Você provavelmente é um neurótico.

Para a psicanálise todas as pessoas (todas mesmo... inclusive você) em algum momento de sua evolução como pessoa, entre o seu nascimento e seu atual estado de vida adulta, precisou reprimir parte dos seus impulsos básicos, por conta das demandas culturais, por necessidade de negociar afeto e garantir carinho... mas, sempre contra a sua própria vontade.


Em outras palavras, você até queria fazer diferente (escolhas, comportamentos, respostas), mas acabou por reprimir (essas mesmas escolhas, comportamentos, respostas) simplesmente porque não teve outra opção na hora, mas no fundo, não podia renunciar a esses impulsos básicos também!


Não podendo fazer do seu modo (as tais escolhas, comportamentos, respostas...) Fez de outra maneira MAS guardou dentro de si a vontade primeira! Então! Isso são a repressão e o recalque.


Nessas escolhas entre o que tu faz (com as tais escolhas, comportamentos, respostas...) com o material reprimido e o que tu não vai fazer (com as tais escolhas, comportamentos, respostas...) nasce o regulador do que pode ou não pode na sua vida... o Superego.


A neurose é  os pequenos desequilíbrios mentais de angústia e ansiedade, mas que não afetam o pensamento racional, apesar de ficarem lá pipocando e se manifestando no que o Superego autorizou se manifestar.


Erros de falas, chistes, atos falhos, condutas repetidas, manias... Tudo isso é resposta neurótica ao material reprimido.

Ela pode afetar as emoções e a autoconfiança, causando instabilidade emocional, desordens no sentido e na ação.


Freud definiu três importantes características de uma pessoa neurótica: compulsão, obsessão e fobia.


A compulsão é quando a pessoa substitui o gozo inconsciente por um sofrimento consciente suportável, gerando uma repetição sem controle racional.


Complicou?


Calma: A compulsão pode ser entendida como um comportamento repetitivo que a pessoa realiza originalmente para aliviar a ansiedade ou o sofrimento, como uma tentativa de substituir prazer que não foi permitido no inconsciente (as tais escolhas, comportamentos, respostas... reprimidas pelo Superego) trocadas por um "sofrimento" consciente, mas ainda assim mais suportável.


A obsessão ocorre quando o paciente faz com que o objeto inconsciente se separe da situação do pensamento original, substituindo o original por coisas imaginárias. Fetiches nascem assim: Você queria a atenção de "X" (ou pai, ou mãe, ou quem importe) E essa pessoa gostava de um sapato... e você passa a gostar de pés (bhá, bem simplificado); 


Já a fobia é quando o indivíduo projeta o prazer para fora do seu eu, em que o objeto ameaçado representa a angústia. As transferências começam assim.



A palavra “neurose” tem origem no grego “neuron”, que significa “nervo”. O termo foi utilizado pela primeira vez em 1769 pelo médico escocês William Cullen para se referir a distúrbios psicológicos e doenças nervosas, como Alzheimer e Parkinson, que interferem na personalidade. 


Em 1893, Sigmund Freud redefiniu o conceito para fazer referência à forma como as pessoas se relacionam consigo mesmas e como reagem à vida. A neurose é um dos pontos principais da psicanálise freudiana. Freud acreditava que a angústia e sofrimento são causados pelo inconsciente.


PÉRA! Tu tá dizendo que uma pessoa que está preocupada demais consigo mesma não é um Narcisista mas é um NEURÓTICO?


Quase! Estou dizendo que SEM ANALISAR CADA CASO tu pode confundir uma coisa com a outra ou pode até estar lidando com as duas ao mesmo tempo e não vais perceber!


Uma pessoa que está preocupada demais consigo mesma não é necessariamente um narcisista, mas pode ser um neurótico. A neurose é um distúrbio psicológico que pode se manifestar de várias maneiras, incluindo preocupação excessiva consigo mesmo. A preocupação excessiva é uma característica comum entre os indivíduos neuróticos. Embora o conceito de “neura” utilizado pelas pessoas no dia a dia não esteja totalmente alinhado com as definições da psicanálise, um fator está totalmente correto em ambos: a preocupação excessiva. Esta é muitas vezes originada de vestígios do passado que nos perseguem em todas as novas situações. O agravamento dos sentimentos e emoções negativas que constantemente atingem os neuróticos pode causar transtornos mentais, como depressão, ansiedade e fobias.


Outra coisa que me incomoda é a facilidade das pessoas confundirem “Neurose” e “Neuroticismo”


Parece igual, mas são termos diferentes, embora estejam relacionados. 


A “Neurose” é um distúrbio psiquiátrico que afeta a capacidade de adaptação e a realidade. É a preocupação exagerada ou excessiva.


Existem diferentes tipos de neurose, como neurose ansiosa, neurose depressiva, neurose histérica, neurose obsessiva-compulsiva, neurose de caráter e neurose de compensação. 


O “Neuroticismo”, por outro lado, é um traço de personalidade que se refere a uma tendência para experimentar emoções negativas, como ansiedade, tristeza e raiva. Embora o neuroticismo possa aumentar o risco de desenvolver neuroses, nem todas as pessoas com neuroticismo desenvolvem neuroses.


Pessoas saudáveis quando perdem alguém enfrentam o Luto! Neuroticismo é o quanto o luto te afeta! Pessoas SEM reação ao luto tem BAIXO neuroticismo.


Todos nós temos que lidar mentalmente com desejos que precisam de uma boa dose de autocensura. Somos todos neuróticos e vivemos sob o impacto de provações dignas de verdadeiras neuroses.

Estamos em um mundo que muda o tempo todo, sempre à beira de um ataque de nervos, e temos a sensação de que a vida irá nos enlouquecer. Afinal, temos limites e estamos com diversas atitudes no cotidiano que trazem desconforto ou contrariedade.


 “Neuróticos somos todos nós: pessoas que têm conflitos internos e lidam com eles por meio de repressões mentais” (Freud).


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