O Budismo por Nietzsche ~ Liber Imago

O Budismo por Nietzsche ~ Liber Imago:

Com minha condenação do cristianismo, não gostaria de causar prejuízo a uma religião análoga, cujo número de fiéis é muito maior: obudismo...

... – O budismo é cem vezes mais realista que o cristianismo – herdou por atavismo a capacidade de propor problemas objetiva e friamente; surge depois de um movimento filosófico  que durou centenas de anos; a noção de “Deus” já estava liquidada quando surge.  O budismo é a única religião efetivamente positivista que a história nos apresenta, mesmo em sua teoria do conhecimento (um estrito fenomenalismo), não declara a “guerra ao pecado”, mas, conferindo à realidade seus direitos, declara “guerra ao sofrimento”. Ultrapassou – o que o distingue profundamente do cristianismo – o engano de si  mesmo que são as noções morais – ele se mantém, para empregar minha própria linguagem,além do bem e do mal. – Os dois fatos fisiológicos nos quais se apoia e que leva em consideração são:primeiro, uma acentuada sensibilidade que se manifesta sob a forma de uma capacidade de sofrer refinada;segundo, uma superespiritualização, uma longa vida nos conceitos e nos procedimentos lógicos, na qual o instinto pessoal foi lesado em benefício do instinto “impessoal” (- estados que pelo menos alguns de meus leitores, os “objetivos”, tanto como eu, conhecem por experiência). Em razão desses estados fisiológicos se produziu uma depressão: contra elas Buda procede com medidas higiênicas. Prescreve a vida ao ar livre, a vida errante; a moderação e a seleção na alimentação; a prudência em relação às bebidas alcoólicas; a prudência igualmente com relação a todas as paixões que afetam a bílis, que aquecem o sangue; a ausência de preocupação consigo mesmo ou com os outros. Exige atitudes que resultem em paz e em bom humor – encontra meios de se liberar da dependência de outrem. Concebe a bondade, o fato de ser bom como aquilo que promove a saúde. A oração está excluída, bem como a ascese; não há imperativo categórico, nenhumacoação de qualquer espécie, mesmo dentro da comunidade monástica (- da qual é permitido sair -). Tudo isso seria apenas o meio de aguçar sempre mais a supersensibilidade. É também pela mesma razão que não exige tampouco a guerra contra aqueles que pensam de modo diverso; sua doutrina proíbe radicalmente o sentimento de vingança, a aversão, o ressentimento (- “não é a hostilidade que põe fim à hostilidade”: esse é o tocante refrão de todo o budismo...). E isso com razão, pois justamente essas paixões seriam realmente insalubres, do ponto de vista da intenção principal do regime. Combate a lassidão intelectual que encontra e que se exprime por uma excessiva de “objetividade” (isto é, um enfraquecimento do interesse individual, uma perda do equilíbrio e de “egoísmo”), por meio de um estrito retorno dos interesses, mesmo os mais intelectuais, para a pessoa. Na doutrina de Buda, o egoísmo se torna um dever: o “uma só coisa é necessária”, o “como te livrar a ti mesmo do sofrimento”, regula e delimita todo o regime espiritual...

... As necessidades do budismo são um clima muito ameno, grande gentileza e grande liberdade nos costumes, nenhum militarismo; e ainda, que o  movimento tenha suas origens nas classes superiores e mais instruídas. Requer o bom humor, a serenidade, a ausência de desejo como objetivo supremo e esse objetivo é alcançado. O budismo não é uma religião na qual só se aspira à perfeição: o perfeito é a norma.

(Trechos dos capítulos 20 e 21 da obra O Anticristo; Tradução de Antonio Carlos Braga e publicação de Editora Escala.) 

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Baika, Tsunami e a prática Zen





Durante a sua visita como enviado especial do escritório central da escola Soto Zen, o Tokuha (Professor-mestre) de  Baika (música Zen Budista) Sei-etsu Hase Sensei, ministrou uma palestra no dia 23 onde compartilhou a sua experiência de atender, como monge, à comunidade atinginda pelo tsunami que devastou uma grande área da costa nordeste do Japão no ano passado, resultando em mais de 20,000 mortos e desaparecidos além de destruição inimaginável. O seu templo, Seifuku-ji, fica na província de Miyagi, somente uns 30 minutos da cidade de Ishinomaki, que foi uma das cidades fortemente atingidas.
Outros pontos altos de sua visita foram a aula-mestre de  Baika (música budista) que foi ministrada no dia 24 e a oportunidade de passar tempo junto durante um passeio pela cidade, outro passeio na bric da Redenção e o jantar e almoço de confraternização.
Profundos agradecimentos pela vista, palestra, ensinamentos e companhia durante estes dois dias! Agradecimentos também para o Professor Joaquim Monteiro pela tradução da palestra!

