" Nirvana não é um lugar, não é um céu ou paraíso, o nirvana é aqui nesse lugar onde nós estamos.
Aqui é samsara se nós temos olhos que vêem samsara, aqui é nirvana se temos olhos que vêem nirvana, o nirvana e o samsara estão no mesmo lugar.
Samsara é o mundo da perambulação, um mundo onde nós andamos procurando a felicidade sem parar.
Procurando um emprego melhor, um mundo cheio de “ses”, seu eu tivesse um carro novo, se eu tivesse uma casa boa, se eu morasse num país sem pobreza, se eu tivesse um grande amor, se, se, se.
Então esse mundo de “ses” onde as pessoas ficam procurando a felicidade sem parar é o samsara.
Samsara significa perambulação.
O nirvana é o mundo dos não impulsos, não desejos, não pensamentos, NIR, significa não e VANA pode ser entendido como ventos, ou fogo, no sentido de ventodas emoções, paixões e impulsos. Então é um mundo onde há paz e não somos empurrados de lugar para lugar pelos ventos dos desejos.
Agora no sesshin pode-se notar bem o samsara, se minha almofada fosse mais macia, se minhas costas não doessem, se meus joelhos agüentassem, se o que controla o tempo desse uma olhadinha para o relógio e percebesse que já passaram quarenta minutos.
Como pensamos todas essas coisas o nirvana não existe nesse momento.
Nós não ouvimos a serra do lado de fora como um ensinamento de Buda.
No fundo, o vento nas arvores, o chacoalhar das folhas, o zumbido do mosquito são vozes de Buda, mas não entendemos.
Por isso é samsara. "
Trecho de palestra em sesshin, Monge Genshô.
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