A origem de Lesbicas e Safados!

Essa é a terceira maior ilha grega e a sétima maior do Mediterrâneo. Possui uma área de 1 630 km² com 320 quilômetros de litoral. Sua população é de aproximadamente 90 000 habitantes, conhecidos como "Λεσβιοι/Lesvioi", em portugues "lesbios", um terço dos quais vive em sua capital, Mitilene, no sudeste da ilha.


Hoje, Lesbos é uma ilha grega conhecida por sua beleza natural e rica história, mas também enfrenta desafios significativos. A ilha tem sido um ponto focal na crise migratória europeia, com muitos refugiados e migrantes chegando às suas costas. Isso tem gerado tensões e dificuldades humanitárias, especialmente após o incêndio no campo de refugiados de Moria em 2020.


Além disso, Lesbos continua a ser um destino turístico popular, com suas praias deslumbrantes, vilarejos pitorescos e uma rica herança cultural. A ilha também é famosa por sua produção de azeite e ouzo, uma bebida alcoólica tradicional grega.

Do nome grego da ilha nasceu a expressão “LÉSBICA”.

Esse termo originalmente referia-se aos habitantes dessa ilha (os lésbicos).


Mas em função de uma eminente poetisa: “Safo”, que viveu entre os séculos VII e VI a.C., é uma figura central nessa história. Safo é conhecida por seus poemas que celebravam o amor e a beleza, muitos dos quais eram dirigidos a outras mulheres.

Existe uma versão pouco defendida de que a palavra “safada” poderia estar relacionada à poetisa grega Safo, que viveu na ilha de Lesbos entre os séculos VII e VI a.C. Safo é conhecida por seus poemas líricos que frequentemente abordavam temas de amor e desejo.


Safo foi uma das poucas vozes femininas da Antiguidade cujos trabalhos sobreviveram até hoje. Ela é frequentemente associada ao amor entre mulheres, e sua obra teve um impacto duradouro na literatura e na cultura. A palavra “lésbica” passou a ser usada para descrever a homossexualidade feminina em referência à ilha de Lesbos, onde Safo viveu.


Existe uma crença de que Safo, a famosa poetisa de Lesbos, dirigia uma escola para mulheres na ilha. No entanto, essa ideia pode ser uma invenção posterior, possivelmente do século XIX, que confundiu Safo com sua protegida Damófila, que dirigia uma escola para meninas em Panfília (que hoje faz parte da Turquia).

Ainda assim, é provável que Safo tenha tido um círculo de jovens mulheres sob sua tutela, onde elas recebiam instrução e enriquecimento cultural.

Se tiver mais perguntas ou quiser saber mais sobre Safo e sua influência, estou aqui para ajudar!



Uma poeta celebrada em sua época

Safo é uma das poucas vozes femininas cujo trabalho sobreviveu desde a Antiguidade.

Safo popularizou a ideia do sofrimento do amor romântico. A reputação de Safo esteve, por muito tempo, envolta em mitos e lendas, frequentemente mudando para refletir as diferentes atitudes da sociedade ante o gênero e a sexualidade.

Embora o trabalho da poeta tenha se tornado sinônimo do desejo lésbico, na época em que Safo fez seus textos, 2.600 anos atrás, nada do que ela escreveu seria motivo de escândalo.

Ainda que na época fosse esperado que as mulheres se casassem com homens, os sentimentos e relações homossexuais eram vistos com naturalidade. Sabe-se que Safo pertencia a uma família aristocrática. Alguns textos antigos fazem referência a pessoas que parecem ser seu marido e sua filha, embora não seja possível ter certeza absoluta da existência deles.

Hoje Safo é considerada um ícone do amor homossexual feminino Safo foi reconhecida ainda em vida: era tratada como "a poeta", assim como Homero era tratado como "o poeta". Ela foi uma das poucas mulheres a ser retratada em cerâmica, o que é o equivalente grego antigo a aparecer em um programa de TV no horário nobre.

