Freire, Nise e Gomes, protegidos contra o Brasileiro que não lê...

Unesco reconhece acervos de três brasileiros como Memória do Mundo.

Mas o Brasileiro não lê os Brasileiros.

Durante as manifestações orquestradas pela "Elite" conservadora contra o governo Dilma Rousseff, se via inúmeros despautérios pelo País, em março de 2015, entre os intelectuais do MBL e da "Escola sem partido" entre as frases que chocaram o mundo estava :

"Basta de Paulo Freire!"

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A frase chocou o mundo provocou até uma resposta da ONU defendendo o educador brasileiro, famoso mundialmente pela teoria da pedagogia crítica.

A coisa só se agravou até hoje, mas a tradição não é nova.

Os Nazistas queimaram livros de Thomas Mann, Sigmund Freud, Albert Einstein, Karl Marx... A Ditadura Vargas incinerou em praça pública 1.640 livros de Jorge Amado livros considerados “propagandistas do credo vermelho”, romances considerados “proletários” onde Jorge Amado expunha as mazelas do capitalismo, a exploração do trabalho pelo capital e a luta de classes, exaltava, ao mesmo tempo, a sensualidade do povo baiano, suas crenças e tradições, o folclore e a cultura popular; Nos EUA a tradição continuou no macartismo da década de 1950, onde muitas bibliotecas dos Estados Unidos queimaram livros considerados comunistas e até a "Administração de Alimento e Remédio" (sim, a FDA) ordenou queimar os livros de Wilhelm Reich por estimular o estudo da sexualidade e do orgasmo, ou mais recentemente na controvérsia da queima do Alcorão por soldados em 2010...

O fato é que hoje, Paulo Freire é reconhecido MUNDIALMENTE, como exemplo de educador, pedagogo e filósofo brasileiro.

Considerado, mundo a fora, um dos mais notáveis pensadores da história da pedagogia é simplesmente o brasileiro mais homenageado em todos os tempos, com 29 títulos de Doutor Honoris Causa por universidades da Europa e da América, e centenas de outras menções e prêmios, como Educação pela Paz, da UNESCO, que Freire recebeu em 1986.

Outra "não amada" Brasileira é Nise da Silveira, renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung.

Nise ficou presa de 1934 a 1936, durante o Estado Novo, acusada de envolvimento com o comunismo. Ela foi denunciada por uma colega de trabalho, que era enfermeira. No presídio Frei Caneca, ela dividiu a cela com Olga Benário, a militante comunista alemã que na época era casada com Luís Carlos Prestes, também conheceu o escritor alagoano Graciliano Ramos, que a cita em seu livro Memórias do Cárcere.

Em 1944, Nise se recusou a seguir o tratamento da época, que incluía choque elétrico, cardiazólico e insulínico, camisa de força e isolamento. Foi transferida, como “punição”, para o Setor de Terapia Ocupacional do Pedro II, que era um espaço desprestigiado na época. Porém, foi nesse setor do hospital que ela implementou, junto com o psiquiatra Fábio Sodré, a Terapia Ocupacional no tratamento psiquiátrico e revolucionou a área assim como a discussão sobre o que é normal e o que é loucura.


Agora queimar escritos de Freire, os escritos e quadros de Nise é crime contra a humanidade.

Pense nisto.


Brasileiros não leem brasileiros, não os ouve... e não ligam para brasileiros.

Até o mundo lhe fazer parar... ler e ouvir.



http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/v/unesco-reconhece-acervos-de-tres-brasileiros-como-memoria-do-mundo/6305072/

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