É uma lição da impermanência e respeito à força da natureza “passear” pela área costeira através do “street view” do Google. Movimentando o “homenzinho” pelo mapa-satelite, neste momento, é possível ver como está a situação poucos meses depois do desastre (imagens de julho/2011): além do problema da reconstrução da vida dos sobreviventes, continua o problema inimaginável de como dispor dos destroços das casas, lojas, móveis, pertences pessoais, veiculos, barcos, árvores… . Para mim, pessoalmente, uma das cenas do “street view” que mais me chamou a atenção foi de ver os restos de incontaveis automoveis, destruidos pela força da água, agora empilhados em fileiras ordenadas em cima de alguns dos terrenos onde antes haviam casas, prédios, parques – vida urbana. Cresceu mais ainda a minha admiração pelo povo japonês e sua capacidade de criar órdem no meio de caos… .

Fotos e dicas aqui: 




Em tempo a palestra do Tokuha (Professor-mestre) de Baika (música zen budista), Shomen Kuga Sensei,abade do templo Hômyôji da província de Miyazaki, enviado por nossa sede no Japão, que foi ministrada no Jisui Zendô (Sanga Águas da Compaixão) no dia 12 de novembro de 2011.

Numa palestra descontraída, o mestre nos falou sobre o Nobre Caminho de Oito Aspectos do Budismo.





Coordenação: Monja Isshin Havens

Tradução: Rev. Prof. Joaquim Monteiro


http://aguasdacompaixao.wordpress.com

Grato a Sensei Isshin e ao Reverendo Professor Joaquim Monteiro.

Percebendo uma sala pela visão do Nirvana e pela visão do Sansara

Postado originalmente no ótimo Dharmalog
Retirado do "Os Seis Mundos do Samsara", do livro “O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan”, páginas 1 a 13.



Por Ming Zhen Shakya





Espiritualmente falando, a existência humana é dividida em dez mundos. Os primeiros seis mundos são retratados como sendo partes de uma roda que gira perpetuamente; os últimos quatro são vistos como platôs de uma alta montanha. 

Os seis mundos pertencem ao Samsara, o reino da ilusão, no qual a realidade é distorcida pela intervenção do ego. Os quatro mundos pertencem ao Nirvana, o reino da pura consciência no qual, em graus ascendentes, a realidade é experimentada diretamente sem as interpretações do ego. O objetivo do Chan é chegar ao topo dessa montanha, ou seja, experimentar a vida espontaneamente, sem a submissão de toda informação que nos chega às explicações e determinações do ego. 

Por ser tão importante entender exatamente o que significam esses dois termos, Samsara e Nirvana, ou Forma e Vazio, como eles são frequentemente chamados, nós vamos ilustrar a distinção entre eles. 

Imaginemos uma sala na casa da senhora Jane Doe. Nesse quarto há um ser humano sentado em um sofá de veludo azul. Do lado oposto ao do sofá há duas cadeiras de seda clara. Nas extremidades do sofá há mesas, sobre as quais há abajures com grandes venezianas franzidas. No chão há um tapete circular rosa e creme e nas paredes há várias pinturas a óleo com a assinatura de Jane Doe. As janelas estão abertas e uma forte brisa faz as cortinas esvoaçarem dentro do quarto. Do lado de fora, um galho de árvore bate ritmadamente contra uma das abas da janela. Um relógio na parede soa as onze horas. 

Essa descrição das coisas exatamente como elas são é a realidade do Nirvana ou do Vazio. 

Agora, imaginemos essa mesma sala como visto através dos olhos da pessoa que está sentada no sofá. Vamos supor que essa pessoa é Louisa Doe, a sobrinha da senhora Jane Doe, que aceitou um convite para o chá. Enquanto a tia está ocupada na cozinha, a sobrinha olha ao redor do aposento e diz para si mesma:


“Essas pinturas são horríveis. Não me espanta que a pobre mulher nunca tenha se casado. E aqueles abajures… que lástima! Mas o sofá é de primeira categoria. Ela deve ter pago uma fortuna nele. Eu me lembro de tê-lo visto há alguns anos atrás e ele ainda parece o mesmo. Tão macio.. É uma pena que eu não esteja com Duncan Phyfe. Meu Deus, ela precisa reformar aquelas cadeiras! Os braços estão sem dúvida encardidos. Mas esse tapete.. eu aposto que é um legítimo oriental. Sim… isso deve ter sido um dos que ela comprou no Cairo. Aquela brisa me traz lembranças. Será que deixei as janelas do carro abertas? Seria melhor se ela podasse aquele galho ou algum dia ainda vai acabar quebrando esse vidro. Onze horas! Ah, aquele é o velho relógio Hamilton que papai diz que por direito é dele. Eu espero que possa sair daqui ao meio dia. Me pergunto se ela planeja deixar este lugar para mim...”

 * O texto é um trecho do quinto capítulo, “Os Seis Mundos do Samsara“, do livro “O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan” (Um Guia para Principiantes da História, a Psicologia, e a Prática da Escola do Sul do Buddhismo Chan), da autora Ming Zhen Shakya.tradução para o português foi realizada pela Ordem Zen-Budista de Hsu Yun, do grande mestre zen chinês Hsu Yun (1840–1959). 

Barabim... barabum... baraBeakman!!!



Quase todo nerd na faixa dos vinte ou trinta anos assistiu a alguma das experiências científicas do programa ''O Mundo de Beakman''. Com um inconfundível jaleco verde e ideias malucas na cabeça, ele conquistou fãs por todo o mundo. Paul Zaloom, ator que interpretava o cientista maluco, esteve no Brasil e falou sobre ciência e do sucesso dele no nosso país.





