O movimento que pode resultar em ‘CLT’ nos EUA

 Greves e pedidos de demissão em massa: o movimento que pode resultar em ‘CLT’ nos EUA

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Mariana Sanches - @mariana_sanches pela BBC News Brasil em Washington, 26 novembro 2021

Kit Stoll, de 21 anos, se demitiu esta semana do posto de barista de um café em Nova Jersey e postou sua experiência em fórum antitrabalho.

Na última segunda-feira, (22/11), Kit Stoll, de 21 anos, se demitiu do posto de barista em um café em Nova Jersey, Estados Unidos. A crescente insatisfação de Stoll com o emprego, no qual permaneceu por cerca de um ano, as frequentes broncas aos gritos da chefia e o baixo custo-benefício entre muito trabalho e pouco salário poderiam ter sido uma experiência quase solitária, mas nos últimos meses foram acompanhadas praticamente em tempo real por centenas de milhares de pessoas.

Stoll postou sua história - inclusive a demissão - em um fórum da plataforma Reddit batizado de Antiwork Movement (ou movimento anti-trabalho, em português). "Tirei meu avental e saí. Assustador no início, libertador depois", escreveu Stoll apenas horas após sua demissão, em mensagem que recebeu centenas de comentários e milhares de likes em minutos.

"Muito obrigado a vocês por todo o amor e apoio em meio ao momento mais estressante que já vivi", acrescentou Stoll.

Relatos como o de Kit Stoll, de demissões ou episódios de abusos no trabalho, se acumulam aos milhares neste fórum. São casos de pessoas que foram convocadas a trabalhar no dia do próprio casamento ou na hora do velório da bisavó. Trabalhadores que receberam advertências por irem duas vezes ao banheiro em cinco horas de turno ou que foram demitidos por chegarem atrasados após uma sessão de hemodiálise ou de quimioterapia. E gente que, mesmo precisando do dinheiro - como Stoll, que vive com os pais e reduziu seus gastos ao mínimo - resolveu usar parte das economias e ficar fora do mercado de trabalho por ao menos um tempo.

Revolucionário ou preocupante?

O espaço virtual já existia antes da pandemia de Covid-19, mas aumentou ao menos dez vezes durante os últimos 18 meses. O fórum antitrabalho se tornou um sinal de um problema que tem sido apontado como grave e profundo na economia americana: há vagas de sobra, mas não há trabalhadores que as aceitem nas condições dadas, com salário baixo e sem garantias trabalhistas.

Estimativas atuais dão conta de ao menos 10 milhões de postos de trabalho em aberto. Os EUA têm taxa de desemprego de 4,6%. No Brasil, o índice chega a 13,2%.

A falta de trabalhadores nos Estados Unidos tem sido notada há quase um ano, mas boa parte dos analistas de mercado e economistas atribuía o fenômeno ao generoso auxílio a desempregados na pandemia, ao alto índice de casos e mortes por Covid-19 e ao fato de que crianças seguiam em aulas remotas, em casa. Tudo isso, diziam, afugentava os trabalhadores do mercado de trabalho.

Página do movimento antitrabalho no site Reddit - Fórum dedicado ao movimento antitrabalho no site Reddit chamou a atenção do Goldman Sachs como um sinal de que falta de trabalhadores pode ser fenômeno duradouro.

Mas a tese se mostrou ao menos parcialmente falsa. Apenas em setembro, mês em que o auxílio pandemia acabou definitivamente, em que as crianças retornaram a aulas presenciais, e em que a pandemia arrefeceu em boa parte do país, quase 4,5 milhões de pessoas pediram as contas.

O fato levou o banco Goldman Sachs a produzir um relatório em que aponta que a falta de trabalhadores nos EUA pode ser um "fenômeno de longo prazo" e representar uma ameaça ao crescimento da economia americana.

"Um risco de longo prazo para a participação da força de trabalho (na produção) é que as preferências e estilos de vida de alguns trabalhadores podem ter mudado depois de um ano e meio fora da força de trabalho. A melhor maneira de medir essa mudança no gosto pelo trabalho é provavelmente por meio da mídia social. Como resultado, vemos algum risco de que alguns trabalhadores optem por permanecer fora da força de trabalho por mais tempo, desde que tenham condições financeiras para fazê-lo", escreveu o economista do banco Joseph Briggs, no relatório produzido há duas semanas.

No último dia 21, a Forbes, principal revista de economia e finanças do mundo, publicou um artigo que dizia que a "grande demissão", como também tem sido chamado o fenômeno, "é uma revolução dos trabalhadores", "um levante contra chefes ruins e empresas surdas aos seus funcionários, que se recusam a pagar bem e tiram vantagens deles".

