Domando o Mamute: Por que você deveria parar de se preocupar com o que os outros pensam

 Domando o Mamute: Por que você deveria parar de se preocupar com o que os outros pensam – Parte I e II.

Parte 1: Conheça seu Mamute

No primeiro dia de minha segunda série, eu fui para a escola e notei que havia uma aluna nova, muito bonita, na sala – alguém que não esteve lá nos anos anteriores. O nome dela era Alana e, em menos de uma hora, ela era tudo para mim.
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Quando você tem 7 anos, não existem passos ou ações que você pode tomar quando se apaixona por alguém. Você nem ao menos tem certeza do que quer dessa situação. Existe apenas esse anseio disforme que é uma parte da sua vida, e isso é tudo.
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Mas para mim, isso se tornou inesperadamente relevante alguns meses depois, quando durante um recreio, uma das garotas da classe começou a perguntar para cada um dos meninos, “Com quem vocêêêê quer se casar??” Quando ela me perguntou, a resposta foi simples. “Alana”
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Desastre.
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Eu ainda era novato em ser um humano, e não percebi que a única resposta socialmente aceita era: “Ninguém.”
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No segundo em que respondi, a abominável garota correu em direção aos outros alunos, contando para cada um deles, “Tim disse que quer se casar com Alana!” Cada um deles então começou a rir descontroladamente. Eu estava terminado. Minha vida tinha acabado.
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A novidade rapidamente chegou para a própria Alana, que ficou tão longe de mim quanto possível pelos dias seguintes. Se ela soubesse o que uma medida de proibição de aproximação era, ela teria solicitado uma.
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Essa experiência horripilante me ensinou uma lição crucial para a vida – pode ser mortalmente perigoso ser você mesmo, e você deve exercitar uma cautela social extrema o tempo todo.
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Agora isso soa como algo que apenas um garoto de 7 anos traumatizado iria pensar, mas, estranhamente, essa lição não está limitada somente a mim e meu desastre na infância – é uma paranóia modeladora da espécie humana.  Nós compartilhamos uma insanidade coletiva que contamina as culturas humanas através do mundo:
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Uma obsessão irracional e improdutiva sobre o que outras pessoas pensam de nós.
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A evolução faz tudo por uma alguma razão, e para entender as origens dessa insanidade em particular, vamos voltar por um minuto para 50.000 A.C na Etiopia, onde o seu Tata(…)tataravô viveu como parte de uma pequena tribo.
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Naquela época, ser parte de uma tribo era crítico para sobrevivência. Uma tribo significava comida e proteção em um tempo onde nada disso vinha fácil. Então para o seu Tata(…)tataravô, praticamente nada no mundo era mais importante do que ser aceito pelos seus companheiros de tribo, especialmente aqueles em posição de autoridade. Se “encaixar” com aqueles que estavam ao seu redor e agradar aos que estavam acima dele significava que ele podia ficar na tribo, e talvez o pior pesadelo que ele poderia ter seria que as pessoas da tribo começassem a comentar sobre como ele era desagradável, improdutivo ou esquisito – porque se pessoas o suficiente o desaprovassem, sua reputação na tribo cairia, e se ela se tornasse realmente ruim, ele seria expulso e deixado para a morte. Ele também sabia que se ele se atrapalhasse em sua busca por uma mulher na tribo e fosse rejeitado, ela iria dizer às outras mulheres sobre isso – ele não apenas perderia sua chance com aquela mulher, talvez pudesse nunca ter uma companheira porque todas as garotas que existiriam em sua vida saberiam sobre sua tentativa falha e atrapalhada. Ser socialmente aceito era tudo.
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Por causa disso, os humanos desenvolveram uma obsessão sobre o que os outros pensavam sobre eles – uma súplica por aprovação social e admiração, e um medo paralisante de ser rejeitado. Vamos chamar essa obsessão de Mamute da Sobrevivência Social de uma pessoa. Ele se parece um pouco com isso:
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O Mamute da Sobrevivência Social de seu Tata(…)tataravô era essencial em sua habilidade para sobreviver e prosperar. Era simples – mantenha o mamute bem alimentado com aprovação social e preste muita atenção para os seus medos esmagadores de não aceitação, e você estará bem.
