O que é empatia?

O que é empatia? Filósofo especialista Roman Krznaric explica .


ROMAN KRZNARIC é historiador da cultura, filósofo social e membro fundador da School of Life, em Londres. Doutor em sociologia política, é conselheiro de inúmeras organizações, como a Oxfam e a ONU.

Seus livros anteriores O poder da empatia, Carpe diem e Sobre a arte de viver enfocam no poder das ideias para criar mudanças e foram publicados em mais de 25 idiomas. 

Seu último livro é o best-seller internacional The Good Ancestor: How to Think Long Term in a Short-Term World . Ele é pesquisador sênior do Centro para Eudaimonia e Florescimento Humano do Linacre College , Universidade de Oxford e fundador do primeiro Museu da Empatia do mundo . Ele também é pesquisador da Long Now Foundation e membro do Clube de Roma . Ele foi nomeado pelo The Observer como um dos principais filósofos populares da Grã-Bretanha.


Empatia (2014) 

O livro de Krznaric , Empatia: por que é importante e como obtê-la (originalmente intitulado Empatia: um manual para a revolução ), pega o conceito psicológico de empatia há muito estabelecido e revela como ela pode ser uma força de transformação social e política, recorrendo a exemplos que vão desde a ascensão do movimento contra a escravatura e o tráfico de escravos na Grã-Bretanha no final do século XVIII até aos projectos contemporâneos de construção da paz no Médio Oriente.

No livro, Krznaric faz uma distinção entre empatia afetiva (empatia como uma resposta emocional partilhada) e empatia cognitiva (empatia como a capacidade de se colocar no lugar dos outros e compreender a sua visão do mundo), argumentando que esta última tem um papel particularmente importante para desempenhar na mudança social.

Este tema foi explorado em seu vídeo RSA Animate, The Power of Outrospection . [12] O livro inspirou a criação do Empathy Museum por Krznaric , uma organização artística internacional, e da Empathy Library digital . Krznaric é amplamente reconhecido como um dos principais pensadores mundiais sobre empatia. A Caixa Maravilha (2011)





Sintoma, doença, vida... Psicologia e DSM...


Uma discussão muito interessante!


https://www.instagram.com/reel/CweKLKYBVE1/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==


A psiquiatrização dos fenômenos emocionais, patologização e medicalização da vida e a simplificação/enquadre em sintomatologia transformar a psicologia em um processo de circunscrever SINTOMAS em vez de tratar da pessoa como um ser complexo e único....

Você é uma pessoa ou a manifestação de um sintoma?

Considerações sobre o DSM-V ou o livro que norteia o psicodiagnóstico em psiquiatria.

Ou

O livro pra vender remédio


Dunker, C. I. L., & Kyrillos Neto, F.. (2011). A crítica psicanalítica do DSM-IV: breve história do casamento psicopatológico entre psicanálise e psiquiatria. Revista Latinoamericana De Psicopatologia Fundamental, 14(4), 611–626.



A (dis)função do diagnóstico: uma leitura psicanalítica sobre o DSM. (2022). Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 11, e4136.

Dunker, Christian Ingo Lenz. (2014). Questões entre a psicanálise e o DSM. Jornal de Psicanálise, 47(87), 79-107.



CASA ARRUMADA Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)


Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.

Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.

- Sofá sem mancha?

- Tapete sem fio puxado?

- Mesa sem marca de copo?

- Tá na cara que é casa sem festa.

- E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...

Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos, netos, pros vizinhos...

E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.

Arrume a sua casa todos os dias...

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...

E reconhecer nela o seu lugar.

A competição é a lei da selva, a cooperação é a lei da civilização.





Piotr Alexeyevich Kropotkin (em russo: Пётр Алексе́евич Кропо́ткин, Ocidentalizado para Peter Kropotkin; Foi geógrafo, economista, cientista político, sociólogo, zoólogo, historiador, filósofo e ativista político russo.

Um dos principais pensadores do anarquismo no fim do século XIX, considerado também o fundador da vertente anarco-comunista. Suas análises profundas da burocracia estatal e do sistema prisional também são relevantes na área de criminologia.

Escreveu livros hoje considerados clássicos do pensamento libertário, dentre os quais se destacam A Conquista do Pão (Хлеб и воля) e Memórias de um Revolucionário (Записки революционера), ambos publicados em 1892, Campos, Fábricas e Oficinas (Поля, фабрики и мастерские), de 1899, e Mutualismo: Um Fator de Evolução (Взаимопомощь как фактор эволюции), publicado em 1902. Durante um longo período, também contribuiu para a Enciclopédia Britânica, tendo sido o autor do verbete "Anarquismo", entre outros,.

Nascido príncipe, membro da antiga família real de Rurik, na idade adulta Kropotkin rejeitou este título de nobreza pela sua decepção com a erudição dos aristocratas.[3] Ainda adolescente foi obrigado a ingressar no exército imperial russo por ordem do próprio czar Nicolau I. Nesta mesma época passou a ter contato com a literatura revolucionária da época.