A carreira de 6 anos de Kit Stoll no setor de comércio e serviço nos EUA é um testamento sobre isso. Segundo Stoll contou à BBC News Brasil, clientes de supermercados chegaram a jogar produtos sobre seu corpo e rosto, sem que os superiores interviessem.

E quando a pandemia estourou, ninguém sequer avisou que seu trabalho em uma cafeteria universitária seria substituído por um totem eletrônico de produtos. "Cheguei pra trabalhar e descobri que tinha uma máquina no meu lugar", diz.

"Eu sinto que uma coisa vital neste movimento antitrabalho é que, embora o logotipo do fórum seja alguém deitado, não se trata de querer ser preguiçoso. Trata-se de mostrar seu próprio valor e saber seu próprio valor. A pessoa não vale um salário mínimo, não vale US$12 ou US$ 7,50 por hora, dependendo de onde mora. Ela vale muito mais e tenho esperança de que possamos mudar algumas coisas. E acho que as corporações deveriam ter medo de nós", diz Stoll.

Ela conta ter feito um cálculo simples: multiplicou o número de horas pelo salário mínimo oferecido em cada um dos 50 Estados americanos e confrontou os ganhos com os custos de aluguel, alimentação, transporte, saúde e educação.

"Conclui que é impossível viver com um salário mínimo nesse país, mesmo uma vida simples, não importa onde", disse ela.

Uma pesquisa feita pelo MIT no começo do ano chegou à mesma conclusão, mesmo com o aumento no salário mínimo proposto pelos democratas, de US$ 15 por hora.

Leis trabalhistas

Para Alexander Colvin, especialista em leis e conflitos do trabalho da Universidade Cornell, os Estados Unidos passam por um momento chave que pode alterar as características do capitalismo local, conhecido por seu mercado de trabalho com praticamente nenhuma regulação.

"A analogia que vejo é entre agora e a economia pós-Segunda Guerra Mundial. Houve essa forte recuperação (econômica) no pós-guerra e foi um período de grande conflito, muitas greves que realmente estavam sendo impulsionadas pela demanda pelos benefícios da vitória. Havia a ideia de que os trabalhadores haviam contribuído tanto nas fábricas quanto nos campos de batalha para a vitória. Agora que a guerra havia acabado, o pensamento era: 'OK, nós sacrificamos durante a guerra. Agora é hora de ver os benefícios disso'. A economia pandêmica e pós-pandêmica, têm algumas semelhanças com isso, estamos vendo esta recuperação de um período de sacrifício. As expectativas das pessoas mudam e elas sentem que merecem mais", analisa Colvin.

Ele cita que não só o movimento antitrabalho tem pressionado os patrões, mas que os EUA vivem uma alta histórica no número de greves.

Mais de 10 mil trabalhadores da fabricante de equipamentos agrícolas John Deere entraram em greve no começo de outubro pela primeira vez em 35 anos. Outros 1,4 mil funcionários das fábricas de cereal da Kellogg largaram os postos no mesmo período.

E a aprovação popular aos sindicatos (68%) é a mais alta desde 1965, segundo uma pesquisa do Instituto Gallup divulgada em setembro de 2021.

Para Colvin, o que o relatório do Goldman Sachs aponta como algo potencialmente negativo para a economia, pode se mostrar um ganho social importante.

"Há potencial para uma mudança real na direção de reconhecer mais direitos para os funcionários no trabalho. Os EUA se destacam como o país rico que não oferece proteções realmente básicas, como direito à licença médica remunerada, direito a férias básicas, a não ser demitido de forma injusta e arbitrária sem aviso prévio. O país tem mercado de trabalho totalmente desregulamentado. Isso está começando a mudar. E acho que essa mudança pode se acelerar", diz o especialista.

A título de comparação, todos os direitos que Colvin citou são garantidos no Brasil a quem é contratado sob o regime de Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT.

Segundo ele, não existe uma contradição entre leis trabalhistas e crescimento econômico acelerado, argumento frequentemente levantado pelos que defendem regulação mínima. O exemplo disso estaria dentro do próprio EUA: a Califórnia é um dos Estados que oferecem mais garantias aos empregados e é ao mesmo tempo o maior PIB do país e celeiro de inovação tecnológica.

Mas essas mudanças não virão espontaneamente. E por isso mesmo nos fóruns antitrabalho os trabalhadores tentam estimular uma espécie de boicote laboral das festas de fim de ano.

O período que se inicia com a Black Friday costuma ser uma temporada aquecida de contratações no varejo e no comércio, graças à alta das vendas.

