Escrito por : Juliana Zantut Nutti - Psicologa pela Universidade Federal de Uberlândia e Doutora e Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é definido como uma desordem do desenvolvimento manifestada por indivíduos com intensa dificuldade para manter a atenção, controlar ou inibir os impulsos e autorregular a atividade psicomotora em situações diversas do cotidiano.
Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é definido como um transtorno neurobiológico, com causas genéticas e que surge na infância, mas é crônico e permanece durante a vida.
Pode ser denominado como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) e, em inglês, é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
- O Código Internacional de Doenças – CID 10 classifica o TDAH na categoria de transtornos hipercinéticos e
- O Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais - DSM - V- o denomina como transtorno por déficit de atenção com hiperatividade, tipos desatento, hiperativo, impulsivo e combinado.
O TDAH pode ser observado ainda antes da entrada na escola regular no ensino fundamental, através da constatação de conflitos frequentes e dificuldades oriundas da hiperatividade, impulsividade e/ou a desatenção no ambiente escolar.
No caso de suspeita da existência do transtorno, a escola deve realizar o encaminhamento da criança para a realização de procedimentos diagnósticos. Os dados obtidos por pesquisas demonstram o TDAH em crianças e adolescentes causam problemas de aprendizagem, retenção em pelo menos um ciclo/ano escolar, abandono dos estudos e expulsão da escola.
As manifestações típicas do TDAH na escola são as dificuldades de aprendizagem, perturbações motoras, no equilíbrio, na noção de espaço e de tempo, no esquema corporal e na organização como um todo.
Existem três tipos de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, cada qual com sintomas diferentes.
Os tipos são :
o tipo dificuldade de atenção,
o tipo hiperativo - impulsivo e
o tipo combinado.
As pessoas com o tipo dificuldade de atenção apresentam:
• foco de atenção curto;
• fácil capacidade de se distrair;
• dificuldades para prestar atenção em detalhes;
• erros variados na realização de atividades;
• muitos esquecimentos;
• falta geral de organização.
As pessoas com o tipo hiperativo – impulsivo:
• apresentam inquietação e agitação extrema;
• são incapazes de permanecer sentadas por algum tempo;
• correm e pulam exageradamente e quando não deveriam;
• falam exageradamente e interrompem a fala dos outros;
• respondem às perguntas antes que sejam finalizadas;
• têm problemas para esperar a sua vez de serem atendidas;
O TDAH do tipo combinado é o mais comum dentre os três tipos elencados e é caracterizado por uma combinação dos sintomas dos tipos dificuldade de atenção e hiperativo - impulsivo.
Apesar dos estudos realizados ainda não se pode atribuir uma causa consensual e específica para o TDAH.
Existem várias evidências de que são os fatores genéticos as causas mais relevantes.
E essas evidências se dão a partir das observações de casos parentes com TDAH nas famílias das crianças afetadas com esse transtorno, que é mais frequente do que nas famílias sem crianças com o TDAH.
A prevalência do TDAH entre os parentes das crianças é de cerca de 2 a 10 vezes maior do que na população em geral e foi preciso comprovar que a essa recorrência na família era devida a uma predisposição genética e não apenas uma influência do ambiente.
Os estudos genéticos levantaram a hipótese da participação dos genes na determinação do TDAH, especialmente os estudos com gêmeos e com crianças adotadas.
As pessoas com TDAH parecem ter alterações na região pré - frontal e nas suas conexões com o restante do cérebro, que é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com as outras espécies animais e responsável pelo controle do comportamento, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
As alterações do funcionamento de neurotransmissores, como a dopamina e noradrenalina, que transmitem informação para as células nervosas ou neurônios, também podem estar relacionadas ao surgimento do TDAH.
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