Interessado por geografia, tornou-se explorador do círculo polar ártico percorrendo milhares de quilômetros a pé e registrando diferentes fenômenos relacionados a tundra e outras paisagens árticas. Em suas muitas viagens teve contato e passou a se solidarizar com os camponeses vivendo em condições miseráveis na Rússia e na Finlândia. Este sentimento de solidariedade fez com que Kropotkin abandonasse a atividade de pesquisador. Viajou para o Leste Europeu tendo contato em diversos países ativistas e revolucionários, entre estes os associados de Bakunin e os seguidores de Marx. Em Genebra, tornou-se membro da Primeira Internacional depois partiu em direção à Jura a convite de um anarquista que lhe relatara a força que o movimento adquirira naquela região. Estudou o programa revolucionário da Federação Anarquista de Jura, retornando à Rússia com a intenção de divulgá-lo entre ativistas libertários e populações marginalizadas. Na Rússia voltou a fazer pesquisas científicas, tomando parte em diferentes âmbitos do ativismo libertário.

Foi preso por diversas vezes por sua militância. Seus textos foram publicados por centenas de jornais ao redor do mundo. Seu funeral, em fevereiro de 1921, constituiu o último grande encontro de anarquistas na Rússia, uma vez que este país, desde a revolução de 1917, estava sob o domínio dos bolcheviques marxistas que passaram a perseguir, exilar e aniquilar os ativistas libertários onde quer que fossem encontrados.

 




"Comunicação” em grupos, “papéis estereotipados" e o Bode Expiatório!

Considerações sobre a aula baseada no texto: A importância dos grupos na saúde, cultura e diversidade de David Zimerman.


A expressão "Bode Expiatório" tem a sua origem no ritual judeu do Livro dos LevíticosCapítulo 16, onde explica-se como e quando Aarão deve entrar no santuário, sobre como Sacrifícios são oferecidos para reconciliar Israel com Deus. Onde um bode é escolhido para expiação que levará sobre si dos pecados do povo de Israel, que assim serão perdoados.


Sobre o ítem “12. A comunicação”, referente a presença de “papéis” com características estereotipadas, como no exemplo do papel de bode expiatório - eu falei que Freud ressuscitou o termo, mas o termo não foi cunhado nem formulado por ele diretamente. Ele tratava de usar (nos mesmos processos) Transferência, Projeção, Perversão e Racionalização, como recursos inconscientes do Ego, de adaptar e amortecer os impactos dos desejos e sentimentos inaceitáveis, expressando-se de maneira menos desastrosa para si ou para o grupo.


Dentro das diversas linhas psicológicas outros teóricos e Psicólogos já usavam o termo “bode expiatório”. Foi um termo mais apropriado no âmbito da psicologia social para se relacionar com a estrutura facilitadora do preconceito. 


Segundo estas teorias, as pessoas podem manifestar conjuntamente preconceito contra uma pessoa, um perfil, um grupo social, a fim de aliviar suas frustrações de forma socialmente aceita por seu núcleo social representativo (mesmo que inconscientemente, ou seja, se a "ideia" que eu tenho do modo que o Grupo social que eu pertenço pensaria ou lidaria sobre a minha posição referente a tal pessoa ou assunto, então eu a trato minha postura como aceitável, sendo ou não). 


Em essência, nós, as pessoas comuns, somos tentadas a usar a parte do grupo social que não nos refletem ou com quem não nos identificamos (em geral minorias ou outsiders) como alvo para toda a nossas frustrações… como um respiradouro. Como uma forma aceitável e racionalização (na linguagem de Freud). "O problema não somos nós... são os outros!"


Dia 10 de Maio, de 1933, foram queimadas em praça pública, em várias cidades da Alemanha, as obras de escritores alemães "inconvenientes", como Sigmund Freud!

Um exemplo que foi amplamente analisado e publicados foram os estudos sobre os alemães médios da década de trinta e sua relação com o holocausto. De acordo com a teoria do bode expiatório, os alemães usaram os Judeus como alvo principal, mas perseguiram, tiraram direitos, prenderam e mataram também Homossexuais, Neurodivergentes, Comunistas, Sindicalistas, Ciganos, Testemunhas de Jeová (sim eles também foram para campos de concentração), artistas plásticos, cênicos, músicos, contraculturais, cientistas e , claro, filósofos como bodes expiatórios para todos os seus problemas.
Todos estas “personas estereotipadas” “colaboraram” ou era “causa” dos problemas econômicos, sociais, políticos… em todo o país. Com o foco de toda a sua ira sobre os “inimigos dos homens de bem”. Assim, deixar fluir sua raiva e cultivar o ódio e frustração, em um “alvo” acabava por ser um alívio. Isto não é “a” explicação para o holocausto, mas um componente do mesmo. O Holocausto só foi possível por esses mecanismos estarem ativos sem reflexão por parte das pessoas COMUNS.