Eventualmente, salários mais altos são oferecidos para atrair esses trabalhadores, mas os benefícios e os contratos costumam ser temporários.

Parte dos envolvidos no atual movimento trabalhista americano advoga que todos os trabalhadores que puderem se mantenham em casa e forcem perdas de lucros para as grandes empresas no período do ano mais rentável para elas.

"O ponto em que estamos é como se estivéssemos esperando um lado piscar. Quem vai piscar primeiro? A indústria vai desmoronar e tornar as coisas melhores para os funcionários? Ou eles estão apenas jogando um jogo de paciência, achando que o movimento antitrabalho vai fracassar (porque os trabalhadores ficarão sem dinheiro e terão que voltar aos postos)? Estamos indo para um ponto de ruptura massivo. É o suficiente agora? Não, mas pode ser? sim. E eu acho que enquanto o movimento continuar, eles serão forçados a fazer mudanças", afirmou à BBC News Brasil Steve Rowland, um ex-gerente de comércio com três décadas de carreira que acabou demitido durante a pandemia.

Rowland afirma que a demissão e o tempo em casa o fizeram ver como era tóxico o ambiente de trabalho que ele comandava. Para compartilhar as experiências de trabalhadores e gerentes de serviços como ele, Rowland criou o podcast "A zona de guerra do varejo".

Parte das empresas do varejo tem tentado mostrar adequações às demandas da força de trabalho. Algumas têm chegado a oferecer US$17 por hora, ou bônus de contratação de US$500. Outras oferecem auxílio-faculdade. Outras ainda têm garantido folgas em feriados, como o Thanksgiving, uma novidade na indústria.

Nada disso, no entanto, foi o suficiente até agora para reverter a tendência de falta de trabalhadores.

"Eles estão procurando por horas garantidas, por salários competitivos, por benefícios, já que o seguro saúde nos EUA é muito caro. O setor precisa ter muito mais foco no que os trabalhadores realmente desejam. Eles não querem festas da pizza", diz o ex-gerente.

A vida de Rowland é um exemplo disso. Aos 51 anos, ele recebe com frequência convites para voltar a ser gerente em todo tipo de comércio.

"Eu nem respondo mais. Não tenho desejo de ser um gerente nunca mais. Eu e minha esposa tivemos muitas conversas sobre como realmente simplificar nossa vida. Hoje eu descarrego caminhões e faço serviços braçais, na Carolina do Sul. Não tenho equipe, não tenho que dar ordens, nem ter responsabilidades. E isso é algo que tento dizer às pessoas: você pode sair daquilo em que está, desde que aceite alguns sacrifícios. É a primeira vez em meus 30 anos de trabalho que estou absolutamente em paz, contente e feliz com o que faço", disse Rowland.

O que é DISTIMIA?

O que é DISTIMIA? Um dos tipos de depressão mais difíceis de diagnosticar!


A servidora pública e comunicadora Ana Bacovis sentiu os primeiros sintomas da distimia — ou transtorno depressivo persistente — ainda na pré-adolescência. Aos 13 anos de idade, sofria com autoestima baixa, tinha problemas para se relacionar e começou a ter uma visão sempre negativa sobre a vida.

"Eu me via muito como uma pessoa realista, mas na verdade eu era pessimista. A gente acaba ficando numa situação que acha que é normal", diz ela.



Demorou algum tempo para que seus pais percebessem que o comportamento da filha era atípico. Momentos de raiva e irritabilidade foram os indicativos para que eles levassem Ana a procurar ajuda.

"Temos uma visão distorcida da depressão, mas eu tinha pontos de alegria, picos muito grandes de euforia, depois terminava e vinha a tristeza", relembra.Mesmo tendo os sintomas iniciais do transtorno, ela só recebeu um diagnóstico quando já estava com sinais mais avançados de depressão. Ao receber atendimento médico, a jovem soube que sofria de distimia e que tinha um grau moderado de ansiedade.

Assim como Ana, é muito comum diversos pacientes receberem o diagnóstico desse tipo de depressão após décadas convivendo com os sintomas. Muitas vezes, os sinais mais evidentes são confundidos com a personalidade, o "jeito" do indivíduo, e podem ser subdiagnosticados até por médicos.

Legenda da foto, Ana Bacovis apresentou os primeiros sintomas de distimia ainda na pré-adolescência


"A história mais comum que ocorre é alguém que tenha algum quadro de depressão leve ou de distimia, mas só quando os sintomas de depressão ficam mais graves é que o paciente procura ajuda e descobre que sofre com o transtorno", destaca Marcelo Heyde, psiquiatra e professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

O que é distimia?