Ele atendeu ao blogueiro do "O Manual do Mundo" (que recentemente atingiu a casa dos 60 milhões de views) que comemorou a marca presenteando o seu público com a entrevista com  Paul ~ professor maluco de penteado irado Beakman ~ Zaloom, em pessoa.




Para quem não conhece "O Mundo de Beakman" foi uma série exibida no Brasil na década de 1990, na TV Cultura, e reprisada algumas vezes nesse e em outros canais.

O programa, extremamente dinâmico e divertido, foi marcante para quem nasceu na década de 1980 e para os que assistiram depois.

Paul Zaloom veio para São Paulo na última quinta-feira (21/06/2012) para participar de um evento sobre tecnologia promovido pela revista Info.









Paul Finley Zaloom (Garden City, Long Island, 14 de dezembro de 1951) é um ator norte-americano, mais conhecido pelo show de TV O Mundo de Beakman. Performer veterano e satirista político, Zaloom começou sua carreira no entretenimento com o teatro Bread and Puppet, uma trupe influente especializada em teatro autoinventado feito em casa. No seu trabalho solo, ele utilizou-se de um repertório de habilidades único, incluindo animação de objetos encontrados, em que ele pegava objetos variados como potes de café e umidificadores e transformava em elementos da sátira política. Apesar de Zaloom não ter formação em ciência, sua curiosidade insaciável e seu estilo improvisado faziam o trabalho por ele.

Zaloom escreveu, desenvolveu e atuou em onze espetaculos completos solo, incluindo Fruit of Zaloom, Sick But True, Mighty Nice e The Mother of All Enemies, sendo que o último se tratava de um show de marionetes de sombra apresentando o tradicional personagem do Oriente Médio Karagoz.

Produzido nos Estados Unidos pela Columbia Pictures Television e Universal Belo Productions, Beakman's World, teve sua primeira exibição datada de 18 de setembro de 1992. Com o sucesso conquistado, a atração que era apresentada no TLC (The Learning Channel), passaria a compor, já no ano seguinte, a grade da CBS. No auge de sua popularidade, o programa chegou a ser exibido em 90 países, entre eles, o Brasil.


Da uma olhada ai:

Calar a boca


Então no sesshin nós trabalhamos isto. Nós tentamos não ter apego. Então trabalhamos as coisas mais básicas. Menos sono porque somos apegados ao sono, então acordamos as quatro da manhã; a comida: então comemos de forma bem simples e silenciosa prestando atenção nos sabores mas sem colocar eu gosto, eu não gosto disso, comemos o que tem e completamente, e sem pensar eu gosto, eu não gosto. Não agradecemos nem nos desculpamos porque isso é eu, ego.


Não corrigimos os outros (exceto entre os monges quando há hierarquia) porque quando corrigimos os outros o que está acontecendo é: eu acho que sei mais e por isso então vou corrigir ou vou ensinar. Não é o momento de ensinar, não é o momento de corrigir. No sesshin é o momento de calar a boca, não é o momento de fazer observações para mostrar que estou entendendo, porque fazer observações para mostrar que estou entendendo é mostrar que eu é que estou entendendo, eu que sou inteligente e estou entendendo, então calar é estratégia para tirar a força desse eu que quer se manifestar.

Atenção a cada detalhe do que estamos fazendo para quê? Para ficarmos presentes no momento e não viajarmos para o passado nem para o futuro. Agora durante o período do samu eu estava costurando e é maravilhoso costurar no sesshin, porque é silencioso, você está sozinho fazendo uma única coisa que parece que não tem fim, porque o manto é muito grande, e você dá pontos e pontos e acaba a linha ou arrebenta a linha e você tem que dar um nó de novo e recomeçar, excelente para parar e não se importar porque a linha arrebentou. Não fazer nenhum comentário interno, nenhum comentário, nem de agrado, nem de desagrado, simplesmente continuar fazendo ponto por ponto, continuar, aí você erra, desmancha e começa de novo.

Postado por Monge Genshô

O Pico da Montanha é onde estão os meus pés.: O mundo dos deuses e a Ilha de Caras

O Pico da Montanha é onde estão os meus pés.: O mundo dos deuses e a Ilha de Caras:

(...)"Nós podemos dizer que o treinamento budista é um método para a liberação. Sendo um método para a liberação mesmo essas coisas que eu falei aqui-agora não precisam ser acreditadas podem ser tomadas simplesmente como similares da vida, fazendo símiles como os freqüentadores da Ilha de Caras, e com os habitantes de mundos infernais(...)"

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Iaido- ZNKR

Idolatria no Budismo? ? ? Como assim?