Claro que pessoas como Joseph Goebbels souberam manipular as emoções do “Zeitgeist” do seu povo, o “espírito de época”. O Ranço que fervia na Alemanha média era a energia… Goebbels, Hitler precisavam só dar um foco. 


Da minha parte: Eu pensava que tinha lido o termo Bode Expiatório em “Totem e tabu: Alguns Pontos de Concordância entre a Vida Mental dos Selvagens e dos Neuróticos”, livro de 1913 de Freud, que eu acredito ser obrigatório de ler de qualquer forma... Mas foi no trabalho do antropólogo René Girard a respeito do “sacrifício”, publicação de quase 100 anos depois, que eu achei a figura do “bode expiatório” nos meus alfarrábios. Tem um texto onde comparam o trabalho dos dois e eu devo ter juntado em uma lembrança só!!!

Fica aqui a minha desculpa pelo meu erro… e pela confusão.


Homem de Gelo de 5,3 mil anos de idade, que foi encontrado na fronteira montanhosa entre a Áustria e a Itália era negro!

 O cadáver de Ötzi, o Homem de Gelo de 5,3 mil anos de idade, apareceu na fronteira montanhosa entre a Áustria e a Itália em 1991. Foi reportado, por exemplo, que ele tem 19 parentes genéticos que vivem na região. Resumimos aqui as mais recentes descobertas sobre a mais velha celebridade alpina do mundo e algumas das outras coisas notáveis que aprendemos sobre Ötzi.


Ötzi, a múmia encontrada há mais de 30 anos nos Alpes, tinha pele escura e tendência à obesidade, sofria de calvície e possuía antepassados da Anatólia, região que corresponde à atual Turquia.



É o que aponta um novo estudo sobre o chamado "homem de gelo", cujo corpo naturalmente mumificado foi encontrado em uma geleira na fronteira ítalo-austríaca em 1991.


Até 2013 
Ötzi era retratado assim:

Pensava-se anteriormente que a pele da múmia havia escurecido durante sua preservação no gelo, mas presumivelmente o que vemos agora é, na verdade, em grande parte, a cor original da pele de Ötzi", apontou.


"A tecnologia de sequenciamento avançou desde então e permitiu que os pesquisadores gerassem um genoma de alta cobertura com análises mais precisas. Isso lhes permitiu obter novas informações e corrigir descobertas anteriores", explicou Zink.


O novo estuda indica que Ötzi teve a pele escura durante a vida, o que corrobora com uma hipótese anterior que encontrou grânulos de melanina marrom na camada mais profunda de sua epiderme. As descobertas recentes também contestam a ascendência previamente pensada do Homem do Gelo.


Há mais de uma década, as pesquisas relataram uma afinidade genética entre Ötzi e os sardos atuais (povo nativo do sul da Europa), colocando o Homem de Gelo com uma ascendência relacionada a fazendeiros da estepe. Mas a amostra de 2012 estava contaminada com DNA humano moderno, o que pode ter levado a esses resultados.


A nova pesquisa usou um método de extração diferente, que reduziu a contaminação, e revela que o Homem do Gelo tinha uma alta proporção de genes em comum com os primeiros agricultores da Anatólia (também conhecida como Ásia Menor).


Johannes Krause, coautor do estudo baseado no Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, disse que ficou surpreso ao não encontrar vestígios de pastores da estepe da Europa Oriental na análise e disse que a proporção de genes caçadores- coletores no gene de Ötzi genoma é muito baixo.


Geneticamente, seus ancestrais parecem ter chegado diretamente da Anatólia sem se misturar com grupos de caçadores-coletores", declarou.

Os pesquisadores observaram que Ötzi cresceu e viveu onde hoje é Tirol do Sul, no norte da Itália, sendo que seus ancestrais vieram da Anatólia e começaram a migrar para a Europa há cerca de 8.000 anos. A população de Ötzi teria vivido em uma área bastante isolada com contato relativamente baixo com outras populações.


Por fim, Zink disse que os pesquisadores agora têm uma melhor compreensão de sua ancestralidade e o estudo melhorou seu conhecimento sobre a aparência física do Homem de Gelo: "Reconstruções futuras devem levar isso em consideração".


A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, da Alemanha, e pelo Instituto de Estudos sobre Múmias do centro de pesquisas Eurac Research, em Bolzano, na Itália, e publicada na revista Cell Genomics.


O genoma de Ötzi, homem datado de 4,9 mil anos atrás, foi decodificado há mais de uma década, porém tecnologias de sequenciamento mais modernas permitiram aos pesquisadores identificar características de forma mais precisa.