O transtorno depressivo persistente é uma forma crônica de depressão e pode surgir na infância ou na adolescência, antes dos 21 anos de idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a distimia atinge aproximadamente 6% da população mundial.


A principal diferença dela para o tipo clássico é que, nesta, a pessoa consegue ser funcional e realizar suas atividades normalmente. No entanto, trabalhar, estudar e outras ações do dia a dia são um pouco mais difíceis de serem feitas.


"Ela faz as atividades com um custo maior da rotina e com uma produtividade reduzida por causa dos sintomas. Ela é funcional, mas a custa de maior esforço", explica Márcia Haag, psiquiatra e professora da Universidade Positivo, em Curitiba (PR).


Segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, ainda não há um consenso sobre o que provoca a distimia. Normalmente, o transtorno pode ser multifatorial e gerado por fatores estressores durante a infância, predisposição genética e biológica, traumas ou questões sociais.


"É possível perceber que na fase adulta, é muito comum o paciente chegar com choro fácil e quando vai investigar, ele era uma criança mais quieta e tinha dificuldade de relacionamento", ressalta Bianca Breda, psicóloga e especialista em terapias cognitivas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Esta forma crônica de depressão pode surgir na infância ou na adolescência

No caso de Ana, ela só descobriu a doença devido ao seu trabalho em um centro de apoio a crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Por ter atendimento psicológico no local, a jovem pôde entender o que estava acontecendo com ela.

Como identificar e diferenciar do tipo clássico?

Diferentemente de outros episódios de depressão, que são mais fáceis de serem reconhecidos, a distimia tem caraterísticas "camufladas" e próprias.

Além do tempo de duração ser maior, os sinais mais comuns podem se manifestar por meio de cansaço, fadiga, baixa autoestima, indecisão e pessimismo exagerado.

Já na depressão comum e mais conhecida, a pessoa tende a mostrar sintomas exacerbados de tristeza, desânimo, falta de interesse nas coisas, perda de apetite e outros sinais que podem ser percebidos por pessoas ao redor e pelo próprio paciente.

A distimia é considerada um dos tipos de depressão mais difíceis de diagnosticar — e atinge aproximadamente 6% da população mundial

"Na depressão há uma intensidade maior, o sofrimento de uma pessoa com depressão geralmente é maior e classificamos como leve, moderado ou grave. Geralmente está vinculada a algum evento", afirma Breda.

Não é personalidade

Esse transtorno é considerado um dos tipos de depressão mais difíceis de diagnosticar e em muitos casos é confundido como sendo parte "da personalidade" do paciente.

Por causa desse erro comum, o diagnóstico se torna tardio e prejudica os pacientes na busca pelo tratamento correto, que pode ocorrer após décadas. É fundamental, de acordo com os especialistas, deixar de dizer que determinada pessoa é chata, "cricri", que ela é e foi assim vida inteira e, por isso, não vai mudar mais.

"A distimia vem de forma devagar e arrastada, porém, com o passar dos anos, apesar de ser leve, o impacto funcional é grande, pois a pessoa ganha apelidos como ranzinza e mal-humorada. Isso culturalmente é aceito, mas vai atrasando o diagnóstico e também reforça o neuroticismo, que é um traço de personalidade de ver as coisas mais negativas", explica o psiquiatra da PUC-PR.

A servidora pública, por exemplo, tinha dificuldades em se relacionar na escola e não sabia o motivo. "Eu sempre tive uma insegurança muito maior, principalmente amorosa e me bloqueava muito", diz.

Ela também acreditou que todos esses sentimentos faziam parte do seu comportamento, e que, com o tempo, poderiam passar. Mas isso não ocorreu e a oscilação do humor acontecia com frequência.

"Quem tem distimia tem uma vida muito conturbada consigo mesma. A gente acaba se irritando uma hora", conta Ana.

Como procurar ajuda e tratar o transtorno

É fundamental que o paciente procure atendimento precoce para evitar subdiagnósticos. Muitas vezes, quando há uma queixa pontual em relação a uma outra doença, ele pode não procurar um serviço psiquiátrico e, de forma generalista, receber um diagnóstico de outra enfermidade e a distimia passa despercebida.

"A própria depressão tem até 50% dos casos que não são diagnosticados por médicos de atenção primária. Imagina a distimia que a pessoa pode se queixar de cansaço, fadiga e autoestima baixa. É bem comum associar com outras doenças psiquiátricas, transtornos de ansiedade e uso de substâncias", diz Haag.

O diagnóstico tardio, reforça a médica, pode ainda interferir no surgimento de outras doenças ou piorar cada uma delas.

