...nossa mente sempre segue a respiração.
Quando inalamos, o ar entra em nosso mundo interior.
Quando exalamos, o ar sai para o mundo exterior.
O mundo interior não tem Limites e o mundo exterior também é ilimitado.
Nós dizemos "mundo interior" e "mundo exterior", mas, na verdade, só há um único mundo.
Nesse mundo sem limites, a garganta é uma espécie de porta de vaivém.
O ar entra e sai como alguém passando por uma porta de vaivém.
Se você pensa "eu respiro", o "eu" está a mais.Não há um você para dizer "eu".
O que chamamos "eu" é apenas uma porta de vaivém que se move quando inalamos e exalamos.
Ela simplesmente se move, eis tudo.
Quando sua mente está pura e calma o suficiente para seguir esse movimento, não há nada: nem "eu", nem mundo, nem mente, nem corpo.
Só uma porta que vai e vem.
Assim, quando praticamos zazen, tudo o que existe é o movimento da respiração e, no entanto, estamos cônscios desse movimento.
Não devemos nunca nos distrair.
Mas estar consciente do movimento não significa estar consciente do eu pequeno, e sim da nossa natureza universal, ou natureza de Buddha.
Esta consciência é muito importante porque em geral somos unilaterais.
Nossa compreensão habitual da vida é dualista: você e eu, isto e aquilo, bom e mau.
Na realidade, tais discriminações são, elas próprias, a consciência da existência universal.
"Você" significa estar consciente do universo na forma de você, e "eu" significa estar consciente do universo na forma de eu.
Você e eu somos portas de vaivém.
E necessário este tipo de compreensão; porém, nem sequer deveria chamar-se compreensão já que é, isto sim, a verdadeira experiência da vida através da prática do Zen.
Shunryu Suzuki Postado por Monge Genshô
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