Aqui esta o meu exercício é cruzar a psicologia geral com a psicanálise em uma leitura sobre o tema de uma postagem de uma Comunidade do Facebook sobre Psicanálise.
Falando claramente eu não estou respondendo ninguém em especial de fato… estou ME treinando. Não respondo com Psicólogo nem como psicanalista… mas como um estudante… fatalmente terei arestas para aparar.
Espero que seja útil a mais alguém.
Dito isso: ESSA É UMA BOA OPORTUNIDADE PARA FALAR SOBRE MASCULINIDADE FRÁGIL!
A "masculinidade frágil" é um termo que surgiu nas discussões sobre gênero e sociologia para DESCREVER UM EVENTO RECORRENTE: O estado de INSEGURANÇA expresso de forma INDIRETA nos comportamentos que alguns homens têm expresso em relação à sua identidade masculina.
Homens que VIVENCIAM sentimentos de MASCULINIDADE FRÁGIL fantasiam que existe em algum patamar da natureza uma estrutura externa que o define como masculino! Entretanto, antropologicamente falando, cada cultura constrói a imagem do que é o masculino de forma diferente, tendo muitos pontos em contradição e outros em comum. A masculinidade acaba não sendo um conceito estático, mas sim algo que é constantemente construído e reconstruído através de práticas sociais e culturais.
Assim esse homens com Masculinidade Frágil sentem-se agredidos toda vez que alguém, fora dos seus rígidos e irrealistas padrões, se manifesta sobre condutas e questões que lhes toca a presunção de sua seara!
Eles são tão frágeis que não conseguem lidar com a exposição do que lhe é diferente. Uma clara manifestação de posição narcísica.
Eles são tão frágeis que não conseguem lidar com a exposição do que lhe é diferente. Uma clara manifestação de posição narcísica.
O SUPEREGO é o termo da psicanálise usado para se referir à parte da nossa constituição mental que age como uma espécie de CONSCIÊNCIA MORAL, internalizando as normas e valores sociais. Quando uma pessoa tem um superego muito rígido acaba por internalizar uma visão muito rígida e estereotipada do mundo. e sofre sempre que o mundo não corresponde a essa visão.
Ao que tudo indica a MASCULINIDADE FRÁGIL estrutura o “significado” de ser “masculino” de forma irrealista por sentir ansiedade ou medo de não estar à altura desses padrões.
Isso resulta nos COMPORTAMENTOS COMPENSATÓRIOS que são característicos da masculinidade frágil.
Isso resulta nos COMPORTAMENTOS COMPENSATÓRIOS que são característicos da masculinidade frágil.
O esforço é manter a IDEALIZAÇÃO do que é ser homem, fortemente influenciado pelo contexto social, por um Superego rígido idealista e por necessidade de estruturar um lugar no mundo! Esses homens constroem, para esse fim, essa figura mítica de uma masculinidade tradicional (inventada) e normativa que não deve ser desafiada ou questionada, mesmo que pela realidade da vida.
Esses padrões influenciam e quando internalizados, servem para proteger as pessoas de enfrentar seus medos e defeitos que são insuportáveis de enfrentar conscientemente. Sentimentos esses que são recalcados em camadas e mais camadas internas de estereótipos. O que acaba por gerar:
- Dificuldade em expressar emoções ou admitir vulnerabilidade, muitas vezes derivada do estigma social de que homens "reais" não choram ou não mostram fraqueza;
- Tendência a reagir de forma exagerada ou agressiva a desafios percebidos à sua masculinidade, como ser provocado ou desafiado em alguma característica que a sociedade tradicionalmente associa ao ser homem;
- Resistência a envolver-se em atividades ou interesses considerados não-masculinos ou femininos, por medo de serem vistos como menos masculinos;
- Manutenção de relações interpessoais baseadas em dominação ou competição, ao invés de emoções ou apoio mútuo;
- Reforço de estereótipos de gênero e crítica de homens que não se conformam com esses estereótipos…
O que resulta em POSIÇÕES DEFENSIVAS, PASSIVO-AGRESSIVO (aquela em que responde que está tudo bem e que não está com raiva, ainda que esteja visivelmente furioso) ou COMPORTAMENTOS EXAGERADOS para reafirmar sua masculinidade irrealista o tempo todo. Desta forma, esse comportamento é uma tentativa desesperada para sustentar-se diante das claras informações externas que contrapõem a suas fantasias e para evitar de ter de encarar a inadequação de sua natureza real interna.
A MASCULINIDADE FRÁGIL É PROBLEMÁTICA porque pode contribuir para uma dinâmica social nociva, como a promoção do machismo, a homofobia, o sexismo e uma cultura que desencoraja homens a buscar ajuda ou apoio emocional. Também pode levar a comportamentos de risco, como agressão física e recusa ao uso de medidas de segurança (como cintos de segurança ou capacetes) por parecerem sinais de fraqueza.
Para superar a masculinidade frágil, muitos pesquisadores sugerem a necessidade de expandir as definições culturais de masculinidade para incluir uma gama mais ampla de experiências e expressões emocionais, permitindo assim que homens possam viver de uma forma mais autêntica e menos restritiva.
Mas como ser um homem autêntico?
Focando na SUA PESSOA e não na sua masculinidade apenas!
UM HOMEM É MUITO MAIOR QUE SUA MASCULINIDADE ASSIM COMO UM CANHOTO É MUITO MAIS QUE UM BRAÇO ESQUERDO!
Talvez a única maneira de pensar esse processo de forma mais ampla esteja na perspectiva que se concentra na experiência humana individual e na busca por significado de si mesmo!
Ajudar ao paciente a encontrar e viver a SUA AUTENTICIDADE, e não os rótulos encorajando-o a ENCONTRAR A SI MESMO mesmo que em um mundo construído a partir de pressões sociais e influências do ambiente externo. As experiências de vida, objetivos e relacionamentos interpessoais precisam ser analisados pela suas idiossincrasias e não fundamentados em estereótipos aprendidos ou normas de círculos sociais auto alimentados por preconceitos.
É o momento de incentivar os indivíduos a explorar sua própria natureza e experiência de vida. Promover o autoconhecimento que emancipa para viver a liberdade de expressão e de escolha.
Por enquanto é só.
Que este texto seja útil!
Fiquem bem!
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