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E estava tudo bem com isso em 50.000 AC. E em 30.000 AC. E em 10.000 AC. Mas algo engraçado aconteceu para os humanos nos últimos 10.000 anos – a civilização deles mudou drasticamente. Repentinamente, mudanças sociais muito rápidas vieram junto com a civilização, e nossa evolução biológica não consegue se mover tão rápido assim. Enquanto na maior parte da história, tanto nossas estruturas sociais quanto nossa biologia evoluíram e se ajustaram juntas em passos de formiga, recentemente a civilização se desenvolveu na velocidade de uma lebre enquanto nossa biologia continuou se arrastando.
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Nossos corpos e mentes são construídos para viver em um tribo em 50.000 AC, o que acaba deixando os humanos modernos com um certo número de traços indesejados, sendo um deles essa fixação por um estilo de sobrevivência social tribal em um mundo onde sobrevivência social não é mais um conceito real. Estamos todos aqui, em 2016, acompanhados por um mamute grande, faminto e facilmente destemperado que ainda pensa que estamos em 50.000 AC. Por que mais você iria provar quatro roupas e ainda sim não ter certeza sobre o que vestir antes de sair?
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Os pesadelos do mamute sobre rejeições amorosas fizeram seus ancestrais cautelosos e sábios mas, no mundo de hoje, ele apenas te transforma em um covarde.
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E nem ouse deixar o mamute começar com o terror dos riscos artísticos:
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O furacão de medo de desaprovação social do mamute exerce influência na maior parte da vida da maioria das pessoas. É o que faz com que você ache estranho ir a um restaurante ou teatro sozinho; é o que faz com que os pais se preocupem um pouco além da conta sobre para qual faculdade seus filhos vão; é o que faz você trocar uma carreira que ama por uma que é mais lucrativa porém desinteressante; é o que faz com que você se case antes de estar pronto com uma pessoa que não ama de fato.
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Manter seu extremamente-inseguro-mamute-da-sobrevivência-social calmo e seguro dá muito trabalho, ainda assim isso é apenas metade das suas responsabilidades. O mamute também precisa ser alimentado regularmente e robustamente – com elogios, aprovação, e o sentimento de estar no lado certo de qualquer dicotomia moral ou social.
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Por qual outro motivo você seria um babaca exibido no Facebook?
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Ou se exibiria para seus amigos mesmo sabendo que sempre se arrepende depois?
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A sociedade se moldou para acomodar esse frenesi de alimentação-do-mamute, inventando coisas como honrarias, títulos e o conceito de prestígio em ordem para manter nossos mamutes satisfeitos – e frequentemente para incentivar as pessoas a fazerem trabalhos sem sentido e viver vidas incompletas que de outro modo elas não considerariam para si.
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Acima de tudo, os mamutes querem se encaixar – é isso o que as pessoas das tribos sempre precisaram então é como eles foram programados. Mamutes observam a sociedade para entender o que é esperado que eles façam e, quando isso fica claro, eles mergulham de cabeça. Apenas dê uma olhada em qualquer foto de fraternidades tiradas com uma década de diferença:
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 Ou para todas as subculturas onde qualquer pessoa tem um dos mesmos três diplomas socialmente aceitos:
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Ás vezes, o foco de um mamute não está na sociedade em geral, mas sim em ganhar a aprovação de um Mestre de Marionetes em sua vida. Um Mestre de Marionetes é uma pessoa ou grupo de pessoas cuja opinião importa tanto para você que eles estão praticamente comandando sua vida. Um Mestre de Marionetes é frequentemente um de seus pais, ou sua pessoa amada, ou até mesmo um membro alfa do seu grupo de amigos. Um Mestre de Marionetes pode ser a pessoa que você idolatra mas não conhece muito bem – talvez até mesmo uma celebridade que você nunca conheceu – ou um grupo de pessoas ao qual que você tem muita consideração.