"A distimia e depressão atingem o organismo de uma forma sistêmica e podem agravar condições clínicas crônicas como diabetes, hipertensão e doenças reumatológicas, fazendo com que o paciente precise de doses maiores de medicamentos ou uma associação superior de remédios para estabilizar aquela condição", diz ela.

Como ainda há um tabu em relação à saúde mental, identificar o transtorno pode ser ainda mais complicado. O recomendado é procurar atendimento com psicólogos e psiquiatras, que avaliarão o caso e poderão determinar a linha terapêutica correta, que pode ser feita com medicamentos ou somente psicoterapia.

Na época em que Ana descobriu a distimia, ela seguiu com psicoterapia e terapias "alternativas", já que, devido a sua idade, sua psicóloga preferiu não receitar medicamentos.

Por alguns anos, a servidora pública interrompeu as sessões de terapia, mas desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, voltou com o tratamento. Desde que retornou com o acompanhamento psicológico, percebeu uma melhora significativa.

Os especialistas reforçam a importância de não interromper o tratamento sem autorização de um profissional de saúde e que a evolução do transtorno precisa ser observada de forma contínua.

O acompanhamento médico pode durar meses ou anos, mas é indispensável para melhora dos sintomas e qualidade de vida do paciente.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62752634

Onde buscar ajuda?


CAPS e Unidades Básicas de Saúde (saúde da família, postos e centros de saúde)

UPA 24h

Samu 192

Hospitais

Pronto-socorro

CVV - Centro de Valorização da Vida (apoio emocional e prevenção do suicídio)

188 (ligação gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular)

www.cvv.org.br (Chat, Skype ou e-mail

Exaustos-e-correndo-e-dopados

Nos achamos tão livres como donos de tablets e celulares, vamos a qualquer lugar na internet, lutamos pelas causas mesmo de países do outro lado do planeta, participamos de protestos globais e mal percebemos que criamos uma pós-submissão. Ou um tipo mais perigoso e insidioso de submissão. Temos nos esforçado livremente e com grande afinco para alcançar a meta de trabalhar 24X7. Vinte e quatro horas por sete dias da semana. Nenhum capitalista havia sonhado tanto. O chefe nos alcança em qualquer lugar, a qualquer hora. O expediente nunca mais acaba. Já não há espaço de trabalho e espaço de lazer, não há nem mesmo casa. Tudo se confunde. A internet foi usada para borrar as fronteiras também do mundo interno, que agora é um fora. Estamos sempre, de algum modo, trabalhando, fazendo networking, debatendo (ou brigando), intervindo, tentando não perder nada, principalmente a notícia ordinária. Consumimo-nos animadamente, ao ritmo de emoticons. E, assim, perdemos só a alma. E alcançamos uma façanha inédita: ser senhor e escravo ao mesmo tempo.

Como na época da aceleração os anos já não começam nem terminam, apenas se emendam, tanto quanto os meses e como os dias, a metade de 2016 chegou quando parecia que ainda era março. Estamos exaustos e correndo. Exaustos e correndo. Exaustos e correndo. E a má notícia é que continuaremos exaustos e correndo, porque exaustos-e-correndo virou a condição humana dessa época. E já percebemos que essa condição humana um corpo humano não aguenta. O corpo então virou um atrapalho, um apêndice incômodo, um não-dá-conta que adoece, fica ansioso, deprime, entra em pânico. E assim dopamos esse corpo falho que se contorce ao ser submetido a uma velocidade não humana. Viramos exaustos-e-correndo-e-dopados. Porque só dopados para continuar exaustos-e-correndo. Pelo menos até conseguirmos nos livrar desse corpo que se tornou uma barreira. O problema é que o corpo não é um outro, o corpo é o que chamamos de eu. O corpo não é limite, mas a própria condição. O corpo é.

Os cliques da internet tornaram-se os remos das antigas galés. Remem remem remem. 

Cliquem cliquem cliquem para não ficar para trás e morrer. Mas o presente, nessa velocidade, é um pretérito contínuo. Se a internet parece ter encolhido o mundo, e milhares de quilômetros podem ser reduzidos a um clique, como diz o clichê e alguns anúncios publicitários, nosso mundo interno ficou a oceanos de nós. Conectados ao planeta inteiro, estamos desconectados do eu e também do outro. Incapazes da alteridade, o outro se tornou alguém a ser destruído, bloqueado ou mesmo deletado. Falamos muito, mas sozinhos. Escassas são as conversas, a rede tornou-se em parte um interminável discurso autorreferente, um delírio narcisista. E narciso é um eu sem eu. Porque para existir eu é preciso o outro.

