Entrevista com ex-funcionários da livraria

Ao longo dos últimos anos, assistimos à crise do mercado do livro no Brasil. A quebra de grandes redes de livrarias – como a Fnac, que fechou todas as lojas, ou a Cultura e a Saraiva, que estão em processo de recuperação judicial – abalou toda cadeia de produção, deixando editoras com dívidas milionárias e levando gráficas à falência. Pelos noticiários, conhecemos apenas o ponto de vista dos patrões: uns tentando se salvar, outros enxergando oportunidades para lucrar. Quem passa despercebido nessa história são os milhares de trabalhadores que pagam o pato com sobretrabalho, dupla função, horas extras não-pagas, perseguições, assédio moral e a ameaça de perder o emprego. Que formas de resistência estão sendo travadas no chão das livrarias?
Nessa entrevista, três ex-funcionários remontam uma história subterrânea dos conflitos na Livraria Cultura. Entre 2013 e 2016, trabalhadores de diferentes lojas travaram uma verdadeira guerra silenciosa contra os abusos dos seus patrões. Com o “pacto de mediocridade”, transformaram o processo de trabalho num terreno de disputa. Hoje, anos depois, essa experiência é um exemplo importante para inspirar novas gerações de trabalhadores a resistir, num momento em que essas empresas se encontram muito mais fragilizadas.
Entrevistador: Como foi a história dessa treta na livraria?
Colega 1: A Livraria Cultura tem muitos anos e, durante muito tempo, foi gerenciada por uma mesma família. O filho do fundador herdou a empresa e ficou como presidente. Em 2012, parece que o Itaú entrou como acionista da livraria. Ninguém sabe muito bem – porque eles nunca deram detalhes –, mas especula-se que foi isso: o Itaú entrou como acionista e tinha direito a uma parte da empresa.[1] E, a partir disso, o Itaú começou a implementar mudanças. Na primeira delas, ele falou: “olha, não faz sentido pagar pra um vendedor 5 mil reais por mês” – na época os vendedores ganhavam muito bem – “não faz sentido você pagar um salário de bancário pra um vendedor, e a primeira coisa que vocês vão fazer é dar um jeito de mudar isso.”
Colega 2: Aí em 2012 teve o primeiro grande corte da livraria. Na época, eles mandaram embora todos os vendedores, toda a equipe que existia na loja matriz, em São Paulo… E ficaram só com doze pessoas. A gente brincava que eram os doze apóstolos, que essas doze pessoas foram escolhidas a dedo para continuar lá. Foram as únicas que permaneceram, todos os outros foram cortados. Na leva que entrou depois, o salário já era menos da metade, eles cortaram, sei lá… um salário de 5 mil e quinhentos foi pra 2 mil. Pois bem, mas àquela época, apesar de tudo, a Livraria ainda era um lugar interessante pra trabalhar. Você tinha benefícios, condições interessantes… enfim, apesar de tudo fazia sentido estar lá.[2]