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Nós almejamos a aprovação do Mestre de Marionetes mais do que a de qualquer um, e temos tanto medo de desapontar o Mestre de Marionetes ou sentir a não-aceitação deles que faremos qualquer coisa para evitar isso. Quando nós chegamos nesse estágio tóxico de relacionamento com um Mestre de Marionetes, a presença dessa pessoa anula todo nosso poder de tomada de decisão e toma as rédeas de nossas opiniões.
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Com tanto pensamento e energia dedicados para as necessidades do mamute, você frequentemente acaba negligenciando uma outra pessoa em seu cérebro, a pessoa que está bem ao centro dele – sua Voz Autêntica
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Sua Voz Autêntica, em algum lugar lá dentro, sabe tudo sobre voce. Em contraste com a simplicidade sim-ou-não no Mamute da Sobrevivência Social, sua Voz Autêntica é complexa, às vezes nebulosa, constantemente se desenvolvendo, e sem medo. Sua VA tem seu próprio código moral cheio de nuances, formado por experiência, reflexão e sua própria abordagem sobre compaixão e integridade. Ela sabe como você se sente lá no fundo sobre coisas como dinheiro, família e casamento, e ela sabe quais tipos de pessoas, tópicos de interesse e tipos de atividade você realmente aprecia (e quais não aprecia). Sua VA entende que não sabe como sua vida será ou deveria ser, mas ela tende a ter um forte pressentimento sobre qual é o passo certo a se dar a seguir.
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E enquanto o mamute se importa apenas com o mundo exterior em seu processo de tomada de decisão, sua Voz Autêntica usa o mundo exterior para aprender e coletar informações, mas quando é hora de uma decisão, ela tem todas as ferramentas que precisa bem ali, no centro de sua consciência.
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Sua VA é também alguém que o Mamute tende a ignorar completamente. Uma opinião efusiva de uma pessoa de confiança no mundo exterior? O mamute é todo ouvidos. Mas um apelo passional de sua VA é completamente descartado até que alguma outra pessoa valide ele.
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E como nossos cérebros de 50.000 mil anos de idade são programados para dar ao mamute uma enorme influência nas nossas vidas, sua Voz Autêntica começa a se sentir irrelevante. O que faz com que ela diminua, enfraqueça e perca motivação.
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Eventualmente, uma pessoa dirigida por seu mamute pode perder contato completamente com sua Voz Autêntica.
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Em tempos tribais, VAs frequentemente passaram suas vidas em uma obscuridade silenciosa, e isso era plenamente aceitável. A vida era simples, e conformidade era o objetivo – e o mamute cobria a conformidade muito bem.
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Porém no mundo atual, complexo e de diferentes culturas, personalidades, oportunidades e opções, perder contato com sua VA é perigoso. Quando você não sabe quem você é, os únicos mecanismos de tomada de decisão que lhe restam são as necessidade e emoções cruas e ultrapassadas de seu mamute. Quando é hora de responder as questões mais pessoais, ao invés de cavar fundo no centro neblinado do que você realmente acredita para encontrar clareza, você vai olhar para os outros para encontrar respostas. Quem você é se torna uma espécie de mistura das opiniões mais fortes ao seu redor.
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Perder contato com sua VA também lhe torna frágil, pois quando sua identidade é construída sobre a aprovação de outros, ser criticado ou rejeitado realmente machuca. Um término de relacionamento é doloroso para todos, porém ele machuca muito mais para uma pessoa comandada por seu mamute do que para alguem com uma Voz Autêntica forte. Uma VA forte cria um núcleo estável, e depois de uma separação, esse núcleo ainda está aguentando firme – porém como a aceitação dos outros é tudo que uma pessoa comandada por seu mamute tem, ser rejeitado por alguém que te conhece bem é uma experiência muito mais destrutiva.
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Da mesma forma, você sabe aquelas pessoas que, ao serem criticadas, reagem com um golpe-baixo? Elas tendem a ser severamente comandadas por seu mamutes, e as críticas as fazem tão raivosas porque mamutes não conseguem lidar com críticas.
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Neste ponto, nossa missão é clara – temos que achar uma maneira de modificar as conexões do nosso cérebro e domar o mamute. Esta é a única maneira de retomar as rédeas das nossas vidas.