Gyatrul Rinpoche (China, 1924 ~):
Com frequência, a religião budista é vista como um caminho de culto idólatra devido à forte expressão externa da devoção aos objetos de refúgio. Tal devoção é necessária enquanto a consciência dualista existir. Devido ao nosso hábito de agarrar, é necessário cultuar ou venerar os objetos de refúgio fora de nós mesmos. Particularmente nas escolas mais básicas do budismo, isso é essencial.
Por exemplo, como um feto durante os nove meses no útero, você é totalmente dependente de sua mãe, e depois que nascer ainda é dependente dela. Ao crescer e começar a amadurecer, você se torna dependente de seus professores e, eventualmente, se torna dependente de si mesmo. O que você está fazendo é desenvolver essas qualidades dentro de você mesmo. Você não pode esperar que sua mãe ou professor cuide de tudo para você para o resto da vida.
No caminho espiritual — que é o da busca interna — embora, inicialmente, pareça que há um foco externo, eventualmente você precisa reconhecer que todas as qualidades devem surgir e ser desenvolvidas a partir de dentro. Devido à bondade de nossos pais e de nossos professores, você é capaz de vir a reconhecer seu próprio potencial.
Quando se trata da tarefa da liberação ou iluminação, você deve reconhecer que a iluminação já é sua própria natureza. É a essência verdadeira de sua própria natureza, como o sol. De modo similar, a experiência da existência cíclica ocorre devido à nossa própria percepção confusa e aflições mentais. A mente que vai alcançar iluminação é a mesma mente que criou esse estado de confusão. Todas as imagens de budas, todas as thangkas de deidades de meditação, todas as mandalas, estátuas e tudo mais são usadas como suportes com os quais a verdadeira natureza da mente deve ser realizada.
Por exemplo, se quiser cultivar um jardim de flores ou só uma flor, precisa ter água, terra adequada e fertilizante. Contudo, não é a água ou o fertilizante que produz a flor; é a semente, a essência, que tem o potencial de se tornar uma flor. Do mesmo modo, sua própria mente — a natureza de sua mente — tem o potencial de tanto criar samsara, como ela fez, ou estabelecer a liberação, liberdade total de toda dor e sofrimento.
Contudo, um suporte é preciso. Assim como a flor precisa de água e fertilizante, a mente precisa do suporte de um mestre espiritual e práticas para o caminho, para entrar em contato e realizar sua própria natureza.

Demolir o pequeno EU

O Pico da Montanha é onde estão os meus pés.   Demolir o pequeno EU"Voltemos ao nosso tema do eu. Como é que nós treinamos para fazer com que o nosso eu enfraqueça. Como é isso? "
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Todas as guerras do mundo, parte 1

Textos para Reflexão: Todas as guerras do mundo, parte 1

(...)"A grosso modo, a violência tem diminuído muito no mundo civilizado, ao menos se formos considerar números relativos, e não absolutos. E ele provavelmente tem toda razão, se hoje vivemos alarmados com a violência, é muito mais pela atenção que a mídia dá a ela, do que por ela estar realmente crescendo. "

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Bossa Zen: Ainda dá Tempo!

Bossa Zen: Ainda dá Tempo!:



"No verão do hemisfério norte ocorrem retiros que se chamamSummer Kyol Che"

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Eu me prostro diante dos budas perfeitos e neles me refugio!


Cada prostração que faço é um naco da minha arrogância e megalomania que eu retiro de mim...

De cada prostração ao Budha que me ergo, levanto mais leve e seguro que não existe emoção minha que eu não possa aprender a conhecer e controlar.

“Seja senhor de sua mente".

O ato de comer e o Zen

O Zen Budismo é tomado de ritos e práticas meditativas. Na verdade TUDO  que se faz em sua vida ordinária se torna um rito e um experimento Zen Budista, quando se é um praticante.


Acredito que seja para transformar um ato impensado e desatento, como lavar louças ou dobrar sua meias antes de guardar no armário, em um ato pensado e atento. Consciente. Estar consciente ao lavar louças ou dobrar sua meias antes de guardar no armário lhe faz presente a ralidade do momento que você esta vivendo de fato. Mesmo que seja o momento em que você lava louças ou dobra sua meias para guardar no armário.

Se sua cabeça não esta atenta no que você esta fazendo você NÃO ESTA FAZENDO. Esta no piloto automático. Você se torna um autômato... Um Zumbi.
Um filme MUITO interessante e ilustrativo é o "Click". "Click" é um filme dos EUA que mistura drama, fantasia e comédia. Dirigido por Frank Coraci em 2006 e tinha Adam Sandler no papel principal. Agora segue um Spoilerzinho Ok...    


No filme o personagem do Sandler consegue um controle "remoto universal", destes de televisão, mas que controla também o tempo. Assim ele "pula" as partes que ele julga chatas medíocres de sua vida passando direto para as parte que ele entende mais "significativa" e "prioritárias".


O que ele não percebe é que as pessoas que não tem sua perspectiva não sabem deste feito e vivem com "sua versão desfocada" do personagem de Sandler... não notando que ele "não esta ali". Assim dezenas de momentos e fatos que acabariam sendo significativos em outra perspectiva de sua vida passaram sem ele vivencia-las, apesar dele esta fisicamente presente.

Em certa medida Budha percebeu que mesmo sem o tal controle remoto do filme as pessoas JÁ VIVIAM SUAS VIDAS ASSIM.

Percebeu que uma das tendencias humanas é a fuga para o passado (ou a preocupação com coisas que não se pode mudar mais) e com o futuro (preocupação irrealística com o que virá) em vez de vivenciar o presente.

Da sua parte o Zen cria artifícios que tenta resgatar o praticante para este se tornar presente ao presente.


