A Estrutura do Soto Shu
fevereiro 1, 2012 por
Monja Isshin
Reproduzindo do site oficial do Soto Shu:
"Fukuyama Taiho Zenji, Monge Principal de Daihonzan Eiheiji, Nomeado Monge Principal de Sotoshu
Com as funções de Egawa Shinzan Zenji (Monge Principal de Daihonzan Sôjiji), como Monge Principal de Sotoshu, terminando em 21 de Janeiro de 2012, o Monge Principal de Daihonzan Eiheiji, Fukuyama Taiho Zenji, foi nomeado Monge Principal de Sotoshu a partir de 22 de Janeiro de 2012.
O cargo de Monge Principal de Sotoshu é uma função alternadamente assumida pelos Monges Principais de Daihonzan Eiheiji e Daihonzan Sôjiji, a cada dois anos. Esta é a segunda vez que Fukuyama Zenji é nomeado Monge Principal, depois do cargo anterior exercido entre Janeiro de 2008 e Janeiro de 2010."
O meu documento de registro oficial da minha Transmissão de Darma foi assinado pelo Egawa Zenji (Abade de Sôjiji) e, ao passar pelo cerimonial de Zuise no templo-mosteiro-sedeEiheiji, recebi o certificado congratulatório das mãos do seu abade, Fukuyama Zenji. Consequentemente, sinto uma certa ligação com estes dois mestres.
Ao mesmo tempo, acho muito importante esclarecer qual é a função real que eles ocupam, ao se tornaram Kanchô (Monge Principal), pois tenho encontrado muitos “mitos” e más-interpretações sobre a estrutura e funcionamento da “instituição” Soto Shu, a qual sou oficialmente afiliada.
Por este motivo, reproduzo abaixo um trecho traduzido do site do Mosteiro Antaiji:
Sobre o significado da estrutura vertical e horizontal da Sanga:
[...] “Atualmente na Índia, nos deparamos com toda a sorte de indivíduos sem respeitabilidade alguma nos poucos templos Tailandeses e Burmaneses do país, onde estes recebem sua ordenação na condição de que, em seguida prosseguirão adiante, em algum outro lugar. Esses indivíduos vão trilhando esse caminho sem treinamento, nada sabendo sobre o Darma, usando seus mantos para ganhar a vida e em geral, trazendo má reputação ao Budismo. Pessoas são aceitas em uma determinada Sanga, mas logo em seguida são mandadas embora. Ninguém se responsabiliza por elas, e elas, por sua vez, não têm responsabilidade para com ninguém.
Provavelmente este problema tenha levado ao firme estabelecimento de um relacionamento vertical entre professor e aluno, onde o aluno responde a um determinado professor, e o professor é responsável por cada um de seus alunos. Mas isto, por si só ainda não é o suficiente. Professores morrem, ficam senis, ou apenas, cometem erros eventualmente. Professores equivocados ordenam alunos equivocados. As pessoas acreditam que cada um, conectado de alguma forma a alguma linhagem é um ser iluminado e infalível. E este fato não corresponde à realidade.
Assim, compondo e permanecendo como parte de uma estrutura horizontal maior, por mais imperfeita que esta possa ser, há uma grande vantagem, pois o risco de sua linhagem se tornar “auto-regulamentada” e insana diminui consideravelmente.
Um fato quase desconhecido no ocidente é que a escola Soto-shu é uma organização democrática, com um líder denominado Shûmu-Sôchô (宗務総長) eleito por um parlamento. Este parlamento, por sua vez, consiste de 72 monges eleitos em 36 distritos abrangendo o país japonês, sendo 2 de cada distrito. O Shûmu-Sôchô seleciona um gabinete composto por si próprio e mais sete outros monges que, conjuntamente, governam a organização.
Em geral, acredita-se que o Kanchô, seja o líder de Eiheiji ou de Sôjiji (os dois templos-sede), e o chefe da Soto-Shu, entretanto, este não é o caso. O Kanchô possui somente funções representativas. Na realidade, o poder está com o Shûmu-Sôchô e seu gabinete. Portanto, a idéia de que a postura de dar mais importância à estrutura horizontal da sanga teria sido uma criação ocidental relativamente recente, está errada. Provavelmente, a maioria das sangas ocidentais está organizada de uma forma vertical muito mais forte, com nenhum ou quase nenhum controle horizontal, quando comparada às suas correspondentes orientais. E este fato talvez seja, em muito, a razão pelos acontecimentos desordenados e enlouquecidos, tão frequentemente observadas no ocidente. Então, de qualquer forma, para mim, este é um dos motivos mais importantes para se considerar que é ao menos saudável, senão absolutamente necessário, nos mantermos como parte de uma organização maior em lugar de simplesmente lutar por si próprio e por “sua” linhagem.
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