Parte 2: Domando o Mamute.

Algumas pessoas já nascem com seus mamutes razoavelmente domados ou crescem com uma educação parental que ajuda a manter seus mamutes sob controle. Outros morrem sem jamais conseguir ter controle algum sobre seu mamute , vivendo suas vidas inteiras sob os caprichos dele. A maioria de nós fica próximo ao meio termo – nós controlamos nosso mamute em algumas áreas de nossas vidas enquanto em outras ele ainda causa estragos. Ser controlado pelo seu mamute não te faz uma pessoa ruim ou fraca – apenas significa que você ainda não aprendeu como lidar com ele. Talvez você nem esteja ciente que você possui um mamute ou do quanto sua Voz Autêntica foi silenciada.

Independente de qual for a sua situação, existem três passos para controlar o seu mamute.

Primeiro passo: Examine-se.

O primeiro passo é fazer uma auto-avaliação honesta sobre o que se passa em sua mente, e existem três etapas para isso:

1. Conheça sua Voz Autêntica

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Isso não parece ser muito difícil, mas é. Requer muita reflexão para encontrar quem realmente somos no meio do oceano de opiniões e pensamentos dos outros. Você convive com muitas pessoas – quais delas você realmente gosta? Como você usa o seu tempo de folga, e você realmente gosta de tudo o que faz nele? Existe alguma coisa com a qual você gasta dinheiro com certa frequência e que não esteja confortável com a situação? Como você realmente se sente sobre seu emprego e seu relacionamento? Qual sua opinião política verdadeira? Você possui alguma opinião “secreta” sobre algum aspecto político ou moral que nunca externou pois sabe que as pessoas que você conhece  ficariam ofendidas se soubessem?

Existem algumas frases cliché para este processo- “busca na alma” ou “encontrando você mesmo” – e isso é exatamente o que precisa acontecer. Talvez você possa refletir de qualquer cadeira onde estiver sentado neste momento – ou talvez você precise ir para longe, sozinho, e “sair” um pouco de sua vida para que possa examiná-la efetivamente. De qualquer forma, é necessário descobrir o que realmente importa para você e começar a sentir orgulho do que quer que sua Voz Autêntica seja.

2. Descubra onde seu mamute se esconde.

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Na maioria das vezes em que o mamute está no controle, nós nem mesmo notamos isso. Mas você não consegue progredir se não souber claramente quais são suas áreas mais problemáticas.

A maneira mais óbvia para encontrar seu mamute é descobrindo onde seu medo está – onde você está mais suscetível à vergonha e ao constrangimento? Em quais partes da sua vida você pensa e um sentimento incômodo, assustador lhe percorre? Onde a prospecção de falhar se parece com um pesadelo? O que você é tímido demais para tentar publicamente mesmo sabendo que você é bom naquilo? Se você estivesse aconselhando a si mesmo, quais partes da sua vida diria que claramente precisam de uma mudança e que você vem evitando tomar uma atitude?

O segundo lugar onde o mamute se esconde é onde você fica demasiadamente feliz quando se sente aceito ou enaltecido por outras pessoas. Você fica agradando demais as pessoas em seu trabalho ou relacionamento? Tem pavor de desapontar seus pais a ponto de fazer escolhas para deixá-los orgulhosos mas que não irão te satisfazer?  Você fica muito empolgado por ser associado à coisas ou pessoas de prestígio ou se preocupa muito com seu status? Vangloria-se mais do que deveria?

A terceira área onde o mamute está é em todas as situações em que você não se sente confortável em tomar uma decisão sem a “permissão” ou a aprovação dos outros. Você tem opiniões que está regurgitando da boca de alguma outra pessoa, que você só está confortável em tê-la agora que sabe que as pessoas concordam? Quando você apresenta um(a) namorado(a) novo(a) para seus amigos e familiares, a reação deles consegue mudar seus sentimentos sobre ele(a). Existe algum Mestre de Marionetes em sua vida? Se sim, quem e por quê?