1. O Homem de Gelo tem parentes vivos.

As ligações vivas com o Homem de Gelo foram reveladas por um estudo novo de DNA. Pesquisadores que procuram por marcadores incomuns no cromossomo do sexo masculino do Homem de Gelo relatam que descobriram pelo menos 19 parentes genéticos de Ötzi na região do Tirol, na Áustria.


A combinação foi feita com base em amostras de 3,7 mil doadores de sangue anônimos em um estudo liderado por Walther Parson, na Universidade Médica de Innsbruck. Compartilhando uma mutação rara conhecida como G-L91, "o Homem de Gelo e aqueles 19 compartilham um antepassado comum, que pode ter vivido de 10 mil a 12 mil anos atrás", disse Parson.


A descoberta apoia pesquisas anteriores, sugerindo que Ötzi e seus antepassados eram da agricultura. O estudo usou marcadores do cromossomo Y que são passados de pai para filho para traçar as migrações neolíticas que trouxeram a agricultura para a Europa através dos Alpes. Ötzi pertencia a um grupo de cromossomos Y chamado haplogrupo G, que está enraizado, assim como a agricultura, no Oriente Médio.


Os resultados globais do estudo sugerem que as mudanças da Revolução Neolítica incitaram povos para o oeste na região de Tirol, disse Parson.


No entanto ele está desconfiado de qualquer sugestão de que os parentes distantes de Ötzi possam ser uma variação do bloco antigo, seja fisicamente ou em seu gosto por mingau de grãos simples.


2. Ele teve vários problemas de saúde.

Desde a descoberta de Ötzi em uma geleira alpina há mais de duas décadas, os cientistas submeteram sua múmia a um exame de integridade física. Os resultados não fazem uma boa leitura. A lista de 40 e poucos males incluem articulações desgastadas, artérias endurecidas, cálculos biliares e um crescimento desagradável de algo em seu dedo mindinho do pé (talvez causado por congelamento).


Além disso, o intestino do Homem de Gelo continha ovos de vermes parasitas, ele provavelmente tinha doença de Lyme e tinha níveis alarmantes de arsênico em seu sistema (provavelmente devido ao trabalho com minérios de metal e extração de cobre). Ötzi também precisava de um dentista - um exame odontológico aprofundado encontrou evidências de doença avançada em sua gengiva e cárie dentária. 


Apesar de tudo isso, e de uma ferida fresca de flechada em seu ombro, foi um súbito golpe na cabeça que se revelou fatal para Ötzi.


3. Ele também tinha anormalidades anatômicas.

Além de suas doenças físicas, o Homem de Gelo tinha várias anormalidades anatômicas. Ele não tinha os dentes do siso e um 12º par de costelas. O homem da montanha também exibia uma lacuna entre seus dois dentes, conhecido como diastema. Se isso impressionava as mulheres é um ponto discutível - alguns pesquisadores suspeitam que Ötzi fosse infértil.


4. O Homem de Gelo estava pintado.

A múmia congelada de Ötzi preserva uma bela coleção de tatuagens de Idade do Cobre. Totalizando mais de 50, elas o cobrem da cabeça aos pés. Estas não foram produzidas usando uma agulha, mas fazendo cortes finos na pele e depois esfregando em carvão. O resultado foi uma série de linhas e cruzamentos localizados principalmente em partes do corpo que são propensas a lesões ou dor, como as articulações e ao longo das costas. Isso levou alguns pesquisadores a acreditar que as tatuagens marcaram pontos de acupuntura.


Se assim for, Ötzi deve ter necessitado de muito tratamento, o que, dada a sua idade e doenças, não é tão surpreendente. A mais antiga evidência de acupuntura, as tatuagens de Ötzi sugerem que a prática aconteceu pelo menos 2 mil anos antes do que se pensava.


5. Ele consumia pólen e cabras.

As refeições finais do Homem de Gelo significaram uma festa de informação para os estudiosos. Seu estômago continha 30 tipos diferentes de pólen. A análise desse pólen mostra que Ötzi morreu na primavera ou no início do verão, e até permitiu que os pesquisadores rastreassem seus movimentos por diferentes elevações de montanhas, pouco antes de morrer. Sua última refeição parcialmente digerida sugere que ele comeu duas horas antes de seu terrível fim. Ele incluiu grãos e carne de um cabrito, uma espécie de cabra selvagem ágil com os pés.


EMPRESAS ESTÃO APAVORADAS COM O INDIVIDUALISMO QUE TANTO ESTIMULARAM! O preço da era dos egoístas chegando!

Minha OPINIÃO!

Teve décadas em q uma pessoa entrava jovem em uma empresa e sonhava se aposentar nela.

Depois de muito tempo as pessoa começaram a perceber q podiam mudar p/ empregos melhores.

HOJE elas percebem TEM TRABALHO QUE NÃO VALE O ESFORÇO. Que saúde mental é IMPORTANTÍSSIMO!

É ISSO!