Talvez parte do que consideramos ativismo seja um novo tipo de passividade
Há tanta informação disponível, mas talvez estejamos nos imbecilizando. Porque nos falta contemplação, nos falta o vazio que impele à criação, nos falta silêncios. Nos falta até o tédio. Sem experiência não há conhecimento. E talvez uma parcela do ativismo seja uma ilusão de ativismo, porque sem o outro. Talvez parte do que acreditamos ser ativismo seja, ao contrário, passividade. Um novo tipo de passividade, cheia de gritos, de certezas e de pontos de exclamação. Os espasmos tornaram-se a rotina e, ao se viver aos espasmos, um espasmo anula o outro espasmo que anula o outro espasmo. Quando tudo é grito não há mais grito. Quando tudo é urgência nada é urgência. Ao final do dia que não acaba resta a ilusão de ter lutado todas as lutas, intervindo em todos os processos, protestado contra todas as injustiças. Os espasmos esgotam, exaurem, consomem. Mas não movem. Apaziguam, mas não movem. Entorpecem, mas será que movem?

Sobre esse tema há um pequeno livro, precioso, chamado sugestivamente de Sociedade do Cansaço (Editora Vozes). Seu autor é o filósofo Byung-Chul Han, um coreano radicado na Alemanha que se tornou professor universitário de filosofia e estudos culturais em Berlim. Neste livro, Han faz um diálogo crítico com pensadores como Alain Ehrenberg, Giorgio Agamben, Michel Foucault, Hanna Arendt, Walter Benjamin e Friedrich Nietzsche, entre outros. Já meu diálogo com ele é por minha própria conta e risco.

Sobre nossa nova condição, Han diz:

“A sociedade do trabalho e a sociedade do desempenho não são sociedades livres. Elas geram novas coerções. A dialética do senhor e escravo está, não em última instância, para aquela sociedade na qual cada um é livre e que seria capaz também de ter tempo livre para o lazer. Leva, ao contrário, a uma sociedade do trabalho, na qual o próprio senhor se transformou num escravo do trabalho. Nessa sociedade coercitiva, cada um carrega consigo seu campo de trabalho. A especificidade desse campo de trabalho é que somos ao mesmo tempo prisioneiro e vigia, vítima e agressor. Assim, acabamos explorando a nós mesmos. Com isso, a exploração é possível mesmo sem senhorio”.

Os autônomos são autômatos, programados para chicotear a si mesmos
Chegamos a isso: a exploração mesmo sem patrão, já que o introjetamos. Quem é o pior senhor se não aquele que mora dentro de nós? Em nome de palavras falsamente emancipatórias, como empreendedorismo, ou de eufemismos perversos como “flexibilização”, cresce o número de “autônomos”, os tais PJs (Pessoas Jurídicas), livres apenas para se matar de trabalhar. Os autônomos são autômatos, programados para chicotear a si mesmos. E mesmo os empregados se “autonomizam” porque a jornada de trabalho já não acaba. Todos trabalhadores culpados porque não conseguem produzir ainda mais, numa autoimagem partida, na qual supõem que seu desempenho só é limitado porque o corpo é um inconveniente.

Para este filósofo, a sociedade do século 21 não é mais disciplinar, como na construção de Foucault (1926-1984). Mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos de obediência”, mas “sujeitos de desempenho e de produção”. São empresários de si mesmos.

Se a sociedade disciplinar era uma sociedade de negatividade, a desregulamentação crescente vai abolindo-a. A afirmação Yes, we can, segundo Han, expressa o caráter de positividade da sociedade de desempenho. No lugar de “proibição”, “mandamento” ou “lei”, entram “projeto”, “iniciativa” e “motivação”. Assim, não é um acaso que a depressão é a doença dessa época. A sociedade disciplinar é dominada pelo “não”. Sua negatividade gera loucos e delinquentes. A sociedade do desempenho, para a qual teríamos “evoluído”, ao contrário, produz depressivos e fracassados. A sociedade de desempenho, nas palavras de Han, produz infartos psíquicos.

"O depressivo é o inválido da guerra internalizada da sociedade do desempenho"
O depressivo seria o animal laborans que explora a si mesmo. É agressor e vítima ao mesmo tempo. A depressão irromperia no momento em que o sujeito de desempenho não pode mais poder. Afinal, se tudo é possível, como eu não posso? O imperativo do tudo é possível é, paradoxalmente, aniquilador. Porque, obviamente, tudo não é possível. Nada mais limitante do que acreditar não ter limites. E viver como se poder poder dependesse apenas da (livre) iniciativa de cada um. E não poder poder, ter limites, portanto, fosse um fracasso pessoal.

