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Esta é uma adaptação de uma história tibetana.

Havia uma velha senhora, muito devota a Buddha, que tinha um profundo desejo de obter uma relíquia de Buddha, um dente de Buddha. Havia na época um pujante comércio de relíquias de Buddha, algumas com certificados de autenticidade que datavam de séculos. O filho era um ocupado comerciante, que sempre prometia a sua mãe que conseguiria uma dessas relíquias em suas viagens aos grandes centros. Devido às suas ocupações acabava sempre se esquecendo. Um dia sua mãe lhe falou que acabaria morrendo se não ganhasse uma relíquia.


O filho foi de novo a uma grande cidade, mas depois de vários compromissos novamente se esqueceu. No caminho de volta, viu um cachorro morto na estrada e lembrou-se de sua velha mãe. Tomado de terror pela idéia que sua mãe morreria se não tivesse a tal relíquia, decidiu fazer uma loucura: pegou um dente do cachorro morto e enrolou-o cuidadosamente em uma rica seda dourada. Ao chegar em casa entregou-a a sua mãe, recomendando-lhe que a colocasse no altar e tratasse dela com todo o cuidado, pois era uma relíquia muito preciosa. A mãe foi tomada de indescritível alegria.


O filho foi novamente viajar por algumas semanas. Logo acometeu-lhe um terrível arrependimento pela mentira, e resolveu que contaria a sua mãe toda a verdade quando retornasse, mesmo que isso a fizesse sofrer. No caminho de volta para casa, reparou num movimento de peregrinação de pessoas fora do comum naquela direção. Ao aproximar-se de casa, uma multidão de pessoas aglomerava-se no entorno. Comentavam até sobre milagres que estavam acontecendo. Quanto mais se aproximava da casa, maior era o clima de veneração e paz.


Quando finalmente conseguiu entrar em casa, encontrou sua velha mãe, muito feliz. Perguntou-lhe o que estava ocorrendo e ela lhe respondeu: "O que você esperava de uma autêntica relíquia de Buddha?" Ainda sem acreditar no que estava acontecendo, entrou na sala do altar e tomou um susto - o dente do cachorro brilhava!"
Postado por Jouken San.




Postado por Monge Genshô

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