Considerações sobre a aula baseada no texto: A importância dos grupos na saúde, cultura e diversidade de David Zimerman.
A expressão "Bode Expiatório" tem a sua origem no ritual judeu do Livro dos Levíticos, Capítulo 16, onde explica-se como e quando Aarão deve entrar no santuário, sobre como Sacrifícios são oferecidos para reconciliar Israel com Deus. Onde um bode é escolhido para expiação que levará sobre si dos pecados do povo de Israel, que assim serão perdoados.
Sobre o ítem “12. A comunicação”, referente a presença de “papéis” com características estereotipadas, como no exemplo do papel de bode expiatório - eu falei que Freud ressuscitou o termo, mas o termo não foi cunhado nem formulado por ele diretamente. Ele tratava de usar (nos mesmos processos) Transferência, Projeção, Perversão e Racionalização, como recursos inconscientes do Ego, de adaptar e amortecer os impactos dos desejos e sentimentos inaceitáveis, expressando-se de maneira menos desastrosa para si ou para o grupo.
Dentro das diversas linhas psicológicas outros teóricos e Psicólogos já usavam o termo “bode expiatório”. Foi um termo mais apropriado no âmbito da psicologia social para se relacionar com a estrutura facilitadora do preconceito.
Segundo estas teorias, as pessoas podem manifestar conjuntamente preconceito contra uma pessoa, um perfil, um grupo social, a fim de aliviar suas frustrações de forma socialmente aceita por seu núcleo social representativo (mesmo que inconscientemente, ou seja, se a "ideia" que eu tenho do modo que o Grupo social que eu pertenço pensaria ou lidaria sobre a minha posição referente a tal pessoa ou assunto, então eu a trato minha postura como aceitável, sendo ou não).
Em essência, nós, as pessoas comuns, somos tentadas a usar a parte do grupo social que não nos refletem ou com quem não nos identificamos (em geral minorias ou outsiders) como alvo para toda a nossas frustrações… como um respiradouro. Como uma forma aceitável e racionalização (na linguagem de Freud). "O problema não somos nós... são os outros!"
Dia 10 de Maio, de 1933, foram queimadas em praça pública, em várias cidades da Alemanha, as obras de escritores alemães "inconvenientes", como Sigmund Freud! |
Todos estas “personas estereotipadas” “colaboraram” ou era “causa” dos problemas econômicos, sociais, políticos… em todo o país. Com o foco de toda a sua ira sobre os “inimigos dos homens de bem”. Assim, deixar fluir sua raiva e cultivar o ódio e frustração, em um “alvo” acabava por ser um alívio. Isto não é “a” explicação para o holocausto, mas um componente do mesmo. O Holocausto só foi possível por esses mecanismos estarem ativos sem reflexão por parte das pessoas COMUNS.
Claro que pessoas como Joseph Goebbels souberam manipular as emoções do “Zeitgeist” do seu povo, o “espírito de época”. O Ranço que fervia na Alemanha média era a energia… Goebbels, Hitler precisavam só dar um foco.
Da minha parte: Eu pensava que tinha lido o termo Bode Expiatório em “Totem e tabu: Alguns Pontos de Concordância entre a Vida Mental dos Selvagens e dos Neuróticos”, livro de 1913 de Freud, que eu acredito ser obrigatório de ler de qualquer forma... Mas foi no trabalho do antropólogo René Girard a respeito do “sacrifício”, publicação de quase 100 anos depois, que eu achei a figura do “bode expiatório” nos meus alfarrábios. Tem um texto onde comparam o trabalho dos dois e eu devo ter juntado em uma lembrança só!!!Fica aqui a minha desculpa pelo meu erro… e pela confusão.
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