A treta na loja de Curitiba em 2013

Colega 1: Mais ou menos um ano depois, em abril de 2013, teve uma demissão em massa numa loja específica, a loja de Curitiba. O que aconteceu? Uma menina, cansada de algumas condições de trabalho… Ela não tava de acordo com a maneira como a gente era pago, com a maneira como o nosso salário era calculado…
Colega 3: A gente, na época, não tinha acesso ao cálculo do nosso salário. A comissão nunca foi individual, ela sempre foi uma comissão coletiva, então você precisava saber o faturamento, precisava saber o cálculo base, sei lá. Eles nunca abriram esses dados pra gente.
Colega 1: E, bom, essa menina de Curitiba escreveu um texto falando sobre essas questões, e ela mandou pro correio interno, pra toda a empresa.[3] Na época, você tinha essa ferramenta, né, como se fosse um e-mail, um correio interno que você conseguia selecionar a empresa inteira se você quisesse, de todos os setores, e mandar pra todo mundo. Hoje em dia não, né?
Colega 3: Depois que aconteceu isso, eles restringiram essa ferramenta, mas na época dava.
Colega 1: Cara, quando disparou esse e-mail pra empresa… cinco minutos depois, ela foi chamada na sala e tomou uma justa causa. Isso lá em Curitiba. Mas engraçado foi o que aconteceu depois. Todas as pessoas que responderam esse e-mail, independente de qual tenha sido a resposta, foram mandadas embora na sequência. Foi um efeito dominó. A loja de Curitiba praticamente ficou sem funcionário aquele dia, porque quase todo mundo foi mandado embora. Quase todo mundo tinha respondido o correio, sem saber, né?
Colega 3: E pessoas daqui de São Paulo também. Várias pessoas foram mandadas embora também, porque responderam desavisadas.
Colega 1: Eu acho que isso foi uma das primeiras situações de que eu me lembro de ter acompanhado, que foi assim: “meu, tem alguma coisa errada com essa empresa”. E depois a gente começa a perceber nas reuniões. Eu tive poucas reuniões onde o dono tava presente, mas as que eu tive foram suficientes. Teve uma reunião que uma pessoa perguntou: “Olha, mas eu quero saber como que o meu salário é calculado.” E ele virou e falou, “faz regra de três”. A pessoa, em seguida, foi mandada embora. Era assim, se você levantava a mão na reunião, pra interromper ele, para questionar ele, você podia já pegar as suas coisas, levantar e passar no RH. Isso criou uma cultura de medo na empresa. A gente sabia que tinha coisas que podia perguntar e outras que não podia.