Matéria escrita pela Elizabeth Bennett Role, para a BBC Worklife

Funcionários que se gabam das empresas para as quais trabalham parecem ser cada vez mais raros. Agora, eles estão priorizando a si mesmos.

Por anos, uma característica marcante de bairros como Canary Wharf, em Londres, ou o Distrito Financeiro de Manhattan era trabalhadores vestindo coletes de fleece com os logos de suas empresas.

Não era apenas um sinal de códigos de vestimenta menos formais no mundo corporativo - era um distintivo de orgulho na empresa para a qual se trabalhava.

No entanto, esse tipo de lealdade explícita dos funcionários pode estar enfraquecendo. Em um mundo de trabalho transformado, onde a tecnologia está se desenvolvendo rapidamente e as prioridades dos trabalhadores mudaram, especialistas afirmam que as pessoas estão menos propensas a colocar a empresa em primeiro lugar ao pensar e falar sobre suas carreiras.

Em vez disso, as pessoas estão destacando suas qualidades pessoais acima das empresas em seus currículos.

Isso ocorre frequentemente no LinkedIn, acrescenta ele, onde muitos trabalhadores agora optam por colocar seus nomes e habilidades em seus títulos de perfil, empurrando os detalhes de seus empregadores atuais para mais abaixo na página. Isso é em contraste a abordagem tradicional, onde os usuários começavam seus perfis com o cargo e a empresa em primeiro lugar.

Essa abordagem de destacar conquistas pessoais em vez de identidade no local de trabalho faz sentido no cenário atual, onde os recrutadores estão focando em conjuntos específicos de habilidades em suas buscas e abordagens, diz Dana Minbaeva, professora de gestão de recursos humanos do King's College London.

Ela atribui isso, em parte, a uma mudança mais ampla em direção a uma economia baseada em habilidades.

"Estamos operando em um ambiente em que as habilidades e competências individuais são consideradas seus ativos mais valiosos", diz ela. Os trabalhadores mais valiosos no mercado de trabalho devem ter a capacidade de adaptar sua expertise pessoal a tecnologias emergentes, como a IA generativa.

A crescente globalização junto com o rápido desenvolvimento tecnológico está impulsionando a mudança para um mercado de trabalho baseado em habilidades, acredita Aaron Taylor, chefe da escola de gestão de recursos humanos da Arden University, Reino Unido.

"Conjuntos de habilidades que estão em demanda estão mudando rapidamente e os funcionários querem mantê-los atualizados por razões pessoais, profissionais ou financeiras", diz ele.

Em outras palavras, os funcionários estão se tornando mais valiosos pelas habilidades que possuem, em vez do pedigree que carregam. E à medida que os recrutadores entram em contato, esses trabalhadores sabem disso.

O fator da lealdade
À medida que as competências se tornam mais importantes do que o prestígio da empresa no mercado de trabalho atual, muitos funcionários estão se tornando cada vez menos leais aos seus empregadores.

Em vez de permanecer em uma corporação prestigiosa apenas por causa de seu nome, os especialistas afirmam que os trabalhadores podem estar mais propensos a se mover entre empresas, buscando oportunidades onde suas habilidades possam ser cultivadas e desenvolvidas.

Como resultado dessa mudança na lealdade, Minbaeva diz que os trabalhadores estão se desvinculando psicologicamente das suas antigas lealdades a uma única empresa.

Em parte, ela acredita que isso ocorre porque os funcionários têm mais probabilidade de examinar e até mesmo desafiar os valores arraigados e a cultura de seus locais de trabalho e líderes.

"Os trabalhadores mais jovens estão muito mais ativamente envolvidos em examinar e avaliar se as ações de uma empresa estão alinhadas com suas próprias crenças e valores, agenda de sustentabilidade e outras promessas feitas a várias partes interessadas", diz ela. Simplificando, eles agora estão dispostos a deixar uma empresa que não corresponda aos seus próprios ideais.

Taylor diz que a pandemia também levou os trabalhadores a exigirem mais autonomia no local de trabalho. "As pessoas querem mais controle sobre o equilíbrio entre trabalho e vida", diz ele.

"Há muito menos ênfase em permanecer leal e 'se manter firme' em um emprego e muito mais ênfase em encontrar um emprego que atenda às próprias necessidades e preferências dos trabalhadores", acrescenta ele.

Além disso, Oldman acredita que quanto menos tempo os funcionários passam nos escritórios físicos, mais eles podem traçar uma linha entre si e seus empregos. "Os funcionários que frequentam o escritório se beneficiam menos da lealdade potencial à marca e dos benefícios que os ótimos escritórios podem incutir. Eles também perdem as interações sociais não estruturadas com colegas que servem para criar e reforçar a coesão social e o senso de propósito comum", diz ele.