3. Decida de onde o mamute precisa ser expulso.

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Não é possível simplesmente chutar o mamute para fora de sua mente – você é um ser humano e seres humanos têm um mamute em suas cabeças, ponto final. O que nós todos devemos fazer é esculpir determinadas áreas “sagradas” em nossas vidas que devem, obrigatoriamente, estar sob domínio da Voz Autêntica e completamente livre da influência do mamute. Existem algumas áreas óbvias que precisam ser parte dos domínios da VA como a escolha de seu parceiro, sua carreira profissional e a forma com que cria seus filhos.Outras são questões pessoais – “Em quais partes de sua vida você deve ser completamente sincero consigo mesmo?”.

Segundo passo: Tome coragem internalizando que o mamute tem um QI baixo.

Os mamutes de verdade foram medíocres o suficiente para serem extintos, e os mamutes da sobrevivência social não são nem um pouco melhores. Apesar do fato de nos assombrarem tanto, nossos mamutes são criaturas primitivas e bestas que não possuem entendimento do mundo moderno. Entender  e internalizar isso é um passo crucial para domar o seu. Existem duas razões principais para não levar o seu mamute a sério:

1. Os medos do mamute são completamente irracionais.

Aqui vão cinco coisas que o mamute está completamente errado sobre:

a) Todo mundo está falando sobre mim e minha vida, imagine o que mais irão dizer se eu fizer uma coisa arriscada ou estranha.

Veja como o mamute pensa que a realidade é:

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Veja aqui como as coisas realmente são:

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Ninguém se importa de verdade com o que você está fazendo. As pessoas são altamente egocêntricas.

b) Se eu der o meu melhor, eu posso satisfazer a todos.

Sim, talvez em uma tribo de 40 pessoas com uma cultura unificada. Mas no mundo atual, independente de quem você seja, uma porção de pessoas vai gostar de você e outra porção não vai. Ser aprovado por um tipo de pessoa significa desagradar a outro tipo. Então ser obcecado em tentar agradar a todos é ilógico, especialmente quando estamos falando de pessoas completamente diferentes de você. Você irá ter todo esse trabalho e, enquanto isso, as pessoas que você realmente gosta estarão ocupadas, sendo amigas uma das outras, em algum outro lugar.

c) Ser desaprovado, desdenhado ou alvo de comentários maldosos tem consequências reais em minha vida.

Qualquer um que desaprova quem você é ou o que faz sequer está no mesmo ambiente que você em 99,7% do tempo. É um erro clássico do mamute fabricar uma visão de consequências sociais futuras que são muito mais pessimistas do que de fato acaba acontecendo – que normalmente é: nada.

d) Pessoas muito julgadoras importam.

Eis como pessoas julgadoras funcionam: elas são altamente controladas por seus mamutes e se tornam íntimas de outras pessoas julgadoras altamente controladas por seus mamutes. Uma das principais atividades que elas fazem é falar bosta de quem quer que não esteja por perto – talvez elas sintam alguma inveja e virar os olhos com ar de desaprovação as ajude a se sentirem melhores e menos invejosas, ou talvez elas não sejam invejosas e usam os outros como uma forma de deleitar-se em schadenfreud. Em qualquer um dos casos, o julgamento apenas serve para alimentar seus mamutes famintos

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Quando as pessoas falam mal das outras, elas inventam uma divisão de categorias na qual sempre estão do lado certo. Elas fazem isso para se colocar em um pedestal que também servirá de alimento para seus mamutes.

Ser o material que uma pessoa julgadora usa para se sentir melhor sobre si mesma é, compreensivelmente, uma situação enfurecedora – porém não tem consequências reais e é claramente um problema da pessoa julgadora e seu mamute, não seu. Se você perceber que está tomando decisões de forma a não ser mal falado por uma pessoa julgadora, reflita profundamente sobre o que está acontecendo e pare.

e) Eu serei uma má pessoa se eu desapontar ou ofender a(s) pessoa(s) que me amam e/ou investiram tanto em mim.

Não. Você não é uma pessoa má por ser qualquer coisa que sua Voz Autêntica seja. Essa é uma daquelas coisas simples na vida: se eles realmente amam você, eles irão superar e aceitar tudo uma vez que perceberem que você está feliz. Se não aceitarem mesmo ao verem você feliz, eis o que está acontecendo: os sentimentos deles sobre o que você deveria ser ou fazer são, na verdade, os mamutes deles falando, e o principal motivo da preocupação deles é o que as outras pessoas irão dizer. Eles estão deixando seus mamutes passar por cima do amor que têm por você, e devem ser sumariamente ignorados.