A guerra subterrânea na loja matriz

Colega 2: A história realmente começou no Natal de 2015. Em 2015, no dia 23 de dezembro, eles mandaram embora metade da equipe, de novo. Mandaram embora muita gente da equipe de vendas na véspera de Natal, porque não precisava mais. O Natal já tava ali… já tinha vendido o que tinha pra vender, não precisava mais… dispensou. Só que, quando passou o Ano Novo, começou o “Volta às Aulas”. O “Volta às Aulas” começa com um fluxo de trabalho muito absurdo, muito grande, você começa a receber muito livro, muito produto, muita lista de material, cliente ligando, cliente na loja… e a gente não tinha equipe pra fazer esse atendimento. Pra você ter uma ideia, no setor em que eu fico, no piso em que eu fico, tem cerca de sete linhas de telefone e a gente ficava em duas pessoas no piso. Eram duas pessoas pra atender sete linhas de telefone. Fora os clientes que vinham, presenciais… A gente não conseguia dar conta. Então, o que aconteceu? A gente começou a priorizar os atendimentos telefônicos, em primeiro lugar; os atendimentos presenciais, em segundo lugar; e, por último, a arrumação da loja… quase nunca dava tempo. Só que os produtos continuavam chegando.
Colega 1: Chegou num ponto – isso já em final de janeiro, sei lá, metade de fevereiro… – que as pilhas de livro tavam chegando quase no teto. Porque tava chegando e acumulando, você ia jogando pra lá, chegando e acumulando, e as pilhas iam até o teto! A gente não conseguia atender os clientes na loja, porque a gente não achava o livro, porque tava no meio das pilhas… a gente praticamente nadava nas pilhas, mas não tinha o que fazer!
Colega 2: E aí, quando foi no dia 21 de fevereiro de 2016, aconteceu que um funcionário do administrativo passou pela loja, viu o estado da loja, tirou foto e mandou pro presidente. Algumas horas depois, todo o prédio do administrativo – todo mundo, RH, faxineiro, segurança, todo mundo que vocês imaginarem – foi obrigado a descer, ir pra loja e começar a arrumar. Eles fizeram um mutirão pra arrumar a loja que foi mais ou menos das 16h, 17h, até às 9h da manhã do outro dia. Eles vararam direto a madrugada. E aí a gente chega ao fatídico dia, se eu não me engano, é 22 de fevereiro. Quando eu cheguei pra trabalhar, tava todo aquele povo lá do administrativo que tinha varado a noite…
Entrevistador: Até as terceirizadas?
Colega 1: Meu, terceirizado, da empresa, ficou todo mundo! Acho que entrou como banco de horas. (Eles nunca pagaram hora extra pra ninguém…)
Colega 2: Bom, quando eu cheguei lá de manhã, o dono da empresa tava fazendo um discurso. Ele é que estava fazendo a reunião. A reunião de manhã, geralmente quem faz é o gerente, né? É tipo uma reunião de aquecimento, que tem todo dia. Nesse dia, quem tava fazendo essa reunião era o dono. E aí começou a merda: ele humilhou muita gente, ele elogiou muito o administrativo, por ter ficado trabalhando a madrugada toda, e ele humilhou muito o pessoal do piso de loja – os vendedores, os auxiliares de venda, os gerentes da loja… ele humilhou muito. Ele falou que não sabia o que a gente tava fazendo ali, que a gente também não sabia o que a gente tava fazendo ali, e que já que a gente não sabia, ele podia escolher por nós… Ele falou que a loja era um chiqueiro e que nós éramos porcos e que, já que a gente não tomava uma decisão, ele ia tomar uma decisão por nós: “Quem não estiver de acordo com o que estou dizendo, pode passar agora no RH, eu vou pagar todos os direitos, eu faço questão de mandar embora!”. Ele repetiu três vezes isso. Só que isso era uma blefe, e ele não contava que quase a empresa inteira ia passar no RH.
Colega 3: Ele já tinha feito isso em outras lojas, esse blefe não era novo, mas as pessoas têm muito medo dele… ninguém vai levantar e falar “então beleza, eu vou passar no RH”. Ninguém faz isso.
Colega 1: Só que dessa vez ele caiu do cavalo… A loja toda foi.
Colega 2: Bom, eu sei que, assim, fez uma fila na porta do RH. Só que o RH não tava pronto pra receber essa demanda. Não tinha sido acordado nada com o RH, ele não tinha sido avisado disso, né… O que é que o RH fez? Ele não sabia o que fazer, e falou “olha, a gente vai fazer uma lista, vai anotar o nome de vocês aqui, e vai ver que porra que é pra fazer, porque a gente também não sabe”, então começou a anotar os nomes.
Colega 1: Eles começaram a tentar restringir o máximo possível. Falavam: “ó, cara, não põe seu nome na lista não que isso vai dar merda!”, “não põe o nome não porque você vai ser mandado [embora], vai ser difícil depois de arranjar outro emprego, pensa bem!”, ou “ô, você nem tava na reunião, você não pode pôr o nome na lista”.
Colega 2: Por fim, mais ou menos 30, 32 conseguiram colocar o nome na lista. Muita gente eles barraram. Teve gente que ligou – gente que tava de férias, gente que tava na puta que pariu – que ligou dizendo “ah, eu quero colocar o meu nome na lista também!”, mas eles não permitiram. Tá, ficaram esses 30 nomes aí. Passou uns dois dias, e eles começam a chamar um por um numa salinha pra conversar. E aí o discurso era o seguinte: você chegava na salinha, eles elogiavam você, colocavam o seu ego lá em cima, que você era foda, que você era um funcionário exemplo etc, etc, e que eles não queriam perder você, se você realmente tinha certeza do que estava fazendo. “Então vai ser o seguinte, as regras para a sua demissão vão ser as seguintes: a gente vai dar um prazo, estamos em fevereiro, vamos dar um prazo até o final do ano, até dezembro pra mandar todos vocês embora, conforme a vontade e a disponibilidade da empresa. A gente manda quando a gente quiser, se a gente quiser, a hora que a gente quiser, porque a empresa está dando uma oportunidade para vocês, então a gente não tem obrigação nenhuma. Segundo, pra que você faça parte disso, você não pode em hipótese alguma ter nenhum tipo de problema, treta, advertência, suspensão com a livraria. Se você ganhar uma advertência, automaticamente seu nome não estará mais na lista. Você perde o direito a essa oportunidade“.

