Inanna planta a árvore da sabedoria!

Inanna da Fertilidade
Inanna, na mitologia suméria, era uma irmã do deus-sol Utu, e se casou com Dumuzi que era pastor como Abel, Dumuzi a disputou com Enkimdu que era agricultor como Caim, Enkimdu inicialmente, tinha a preferência da deusa. Em outras culturas Dumuzi também é conhecido como Tamuz.

Era a deusa (dingir) do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos Sumérios. Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumérias.

A sacerdotisa Enheduana compôs 42 hinos em sua homenagem; estes hinos são uma das principais fontes sobre a mitologia suméria.
Surge em praticamente todos os mitos, sobretudo pelo seu carácter de deusa do amor (embora seja sempre referida como a virgem Inanna); por exemplo, como a deusa se tivesse apaixonado pelo jovem Dumuzi, tendo este morrido, a deusa desceu aos Infernos para o resgatar dos mortos, para que este pudesse dar vida à humanidade, agora transformado em deus da agricultura e da vegetação.

É cognata das deusas semitas da Mesopotâmia (Ishtar) e de Canaã (Astarte e Anat), tanto em termos de mitologia como de significado.

O dia 2 de Janeiro é tradicionalmente consagrado a esta deusa.



Nos primeiros dias, nos dias primordiais,
Nas primeiras noites, nas noites primordiais,
Nos primeiros anos, nos anos primordiais,



Nos primeiros dias, quando tudo o que era necessário foi trazido à existência,
Nos primeiros dias, quanto tudo o que era necessário foi adequadamente nutrido,
E o pão era assado nos santuários da terra,
E o pão era provado nos lares da terra,
Quando o céu retirou-se da terra,
e a terra separou-se do céu,
E o nome do Homem foi fixado;
Quando o Deus do Céu, An, carregou os céus,
Quando o deus do ar, Enlil, carregou a terra,
Quando à rainha do Grande Abaixo, Ereshkigal, foi dado o mundo inferior para seu domínio,

Ele velejou; o Pai velejou;
Enki, o Deus da Sabedoria, velejou para o mundo inferior.
Pequenas pedras foram lançadas contra ele;
Grandes granizos foram arremessados contra ele;
Como uma investida de tartarugas,
Eles quebraram a quilha do navio de Enki.
As águas do mar devoraram a proa do seu navio como lobos;
As águas do mar golpearam a popa do seu navio como leões.

Neste momento, uma árvore, uma solitária árvore, uma árvore huluppu
Foi plantada nas margens do Eufrates.
A árvore foi nutrida pelas águas do Eufrates.
O rodopiante Vento Sul apareceu, puxando suas raízes
e dilacerando seus galhos.
Até que as águas do Eufrates a levaram.

Uma mulher que caminhava temendo a palavra do Deus do Céu, An,
que caminhava temendo a palavra do Deus do Ar, Enlil,
Arrancou a árvore do rio e disse:
“Eu levarei essa árvore para Uruk.
Eu plantarei essa árvore em meu jardim sagrado.”

Inanna cuidou da árvore com suas mãos.
Ela firmou a terra ao redor da árvore com seu pé.
Ela pensou:
“Quanto tempo passará até que eu tenha um trono reluzente para me sentar?
“Quanto tempo passará até que eu tenha uma cama reluzente para me deitar?”

Os anos se passaram; cinco anos, então dez anos.
A árvore cresceu grossa,
Mas sua casca não se partiu.

Então uma serpente que não podia ser encantada
Fez seu ninho nas raízes da árvore huluppu.
O pássaro Anzu pôs seus filhotes nos galhos da árvore.
E a donzela negra Lilith construiu sua casa no tronco.

A jovem mulher que adorava sorrir chorou.
Como Inanna chorou!
(Ainda assim eles não deixariam a árvore.)

