O Cérebro humano é muito preocupado em LOCALIZAR PADRÕES!
Na verdade ele é extremamente eficiente em localizar e reconhecer padrões... Até demais...
Se por um lado essa habilidade é fundamental para a nossa sobrevivência e evolução, por outro isso faz com que a nossa mente possa literalmente CRIAR padrões onde não existe nenhum. Ou associar coisa que NÃO TEM relação alguma...
Mas por que o cérebro se preocupa tanto com a localização de padrões?
Identificar padrões nos ajuda a prever eventos futuros e a tomar decisões rápidas. Evolutivamente, reconhecer padrões no comportamento de predadores ou na mudança das estações foi uma ferramenta crucial para a sobrevivência de uma espécie que não é particularmente forte, ágil, ou rápida!
Parte do nosso aprendizado é baseado na capacidade de identificar e memorizar padrões. Desde a infância, aprendemos a falar, andar e interagir com o mundo ao nosso redor através da observação e repetição de padrões. Os padrões nos ajudam a tomar decisões mais informadas. Por exemplo, ao dirigir, reconhecemos padrões de tráfego e sinais de trânsito para navegar com segurança.
A capacidade de identificar padrões também está ligada à criatividade. Muitas inovações surgem da capacidade de ver conexões entre ideias aparentemente não relacionadas. Chamamos isso de CRIATIVIDADE! O cérebro usa padrões para processar informações de maneira mais eficiente.
Então, Reconhecer Padrões nos permite reconhecer rostos familiares em uma multidão ou entender rapidamente o contexto de uma conversa. Essa habilidade de localizar padrões é uma das razões pelas quais os humanos são tão adaptáveis e capazes de resolver problemas complexos.
E a cometer ERROS. Sim... A PAREIDOLIA, por exemplo é um fenômeno psicológico onde o cérebro humano identifica padrões familiares em estímulos aleatórios, como ver rostos em nuvens ou objetos inanimados.
O ponto até aqui é perceber que nossa capacidade de associar coisa entre si sempre foi uma ferramenta eficiente, mas nem por isso isenta de erros...
Onde chegamos ao assunto de hoje!
Quando a NOSTALGIA é carregada de Memória Seletiva, Viés retrospectivo e até de Retrospectiva Idílica!
Ainda que o termo “saudade” seja intraduzível para outros idiomas, a verdade é que todos nós humanos experimentamos muitas vezes ao longo da vida essa emoção NOSTÁLGICA. E, de fato, alguma dose nostalgia pode ser agradável, trazendo à tona boas memórias e fortalecendo a nossa sensação de pertencimento.
Há uma frase em latim que diz: Memoria praeteritorum bonorum, ou seja, “o passado é sempre bem lembrado”. Atualmente, essa tendência tem nome: Rosy Retrospection, um tipo específico de viés cognitivo, segundo o qual somos propensos a julgar o passado de modo mais positivo do que encaramos o presente. É como se os “velhos tempos” fossem enxergados através de óculos com filtro cor-de-rosa.
Cientificamente, sentimentos nostálgicos operam do mesmo modo que a felicidade, a tristeza ou a raiva: são reações químicas inerentes ao cérebro humano.
Momentos nostálgicos ativam diversas zonas cerebrais, especialmente o córtex pré-frontal, áreas límbicas, paralímbicas e mesencéfalas.
Quando ouvimos uma música que desperta lembranças, por exemplo, temos maior atividade no giro frontal inferior, substância negra, cerebelo e ínsula.
Questionada antes, durante e após a viagem, a grande maioria das pessoas mostrava enorme entusiasmo no início, porém o grau de satisfação caía consideravelmente durante a estadia no parque – elas se queixavam do calor, do choro das crianças e das filas, entre outras coisas.
Alguns dias depois, no entanto, quando já estavam de partida, essas mesmas pessoas descreviam o passeio como perfeito e extremamente feliz. A necessidade de “perder para dar valor” nunca fez tanto sentido; enquanto vivenciamos a experiência, apontamos defeitos em tudo, mas quando acaba, tudo era maravilhoso - lembrando que detectar e nomear um viés é sempre o primeiro e indispensável passo para se autoavaliar e resetar a própria mentalidade.
Em tempos de fortes turbulências sociais, rápidos avanços tecnológicos e transformações cada vez mais incisivas no mercado de trabalho, muita gente recorre a essas falsas memórias como tábua de salvação, em uma tentativa desesperada de retornar à zona de conforto. A nostalgia, nesse contexto, atua como uma espécie de resposta imunológica emocional, amenizando temporariamente a ansiedade e os temores em relação ao futuro.
Por isso passou a ser chamada por alguns autores de "Retrospectiva Idílica" e tratada como um conceito relacionado ao viés de nostalgia, onde as pessoas tendem a lembrar o passado de maneira idealizada e mais positiva do que ele realmente foi.
Se pensa assim porque a "Memória" foi "Seletiva" em elencar o que deveria fica e o que não com base nas emoções associadas a essas lembranças... Não os FATOS.
Isso permite ao cérebro humano selecionar e armazenar informações relevantes enquanto descarta ou ignora informações emocionalmente irrelevantes.
Isso é essencial para nossa capacidade de atenção e foco, pois nos ajuda a filtrar o fluxo constante de estímulos sensoriais e concentrar nossa atenção apenas no que consideramos importante.
Nosso cérebro tende a lembrar de eventos que têm um impacto emocional significativo ou que são repetidos com frequência. Por exemplo, podemos lembrar de um momento feliz da infância com muitos detalhes, mas esquecer de algo trivial que aconteceu ontem. Mas no processo passamos a DEFORMAR a memória e a informação para dar CONFORTO ao lembrar... encaixando os fatos no nosso agrado.
É como dizer que no passado as pessoas eram "mais educadas" quando a gigantesca maioria da população do País era analfabeta e sem acesso a educação. Em 1950, cerca de 50% da população brasileira com 15 anos ou mais era analfabeta. Atualmente, o índice de analfabetismo no Brasil diminuiu significativamente em comparação com a década de 1950. Em 2022, a taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais era de aproximadamente 6,1%.
A vida só pode ser compreendida olhando para trás, mas só pode ser vivida olhando para frente.
A PSICOLOGIA DA NOSTALGIA por Minutos Psiquicos:
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