mais profundamente com estas condições.

Leia o texto completo (veja aqui: http://www.viverconsciente.com/textos/verdadeira_felicidade_vem_da_mente_atenta.htm) e aprenda um pouco mais em como obter a felicidade verdadeira.

Se você quiser saber o que são a consciência armazenadora e a consciência mental pode ler um texto que já publicamos anteriormente (veja aqui: http://www.viverconsciente.com/textos/seis_perfeicoes_3.htm).



Como podemos aprender a prática da inexistência do eu? Quando você aprende algo pela primeira vez, você usa a sua consciência mental para compreender. E depois de algum tempo aquilo se torna um hábito, e a sua consciência mental não tem mais que estar consciente. Existe um processo de criar hábitos, uma tendência a automatizar tudo e usar a nossa consciência armazenadora; de modo que, mesmo que você não preste atenção ao que está fazendo, você pode fazer aquilo corretamente, como andar. Quando você anda, sua mente pode estar totalmente absorvida em pensamentos sobre outras coisas, e, no entanto, a consciência visual colabora com a consciência armazenadora o suficiente para que você evite acidentes.



Nós usamos este processo de levar a informação para dentro da consciência armazenadora para criar hábitos. Se você opera excessivamente com sua consciência mental, envelhece rapidamente. Suas preocupações, o seu pensamento, o seu planejamento e a sua reflexão requerem muita energia. Uma pessoa chamada Wuzisi na China antiga passou somente uma noite se preocupando e se amedrontando, e pela manhã todos os cabelos da cabeça dele tinham ficado brancos. Não faça isto! Não use a sua consciência mental em demasia; ela consome muita energia sua. É melhor ser do que pensar.



Isto não significa que perdemos nossa consciência plena, mas sim que a nossa consciência plena se torna um hábito que conseguimos praticar sem esforço.


A consciência mental é o nível no qual conseguimos nos treinar no hábito da atenção plena, e então esta se infiltrará na consciência armazenadora criando um padrão de atenção plena naquele nível. A mente atenta tem a capacidade de estimular o cérebro, de engajar de uma maneira nova com o que estamos percebendo, de forma que não estamos apenas operando no piloto automático. É possível re-programar a nossa consciência armazenadora para que responda com atenção plena e não descuidadamente? É possível instilar em nossa consciência armazenadora o hábito da felicidade?



Para fazer isto, precisamos aprender a lição do viver consciente com os nossos corpos e com a nossa consciência armazenadora, ao invés de com a nossa consciência mental. A lição que estamos aprendendo é que temos que tratar nosso corpo como consciência. A prática tem que envolver o nosso corpo nela. Você não pode praticar apenas com sua mente, porque o seu corpo é um aspecto da sua consciência e sua consciência é uma parte do seu corpo.



Quando a nossa consciência armazenadora e a nossa consciência sensorial (que poderia também ser chamada de consciência corporal) estão em harmonia, nós acharemos mais fácil cultivar o hábito da felicidade.

Quando somos apenas iniciantes na prática e ouvimos o sino temos que fazer um esforço para concentrar, para curtir o sino, para praticar a respiração consciente e nos acalmar.

Nós usamos muita energia. Mas depois de praticar por seis meses, um ano ou dois, isto acontecerá naturalmente e a mente não terá que intervir.

O sino vai diretamente à consciência armazenadora através da consciência auditiva, e a resposta se torna natural.

Nós não temos mais que fazer um esforço ou usar muita energia como fazíamos no início.

É assim que a prática pode se tornar um hábito.

Quando a prática tiver se tornado um hábito, nós não temos que despender um esforço demasiado a nível de consciência mental.


Isto mostra que a boa prática consegue transformar hábitos antigos que não estão mais nos servindo.

A boa prática também pode criar bons hábitos.

Chegará um tempo em que não temos mais que usar a consciência mental para tomar decisões – apenas praticamos naturalmente.

Muitos de nós não precisamos tomar uma decisão para praticar a respiração consciente.

Quando ouvimos o sino, praticamos a respiração consciente naturalmente, e nos deleitamos com ela. Deste modo, quando se tornou um hábito, um comportamento é menos dispendioso.


Consciência plena é uma prática de deleite, e não para criar mais privações em nossa vida.

A prática não é um trabalho pesado, é uma causa de alegria. E alegria pode se tornar um hábito.

Alguns de nós temos o hábito do sofrimento.

Outros entre nós têm cultivado o hábito de sorrir e ser feliz.



A capacidade de ser feliz é a melhor coisa que podemos cultivar.

Então, por favor, deleitem-se em sentar e caminhar por vocês, por nossos ancestrais, por nossos parentes, amigos e as pessoas que amamos, e àqueles que são chamados de inimigos.

Andar como um Buda – esta é a sua prática.

Não precisamos aprender e compreender todos os sutras, todos os ensinamentos escritos do Buda, para sermos capazes de andar como um Buda.

Não.

Só precisamos de nossos dois pés e a nossa consciência.

Podemos beber o nosso chá conscientemente, escovar nossos dentes conscientemente, nós podemos respirar conscientemente, dar um passo conscientemente.

E isto pode se feito com muita alegria e sem qualquer luta ou esforço.

É uma questão de deleite.

[...]

A verdadeira felicidade vem da mente atenta.

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