Quando a conexão física com o escritório é o que Oldman chama de "relação passageira", os funcionários se importam menos com a empresa e, consequentemente, são mais propensos a não pensar duas vezes em mudar de emprego.

Em última análise, os especialistas acreditam que essa diminuição na lealdade tradicional ao empregador está tornando mais fácil - e mais sensato - para os trabalhadores pensarem em suas habilidades primeiro.

Olhando para o futuro, os especialistas acreditam que os funcionários estarão cada vez mais pensando em seu trabalho e habilidades primeiro, e não no nome na porta.

E à medida que a rotatividade de empregos aumenta e a economia baseada em habilidades cresce ainda mais, Taylor acredita que os trabalhadores continuarão a destacar seus talentos em relação aos seus empregadores para avançar, tanto em termos de crescimento profissional quanto de potencial de ganhos.


 


Como a evolução criou OITO TIPOS DE HUMANOS em um mesmo período da História

 


* Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original em inglês.

Você sabia que o Homo sapiens pode ter encontrado, há dezenas de milhares de anos, até oito de diferentes espécies de seres humanos? Você sabia que há 21 espécies de humanos já catalogadas?

Existem desde espécies robustas e numerosas como os neandertais e seus parentes próximos, os denisovanos, até seres humanos baixos (com menos de 1,50 m de altura) com cérebros pequenos, como o Homo naledi.

Descobertas nos últimos anos vêm alterando o entedimento do nosso passado, como a existência de seres híbridos: cruzamentos entre essas diferentes espécies. Tudo isso até que o Homo sapiens prevalecesse na Terra.

O repórter André Biernath conta 6 revelações sobre as nossas origens que foram compiladas pela professora de arqueologia Penny Spikins, da Universidade de York, no Reino Unido.

Segue a reportagem em texto:



O estudo científico da evolução humana nos reassegurou sobre uma reconfortante ordem das coisas.

As pesquisas sempre indicaram os humanos como mais inteligentes, mais intelectuais e mais cuidadosos que os nossos ancestrais. Das reconstruções arqueológicas de neandertais como seres brutos e peludos que andavam curvados, até os filmes com "homens das cavernas", nossos ancestrais sempre foram mal retratados.

Mas descobertas dos últimos cinco anos vêm alterando essa visão limitada. No meu último livro, Hidden Depths: The Origins of Human Connection ("Profundidades ocultas: as origens das conexões humanas", em tradução livre), argumento que isso é importante para a forma como nos vemos hoje em dia, como imaginamos o nosso futuro e para compreendermos o nosso passado.

Entre essas descobertas, seis revelações se destacam.


1. Existem mais espécies humanas do que imaginávamos.

Espécies como Homo longi foram identificadas apenas em 2018. Existem agora 21 espécies humanas conhecidas.

Homo longi

Nos últimos anos, percebemos que nossos ancestrais Homo sapiens podem ter encontrado até oito desses diferentes tipos de seres humanos, desde espécies robustas e numerosas como os Neandertais e seus parentes próximos, os Denisovanos, até seres humanos baixos (com menos de 1,50 m de altura) com cérebros pequenos, como o Homo Naledi.


Mas o Homo sapiens não era o destino evolutivo inevitável, nem se encaixa em uma simples progressão linear ou escada evolutiva. O cérebro do Homo naledi pode ter sido menor que o de um chimpanzé, mas existem evidências de que eles eram culturalmente complexos e lamentavam seus mortos.

Homo Naledi

Os neandertais criaram arte simbólica, mas não eram iguais a nós. Eles tinham muitas adaptações biológicas diferentes, que podem ter incluído a hibernação.

Neandertais


2. Humanos híbridos são parte da nossa história

Espécies humanas híbridas, que eram consideradas por especialistas como ficção científica, podem ter feito parte importante da nossa evolução.

As evidências da importância dos híbridos vêm da genética. As pistas não estão apenas no DNA da nossa própria espécie (que, muitas vezes, inclui genes importantes herdados dos neandertais), mas também nos esqueletos de híbridos.

Um exemplo é Denny, uma menina filha de mãe neandertal e pai denisovano. Seus ossos foram encontrados em uma caverna na Sibéria.


3. Nós tivemos sorte

O nosso passado evolutivo é mais confuso que os cientistas costumavam pensar. Você já teve dores nas costas? Ou ficou com inveja do seu cachorro quando ele pulava alegremente por um terreno irregular?

Isso deve ser suficiente para mostrar que estamos longe de sermos perfeitamente adaptados. Sabemos há algum tempo que a evolução elabora soluções em resposta a um ecossistema que pode já ter se alterado. Mas muitas das mudanças da nossa linhagem evolutiva humana podem ter sido causadas pelo acaso.

Isso ocorre, por exemplo, quando populações isoladas têm uma certa característica, como alguma peculiaridade da sua aparência, que não faz muita diferença para a sua sobrevivência, e essa característica continua a se alterar nos seus descendentes. Características dos rostos dos neandertais (como suas sobrancelhas pronunciadas) ou no seu corpo (incluindo suas grandes caixas torácicas) podem ter sido simplesmente o resultado de desvios genéticos.