Perseguições

Colega 1: Foi aí que começou a perseguição. Passou uma semana e aconteceram as primeiras justas causas. Tem algumas justas causas que foram muito tristes, muito bizarras, e que vale a pena contar. As duas primeiras foram o seguinte: chegou uma caixa de lápis de desenhar, lápis de cor, sei lá… Lápis legal, importado. Chegou com um valor muito barato, em promoção. E aí duas colegas, depois do expediente, passaram no caixa e compraram esse produto. No outro dia, elas tomaram uma justa causa. A livraria alegou que elas agiram de má-fé porque compraram um produto abaixo do valor que custava. Só que esse valor… primeiro que a gente não tem acesso, segundo que não é a gente que precifica. E a gente tinha direito. Se tá custando aquele valor, qualquer um tem direito de comprar, como qualquer consumidor ali, mas elas tomaram uma justa causa por má-fé. E o melhor foi o comentário da diretora do RH: “É, vocês queriam ser mandadas embora, agora vocês vão, mas não do jeito que vocês queriam”.
Colega 2: E aí foi uma sequência de justas causas sem fim. Eu contabilizei mais ou menos umas, sei lá, 11 justas causas que aconteceram dessa lista. Num período muito curto de tempo, seis meses no máximo! É muita justa causa pra uma empresa só. E todo mundo era gente que tinha o nome na lista.
Colega 3: Essa lista virou tipo uma lista negra. Era como se fosse uma lista de pessoas que tavam a fim de sacanear a empresa, e a empresa queria sacanear elas.
Colega 1: Isso criou uma situação de pânico e as pessoas começaram a adoecer. Várias pessoas tinham medo de estar sendo vigiadas – lá tem câmera em todo canto, em todo lugar… O pessoal do RH nunca frequentou a loja, agora não saíam da loja. Eles não saíam da loja. Era o tempo inteiro… eles trabalhavam do seu lado, pra ver o que você tava fazendo. Isso criou uma sensação de pânico tão grande nas pessoas, que elas começaram a adoecer e pedir as contas, porque elas não iam aguentar esperar até dezembro para alguma coisa acontecer. Elas começaram a pedir as contas.
Colega 2: Quando chegou em maio, dia 4 ou 5, houve uma segunda reunião. Nisso, eles já tinham conseguido eliminar muita gente da lista, né? E aí, nessa segunda reunião, o dono virou e falou assim: “É o seguinte, eu não vou mais mandar embora ninguém, porque eu não sou obrigado. Eu não acho que vocês merecem esse benefício, essa oportunidade. Quem quiser, que peça as contas, foda-se, eu não vou. Voltei atrás, não quero mais mandar, foda-se… tá achando ruim? Vai lá no Sindicato reclamar! Eu janto com o dono (sic) do Sindicato dos Comerciários, ele é meu amigo, eu sei até que ele gosta de sushi. Vai lá! Vai me processar? Eu não tenho medo de processo, não, pode processar! Não tem problema.”