Sobre isto o Mestre Zen Thich Nhat Hanh escreveu:


Muitas vezes quando estamos comendo, estamos pensando em outras coisas e não sabemos realmente o que estamos comendo. Quando sabemos o que comemos, pode ser muito agradável. Quando você sentar e comer, olhe para sua comida e saiba o que está pegando e colocando em sua boca. Se for uma cenoura, veja que é uma cenoura que você está mastigando e não outra coisa. Se for um macarrão, veja que é um macarrão e não outra coisa - não é a sua raiva, não são seus pensamentos sobre o que você vai fazer amanhã.
Leva apenas meio segundo para olhar para a cenoura ou o macarrão e reconhecer o que você está prestes a comer. "Isto é uma cenoura." "Isto é um macarrão." É muito importante fazer isso. Quando você olha para a comida que está comendo e ela ainda não se revelar a você, chame pelo seu nome: "Cenoura" ou "Macarrão" Depois de chamar pelo seu nome, a comida de repente se revelará para você. 
Se continuar a fazer isso, com o tempo começará a ver a comida que você come muito profundamente. Então um dia verá o brilho do sol, a nuvem de chuva, e todas as coisas e pessoas que se juntaram para fazer com que o macarrão e a cenoura pudessem estar na sua frente.
Quando você coloca comida na sua boca e a mastiga com esse tipo de consciência, está mastigando algo maravilhoso. Quando você está verdadeiramente presente com sua comida, quando você come com todo seu coração e corpo, se conecta com todo o cosmos. Você tem o brilho do sol, as nuvens, a Terra, tempo e espaço na sua boca. Você está em contato com a realidade, com a vida. 




Outra grande professora, a Monja Isshin ja disse:


Durante a maioria das refeições, nos mosteiros zen-budistas japoneses, os monges recitam versos das cinco contemplações. Um desses versos pode ser significativo para qualquer pessoa, independentemente da religião: 
As Cinco Contemplações 
  • Primeiro – Inumeráveis trabalhadores nos trouxeram esta comida. Devemos saber como ela chega até nós.
  • Segundo – Devemos considerar se nossa virtude e prática a merecem.
  • Terceiro – Como desejamos a condição natural da mente, para estarmos livres de apegos, precisamos estar livres de ganância.
  • Quarto – Como um bom remédio para manter nossas vidas, aceitamos esta comida.
  • Quinto – Para alcançar a iluminação, agora comeremos.

Amanhã, ao comer o seu pão, que tal pensar no verso: “Inumeráveis trabalhadores nos trouxeram esta comida”? Imagine: o caixa da padaria; a pessoa que embalou o pão; quem o colocou no forno; o motorista que trouxe a farinha, o leite e os outros ingredientes; as pessoas que venderam os ingredientes à padaria; as que moeram o trigo, pasteurizaram o leite, prepararam os outros elementos; os motoristas que transportaram as matérias-primas até as fábricas; os trabalhadores rurais que plantaram e colheram o trigo e cuidaram das vacas produtoras do leite; os fabricantes, os vendedores e toda a rede de pessoas envolvidas na fabricação do maquinário que foi usado no plantio e na colheita; os pássaros, as minhocas e todas as pequeninas criaturas que contribuíram para a produção do alimento das vacas, toda a rede ecológica, que faz o trigo crescer; a chuva, o vento, o sol, a própria terra… Todas estas pessoas, todas estas criaturas, tudo isto – e muito mais – são indispensáveis para que você saboreie o seu pão matinal.




Um exemplo é o exercício que segue:




Invocação das refeições




GYO HATSU - NENJU INVOCAÇÃO DAS REFEIÇÕES


TODOS (Para abrir oryoki)

BUSSHÔ KABIRA Buda nasceu em Kabira
JÔDÔ MAKADA Tornou-se o Caminho em Makada
SEP-PÔ HARANA Pregou em Harana
NYÛMETSU KUTCHIRA Morreu em Kutchira
NYORAI ÔRYÔKI Ôryoki do Tathagata
GAKON TOKU FU TEN Eu agora abro nesta sala seus benefícios
GAN GU ISSAI SHU Oferecendo preces a todos os seres para a
TÔ SAN RIN KÛ JAKU Igualdade nas Três Rodas e Tranqüilo Vazio

Somente Ino

NYAN NI SAN PÔ Reverenciando os Três Tesouros 
AN SU IN SHI Honrando o Selo da Sabedoria
NYAN PIN SON (DAI) SHÛ NYAN Entoemos juntos .ao Venerável (.com todos)

T O D O S recitam:

SHINJIN PASHIN BIRUSHA NO FU Ilimitado Dharmakaya Vairochana Buda
ENMON HOSSHIN RUSHA NO FU Completo Sambogakaya Lochana Buda
SENPAI KASHIN SHIKIYAMUNI FU Manifesto Nirmanakaya Shakyamuni Buda
TORAI A SAN MIRUSON BU Futuro Maitreya Buda
JI HO SAN SHI E SHI SHI FU Todos os Budas através do espaço e do tempo 
DAÍ JIN MYOHA RIN GA KIN Sutra Mahayana da Flor de Lótus
DAI SHIN BUNJUSURI BU SA Bodhisatva da Grande Sabedoria Manjusri
DAÍ JIN FUGUEN BU SA Bodhisatva da Grande Prática Fuguen
DAÍ HI KANSHI IN BU AS Bodhisatva da Grande Compaixão Kanzeon
SHI SON BU AS MO KO AS Todos os Bodhisatvas Mahasatvas
MO KO HO JÁ HO RO MI Maha Prajna Paramita (Grande Sabedoria Completa)