Han sugere que a depressão é um cansaço de fazer e de poder. Só uma sociedade que acredita que tudo é possível é capaz de engendrar a lamúria depressiva de que nada é possível. “Não mais poder poder leva a uma autoacusação destrutiva e a uma autoagressão”, diz o filósofo. “O sujeito de desempenho encontra-se em guerra consigo mesmo. O depressivo é o inválido dessa guerra internalizada.”

humano e acolhe uma imensidão de dados é também porque está livre de toda e qualquer alteridade. É, por excelência, uma máquina positiva. Tornar essa positividade uma qualidade a ser imitada é uma estupidez a qual temos aderido.

Há anos ouvimos tantos repetindo por aí: “Estou cansad@”. O cansaço, diz Han, é mais do menos eu. Mas a tragédia é que “o menos no eu se expressa como um mais para o mundo”. E, assim, a sociedade do cansaço, enquanto uma sociedade ativa, desdobra-se lentamente numa sociedade do doping. E leva a um “infarto da alma”.

Senhor e escravo ao mesmo tempo, temos uma chance enquanto houver também um rebelde. 

Escutá-lo é preciso. Anestesiá-lo não é.





Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter: @brumelianebrum



https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/04/politica/1467642464_246482.html

Dislexia e Discalculia.

A Dislexia é um distúrbio genéticohereditário da linguagem, de origem neurobiológica que dificulta o aprendizado e a realização da leitura e da escrita. O cérebro, por razões ainda não muito bem esclarecidas, tem dificuldade para encadear as letras e formar as palavras, e não relaciona direito os sons às sílabas formadas.

Já a Discalculia é um transtorno de aprendizagem que geralmente se manifesta em crianças, pois estão em idade escolar. Elas têm dificuldade para pensar, refletir, avaliar ou raciocinar atividades relacionadas à matemática.

A dislexia se manifesta como um distúrbio de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração e é considerado o distúrbio de maior incidência nas salas de aula.

Dados indicam que no Brasil, cerca de 40% das crianças em séries iniciais de alfabetização apresentam dificuldades escolares, e em países mais desenvolvidos, a porcentagem diminui 20% em relação ao número total de crianças matriculadas em séries iniciais.

De acordo com a Associação Internacional de Dislexia estas dificuldades resultam de uma deficiência no componente fonológico da linguagem, o qual é, frequentemente, imprevisto em relação a outras capacidades cognitivas e às condições educativas.

Não existe um consenso sobre as causas da dislexia, mas há fortes evidências de que se trata de um problema genético e hereditário, pois muitos indivíduos disléxicos apresentam, no mínimo, um familiar próximo com as mesmas dificuldades.

A Neuropsicologia afirma ainda que a dislexia afeta as áreas do cérebro responsáveis pela aprendizagem da leitura e da escrita, as quais seriam resultantes de dificuldades no processamento e consciência fonológica.

A dislexia não tem origens emocionais nem é causada por fatores ambientais como instrução inadequada, apesar desses fatores poderem agravar os sintomas dos disléxicos.

A incidência de dislexia parece ser maior em meninos do que em meninas, o que pode estar relacionado com a maneira como os sintomas são identificados, já que meninas apresentam, em geral, um comportamento menos agitado mais calmo do que os meninos e os sintomas da dislexia podem ser mais difíceis de ser observados.

Existem dois tipos de dislexia: a dislexia de desenvolvimento e a dislexia adquirida.

A dislexia de desenvolvimento se relaciona à diminuição da capacidade de leitura associada à disfunção cerebral e alteração específica na aquisição das habilidades de leitura e consequente dificuldade no aprendizado da leitura.

A dislexia adquirida ocorre quando o aprendizado da leitura e da escrita que foi adquirido normalmente, é perdido como resultado de uma lesão ou trauma cerebral.

A discalculia é causada por alterações neurológicas que provocam dificuldade em aprender tudo o que está números como as operações matemáticas, em entender os conceitos e a aplicação da matemática; em seguir sequências e classificar os números do menor para o maior e vice – versa.

Como a matemática é uma ferramenta essencial em nossas vidas, é importante diagnosticar a discalculia o mais precocemente possível, mas assim como na dislexia, a detecção dos sinais ocorre no início da escolarização.

As áreas do cérebro associadas à discalculia, ao provocar a dificuldade na decodificação e compreensão dos símbolos e conceitos matemáticos são: 

O Lobo frontal: associado à concentração, planejamento, iniciativa e aos cálculos mentais rápidos.


O Lobo frontal: associado à concentração, planejamento, iniciativa e aos cálculos mentais rápidos.





O Lobo parietal esquerdo: associado às habilidades de sequenciação. Processa informações relacionadas às noções de espaço e volume.






