Doria quer expulsar Aécio e atrair Maia para posicionar PSDB pelo Planalto ~

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Sacudido violentamente pelas eleições para a presidência da Câmara e do Senado, o tabuleiro político começa a se rearranjar. O movimento agora é do PSDB, que procura faturar com a crise entre o presidente do DEM, ACM Neto, e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). O governador de São Paulo, João Doria, quer expurgar do PSDB o grupo do deputado Aécio Neves (MG) e absorver dissidentes do DEM, liderados por Maia. Aécio, muito ligado ao novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), é visto por Doria como foco do governismo entre os tucanos e obstáculo à candidatura do governador ao Planalto no ano que vem. (Folha)

A candidatura de Doria ganhou um afago ontem do senador Tasso Jereissati (CE), veterano do partido. Em entrevista, ele destacou a atuação e a candidatura do governador paulista, mas também lembrou os nomes do governador gaúcho, Eduardo Leite, e do apresentador Luciano Huck. Disse que qualquer partido gostaria de ter Rodrigo Maia e foi enfático ao dizer que “seu” PSDB não vai estar ao lado de Bolsonaro em 2022. (UOL)

Lauro Jardim: “Tasso cometeu um ato falho ao criticar duramente a aliança dos Democratas com o governo Bolsonaro, sob a liderança de ACM Neto: “O meu PSDB não estará de maneira alguma com o Doria.” Mas corrigiu-se imediatamente: “Desculpa, com o Bolsonaro.” (Globo)

Enquanto os tucanos afinam o discurso, ACM Neto e Maia seguem trocando pontapés. Após este acusar o DEM de voltar “à extrema-direita dos anos 1980”, o presidente da legenda disse, segundo Bela Megale, que Maia busca culpados pelos próprios erros e que “o poder lhe subiu à cabeça”. (Globo)

Painel: “ACM Neto passou o fim de semana numa ofensiva para evitar que a crise na legenda afaste Luciano Huck, visto como opção presidencial do partido. Por telefone, disse que não pode descartar já o apoio a Jair Bolsonaro em 2022 por respeito à ala da sigla que defende o presidente. O ex-prefeito de Salvador (BA) frisou, porém, que prefere não apoiar a reeleição, segundo pessoas próximas ao político e a Huck. Por enquanto, a articulação fez efeito. O apresentador de TV não descartou se filiar ao antigo PFL.” (Folha)


Onyx Lorenzoni, que já foi ministro da Casa Civil e hoje ocupa a cobiçada pasta da Cidadania, vai ser deslocado de novo. O presidente Jair Bolsonaro confirmou que, nas próximas semanas, o aliado vai para a Secretaria-Geral da Presidência. Seu substituto será um político do Centrão, possivelmente do Republicanos, partido de seus dois filhos mais velhos do presidente. Bolsonaro, porém, negou que pretenda fazer uma ampla reforma ministerial, o que coincide com a estratégia de entregar cargos a conta-gotas, conforme a base no Congresso aprove pautas de interesse do Executivo. (Folha)

Então... O nome do baiano João Roma já foi submetido à análise do Planalto para a pasta. Apesar de estar no Republicanos, ele é ligado ao presidente do DEM, ACM Neto. (Folha)

De olho no Ministério da Agricultura, o Centrão quer que Bolsonaro transfira Tereza Cristina para o Itamaraty, o que de quebra livraria a diplomacia brasileira de Ernesto Araújo. (Globo)

Bolsonaro, aliás, deu uma guinada de 180º e defendeu enfaticamente a volta do auxílio emergencial “para ontem”, após ter dito que a retomada do pagamento “quebraria o país”. Por trás da mudança está a pressão de parlamentares e a queda na sua aprovação, detectada em pesquisas de opinião. Na mais recente, divulgada pelo XP/Ipespe, o percentual dos que consideram o governo ruim ou péssimo chegou a 42%, enquanto os que acham bom ou ótimo caíram para 30%. Em outubro, quando o auxílio emergencial estava em vigor, a reprovação era de 31%. (Estadão)


Meio em vídeo. O Brasil virou cenário de uma política feita por ressentidos. E isso é um desastre. Por quê? Porque tem um bode na sala e tirá-lo dali deveria ser prioridade. Os jogos para formar candidaturas já estão começando — no esfacelamento do DEM, na união ou não de Rede, Cidadania e PV, nos encontros que começam a ocorrer dentro da esquerda. Mas conversas são necessárias. Confira no YouTube.