Logo que os pássaros iniciaram seu canto no alvorecer,
O Deus Sol, Utu, deixou seu dormitório real.
Inanna chamou seu irmão Utu, dizendo:
“Oh Utu, na época em que os destinos foram decretados,
Quando a abundância se derramava pela terra,
Quando o Deus Céu pegou os céus, e o Deus Ar, a terra,
Quando à Ereshkigal foi dado o Grande Abaixo para seu domínio,
O Deus da Sabedoria, Pai Enki, velejou para o mundo inferior,
E o Mundo Inferior levantou-se contra ele e atacou-o…

Neste momento, uma árvore, uma solitária árvore, uma árvore huluppu
Foi plantada nas margens do Eufrates.
O Vento Sul puxou suas raízes e dilacerou seus galhos.
Até que as águas do Eufrates a levaram.
Eu arranquei a árvore do rio
Eu trouxe-a para o meu jardim sagrado.”
Eu cuidei da árvore, esperando por meus brilhantes trono e cama.

Então uma serpente que não podia ser encantada
Fez seu ninho nas raízes da árvore huluppu.
O pássaro Anzu pôs seus filhotes nos galhos da árvore.
E a donzela negra Lilith construiu sua casa no tronco.
Eu chorei.
Como eu chorei!
(Ainda assim eles não deixariam a árvore.)

Utu, o guerreiro valente, Utu,
Não ajudaria sua irmã, Inanna.

Logo que os pássaros iniciaram seu canto no alvorecer do segundo dia,
Inanna chamou seu irmão Gilgamesh, dizendo:
“Oh Gilgamesh, na época em que os destinos foram decretados,
Quando a abundância se derramava pela terra,
Quando o Deus Céu pegou os céus, e o Deus Ar, a terra,
Quando à Ereshkigal foi dado o Grande Abaixo para seu domínio,
O Deus da Sabedoria, Pai Enki, velejou para o mundo inferior,
E o Mundo Inferior levantou-se contra ele e atacou-o…

Neste momento, uma árvore, uma solitária árvore, uma árvore huluppu
Foi plantada nas margens do Eufrates.
O Vento Sul puxou suas raízes e dilacerou seus galhos.
Até que as águas do Eufrates a levaram.
Eu arranquei a árvore do rio
Eu trouxe-a para o meu jardim sagrado.”
Eu cuidei da árvore, esperando por meus brilhantes trono e cama.

Então uma serpente que não podia ser encantada
Fez seu ninho nas raízes da árvore huluppu.
O pássaro Anzu pôs seus filhotes nos galhos da árvore.
E a donzela negra Lilith construiu sua casa no tronco.
Eu chorei.
Como eu chorei!
(Ainda assim eles não deixariam a árvore.)

Gilgamesh, o guerreiro valente, Gilgamesh,
O herói de Uruk, ficou ao lado de Inanna.

Gilgamesh firmou sua armadura de cinqüenta minas ao redor de seu peito.
As cinqüentas minas pesaram tão pouco para ele como cinqüenta penas.
Ele levantou seu machado de bronze, o machado do caminho.
Pesando sete talentos e sete minas, até seu ombro.
Ele entrou o jardim sagrado de Inanna.

Gilgamesh golpeou a serpente que não podia ser encantada.
O pássaro Anzu voou com seus filhotes para a montanha;
E Lilith destruiu sua casa e fugiu para os locais selvagens e desabitados.
Gilgamesh, então, desprendeu as raízes da árvore huluppu;
E os filhos da cidade, que o acompanhavam, cortaram os galhos.

Do tronco da árvore ele esculpiu um trono para sua sagrada irmã.
Do tronco da árvore, Gilgamesh esculpiu uma cama para Inanna.
Das raízes da árvore ela moldou um pukku para seu irmão.
Da coroa da árvore Innana moldou um mikku para Gilgamesh, o herói de Uruk.

Relevo mesopotâmio em terracota,em exposição no British Museum conhecido como "Rainha da Noite", que, acredita-se, seria uma representação da deusa Inana/Ishtar
Relevo mesopotâmio em terracota,em exposição no British Museum conhecido como “Rainha da Noite”, que, acredita-se, seria uma representação da deusa Inana/Ištar, ou, possivelmente, sua irmã Ereškigal

Nenhum comentário:

O curador que não se cura...

  Quirão ou  Quíron  (  Χείρων,  transliterado de   Kheíron , "mão"  em grego )  nessa mitologia, é uma figura complexa e fascinan...