O Lobo occipital: centro da visão, onde acontece a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos.






O Lobo temporal: é responsável pela percepção dos sons, memória a longo prazo, cálculos matemáticos básicos.





O diagnóstico da discalculia deve ser realizado quando o professor levanta a hipótese da existência desse transtorno no aluno, observando a sua trajetória da aprendizagem e deve-se ficar atento se os símbolos são escritos incorretamente de forma frequente, se há incapacidade em operar com quantidades numéricas, se não se reconhece os sinais das operações e se existe dificuldade na leitura dos números e em mentalizar as contas, o que também podem ser são sinais de dislexia.


No caso da dislexia, a avaliação deve ser realizada por fonoaudiólogos e e na discalculia, o neurologista irá avaliar, através exames de imagem e de avaliação clínica, a necessidade de encaminhamento da criança para o um tratamento adequado, geralmente realizado por psicopedagogos.


Sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH

Escrito por : Juliana Zantut Nutti - Psicologa pela Universidade Federal de Uberlândia e Doutora e Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos.

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é definido como uma desordem do desenvolvimento manifestada por indivíduos com intensa dificuldade para manter a atenção, controlar ou inibir os impulsos e autorregular a atividade psicomotora em situações diversas do cotidiano.

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é definido como um transtorno neurobiológico, com causas genéticas e que surge na infância, mas é crônico e permanece durante a vida.

Pode ser denominado como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) e, em inglês, é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

 - O Código Internacional de Doenças – CID 10 classifica o TDAH na categoria de transtornos hipercinéticos

 - O Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais - DSM - V- o denomina como transtorno por déficit de atenção com hiperatividade, tipos desatento, hiperativo, impulsivo e combinado.

O TDAH pode ser observado ainda antes da entrada na escola regular no ensino fundamental, através da constatação de conflitos frequentes e dificuldades oriundas da hiperatividade, impulsividade e/ou a desatenção no ambiente escolar.

No caso de suspeita da existência do transtorno, a escola deve realizar o encaminhamento da criança para a realização de procedimentos diagnósticos. Os dados obtidos por pesquisas demonstram o TDAH em crianças e adolescentes causam problemas de aprendizagem, retenção em pelo menos um ciclo/ano escolar, abandono dos estudos e expulsão da escola.

As manifestações típicas do TDAH na escola são as dificuldades de aprendizagem, perturbações motoras, no equilíbrio, na noção de espaço e de tempo, no esquema corporal e na organização como um todo. 


Existem três tipos de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, cada qual com sintomas diferentes. 


Os tipos são :

o tipo dificuldade de atenção, 

o tipo hiperativo - impulsivo e 

o tipo combinado.


As pessoas com o tipo dificuldade de atenção apresentam:

• foco de atenção curto;

• fácil capacidade de se distrair;

• dificuldades para prestar atenção em detalhes;

• erros variados na realização de atividades;

• muitos esquecimentos;

• falta geral de organização.


As pessoas com o tipo hiperativo – impulsivo:

• apresentam inquietação e agitação extrema;

• são incapazes de permanecer sentadas por algum tempo;

• correm e pulam exageradamente e quando não deveriam;

• falam exageradamente e interrompem a fala dos outros;

• respondem às perguntas antes que sejam finalizadas;

• têm problemas para esperar a sua vez de serem atendidas;


O TDAH do tipo combinado é o mais comum dentre os três tipos elencados e é caracterizado por uma combinação dos sintomas dos tipos dificuldade de atenção e hiperativo - impulsivo.

Apesar dos estudos realizados ainda não se pode atribuir uma causa consensual e específica para o TDAH.

Existem várias evidências de que são os fatores genéticos as causas mais relevantes.

E essas evidências se dão a partir das observações de casos parentes com TDAH nas famílias das crianças afetadas com esse transtorno, que é mais frequente do que nas famílias sem crianças com o TDAH.

A prevalência do TDAH entre os parentes das crianças é de cerca de 2 a 10 vezes maior do que na população em geral e foi preciso comprovar que a essa recorrência na família era devida a uma predisposição genética e não apenas uma influência do ambiente.

Os estudos genéticos levantaram a hipótese da participação dos genes na determinação do TDAH, especialmente os estudos com gêmeos e com crianças adotadas.

As pessoas com TDAH parecem ter alterações na região pré - frontal e nas suas conexões com o restante do cérebro, que é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com as outras espécies animais e responsável pelo controle do comportamento, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.

As alterações do funcionamento de neurotransmissores, como a dopamina e noradrenalina, que transmitem informação para as células nervosas ou neurônios, também podem estar relacionadas ao surgimento do TDAH.



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