Outras duas razões pelas quais a obsessão do mamute por aprovação social não fazem sentido:

I) Você vive aqui

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Então quem se importa com qualquer merda?

II) Você e todas as pessoas que você conhecem vão morrer. Tipo, logo.

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É, isso mesmo.

2. Os esforços do mamute são contraproducentes.

A grande ironia sobre isso tudo é que o pesado-e-obsessivo mamute sequer é bom em seu trabalho. Seus métodos para ganhar aprovação podem ter sido efetivos em tempos mais simples mas, hoje, eles são transparentes e dispensáveis. O mundo atual é o mundo das Vozes Autênticas e, se os mamutes querem prosperar socialmente, eles devem fazer o que mais os assusta: deixar a VA assumir o controle. Eis o porquê:

VAs são interessantes. Mamutes são chatos. Toda Voz Autêntica é única e complexa, o que é inerentemente interessante. Mamutes são todos iguais – eles copiam e se conformam, e suas causas não são baseadas em nada autêntico ou real, eles apenas fazem o que acreditam que se espera deles. Isso é chato pra cacete.

VAs lideram. Mamutes seguem. Liderança é algo natural para a maioria das VAs, pois elas formam suas idéias e opiniões a partir de um local original, o que as dá uma perspectiva original. E se elas forem espertas e inovadoras o suficiente, elas podem mudar o mundo e inventar coisas  que rompem o status quo. Se você entregar para alguém um pincel e uma tela em branco, essa pessoa pode até não pintar algo bom – mas ela irá mudar a tela de um modo ou de outro.

Mamutes, por outro lado, seguem – por definição. É para isso que eles foram criados – se misturar e seguir o líder. A última coisa que um mamute vai fazer é mudar o status quo porque ele está tentando desesperadamente ser o status quo. Quando você dá a alguém um pincel e uma tela, porém a tinta é exatamente da mesma cor que a tela, essa pessoa pode pintar o quanto quiser, mas não vai conseguir mudar nada.

Terceiro passo: Comece a ser você mesmo.

Esse post foi leve e descontraído até “seja você mesmo” entrar em cena. Até agora, ele foi uma reflexão interessante sobre porque os humanos se importam tanto com o que outras pessoas pensam, porque isso é ruim, como isso é um problema em sua vida e porque não há um bom motivo para que continue te afetando. Mas efetivamente começar a fazer algo depois de terminar de ler esse artigo é uma coisa completamente diferente que requer um pouco mais do que reflexão: requer alguma coragem.

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Mas coragem para quê, extamente? Como já discutimos, não há perigo real algum envolvido em ser você mesmo – mais do que qualquer coisa, apenas requer uma epifania o-rei-está-nu, que é tão simples quanto:

Quase nada do que você teme socialmente é assustador de fato.

Absorver esse pensamento irá diminuir o medo que você sente e, sem medo, o mamute perde parte de sua força.

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Com um mamute enfraquecido, começa a se tornar possível defender quem você é e até mesmo fazer mudanças drásticas – e quando você vê essas mudanças dando certo com poucas consequências negativas e nenhum remorso, reforça a epifania e uma Voz Autêntica empoderada se torna um hábito. Seu mamute então perde a capacidade de tomar as rédeas e então, está domado.

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O mamute ainda está com você – ele sempre estará – mas será mais fácil ignorá-lo ou prevalecer quando ele tentar falar ou agir, porque sua VA é quem comanda agora.Você pode começar a saborear o sentimento de ser visto como estranho, inapropriado ou confuso para as pessoas, e a sociedade passa a ser seu playground e tela em branco, não algo para bajular e esperar aceitação dela.

Fazer essa mudança não é fácil para todos, mas vale a pena ser tentada. Sua Voz Autêntica recebeu uma única vida – e é sua missão fazer com que ela tenha a oportunidade de vivê-la.

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