A linguagem do amor e do desejo Embora pouco de seu trabalho tenha sobrevivido, Safo é até hoje alvo da fascinação de eruditos e artistas. Com o passar dos anos, suas obras completas se perderam: só o que restou é um punhado de poemas completos e alguns fragmentos transcritos em papiros antigos.

Alguns eruditos acreditam que ela tenha escrito seus poemas para mulheres e meninas pertencentes ao culto de Afrodite, e que haviam celebrado ritos femininos como a puberdade, o casamento e o parto. Mas, ao longo do século passado, novas descobertas sobre seu trabalho levaram à compreensão do papel fundamental que ela desempenhou na configuração da linguagem do amor e do desejo, que usamos até hoje.


Atualmente, a mulher celebrada por Platão como a "Décima Musa" empresta seu nome a uma forma poética específica, chamada de estrofe sáfica, e é atribuída a ela a origem de algumas ideias e frases românticas comuns, como a referência à natureza "amarga" do amor.

Um dos poemas conhecidos dela diz: Mãe querida, já não tenho força para mover a agulha no bastidor, ferida como estou de amor por um jovem... e a culpa é de Afrodite.

No fragmento 31, ela enumera os sintomas físicos do desejo. Enquanto observa a pessoa que ama flertar com outro homem, o narrador da poeta fica calado, sente frio e calor por todo o corpo e escuta um zumbido em seus ouvidos. As sensações são tão intensas que ele acha que vai morrer. Este fragmento é um exemplo de um poeta que escreve sobre o custo físico que o desejo cobra de nós: Parece-me ser igual aos deuses esse homem que, sentado na tua frente, te ouve de perto falar docemente e rir de maneira encantadora, o que me faz saltar o coração no peito. Pois, quando te olho por um momento, já não sou capaz de dizer nada, a minha língua silenciosamente gela e imediatamente um fogo subtil corre sob a minha pele. Deixo, subitamente, de ver, os meus ouvidos zunem e um suor frio cobre o meu corpo, dominado por intenso tremor. Fico então mais verde do que a erva e pareço pouco distante de morrer.

Sexualidade fluida Safo é considerada um ícone do relacionamento homossexual feminino, mas a poeta escreveu tanto sobre seu desejo por mulheres quanto por homens.

As expressões do desejo homoerótico na Grécia Antiga não significavam que as pessoas eram identificadas com uma orientação sexual em particular, por isso é pouco provável que ela fosse chamada de homossexual.

A expressão da sexualidade fluida de Safo tem muito em comum com a forma em que muitos escolhem expressar sua identidade sexual atualmente. Os poemas de Safo jogam com nossas expectativas sobre o gênero e provocam perguntas sobre a sexualidade.

Quem é o narrador, um homem ou uma mulher? Quem é o amante, o homem ou uma mulher? O fragmento 31, mencionado acima, se refere a alguém que está vendo uma bela jovem e invejando o homem que fala com ela.

Os tradutores do século 15 em diante presumiram que o narrador – ou seja, a pessoa que desejava a jovem – era um homem.

Mas o poema original traz uma grande pista de que não era o caso. A poeta usa a forma grega "chlorotera", que indica que a narração era de uma mulher.

Safo queria que sua poesia fizesse o leitor pensar sobre experiências transgênero, ou que transcendessem os gêneros.

Ela queria que o leitor conseguisse imaginar os sentimentos de gêneros que talvez fossem diferentes do seu, prossegue a acadêmica.

"Os poemas de Safo sobre seus temas mais importantes – o sexo e o amor – são sobre todas as pessoas".

"São de gênero fluido. Safo não se importava com quem amamos. (Para ela), continuava sendo amor." Para Reynolds, a lição de Safo para os dias atuais é:
"Não se preocupe com rótulos. Apenas siga em frente e seja quem você é."


Poeta Alceu e a poeta Safo, c. -470. Cena de kalathos ático de figuras vermelhas. Acragás, Sicília


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