A epigenética, que é a ativação dos genes apenas em ambientes específicos, também complica as coisas. Os genes podem predispor alguém à depressão ou à esquizofrenia, por exemplo. Mas podem só desenvolver a condição se forem ativados por algo que aconteça com eles.


4. O nosso destino está interligado com a natureza

Talvez possamos gostar de nos imaginar como mestres do meio ambiente. Mas está cada vez mais claro que as mudanças ecológicas é que nos moldaram.

As origens da nossa espécie coincidiram com grandes mudanças climáticas, pois foi nesses momentos que nos diferenciamos mais das outras espécies. Todas as outras espécies humanas aparentemente se extinguiram como resultado de mudanças climáticas.

Três importantes espécies humanas (Homo erectus, Homo heidelbergensis e Homo neanderthalensis) foram extintas por grandes mudanças do clima, como o evento Laschamp - uma interrupção temporária do campo magnético da Terra ocorrida 42 mil anos atrás, que coincidiu com a extinção dos neandertais.


5. Gentileza é uma vantagem evolutiva

Pesquisas descobriram novas razões para termos esperança nas sociedades humanas do futuro.

Os cientistas costumavam acreditar que as partes violentas da natureza humana nos ajudavam a subir na escada evolutiva. Mas surgiram evidências que demonstram a contribuição do lado solidário da natureza humana para o nosso sucesso.

Esqueletos antigos mostram sinais notáveis de sobrevivência após doenças e lesões, o que teria sido difícil ou até impossível sem ajuda.

O caminho da compaixão humana estende-se até um milhão e meio de anos atrás. Cientistas rastrearam conhecimento médico pelo menos até o tempo dos neandertais.

O altruísmo tem muitos benefícios importantes para a sobrevivência. Ele permitiu que membros mais idosos da comunidade transmitissem conhecimentos importantes. E o cuidado médico manteve os caçadores experientes vivos.


6. Somos uma espécie sensível

A evolução nos tornou mais emocionalmente expostos do que gostaríamos de imaginar.

Como ocorre com os cães domésticos, com quem compartilhamos muitas adaptações genéticas, como a maior tolerância a estranhos e a capacidade de resposta a sinais sociais, a hipersociabilidade humana tem um preço: a vulnerabilidade emocional.

Somos mais sensíveis aos sentimentos das pessoas à nossa volta e mais vulneráveis a influências sociais. Somos mais propensos a distúrbios emocionais, solidão e depressão que nossos antepassados.

Nossos sentimentos são complexos e pode nem sempre ser agradável conviver com eles. Mas eles são parte de transformações importantes que criaram grandes comunidades conectadas. Nossas emoções são essenciais para as colaborações humanas.

Esta é uma visão muito menos tranquilizadora do nosso lugar no mundo do que a que tínhamos até cinco anos atrás. Mas observar-nos como individualistas, racionais e com direito a um lugar privilegiado na natureza não trouxe bons resultados - basta ler as últimas notícias sobre o estado do nosso planeta.

Se aceitarmos que os seres humanos não são o pináculo do progresso, não poderemos simplesmente ficar esperando que as coisas andem bem. Nosso passado indica que o nosso futuro não será melhor, a menos que façamos alguma coisa a respeito.






* Penny Spikins é professora de arqueologia de origens humanas da Universidade de York, no Reino Unido. Seu elogiadíssimo último livro: Profundidades Ocultas: As Origens da Conexão Humana 





Se lê é uma briga... Entender exige uma guerra...

 


A FALTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE AS PESSOAS MATA! A Endemia de Suicídio se apresenta, novamente, no Japão e acende o aviso de emergência no mundo!

 O Japão enfrenta um número sem precedentes de suicídios infantis, segundo dados publicados neste mês pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão. Só no ano passado, 514 estudantes dos ensinos FUNDAMENTAL e MÉDIO tiraram suas vidas — entre eles, 17 crianças com 12 anos ou menos.

É a primeira vez desde que as estatísticas começaram a ser compiladas em 1980 que o número de ocorrências passa de 500.
Embora os suicídios de japoneses de todas as idades tenham aumentado 4,2% em 2022, chegando a 21.881 casos, a estatística ainda está distante do recorde histórico de 34.427, registrado em 2003.
A queda dos suicídios no Japão nas últimas duas décadas foi de cerca de 40%, e é atribuída ao esforço de organizações não-governamentais como a Lifelink, fundada em 2004. A ONG foi criada por Yasuyuki Shimizu, motivado após dirigir um programa investigativo de televisão sobre crianças que ficaram órfãs após o suicídio de seus pais.
Apesar da APARENTE queda geral, o suicídio de menores de idade continua AUMENTANDO e isso significa que as medidas de apoio não são suficientes!
O país tem políticas públicas criadas para informar, ajudar e envolver toda a sociedade há mais de 15 anos; especialistas creem que redes sociais e pressão acadêmica são agravantes.
Porque tem tanto suicídio no Japão?


