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Escravo; polaca, encrenca...

Escravo; polaca, encrenca...

Seja na Etimologia (a história ou origem das palavras e da explicação do significado) seja na Lingüística (como estudo científico da linguagem) compreender porque se usa esta ou aquela expressão é uma aventura incerta... e cheia de surpresas.

A palavra "escravo", por exemplo, tem sua provável origem no latim “sclavus”, que significa "pessoa que é propriedade de outra”, mas a palavra “sclavus” provavelmente de “slavus”, que significa “Eslavo”, ou seja Pessoa que nascia nas regiões Eslavas... pois muitas destas pessoas desta etnia foram capturadas e escravizadas pelos Romanos...

Já as "Polacas" (que parece, por obviedade, significar apenas a pessoa nascida na Polônia) nas Américas é um termo que tem um vínculo com a escravidão e o abuso. Polacas eram mulheres "Judias", geralmente loiras de olhos claros, vindas dos países Eslavos (Não só Polônia, mas da Rússia, Alemanha, Lituânia, Estônia, República Tcheca, Ucrânia, geralmente de aldeias judias segregadas e com vida bem difícil e miserável) para as Américas com promessas de emprego e casamento nos EUA, Brasil e Argentina...mas que quando chegaram nos países destino descobriam que eram escravas e eram obrigadas a trabalhar em prostíbulos sob pena de sofrer violências e morte... No Brasil a primeira associação de mulheres oficial é uma associação de Polacas. Elas juntavam dinheiro para comprar um cemitério pois não se podia enterrar "prostitutas" em cemitérios Judeus ou Cristãos, naquela época. Também "alugavam" serviços religiosos para as jovens prostitutas poderem fazer seus ritos no Brasil... Já que as Sinagogas não as aceitavam.

Daí a "Encrenca"...  A maior parte destas mulheres foi forçada a se prostituir pela Zwi Migdal, uma organização criminosa baseada em Varsóvia, que operou até a década de 30. Naturalmente, essas mulheres sofreram uma enorme discriminação por conta da posição marginalizada que ocupavam na sociedade da época. Tanto as autoridades oficiais, como as comunidades judaicas do Brasil reservavam um grande silêncio sobre a situação dessas mulheres. Contudo, essas prostitutas buscaram vínculos de solidariedade que pudessem lhes oferecer algum tipo de garantia através das Polacas e suas Associações de Ajuda Mútua".



A melodia "Judia Rara", do sambista Moreira da Silva, foi dedicada a sua amante, a "alcoviteira" "Esthera Lado Konez". Seu refrão diz "Ich bin mishiguene far dir" (que em iídiche significa "Sou louco por você"). Consta que a origem da palavra encrenca é uma corruptela do iídiche sussurrado entre as prostitutas.

Em muitos casos, essas prostitutas utilizavam o iídiche – língua bastante utilizada pelos judeus da Europa Central e Oriental – para darem recados entre si sem ofender ou alertar os clientes. Durante o seu trabalho, ao suspeitarem de que um cliente portava algum tipo de doença venérea, elas chamavam o sujeito de “ein krenke”. Na língua iídiche, o termo era comumente utilizado para definir a ideia de “doença”. Naturalmente, a popularização do termo acabou ficando abrasileirada para a nossa conhecida “encrenca”.

Logo "Encrenca" era tanto o homem ou mulher que trazia doenças, e logo problemas, para alguém.

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