Respirando melhor13/11/2012 | 17h02
Áreas de maior interesse serão as bronquiolites, o impacto de doença pulmonar em bebês prematuros, asma e fibrose cística
A relação de doenças respiratórias com a poluição, os novos tratamentos da asma e a eficácia do antibiótico em casos de bronquiolites já eram temas de estudo do Instituto de Pesquisa Biomédica (IPM) da PUCRS. Mas desde a última segunda-feira, eles passam a integrar o Centro de Pesquisas Infant, um novo centro de pesquisa especializado neste tipo de doença.
O grupo não é exatamente novo, segundo explica o diretor do Infant, Renato Stein. Ele já existe informalmente há 10 anos, mas somente agora sua existência será institucionalizada. Considerado referência no Brasil e América Latina, é composto por nove pneumologistas pediátricos formados no exterior, em países como Austrália, Estados Unidos e Alemanha, além de biólogos, farmacêuticos e enfermeiros.
As áreas de maior interesse serão as bronquiolites, o impacto de doença pulmonar em bebês prematuros, asma e fibrose cística.
Um estudo iniciado recentemente — e financiado pelo CNPq — vai analisar a situação de quase duas mil crianças da rede municipal escolar de Porto Alegre, entre nove e 12 anos, e verificar a situação desta amostra em relação às doenças respiratórias. Os dados preliminares evidenciam que quase 40% das crianças têm exposição ao fumo, 40% estava em sobrepeso ou obesidade e quase 90% dos casos não estavam tratados.
Stein explica que entre os objetivos do centro estão a educação para a saúde, o desenvolvimento de novos medicamentos de prevenção, como vacinas, e a colaboração com órgãos de saúde pública por meio de pesquisas que apresentem novos cenários de prevenção e tratamento.
Doenças como a asma, que matam sete pessoas por dia (Datasus/2011), tornaram-se um problema de saúde pública que lota os hospitais, segundo o médico e diretor do IPM, Paulo Pitrez.
— A asma costuma ser negligenciada pelas autoridades — explica o médico.
Principais focos de pesquisa do Infant:
Bronquiolites — Doenças virais comuns nos primeiros anos de vida, também conhecida como os bebês chiadores, tendem a se intensificar no período de inverno e são um dos principais motivos da lotação da emergências pediátricas no Estado.
Asma — Doença crônica mais prevalente no Brasil, atinge 17% das crianças em Porto Alegre. É associada diretamente a exposição ao fumo, sobrepeso ou obesidade e na maioria dos casos, não é tratada.
Doença pulmonar em bebês prematuros — Nos últimos 15 anos, triplicou o nascimento de bebês prematuros por razão multifatorial. Bebês prematuros têm quase o dobro de chance de ter doenças respiratórias.
Fibrose cística — Herdada geneticamente, esta doença é caracterizada por uma obstrução crônica das vias aéreas, diminuindo a capacidade de ventilação.
>>> Como ter acesso
Para utilizar os serviços do Infant, a população que utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS) pode solicitar encaminhamentos pelos postos de saúde, marcação de consultas via convênios ou em planos particulares
ZERO HORA
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