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A FALTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE AS PESSOAS MATA! A Endemia de Suicídio se apresenta, novamente, no Japão e acende o aviso de emergência no mundo!

 O Japão enfrenta um número sem precedentes de suicídios infantis, segundo dados publicados neste mês pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão. Só no ano passado, 514 estudantes dos ensinos FUNDAMENTAL e MÉDIO tiraram suas vidas — entre eles, 17 crianças com 12 anos ou menos.

É a primeira vez desde que as estatísticas começaram a ser compiladas em 1980 que o número de ocorrências passa de 500.
Embora os suicídios de japoneses de todas as idades tenham aumentado 4,2% em 2022, chegando a 21.881 casos, a estatística ainda está distante do recorde histórico de 34.427, registrado em 2003.
A queda dos suicídios no Japão nas últimas duas décadas foi de cerca de 40%, e é atribuída ao esforço de organizações não-governamentais como a Lifelink, fundada em 2004. A ONG foi criada por Yasuyuki Shimizu, motivado após dirigir um programa investigativo de televisão sobre crianças que ficaram órfãs após o suicídio de seus pais.
Apesar da APARENTE queda geral, o suicídio de menores de idade continua AUMENTANDO e isso significa que as medidas de apoio não são suficientes!
O país tem políticas públicas criadas para informar, ajudar e envolver toda a sociedade há mais de 15 anos; especialistas creem que redes sociais e pressão acadêmica são agravantes.
Porque tem tanto suicídio no Japão?


A Priscila conhecida profissionalmente como Prizza é uma youtuber, influencer e modelo comercial brasileira, Prizza se mudou para o Japão em 2017. Ela fala sobreo o problema atual do Japão com a saúde mental de seu povo!




Yasuyuki Shimizu deixou o jornalismo investigativo para se dedicar à questão social que considera premente. Para ele, a tecnologia e as redes sociais têm agravado o problema, já que as mensagens, em casos de bullying, perseguem as crianças 24 horas por dia. Os especialistas lembram, no entanto, que o suicídio é sempre multicausal, sem um só detonador.

No Japão, que lida há anos com um declínio das taxas de natalidade e o envelhecimento, a pressão acadêmica e o medo do bullying são alguns dos fatores associados ao suicídio infantil, principalmente no final das férias. Questões familiares também contribuem para causar o desejo de “querer desaparecer deste mundo”, segundo o especialista.

Um outro ponto, continuou Shimizu, é a violência machista:

— Muitas das crianças que nós atendemos falam da mãe querendo tirar a própria vida depois de apanhar do pai. Isso pode criar um ciclo.

O Lifelink recebe uma média de 4 mil ligações telefônicas e 3 mil mensagens de texto, muitas delas vindas de menores de idade. As crianças e adolescentes japoneses se familizam com o suicídio por meio de informações frequentes sobre o tema, afirmou Shimizu, que descarta a visão generalizada ocidental de que a cultura japonesa incetiva as pessoas a desistirem da vida por meio de celebrar na sua literatura e em seu cinema atos como o harakiri ou os pilotos kamikaze.

Embora no Japão as emissoras nacionais de TV adotem eufemismos como “acabar com sua própria vida”, as estatísticas do ato são anunciadas anualmente na mídia e nos sites de ministérios, governos regionais, da polícia e de instituições que promovem saúde mental. Na rua, contudo, o suicídio ainda é uma palavra “tabu nas conversas, apesar de não receber a categoria de pecado que lhe é atribuída por religiões como o cristianismo ou o islamismo”, explica Shimizu.

— Quando as crianças puderem dizer o que pensam em suas escolas ou em casa, creio que a quantidade de crianças que se suicidam diminuirá — disse o especialista.

A mídia japonesa frequentemente cumpre as recomendações da Organização Mundial de Saúde de omitir os métodos ao noticiar suicídios. Ainda assim, no caso de mortes de celebridades, os detalhes costumam a vazar nas redes sociais e sua repercussão é praticamente imediata.


Shimizu cita os picos que ocorrem depois que os suicídios de pessoas famosas vêm à tona. Em julho e setembro de 2020, os atos cometidos por um popular ator de 30 anos e de uma atriz de 40 anos foram emulados por pessoas de idades semelhantes, dobrando as mortes pelas próprias mãos nos dias seguintes ao anúncio de ambos incidentes.

Problema social e politicas publicas

Muitos japoneses associam o suicídio à vergonha e o relegam a um problema individual restrito a pessoas fracas. Em 2006, com a ajuda de parlamentares que ouviram depoimentos de crianças cujos país morreram por suicídio, Shimizu rascunhou e aprovou com sucesso a Lei Básica de Combate ao Suicídio, cujo fim é transmitir a mensagem de que fazer frente à questão é um trabalho que cabe à sociedade como um todo.

Depois de criar metas numéricas para reduzir a taxa de suicídio a níveis semelhantes aos de outros países industrializados, a Lei Básica produziu quase duas décadas de queda nos atos. Permitiu também uma dinâmica colaborativa que evita os habituais obstáculos entre organizações, priorizando soluções.

— Porém o mais importante é ensinar as crianças a enviar uma mensagem pedindo auxílio e ajudar a conscientizá-las de que não há problema em fazer isso — disse o fundador do Lifelink.

Logo no início da pandemia, Shimizu gerenciava a criação de um órgão chamado Centro de Prevenção do Suicídio no Japão, que fez frente ao aumento dos suicídios durante as quarentenas e compensou em parte o fechamento dos centros de apoio devido às restrições sanitárias. Em janeiro de 2021, o centro foi classificado pela Organização Mundial da Saúde como um “centro colaborador que realiza pesquisa e treinamento para prevenção do suicídio”. Entre seus objetivos estão o intercâmbio acadêmico internacional, a exportação de suas experiências para outros países e a criação de uma rede global de medidas contra o suicídio.

ORIGINAL:https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/03/suicidios-de-criancas-no-japao-atinge-maior-numero-da-historia-do-pais.ghtml

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