Pular para o conteúdo principal

Sacitta Sutta ~ A Própria Mente




Assim ouvi. Certa ocasião o Abençoado estava em Savatthi no Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Lá ele se dirigiu aos monges da seguinte forma: “Bhikkhus!” “Sim, venerável senhor,” os monges responderam. O Abençoado disse o seguinte:

“Mesmo que um bhikkhu não tenha habilidade para compreender as mentes dos outros, ele deve decidir: ‘Eu preciso ter a habilidade para compreender a minha própria mente.’

“E como um bhikkhu tem habilidade para compreender a sua própria mente? Tal como uma mulher, ou um homem, jovem, sadio, que aprecia ornamentos, ao ver a imagem do rosto refletida num espelho límpido e brilhante ou numa bacia com água cristalina, percebe uma mancha ou defeito, fará esforço para removê-la, mas não percebendo mancha ou defeito ficará feliz assim: ‘É um ganho para mim que esteja perfeito’; do mesmo modo, para um bhikkhu a auto-análise é muito benéfica para o incremento de qualidades hábeis [se ele conduzi-la deste modo]: ‘Eu com freqüência permaneço com cobiça ou não? Com pensamentos de má vontade ou não? Subjugado pela preguiça e torpor ou não? Com inquietação ou não? Com dúvida ou tendo superado a dúvida? Com raiva ou não? Com pensamentos contaminados ou livres de contaminação? Com o corpo excitado ou sem excitação? Com preguiça ou com a energia estimulada? Sem concentração ou concentrado?’

“Se através dessa auto-análise um bhikkhu compreender que, ‘Eu com freqüência permaneço com cobiça, com pensamentos de má vontade, subjugado pela preguiça e torpor, com inquietação, com dúvida, com raiva, com pensamentos contaminados, com o corpo excitado, com preguiça ou sem concentração,’ então ele deve aplicar um desejo adicional, esforço, diligência, empenho, atenção plena não dividida e plena consciência para o abandono dessas mesmas qualidades ruins e prejudiciais. Tal como alguém cujo turbante esteja em chamas aplicaria um desejo adicional, esforço, diligência, empenho, atenção plena não dividida e plena consciência para extinguir as chamas do seu turbante; do mesmo modo, o bhikkhu deve aplicar um desejo adicional, esforço, diligência, empenho, atenção plena não dividida e plena consciência para o abandono dessas mesmas qualidades ruins e prejudiciais.

“Mas, se através dessa auto-análise um bhikkhu compreender que, ‘Eu com freqüência permaneço sem cobiça, sem pensamentos de má vontade, livre da preguiça e torpor, livre da inquietação, sem dúvida, sem raiva, sem pensamentos contaminados, com o corpo sem excitação, com a energia estimulada ou com concentração,’ então, estabelecendo-se com firmeza nessas qualidades benéficas, a tarefa dele é de fazer um esforço adicional para a destruição das impurezas.”


Fonte Acesso ao Insight Este trabalho pode ser impresso para distribuição gratuita.
Este trabalho pode ser re-formatado e distribuído para uso em computadores e redes de computadores
contanto que nenhum custo seja cobrado pela distribuição ou uso. De outra forma todos os direitos estão reservados.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ACALME-SE

A técnica A.C.A.L.M.E.-S.E. é um acrônimo (uma palavra formada pela junção das primeiras letras ou das sílabas iniciais de um grupo de palavras) usado como estratégia da Psicoterapia Cognitivo-Comportamental que oferece passos práticos para lidar com a ansiedade durante uma crise. Esses passos ajudam a pessoa a se acalmar e a lidar com as sensações desagradáveis de forma mais eficaz. É uma técnica útil que pode ser praticada sozinha ou com a ajuda de um terapeuta. Aqui está um resumo dos passos: 1. ACEITE a sua ansiedade. Aceitar é o primeiro passo para a mudança. Um dicionário define aceitar como dar “consentimento em receber”. Concorde em receber as suas sensações de ansiedade. Mesmo que lhe pareça absurdo no momento, aceite as sensações em seu corpo assim como você aceitaria em sua casa um visitante inesperado ou desconhecido ou uma dor incômoda. Substitua seu medo, raiva e rejeição por aceitação. Não lute contra as sensações. Resistindo você estará prolongando e intensificando o

Escuta Compassiva.

O monge budista Thich Nhat Hanh diz que OUVIR pode ajudar a acabar com o sofrimento de um indivíduo.  A escuta profunda é o tipo de escuta que pode ajudar a aliviar o sofrimento de outra pessoa.  Podemos chamar-lhe escuta compassiva.  Escuta-se com um único objetivo: ajudar a pessoa a esvaziar o seu coração.  Mesmo que ele diga coisas cheias de percepções erradas, cheias de amargura, somos capazes de continuar a ouvir com compaixão.  Porque sabe que, ouvindo assim, dá a essa pessoa a possibilidade de sofrer menos.  Se quisermos ajudá-la a corrigir a sua percepção, esperamos por outra altura.  Para já, não interrompe.  Não discute.  Se o fizer, ela perde a sua oportunidade.  Limita-se a ouvir com compaixão e ajuda-o a sofrer menos.  Uma hora como essa pode trazer transformação e cura.