O Manifesto Livreiro

Colega 1: A partir daí, a gente pensou “bom, alguma coisa precisa ser feita. Isso não pode ficar barato. Todo mundo que se fudeu nesses últimos meses, as justas causas que tiveram, o pessoal que saiu doente, pra agora o cara virar e falar que não vai cumprir a palavra dele? Ele blefou porque ele quis. Se ele tinha se arrependido do blefe, ele podia muito bem ter pedido desculpas. Não só pelo blefe, mas pelas humilhações também. Mas ele não quis pedir desculpas. Então a gente também não pode desculpar isso.” Aí a gente começou a pensar no que fazer. E foi aí que, um dia, caiu na tela de vários vendedores um e-mail com um tal “Manifesto Livreiro”. Era um texto que falava sobre tudo que tava acontecendo. Contava da reunião, contava que o cara tinha voltado atrás, falava sobre acúmulo de função, desvio de função, do salário que a gente não sabia como que eles calculavam… falava sobre os podres, todas as merdas que tavam acontecendo. E tudo usando uma linguagem bem jurídica, então você tinha aparentemente um respaldo da lei ali, da (antiga) lei trabalhista – então, “olha, isso pode, isso não pode, isso confere, isso não confere”… e todo o manifesto ia falando sobre essas coisas e, no final, ele dava a entender que “olha, vocês podem usar isso pra se movimentar, vocês precisam usar isso pra se movimentar”, né?
Colega 3: Mas engraçado é que, quando isso caiu na tela, começou a cair na tela, foi bem aleatório, não foi todo mundo que recebeu…
Entrevistador: Mas vocês abrem e-mail de vocês no trabalho?
Colega 1: Não. Eles chamam de linha direta. É uma espécie de um e-mail, ele passa por um filtro, e ele cai no nosso sistema. Então não é exatamente um e-mail, mas é quase como um. Só que é muito engraçado, porque a pessoa que fez isso… ela burlou todo o sistema pra isso poder cair na nossa tela. Por exemplo, o título do e-mail, o título do e-mail se referia a uma encomenda de livros com a livraria, entendeu? A pessoa usou um e-mail não rastreável, um daqueles e-mails que você usa e depois de 1h, sei lá, ele se destrói sozinho. Eles tentaram de todo o jeito rastrear quem tinha enviado o e-mail, tentaram rastrear IP, colocaram todo o pessoal da informática atrás e não conseguiram rastrear!
Entrevistador: Vocês nunca descobriram quem mandou essa mensagem?
Colega 1: Não. Porque era anônimo, não tinha como rastrear. Caiu na tela de um monte de gente. E aí a gente abria e tinha aquele texto. E assim, quando eles descobriram, eles tentaram apagar o mais rápido da tela de todo mundo. Só que caiu em várias lojas, não foi só em São Paulo. Caiu em várias lojas… E até eles apagarem tudo, a gente já tinha impresso. Então não adiantava eles apagarem, que a gente já tinha a versão no papel. Todo mundo pensou “pô, faz sentido o que tá escrito aqui. Vamo procurar um advogado”. Aí conseguiram uma advogada, e boa parte das pessoas abriu processo com ela. Teve gente que abriu com outros. Foram mais ou menos vinte processos dessa leva.
Colega 2: A gente pensou que quando eles recebessem as notificações e os processos, eles iam mandar todo mundo embora, mas não foi isso que aconteceu. Eles ficaram com mais ódio ainda, com mais raiva dos funcionários terem aberto processo contra eles, trabalhando lá. E aí a guerra tava declarada. Eles colocaram o pior gerente que eles podiam colocar, o mais maldito, o mais filha da puta pra gerenciar a loja. E aí ok, a gente não ia deixar barato também! A gente começou a bolar jeitos de provocar esse gerente, de provocar o pessoal da gestão, enfim, era a única coisa que a gente podia fazer.
(continua)
Notas
[1] Segundo reportagem da época, a Livraria Cultura vendeu 25% de suas ações para o fundo Capital Mezanino, da gestora Neo Investimentos, em 2009. A associação ao Itaú acontece porque uma empresa que pertence ao banco presta serviços de administração para a Neo Investimentos.
[2] Aquilo que os trabalhadores descrevem como “interessante” era, aos olhos dos patrões, “desesperador”. A declaração de um dos proprietários da empresa aparece numa coluna de Gilberto Dimenstein no Estadão em 2007.
[3] Em 2013, a denúncia feita por essa funcionária de Curitiba gerou intensa repercussão nas redes sociais, blogs e jornais. Entre outros links, vale conferir esse esseesse, a página do movimento e a resposta da livraria.