Começa hoje, no Senado americano, o julgamento do segundo impeachment do ex-presidente Donald Trump. Seu Partido Republicano entra rachado. Um grupo quer expurgar a memória de Trump mas teme cindir a legenda ao fazê-lo. Outro gostaria que os republicanos assumissem ser o partido de Trump. A defesa vai argumentar que, por já ter deixado a Casa Branca, o impeachment seria inconstitucional. Trump é acusado de ter incitado uma multidão a invadir a sede de outro Poder, o Capitólio. (New York Times)





Num tempo em que as redes sociais acirram as conversas, polarizam o debate e privilegiam versões parciais, um espaço para o jornalismo se torna mais importante. Aquele momento do dia para refletir com tranquilidade: este é nosso objetivo com o Meio. Faça uma assinatura Premium e receba, também, a edição de sábado.



Viver




Desde que a crise de oxigênio em Manaus levou à transferência de 570 pacientes para outros estados, 37 deles morreram. Com a demora do sequenciamento genético do vírus nesses casos, médicos e gestores não têm como saber se esses óbitos foram provocados pela variante P.1., surgida no Amazonas. Os dados fazem parte de um relatório enviado pela Casa Civil da Presidência da República ao Supremo Tribunal Federal. (Folha)

Aliás... O ministro Ricardo Lewandowski determinou que o Ministério da Saúde defina com clareza a ordem de grupos prioritários para a imunização. A preocupação não é injustificada. Em diversas cidades da Grande São Paulo, por exemplo, profissionais de saúde que não atuam na linha de frente contra a pandemia, como biólogos e psicoterapeutas, estão sendo vacinados antes de idosos. Tanto que o próprio ministério já alertou secretários de Saúde de estados e municípios contra a alteração na ordem de prioridade. (G1)

E ainda no campo jurídico da pandemia, o Tribunal de Contas da União deu dez dias para o governo do Amazonas confirmar se houve pressão do Ministério da Saúde para a adoção no estado de tratamentos sem eficácia comprovada. (G1)

Pressão de um lado, pressão do outro. O Ministério da Saúde formalizou a compra de mais 54 milhões de doses da CoronaVac a serem produzidos pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. Embora, por contrato, a União tivesse até 30 de maio para formalizar o negócio, o diretor do Butantan, Dimas Covas, pressionou para que a decisão saísse antes, ameaçando exportar as vacinas ou negociá-las diretamente com estados. (Poder360)

E o governo brasileiro pediu diretamente ao sócio majoritário da AstraZeneca, Marcus Wallenberg, rapidez no envido de insumos e doses da vacina que o laboratório desenvolveu em parceria com a Universidade de Oxford. (UOL)

A pressa se justifica. Já são 19 dias com a média móvel de mortes acima de mil, contando os 687 óbitos da segunda-feira. Entre eles está o senador José Maranhão (MDB-PB), de 87 anos, que faleceu ontem após estar internado desde o fim de novembro. É o segundo integrante do Senado a morrer de Covid-19. O primeiro foi Arolde de Oliveira (PSD-RJ), que morreu em outubro, aos 83 anos. (Globo)

Fora da esfera oficial, um grupo de empresários começou ontem um movimento que tem objetivo ambicioso: vacinar toda a população até setembro. A líder do grupo, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, divulgou um manifesto, mas não explicou como pretende atingir essa meta. (UOL)

E... Sempre no lobby, ainda sem ter testado devidamente sua vacina, a União Química contratou um ex-diretor da Anvisa, Fernando Mendes, para defender a aprovação do imunizante Sputnik V e vendê-lo ao Brasil. (G1)

A vacinação contra a Covid-19 não é obrigatória, mas um trabalhador que se recuse a ser imunizado pode perder o emprego, e por justa causa. Essa é a orientação que o Ministério Público do Trabalho está dando às empresas, embora recomende que a medida seja tomada em último caso, após campanhas de conscientização e tentativas de acordo. (Estadão)


