Dislexia e Discalculia.

A Dislexia é um distúrbio genéticohereditário da linguagem, de origem neurobiológica que dificulta o aprendizado e a realização da leitura e da escrita. O cérebro, por razões ainda não muito bem esclarecidas, tem dificuldade para encadear as letras e formar as palavras, e não relaciona direito os sons às sílabas formadas.

Já a Discalculia é um transtorno de aprendizagem que geralmente se manifesta em crianças, pois estão em idade escolar. Elas têm dificuldade para pensar, refletir, avaliar ou raciocinar atividades relacionadas à matemática.

A dislexia se manifesta como um distúrbio de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração e é considerado o distúrbio de maior incidência nas salas de aula.

Dados indicam que no Brasil, cerca de 40% das crianças em séries iniciais de alfabetização apresentam dificuldades escolares, e em países mais desenvolvidos, a porcentagem diminui 20% em relação ao número total de crianças matriculadas em séries iniciais.

De acordo com a Associação Internacional de Dislexia estas dificuldades resultam de uma deficiência no componente fonológico da linguagem, o qual é, frequentemente, imprevisto em relação a outras capacidades cognitivas e às condições educativas.

Não existe um consenso sobre as causas da dislexia, mas há fortes evidências de que se trata de um problema genético e hereditário, pois muitos indivíduos disléxicos apresentam, no mínimo, um familiar próximo com as mesmas dificuldades.

A Neuropsicologia afirma ainda que a dislexia afeta as áreas do cérebro responsáveis pela aprendizagem da leitura e da escrita, as quais seriam resultantes de dificuldades no processamento e consciência fonológica.

A dislexia não tem origens emocionais nem é causada por fatores ambientais como instrução inadequada, apesar desses fatores poderem agravar os sintomas dos disléxicos.

A incidência de dislexia parece ser maior em meninos do que em meninas, o que pode estar relacionado com a maneira como os sintomas são identificados, já que meninas apresentam, em geral, um comportamento menos agitado mais calmo do que os meninos e os sintomas da dislexia podem ser mais difíceis de ser observados.

Existem dois tipos de dislexia: a dislexia de desenvolvimento e a dislexia adquirida.

A dislexia de desenvolvimento se relaciona à diminuição da capacidade de leitura associada à disfunção cerebral e alteração específica na aquisição das habilidades de leitura e consequente dificuldade no aprendizado da leitura.

A dislexia adquirida ocorre quando o aprendizado da leitura e da escrita que foi adquirido normalmente, é perdido como resultado de uma lesão ou trauma cerebral.

A discalculia é causada por alterações neurológicas que provocam dificuldade em aprender tudo o que está números como as operações matemáticas, em entender os conceitos e a aplicação da matemática; em seguir sequências e classificar os números do menor para o maior e vice – versa.

Como a matemática é uma ferramenta essencial em nossas vidas, é importante diagnosticar a discalculia o mais precocemente possível, mas assim como na dislexia, a detecção dos sinais ocorre no início da escolarização.

As áreas do cérebro associadas à discalculia, ao provocar a dificuldade na decodificação e compreensão dos símbolos e conceitos matemáticos são: 

O Lobo frontal: associado à concentração, planejamento, iniciativa e aos cálculos mentais rápidos.


O Lobo frontal: associado à concentração, planejamento, iniciativa e aos cálculos mentais rápidos.





O Lobo parietal esquerdo: associado às habilidades de sequenciação. Processa informações relacionadas às noções de espaço e volume.






O Lobo occipital: centro da visão, onde acontece a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos.






O Lobo temporal: é responsável pela percepção dos sons, memória a longo prazo, cálculos matemáticos básicos.





O diagnóstico da discalculia deve ser realizado quando o professor levanta a hipótese da existência desse transtorno no aluno, observando a sua trajetória da aprendizagem e deve-se ficar atento se os símbolos são escritos incorretamente de forma frequente, se há incapacidade em operar com quantidades numéricas, se não se reconhece os sinais das operações e se existe dificuldade na leitura dos números e em mentalizar as contas, o que também podem ser são sinais de dislexia.


No caso da dislexia, a avaliação deve ser realizada por fonoaudiólogos e e na discalculia, o neurologista irá avaliar, através exames de imagem e de avaliação clínica, a necessidade de encaminhamento da criança para o um tratamento adequado, geralmente realizado por psicopedagogos.


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