Manhã (somente Ino)

SHU YÛ JI RI NYO I NA JIN Que este alimento de Dez Méritos
KO HÔ BU HEN Nos dê saúde física e mental
KYÛ JIN JÔ RA Para prosseguirmos na Prática Pura

Almoço (somente Ino)

SAN TE RU MISHI FUGUI SUN Que as três virtudes e seis sabores
HAKKAI YUJIN Sejam ofertadas a todos no mundo do Darma
FU ZUN KYU NYÔ E igualmente a todas as formas de vida

T O D O S (EM TODAS AS REFEIÇÕES)

HITOTSU NI WA Em primeiro,
KÔ NO TA SHÔ O HAKA RI Inumeráveis trabalhadores nos trouxeram esta comida
KA NO RAI SHO O HAKA RU Devemos saber como chegou até nós

FUTATSU NI WA Segundo, 
ONOREGA TOKU GYO NO Devemos considerar se nossa virtude e
ZEN KE TO HAKATTE KU NI ÔZU Prática a merecem

MITSU NI WA Terceiro,
SHIN NO FUSEGUI TOGA O Como desejamos a condição natural da mente
HANARRURU KOTO WA, Para estar livre de apegos
TON TO O SHU TO SU Precisamos estar livres de ganância

YOTSU NI WA Quarto,
MASANI RYÔ YAKU O Como um bom remédio
KOTO TO SURU WA Para manter nossas vidas 
GYÔ KO O RYÔ ZEN GA TAME NARI Aceitamos esta comida

ITSUTSU NI WA Quinto,
JÔ DÔ NO TAME NO YU E NI Para nos tornarmos o Caminho
IMA KO NO JIKI O UKU Agora comemos esta comida

T O D O S (APENAS DURANTE O ALMOÇO - AO FAZER PEQUENA OFERTA)

JI TEN KI JIN SHU Igualmente a todos os Espíritos Insaciáveis
GO KIN SU JI KYÛ Faço agora esta oferenda de comida
SU JI HEN JI HÔ É alimento nas Dez Direções
SHI KI JIN KYÛ Para satisfazer todos Espíritos Famintos

T O D O S

JÔ BUN SAN BÔ A parte superior para os Três Tesouros
TCHÛ BUN SHI ON A parte do meio para os Quatro Veneráveis
GUE KYÛ ROKU DÔ A parte inferior para os Seis Mundos
KAI DÔ KU YÔ Assim comemos com todos
IK-KU I DAN IS-SAI AKU Primeiro, para extinguir o mal
NI KU I SHU IS-SAI ZEN Segundo, para praticar o bem
SAN KU I DO SHO SHU JÔ Terceiro, para salvar todos os seres
KAI GU JÔ BUTSU DÔ E nos tornarmos o Caminho de Buda

T O D O S ( APÓS LAVAR O ORYOKI)

GASSHI SEN PASSUI A água com que lavamos
NYO TEN KAN RO MI Tem o sabor de néctar celestial
SEYO KI JIN SHU Oferecemos aos espíritos insaciáveis
SHITSURYO TOKU BÔMAN Para que completamente se saciem
ON MAKURASAI SOWAKA On Makurasai sowaka

(Somente Ino ao finalizar, depois dos Oryoki fechados)

SHI SHI KAI JIKI O mundo é vazio como o céu
KUN JIREN KA FU JÁ SHI A flor de lótus não se suja de lodo
SHIN JIN CHÔ I HI KI Nossas mentes devem ser assim puras
SHU RIN BU JÔ SON Ao reverenciarmos "O Mais Honrado"



O Mito do Einstein Religioso


O Mito do Einstein Religiosopor Cavalcanti


Em meados de 2004, surgiu na internet, na forma de corrente de e-mail, um texto que mostra um Albert Einstein “religioso” – sob as óticas religiosas vigentes.


Em 2009, o Ministério da Educação e Ciência da Macedônia, cujo atual ministro é Pance Kralevcriou um vídeo de caráter educativo (porém, desinformativo, pois é baseado na falsa história), onde mostra um debate entre um jovem Einstein (supostamente religioso) e seu mestre (supostamente ateu) durante uma aula.

