Escuta ativa

Escuta ativa: características, exercícios e exemplos

Psicologia cognitiva

Escrito por Marissa Glover 26 maio 2020


Você já se perguntou o quão bom você é escutando as outras pessoas? Saber ouvir realmente é uma habilidade que é desenvolvida com o tempo e prática, pois, embora pareça que todos ouvimos os outros, nem todos o fazem da maneira adequada. As pessoas que são muito empáticas com as outras e as que costumam ser consideradas também bem-sucedidas no local de trabalho e social, tendem a ter essa habilidade bem desenvolvida.


O que é a escuta ativa?, como podemos saber se escutamos ou não adequadamente os outros?, como podemos desenvolver a escuta ativa?, quais são os benefícios que escutar de maneira ativa as outras pessoas traz para nós? Neste artigo de Psicologia-Online, falaremos da escuta ativa: características, exercícios e exemplos. Além disso, explicaremos com detalhe tudo o que você precisa saber sobre este assunto.


Quando falamos de escuta ativa, estamos nos referindo a uma maneira de comunicar onde a intenção de deixar a pessoa saber que está nos comunicando algo que realmente está sendo atendido e compreendido. Quando escutamos alguém de maneira ativa, fazemos conscientemente, ou seja, fazemos um esforço para concentrar toda nossa atenção no que a outra pessoa está nos comunicando e não apenas isso, mas também prestamos atenção suficiente para conhecer realmente como se sente.


É necessário mencionar que não se trata de fingir que você está prestando toda a atenção à outra pessoa, mas dedicar toda sua atenção e o fazer saber que aquilo que nos está dizendo é realmente importante.


Características da escuta ativa

Para que possamos considerar que realmente estamos escutando ativamente, quando escutamos devemos cumprir algumas de suas seguintes características:


Não fazer interrupções à pessoa que está nos comunicando algo.

Concentrar toda nossa atenção no que estão nos dizendo.

Prestar atenção não apenas no que nos dizem, mas também nos gestos e nas palavras.

Mostrar uma boa disposição em escutar os outros.

Retificar o que a outra pessoa nos disse para ter certeza de que você o compreendeu de maneira adequada.

Não fazer hipóteses ou suposições sobre o que a outra pessoa vai nos dizer.

Não se distrair e ficar pensando em outra coisa quando o outro estiver falando conosco.

Demonstrar à outra pessoa que realmente está prestando atenção.

Olhar no rosto da pessoa que está falando e prestar atenção nas suas expressões faciais.

Escuta ativa: características, exercícios e exemplos - O que é a escuta ativa segundo a Psicologia


Escuta ativa: exercícios e exemplos

Normalmente, não estamos acostumados a escutar ativamente os outros e pensamos que apenas pelo fato de estar presente quando alguém está nos comunicando algo e quando ouvimos o que estão nos dizendo, estamos ouvindo-o(a) como deveriam e esse não é o caso.


6 Exercícios de escuta ativa

Alguns exercícios que podemos realizar para desenvolver nossa capacidade de escuta são os seguintes:


1. Não julgue

Cada vez que alguém estiver dizendo algo, ouça-o com atenção e evite julgá-lo. Lembre-se de que essa pessoa está falando sobre o que sente ou da maneira como percebe as coisas e isso não tem necessariamente a ver com a maneira como você faz.


Exemplo: Um amigo(a) está lhe contando sobre seu medo de se aproximar da pessoa que ele gosta, pois é muito difícil estabelecer conversa com essa pessoa e começar a conhecê-la. Portanto, neste caso, a última coisa que você deve fazer é começar a julgá-lo e pensar ou dizer coisas como “que tolo você é”, “como você pode ter medo de falar com alguém?”, etc. é melhor tentar entrar em seu mundo e compreendê-lo, pois todos somos diferentes e o que para alguns é muito fácil, para outros pode ser o contrário.

2. Evite dar conselhos

Na grande maioria dos casos, quando uma pessoa está nos contanto algo que aconteceu com ela, o faz apenas para desabafar e porque gosta de sentir que alguém está lá para ouvi-la. Portanto, se a pessoa não pedir, evite dar conselhos, que certamente estarão baseados nas suas experiências e não na da outra pessoa.