A alta de casos de Covid-19 e de mortes pela doença no Rio fez com que a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) adiasse seu vestibular. Marcado inicialmente para o próximo dia 28, será em 2 de maio. O formato também mudou, com o cancelamento da prova discursiva. Agora, os mais de 46 mil inscritos farão somente a prova de múltipla escolha e uma redação. A capital fluminense ultrapassou São Paulo e é a cidade com maior número de óbitos pela doença. (G1)

E o MEC divulgou nesta segunda-feira a relação dos candidatos aprovados em segunda chamada no Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferece mais de 162 mil bolsas em universidades privadas para estudantes de baixa renda. Os selecionados têm até o dia 24 para comprovar a situação financeira. (Globo)


Panelinha no Meio. Diz uma anedota que uma das boas coisas da culinária baiana é que ela já vem mastigada. Mas tem outra coisa mais importante: é deliciosa. Esta receita aqui junta a qualidade da piada com a qualidade da vida real: o vatapá baiano. Alma do acarajé, o vatapá é versátil e se alia com quase tudo, incluindo arroz e farofa. Começa com um bom caldo de peixe (a receita dele está no link também) e combina tudo que manda a música de Dorival Caymmi: camarão seco, castanha de caju, leite de coco, azeite de dendê, e não fica só aí.





Cultura




Uma foto em preto e branco pode evocar cores, brilhos? Se o olhar por trás da câmera fosse de Madalena Schwartz (1923-1993), certamente. Quem duvida pode visitar a exposição Madalena Schwartz – As Metamorfoses, que fica de hoje até 13 de junho no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Em 112 fotos, feitas entre 1971 e 1976, a fotógrafa de origem húngara retratou um paradoxo cultural. Num dos períodos de pior repressão política, a noite paulistana viveu seu período de maior desbunde (termo da época), com grupos de teatro e musicais, como Dzi Croquetes e Secos & Molhados, desafiando a cada noite, com muito brilho e cor, os limites da “seriedade” e da moral quatrocentona. A exposição é gratuita, mas as visitas devem ser agendadas e seguir protocolos de segurança. (Folha)


Com 56 anos de carreira, Maria Bethânia se prepara para algo inédito. No próximo sábado, às 22h, ela fará sua primeira live, transmitida com sinal aberto pela Globoplay. A data não foi escolhida à toa. Em 13 de fevereiro de 1965 ela substituiu Nara Leão no lendário show Opinião, com Zé Kéti e João do Vale, o que a projetou nacionalmente. Bethânia demorou a aderir às apresentações via internet na pandemia exatamente pela ausência do público, com a qual sempre teve uma interação intensa. “Agora, aceitei porque aprendi muito com as lives que vi. Foi uma escola bonita”, conta a cantora. (Globo)





Cotidiano Digital




Apenas um mês após ter confirmado conversas iniciais, a Hyundai e sua subsidiária Kia disseram ontem que não estão mais negociando com a Apple para criar carros elétricos autônomos. Para analistas, as conversas podem ter fracassado por causa do vazamento do plano de parceria ou da possível insistência da Apple de que o papel da Hyundai seria apenas de um fabricante, ao invés de um parceiro estratégico. Com a paralisação das negociações, o plano da big tech de começar a produção em 2024 deve ser adiado.


A China lançou novas diretrizes antitruste com alvo nas big techs, como Alibaba e Tencent. As novas regras formalizam um projeto de lei antimonopólio lançado em novembro e proíbem as empresas de diversos comportamentos, inclusive de obrigar lojistas a escolherem entre os principais players do país na internet, prática antiga no mercado, e de fixar preços, restringir tecnologias e usar dados e algoritmos para manipular o mercado.

E mal estreou na China, o Clubhouse já foi bloqueado, como acontece com Twitter, Facebook e outras redes sociais. Apesar da exclusão estar ligada à política do governo chinês, o app tem enfrentado criticas até mesmo nos EUA. O receio é que, por ter uma moderação de conteúdo ineficaz, abra espaço para grupos que promovem discurso de ódio e práticas criminosas.

Por falar em bloqueio… Após golpe militar, o governo de Myanmar continua restringindo as redes sociais no país. Depois do Facebook, Instagram e Twitter entraram na lista.









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