Segue: 


O excelente sítio E-farsas, que aborda, majoritariamente, tretas que circulam na internet, trouxe um ótimo artigo mostrando o mito criado em torno da pessoa do Einstein acerca de suas possíveis convicções religiosas. Destaco alguns trechos deste:
” (…)
Perceba que no texto postado em 1999 não há nenhuma menção a Albert Einstein. O nome do físico foi acrescentado em versões posteriores. Esse é um recurso utilizado em 99,9% das correntes que empesteiam a web: Usar nomes de pessoas importantes para dar mais crédito ao que está tentando ser enviado”;
(…)
“Não existe nenhuma prova de que Einstein tenha realmente dito isso.”;
(…)
“(…) nunca se declarou religioso e tampouco era ateu. Em inúmeros documentos a seu respeito, o físico alemão radicado nos Estados Unidos se definia como agnóstico. Como ele mesmo dizia em suas notas autobiográficas, perdeu a fé na religião aos 12 anos. Porém ele nunca perdeu o seu sentimento religioso sobre a aparente ordem do universo.”;
(…)
“Foi, é claro, uma mentira o que você leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que está sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito em um Deus pessoal e nunca neguei isso [...]. Se há algo em mim que pode ser chamado de religioso então é a admiração ilimitada pela estrutura do mundo tanto quanto a nossa ciência pode revelar”.
(…) 
Para ler o artigo completo, clique aqui.

A Física na falsa história
Apesar de a história em si ser falsa, alguns trechos desta tem embasamentos científicos:
1) Na Física, mais precisamente na Termologia, estudamos o que é Calor – que nada mais é a energia térmica em trânsito quando dois corpos estão com temperaturas diferentes. Na verdade, a sensação de frio dar-se-á quando o grau de agitação térmica das moléculas do ambiente for menor que o grau de agitação térmica do nosso corpo. No entanto, ainda ocorre transferência de calor; e
2) Ainda no campo da Física, estudamos, no Ensino Médio, os fenômenos relativos à luz e seus princípios, através da Óptica Geométrica. Sombra e penumbra, por exemplo, só podem ser definidas se houver luz de uma fonte e se uma determinada região estiver parcialmente iluminada, respectivamente. 




- Ciência x Religião
Religião não é ciência e tampouco ciência é religião. É necessário colocar as duas em ordem das coisas e jamais mesclar seus respectivos conceitos. A religião, creio eu, é o conjunto de dogmas, princípios e conceitos baseados em testemunhos, opiniões e, principalmente, crenças. A ciência, por sua vez, tem como base o empirismo, observações e estudo dos fenômenos. É necessário percebermos que a religião deve ser permeada, inicialmente, pela questão da individualidade afim de, posteriormente, aplicar seus dogmas para o bem da coletividade. Quando colocamos nossas crenças religiosas de modo respeitoso, lúcido e perspicaz, como foi colocado neste excelente artigo do Cristóvão Cunha, jovem estudante de Teologia, nasce um debate bastante saudável que pode ajudar-nos a compreender algumas coisas que fogem à ciência e, quem sabe, engrandecermos enquanto seres humanos.

Particularmente, é triste ver quando existem histórias fictícias ou até mesmo reais utilizando-se dos Grandes da ciência como “prova” da existência de um Ser Superior. A existência de um Deus independe se Einstein ou qualquer outro acredita nisso ou não. Não está nas atribuições da ciência provar ou refutar a existência de um Ser Superior. E mesmo que fosse provado a existência de um Ser a que tudo foi originado, de modo evolutivo, posteriormente, implicaria que Este fosse maior que o próprio universo, pois a obra nunca é maior que aquele que a concebe, que a origina. Sendo assim, Deus seria maior que o(s) próprio(s) universo(s). Dessa forma, do mais alto grau de nosso desenvolvimento e avanço tecnológico, assim como do mais alto grau da nossa insignificância e raciocínio egocêntrico, jamais compreenderíamos o que seria “Deus” e sua, por assim dizer, essência. É ímpar ressaltar que a busca por um “Deus” é, antes de tudo, pessoal. E jamais estendermos essa “verdade particular” a todas as pessoas – como se nosso conceito de fé fosse uma “verdade universal”. Sei que as Leis de Newton são verdades universais. Sei que as Leis da Termodinâmica são verdades universais. Assim como sei que a Lei da Gravitação de Newton é uma verdade universal. A nossa fé, contudo, é pessoal demais para ser colocada como sendo universal. Minha opinião é que tanto fé quanto crenças são iniciadas somente quando a ciência não mais consegue explicar.
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Ao seu modo, acredito que o Einstein foi um verdadeiro cristão – pois a humildade e a benevolência eram constantes em sua vida; ao seu modo, acredito que o Einstein foi um verdadeiro budista – pois valorizava e compreendia o valor do silêncio, já que, segundo o mesmo, era uma condição necessária para “ouvir” sua intuição; em outras palavras, ao seu modo, acredito que o Einstein foi uma das pouquíssimas pessoas que compreendia a espiritualidade quase à perfeição – pois sabia que, ao morrermos, nossos átomos voltariam para o lugar donde vieram: nosso grande, misterioso e fantástico Universo. 

Vamos pular fogueira em homenagem a Juno


As origens dessa comemoração também remontam à antiguidade, quando se prestava culto à deusa Juno da mitologia romana. Os festejos em homenagem a essa deusa eram denominados "junônias". Daí temos uma das procedências do atual nome "festas juninas".

Tais celebrações coincidiam com as festas em que a Igreja Católica comemorava a data do nascimento de São João, um anunciado da vinda de Cristo. Por isso, as comemorações não foram extintas e, sim, adaptadas para o calendário cristão. Os primeiros paises a comemorá-las foram França, Itália, Espanha e Portugal.