Exemplo: Quando um amigo(a) está nos contando como está triste por ter terminado seu relacionamento e começa a chorar e desabafar, muitas vezes tendemos a começar a dar conselhos ou a dizer coisas para tentar “diminuir sua dor” quando essa pessoa só quer ser escutada.

3. Não interrompa o outro

Você nunca deve interromper a outra pessoa quando ela está falando, a menos que seja absolutamente necessário, pois, por exemplo, o que você dirá é algo extremamente importante ou você precisará pedir que ele repita algo sobre o que está falando porque você não entendeu bem, etc.


Exemplo: Quando alguém está nos contando algo e de repente o interrompemos para contar algo que aconteceu conosco, semelhante ao que ele está dizendo. O melhor é que esperemos a pessoa terminar de falar e depois podemos compartilhar também nossa experiência com ele(ela).

4. Preste atenção aos detalhes e faça-o saber

Quando você fala com seu interlocutor, tente mencionar algum detalhe que ele comentou da última vez que conversaram ou em ocasiões anteriores, isso fará com que ele tenha mais confiança em você, se sentirá mais ouvido e valorizado e fará com que se atreva a se abrir mais com você.


Exemplo: Quando alguém está contando algo que aconteceu com ele e, nesse momento, você faz um pequeno comentário lembrando de uma situação que aconteceu com você no passado e que tem a ver com o que está acontecendo com ele no presente.

5. Parafraseia

Quando estiver conversando com a outra pessoa, você pode repetir partes das últimas frases que disse com a finalidade de esclarecer o que está escutando para se assegurar de que está o compreendendo bem.


Exemplo: Seu vizinho está lhe contando o quão ruim era quando era uma criança, pois sofria maus-tratos físico e psicológico por parte do seu pai, portanto, você pode parafrasear coisas como: então seu pai maltratava você quando era você, etc.


6. Reflita sobre os sentimentos da outra pessoa

Além de parafrasear coisas que seu interlocutor está dizendo, você também pode mencionar alguns aspectos que pode interpretar sobre como ele se sentia na situação na qual estava.


Exemplo: Seu colega de trabalho está contando o mal que passou quando sua avó estava doente. Portanto, você pode dizer coisas como: “eu imagino que você deve ter se sentido muito triste e impotente”, “como é triste quando os avós ficam doentes”, etc.

Escuta ativa: características, exercícios e exemplos - Escuta ativa: exercícios e exemplos


Benefícios da escuta ativa

Existem muitos benefícios que saber escutar ativamente as outras pessoas traz, no entanto, entre as mais importantes, encontram-se as seguintes:


Ajuda a pessoa a resolver os conflitos interpessoais com mais facilidade.

Aumenta a autoestima da pessoa que fala, fazendo com que sintam importantes e valorizadas.

Mal entendidos são evitados.

Aumenta o nível de empatia que você tem pelas outras pessoas.

A pessoa que escuta pode aumentar seu nível de cultura geral e de inteligência, ficando mais facilmente com o que o interlocutor comunica.

As habilidades sociais da pessoa que escuta são mais desenvolvidas.

Uma imagem de inteligência é projetada para os outros ao perceber que toda a atenção da outra pessoa é prestada.

As relações interpessoais melhoram.

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.


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Bibliografia

Codina, A. C. J. (2004, 3 septiembre). Saber escuchar. Un intangible valioso. Recuperado em 24 janeiro, 2019, de https://www.redalyc.org/pdf/549/54900303.pdf

Navarro, P. F. N. (2017, 5 octubre). Escucha activa: técnicas prácticas para convertirte en un experto. Recuperado em 24 de janeiro, 2019, de https://habilidadsocial.com/escucha-activa/




Marissa Glover, Psicóloga licenciada em Psicologia pela Universidade Cristóbal Colón (Veracruz, México). Tenho um mestrado em Terapias de Terceira Geração pela Universidade Internacional de Valência e sou especializada em Terapia Cognitivo-Comportamental. Há vários anos que trabalho na criação e divulgação de artigos de interesse psicológico, além de oferecer cuidados psicológicos online.

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