Faz bem mais de 2500 anos que Sidartha Gautama, chamado
então de Budha (acordado, desperto, atento) disse que a fonte de nossos
sofrimentos e a solução de nossos sofrimentos esta na mesmas mãos: as nossas.
Dizia ele que em nossas mentes estão todos os instrumentos
para nos libertar destas armadilhas que nos aferroam ao sofrimento.
Um dos mais importantes
instrumentos apresentados por Budha é a PLENA ATENÇÃO.
A Atenção Plena Correta está sempre no âmago de todos os ensinamentos de Buda, sendo, tradicionalmente, a sétima etapa do Caminho Óctuplo
A Atenção Plena Correta está sempre no âmago de todos os ensinamentos de Buda, sendo, tradicionalmente, a sétima etapa do Caminho Óctuplo
Quando a Atenção Plena Correta está
presente, as Quatro Nobres Verdades e os outros sete componentes do Caminho Óctuplo
também se fazem presentes.
Quando estamos conscientes, nosso
pensar é o Pensamento Correto e o falar, a Fala Correta, e assim por diante.
O Ven. mestre Zen Thich Nhat Hanh, diz: “A Atenção Plena Correta é o instrumento, a prática que nos traz de volta para o momento presente. Cultivar a atenção plena significa cultivar o Buda interior, cultivar o Espírito Santo.”
De acordo com a psicologia budista (abhidharma, "O Darma
superior"), a atenção tem a característica de universalidade, o que
significa que estamos sempre dando atenção a algo.
Nossa atenção pode ser "adequada", ou seja, estamos
inteiramente no momento presente ou pode ser "inadequada", o que
ocorre quando estamos atentos a algo que nos afasta do aqui e agora. Um bom
jardineiro sabe como obter lindas flores usando esterco.
A Atenção Plena Correta tudo aceita, sem julgar nem reagir. É inclusiva
e amorosa. Sua prática consiste em buscar formas para conseguir manter a
atenção adequada durante todo o dia.
A palavra sânscrita que designa atenção plena, smriti, significa "lembrar-se". A atenção plena consiste em
lembrar-se constantemente de voltar ao momento presente. O ideograma chinês
para a atenção plena tem duas partes: a parte superior significa
"agora" e a parte inferior "mente" ou "coração."
Agora mais um trabalho endossa as pesquisas e conclusões deste nobre mestre, o Budha:
Dois psicólogos da Universidade de Harvard, Matthew A. Killingsworth e Daniel T. Gilbert, concluíram que a distração mental é o melhor medidor de infelicidade em nós humanos — depois de fazer uma pesquisa com 5.000 pessoasusando um aplicativo de iPhone que mede a quantidade de vezes que uma pessoa encontra-se distraída durante o dia. “Esse estudo mostra que nossas vidas mentais são permeadas, em um nível impressionante, pelo não-presente”, diz Killingsworth, um dos psicólogos autores do estudo. Um resumo da pesquisa pode ser lido no site da Universidade de Harvard, aqui (pdf, em inglês).
Alguém poderia imaginar que a maior parte dessas pessoas que estavam distraídas assim estavam porque suas tarefas eram desinteressantes. Mas a pesquisa nega claramente essa possibilidade com dois resultados curiosos: 1) “a natureza das atividades que as pessoas estavam fazendo tinha pouco impacto na motivação para suas mentes divagarem”; e 2) “a natureza das atividades das pessoas tinham quase nenhum impacto no prazer dos assuntos pelos quais as mentes dessas pessoas se sentiam atraídas para divagar”.
Ou seja, em termos grosseiro, poderíamos dizer que qualquer que seja a atividade que você está realizando, se sua mente se distrai e vai para outro lugar, as chances de você estar mais infeliz nessa divagação são maiores – independente se sua mente está pensando em algo melhor (“uma pessoa bonita”) ou pior (“pagar as contas”) do que você está fazendo. Mas é claro que preferimos pensar em algo mais prazeroso: “Apesar das mentes terem mais probabilidade de divagar para assuntos prazerosos (42.5% das amostras) do que para os assuntos não-prazerosos (26.5%) ou neutros (31%), as pessoas não estavam mais felizes pensando nos assuntos mais prazerosos do que em suas atividades atuais“, diz a pesquisa.
“Na verdade, a frequência com que nossas mentes abandonam o presente e o lugar para onde elas tendem a ir pode indicar mais sobre nossa felicidade do que as atividades que nós estamos fazendo".
Essa pesquisa é uma espécie de ‘ponta do iceberg’ de constatações que tradições como o Yoga e o Budismo se baseiam desde a criação de seus principais cânones, datados de vários séculos (em alguns casos, milênios). Num nível mais profundo, o problema da divagação mental lembra os Yoga Sutras do sábio Patanjali Maharishi, que possuem no aforismo “Yoga chitta vritti nirodha“, cuja tradução mais comum é a “restrição das flutuações da mente”, uma de suas máximas mais importantes.
É possível participar da pesquisa instalando e usando o aplicativo de Iphone, a partir do site trackyourhappiness.org.
Matthew A. Killingsworth e Daniel T. Gilbert na revista eletronica da Universidade de Harvard
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