Na Europa, as festas juninas comemoravam a deusa Juno, mulher de Júpiter, que fazia parte do panteão do Império Romano. Para diferenciar as festas de Juno da festa de João, a Igreja Católica passou a chamá-las "joaninas". Com o tempo, as festas joaninas, realizadas em junho, acabaram sendo mais conhecidas como "juninas".

Festas juninas ou festas dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países historicamente relacionadas com a festa pagãdo solstício de verão na europa ou do inverno no Brasil, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o calendário juliano (pré-gregoriano) ecristianizada na Idade Média como "Festa de São João". Os outros dois santos populares celebrados nesta mesma época são São Pedro e São Paulo (no dia 29) e Santo Antônio (no dia 13).

Beltane é o Sabbath da fertilidade, em que se celebra o casamento dos Deuses. As fogueiras de Novembro são acesas, e os postes de Novembro levantado. É uma festa alegre, em que as mulheres usam coroas de flores e todos dançam ao redor das fogueiras. Agradecemos pelo fim da metade escura do ano, e pelo início da época da luz. Abrimos nosso coração para a comunidade, e nossas vidas voltam-se para a mesma. O mundo já pertence ao Deus Sol, e a metade Luz do ano tem início. Esse foi um dos primeiro feriados a ser destruído pelos Cristãos, que viam nas celebrações sexuais somente o pecado, e as entendiam como ofensa a seu Deus.
Talvez os padres não soubessem que o amor sob vontade é o maior dos rituais, a mais grandiosa das celebrações à vida, à alegria, à Natureza e portanto aos DEUSES!!! Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada “Rainha de Maio”.
Em Beltane se comemora esse amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de “pular a fogueira” nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função. Deve-se ter o maior cuidado para evitar acidentes! Uma das mais belas tradições de Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses.

Essas celebrações são particularmente importantes no Norte da Europa — Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia —, mas são encontrados também na Irlanda, na Galiza, partes do Reino Unido (especialmente na Cornualha), França, Itália, Malta, Portugal,Espanha, Ucrânia, outras partes da Europa, e em outros países como Canadá, Estados Unidos, Porto Rico, Brasil e Austrália.

Origem da fogueira

Fogueira de Festa do Verão emMäntsälä. Fogueiras de São João (Festa do Verão) são bastantes populares naFinlândia, onde parte da população passa odia de São João ("Juhannus") no campo ao redor das cidades em festejos.

Balão de São João em Portugal, cidade do Porto

De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde" em árvore de natal, a fogueira do dia de "Midsummer" (25 de dezembro) tornou-se, pouco a pouco na Idade Média, um atributo dafesta de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João europeias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte.junio camargo
O uso de balões

O uso de balões e fogos de artifício durante o São João no Brasil, está relacionado com o tradicional uso da fogueira junina e seus efeitos visuais. Este costume foi trazido pelos portugueses para o Brasil, e ele se mantém em ambos lados do Atlântico, sendo que é na cidade do Porto, em Portugal, onde mais se evidência. Fogos de artifício manuseados por pessoas privadas e espetáculos pirotécnicos organizados por associações ou municipalidades tornaram-se uma parte essencial da festa no Nordeste, em outras partes do Brasil e em Portugal. Os fogos de artifício, segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista. Em Portugal, pequenos papéis são atados no balão com desejos e pedidos. Os balões serviam para avisar que a festa iria começar; eram soltos de cinco a sete balões para se identificar o início da festança. Os balões, no entanto, constituem atualmente uma prática proibida por lei em muitos locais, devido ao risco de incêndio.

Durante todo o mês de junho é comum, principalmente entre as crianças, soltar bombas, conhecidas por nomes como traque, chilene, cordão,cabeção-de-negro, cartucho, treme-terra, rojão, buscapé, cobrinha, espadas-de-fogo.

O mastro de São João

O mastro de São João, conhecido em Portugal também como o mastro dos Santos Populares, é erguido durante a festa junina para celebrar os três santos ligados a essa festa. No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas em geral três bandeirinhas simbolizando os santos. Tendo hoje em dia uma significação cristã bastante enraizada e sendo, entre os costumes de São João, um dos mais marcadamente católico, o levantamento do mastro tem sua origem, no entanto, no costume pagão de levantar o "mastro de maio", ou a árvore de maio, costume ainda hoje vivo em algumas partes da Europa.

Além de sua cristianização profunda em Portugal e no Brasil, é interessante notar que o levantamento do mastro de maio em Portugal é também erguido em junho e a celebrar as festas desse mês — o mesmo fenômeno também ocorrendo na Suécia, onde o mastro de maio, "majstången", de origem primaveril, passou a ser erguido durante as festas estivais de junho, "Midsommarafton". O fato de suspender milhos e laranjas ao mastro de São João parece ser um vestígio de práticas pagãs similares em torno do mastro de maio.

Hoje em dia, um rico simbolismo católico popular está ligado aos procedimentos envolvendo o levantamento do mastro e os seus enfeites.

Atualmente no Brasil, soltar balões é considerado crime gravíssimo.


Fontes:


COLETÂNEA PARA APRESENTAR JUNG