Entendendo o Kamalas Sutra

Parcialmente reduzido e adaptado por mim desta versão: zhongdao.com.br. Para entender este importante Sutra é preciso ter algumas informações.



Quando ja era conhecido em vários países que hoje compõem a India, Sidharta Gautama, o "Budha", viajou por "Kosala". Kosala foi um reino ariano antigo, correspondendo, em área, à região de Oudh. No sexto século A.C., Kosala formava um dos poderosos reinos da Índia , e a sua força cultural e política lhe conferiu o status de grande potência.  Neste reino existia uma grande cidade chamada "Kesaputta". Esta era à beira de uma floresta grande e bastante perigosa, através do qual uma única rota de passagem era a estrada principal que lhe atravessava. Viajantes que precisavam passar pela floresta paravam frequentemente em Kesaputta a fim de juntar-se em caravanas para atravessar a floresta em relativa segurança. Desta forma, Kesaputta foi semelhante as cidades oásis do Saara, onde caravanas eram organizadas para fazer a travessia do deserto.


Então, dada a sua localização e importância geográfica, Kesaputta recebia visitas de “ascetas” e mestres diversos, sábios e professores do “Dharma” que perambulavam pelo norte da Índia na época do Buda, assim seus moradores tiveram mais oportunidade que os de outras cidades para ouvir diversas práticas diferentes e teorias filosóficas e religiosas diversas, muitas vezes DIVERGENTES e contraditórias, mas convincentes ao mesmo tempo.

Neste reino, na cercania da cidade de Kesaputta existia uma comunidade de praticantes chamada "Kalamas".


Os Kamalas vieram até Budha e dicutiram este tema:



 "Venerável Senhor, há alguns monges e brahmins (sábios) que, quando visitam Kesaputta, expõem e explicam só suas próprias doutrinas muito bem. Mas  asdoutrinas de outros eles menosprezam, ultrajam, e as põem em pedaços. Da mesma forma alguns outros monges e brahmins, Venerável Senhor, também vem a Kesaputta e eles também expõem e explicam só suas próprias doutrinas; as doutrinas de outros que eles menosprezam, ultrajam, e põem em pedaços. 
Assim, Venerável Senhor, há dúvidas, há incerteza em nós no que concerne a eles e ao caminho correto. Quais destes reverendos monges e brahmins falam a verdade e quais são os falsos"?
Quais são os critérios para a discriminação correta e da rejeição?
Budha teria respondido assim: 



"É adequado, pessoas, que vós "duvideis", que fiqueis incertos; a incerteza surgiu em vós sobre o que é realmente duvidoso."

"Assim:

Não creiais no que foi adquirido por ser repetido muitas vezes;

não creiais por ser tradição;

nem acredite em rumores;

nem no que está em uma escritura sagrada;

nem em conjeturas;

nem em um axioma;

nem em raciocínio especialmente elaborado e belo;

nem em um preconceito contra uma noção que seja ponderada;

nem em aparentes habilidades de outrem;

nem na ideia: "Este que nos fala é nosso "mestre"".

Quando em "vós mesmos" souberdes: "Estas coisas são ruins"; "Estas coisas são condenáveis"; "Estas coisas são censuraveis" as considere como tal e quando, após "sua" experiência e observação, percebestes que as coisas conduzem ao dano e ao mal de vós e de outros, "abandonai-as".

Agora, se após "sua" experiência e observação, perceberes: "Estas coisas são boas"; "Estas coisas são corretas";  "Estas coisas conduzem ao bem e ao bom fruto" para vós e para "outros", considerem "estas como boas".



Kamalas Sutra ~ Budha.

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