A Priscila conhecida profissionalmente como Prizza é uma youtuber, influencer e modelo comercial brasileira, Prizza se mudou para o Japão em 2017. Ela fala sobreo o problema atual do Japão com a saúde mental de seu povo!




Yasuyuki Shimizu deixou o jornalismo investigativo para se dedicar à questão social que considera premente. Para ele, a tecnologia e as redes sociais têm agravado o problema, já que as mensagens, em casos de bullying, perseguem as crianças 24 horas por dia. Os especialistas lembram, no entanto, que o suicídio é sempre multicausal, sem um só detonador.

No Japão, que lida há anos com um declínio das taxas de natalidade e o envelhecimento, a pressão acadêmica e o medo do bullying são alguns dos fatores associados ao suicídio infantil, principalmente no final das férias. Questões familiares também contribuem para causar o desejo de “querer desaparecer deste mundo”, segundo o especialista.

Um outro ponto, continuou Shimizu, é a violência machista:

— Muitas das crianças que nós atendemos falam da mãe querendo tirar a própria vida depois de apanhar do pai. Isso pode criar um ciclo.

O Lifelink recebe uma média de 4 mil ligações telefônicas e 3 mil mensagens de texto, muitas delas vindas de menores de idade. As crianças e adolescentes japoneses se familizam com o suicídio por meio de informações frequentes sobre o tema, afirmou Shimizu, que descarta a visão generalizada ocidental de que a cultura japonesa incetiva as pessoas a desistirem da vida por meio de celebrar na sua literatura e em seu cinema atos como o harakiri ou os pilotos kamikaze.

Embora no Japão as emissoras nacionais de TV adotem eufemismos como “acabar com sua própria vida”, as estatísticas do ato são anunciadas anualmente na mídia e nos sites de ministérios, governos regionais, da polícia e de instituições que promovem saúde mental. Na rua, contudo, o suicídio ainda é uma palavra “tabu nas conversas, apesar de não receber a categoria de pecado que lhe é atribuída por religiões como o cristianismo ou o islamismo”, explica Shimizu.

— Quando as crianças puderem dizer o que pensam em suas escolas ou em casa, creio que a quantidade de crianças que se suicidam diminuirá — disse o especialista.

A mídia japonesa frequentemente cumpre as recomendações da Organização Mundial de Saúde de omitir os métodos ao noticiar suicídios. Ainda assim, no caso de mortes de celebridades, os detalhes costumam a vazar nas redes sociais e sua repercussão é praticamente imediata.


Shimizu cita os picos que ocorrem depois que os suicídios de pessoas famosas vêm à tona. Em julho e setembro de 2020, os atos cometidos por um popular ator de 30 anos e de uma atriz de 40 anos foram emulados por pessoas de idades semelhantes, dobrando as mortes pelas próprias mãos nos dias seguintes ao anúncio de ambos incidentes.

Problema social e politicas publicas

Muitos japoneses associam o suicídio à vergonha e o relegam a um problema individual restrito a pessoas fracas. Em 2006, com a ajuda de parlamentares que ouviram depoimentos de crianças cujos país morreram por suicídio, Shimizu rascunhou e aprovou com sucesso a Lei Básica de Combate ao Suicídio, cujo fim é transmitir a mensagem de que fazer frente à questão é um trabalho que cabe à sociedade como um todo.

Depois de criar metas numéricas para reduzir a taxa de suicídio a níveis semelhantes aos de outros países industrializados, a Lei Básica produziu quase duas décadas de queda nos atos. Permitiu também uma dinâmica colaborativa que evita os habituais obstáculos entre organizações, priorizando soluções.

— Porém o mais importante é ensinar as crianças a enviar uma mensagem pedindo auxílio e ajudar a conscientizá-las de que não há problema em fazer isso — disse o fundador do Lifelink.

Logo no início da pandemia, Shimizu gerenciava a criação de um órgão chamado Centro de Prevenção do Suicídio no Japão, que fez frente ao aumento dos suicídios durante as quarentenas e compensou em parte o fechamento dos centros de apoio devido às restrições sanitárias. Em janeiro de 2021, o centro foi classificado pela Organização Mundial da Saúde como um “centro colaborador que realiza pesquisa e treinamento para prevenção do suicídio”. Entre seus objetivos estão o intercâmbio acadêmico internacional, a exportação de suas experiências para outros países e a criação de uma rede global de medidas contra o suicídio.

ORIGINAL:https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/03/suicidios-de-criancas-no-japao-atinge-maior-numero-da-historia-do-pais.ghtml

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