Um “homem só” não existe.
Todo os homens estão cercados por tudo que lhe trouxe até ali. Cercado por tudo
que construiu o “ali” onde ele esta. Acompanhado por todos que lhe estimularam
durante sua vida, todos que lhe podaram em seu passado, todos que lhe negaram e
todos que lhe deram suporte. Todos cuja a presença ou a ausência o tornaram
único e possível de estar ali.
"Um homem" é um recorte no tempo, no espaço e na história.
"Um homem" é um recorte no tempo, no espaço e na história.
Fazendo uma pequena retrospectiva percebemos que se em nossa vida tivesse apenas
mais apoio “nisso” seriamos invariavelmente outro... Se fossemos menos estimulado “naquilo”
seriamos ainda outro... Se tivéssemos mais oportunidade para “outro tanto” faríamos
tudo diferente...
Fatalmente somos consequência de um universo de estímulos e ausências. Não somos
plenamente “livres”. Podemos perceber que tudo esta ligado as “causas” que nos deram “condição”
de estar e ser como estamos e somos, nossa interpretação limitada da realidade nos
suscita um terrível problema: “Estamos irremediavelmente “preso” a tudo que nos
condicionou???
Felizmente não.
O homem não é limitado pelas causas e condições. Apesar de ser esta a primeira
impressão que se possa ter esta não é a única resposta diante de uma realidade
de causas e consequências como a nossa.
Todo o homem nasce no mar de causas e consequências. Mas as “condições” são como
o ar e a gravidade na vida de um pássaro por exemplo.
A “consciência” de um homem é como as asas de um pássaro diante das condições
que a vida lhe apresenta. Você não nasce livre, mas é potencialmente livre. Assim como um pássaro que nasce pesado na terra e preso a
lei da gravidade e não se furta de aprender a voar um homem é um ser que nasce
no carma e no mar de Samsara, mas potencialmente, pode viver o Nirvana.
Assim um homem só se vê “só” como o pássaro que não percebe o vento e a tudo e a
todos que esta inegavelmente ligado.
Um homem se vê “preso” é como um pássaro percebe apenas seu
peso, o rigor do vento que lhe oprime.
Um homem que estuda sua mente é como um pássaro que explora as utilidades de
suas asas.
Um homem iluminado é um pássaro que plana
nas alturas sobre as intemperes.
Abramos nossas asas.
Sintamos o vento.
Sigamos.
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