Escuta ativa
Escuta ativa: características, exercícios e exemplos
Escrito por Marissa Glover 26 maio 2020
Você já se perguntou o quão bom você é escutando as outras pessoas? Saber ouvir realmente é uma habilidade que é desenvolvida com o tempo e prática, pois, embora pareça que todos ouvimos os outros, nem todos o fazem da maneira adequada. As pessoas que são muito empáticas com as outras e as que costumam ser consideradas também bem-sucedidas no local de trabalho e social, tendem a ter essa habilidade bem desenvolvida.
O que é a escuta ativa?, como podemos saber se escutamos ou não adequadamente os outros?, como podemos desenvolver a escuta ativa?, quais são os benefícios que escutar de maneira ativa as outras pessoas traz para nós? Neste artigo de Psicologia-Online, falaremos da escuta ativa: características, exercícios e exemplos. Além disso, explicaremos com detalhe tudo o que você precisa saber sobre este assunto.
Quando falamos de escuta ativa, estamos nos referindo a uma maneira de comunicar onde a intenção de deixar a pessoa saber que está nos comunicando algo que realmente está sendo atendido e compreendido. Quando escutamos alguém de maneira ativa, fazemos conscientemente, ou seja, fazemos um esforço para concentrar toda nossa atenção no que a outra pessoa está nos comunicando e não apenas isso, mas também prestamos atenção suficiente para conhecer realmente como se sente.
É necessário mencionar que não se trata de fingir que você está prestando toda a atenção à outra pessoa, mas dedicar toda sua atenção e o fazer saber que aquilo que nos está dizendo é realmente importante.
Características da escuta ativa
Para que possamos considerar que realmente estamos escutando ativamente, quando escutamos devemos cumprir algumas de suas seguintes características:
Não fazer interrupções à pessoa que está nos comunicando algo.
Concentrar toda nossa atenção no que estão nos dizendo.
Prestar atenção não apenas no que nos dizem, mas também nos gestos e nas palavras.
Mostrar uma boa disposição em escutar os outros.
Retificar o que a outra pessoa nos disse para ter certeza de que você o compreendeu de maneira adequada.
Não fazer hipóteses ou suposições sobre o que a outra pessoa vai nos dizer.
Não se distrair e ficar pensando em outra coisa quando o outro estiver falando conosco.
Demonstrar à outra pessoa que realmente está prestando atenção.
Olhar no rosto da pessoa que está falando e prestar atenção nas suas expressões faciais.
Escuta ativa: características, exercícios e exemplos - O que é a escuta ativa segundo a Psicologia
Escuta ativa: exercícios e exemplos
Normalmente, não estamos acostumados a escutar ativamente os outros e pensamos que apenas pelo fato de estar presente quando alguém está nos comunicando algo e quando ouvimos o que estão nos dizendo, estamos ouvindo-o(a) como deveriam e esse não é o caso.
6 Exercícios de escuta ativa
Alguns exercícios que podemos realizar para desenvolver nossa capacidade de escuta são os seguintes:
1. Não julgue
Cada vez que alguém estiver dizendo algo, ouça-o com atenção e evite julgá-lo. Lembre-se de que essa pessoa está falando sobre o que sente ou da maneira como percebe as coisas e isso não tem necessariamente a ver com a maneira como você faz.
Exemplo: Um amigo(a) está lhe contando sobre seu medo de se aproximar da pessoa que ele gosta, pois é muito difícil estabelecer conversa com essa pessoa e começar a conhecê-la. Portanto, neste caso, a última coisa que você deve fazer é começar a julgá-lo e pensar ou dizer coisas como “que tolo você é”, “como você pode ter medo de falar com alguém?”, etc. é melhor tentar entrar em seu mundo e compreendê-lo, pois todos somos diferentes e o que para alguns é muito fácil, para outros pode ser o contrário.
2. Evite dar conselhos
Na grande maioria dos casos, quando uma pessoa está nos contanto algo que aconteceu com ela, o faz apenas para desabafar e porque gosta de sentir que alguém está lá para ouvi-la. Portanto, se a pessoa não pedir, evite dar conselhos, que certamente estarão baseados nas suas experiências e não na da outra pessoa.
Exemplo: Quando um amigo(a) está nos contando como está triste por ter terminado seu relacionamento e começa a chorar e desabafar, muitas vezes tendemos a começar a dar conselhos ou a dizer coisas para tentar “diminuir sua dor” quando essa pessoa só quer ser escutada.
3. Não interrompa o outro
Você nunca deve interromper a outra pessoa quando ela está falando, a menos que seja absolutamente necessário, pois, por exemplo, o que você dirá é algo extremamente importante ou você precisará pedir que ele repita algo sobre o que está falando porque você não entendeu bem, etc.
Exemplo: Quando alguém está nos contando algo e de repente o interrompemos para contar algo que aconteceu conosco, semelhante ao que ele está dizendo. O melhor é que esperemos a pessoa terminar de falar e depois podemos compartilhar também nossa experiência com ele(ela).
4. Preste atenção aos detalhes e faça-o saber
Quando você fala com seu interlocutor, tente mencionar algum detalhe que ele comentou da última vez que conversaram ou em ocasiões anteriores, isso fará com que ele tenha mais confiança em você, se sentirá mais ouvido e valorizado e fará com que se atreva a se abrir mais com você.
Exemplo: Quando alguém está contando algo que aconteceu com ele e, nesse momento, você faz um pequeno comentário lembrando de uma situação que aconteceu com você no passado e que tem a ver com o que está acontecendo com ele no presente.
5. Parafraseia
Quando estiver conversando com a outra pessoa, você pode repetir partes das últimas frases que disse com a finalidade de esclarecer o que está escutando para se assegurar de que está o compreendendo bem.
Exemplo: Seu vizinho está lhe contando o quão ruim era quando era uma criança, pois sofria maus-tratos físico e psicológico por parte do seu pai, portanto, você pode parafrasear coisas como: então seu pai maltratava você quando era você, etc.
6. Reflita sobre os sentimentos da outra pessoa
Além de parafrasear coisas que seu interlocutor está dizendo, você também pode mencionar alguns aspectos que pode interpretar sobre como ele se sentia na situação na qual estava.
Exemplo: Seu colega de trabalho está contando o mal que passou quando sua avó estava doente. Portanto, você pode dizer coisas como: “eu imagino que você deve ter se sentido muito triste e impotente”, “como é triste quando os avós ficam doentes”, etc.
Escuta ativa: características, exercícios e exemplos - Escuta ativa: exercícios e exemplos
Benefícios da escuta ativa
Existem muitos benefícios que saber escutar ativamente as outras pessoas traz, no entanto, entre as mais importantes, encontram-se as seguintes:
Ajuda a pessoa a resolver os conflitos interpessoais com mais facilidade.
Aumenta a autoestima da pessoa que fala, fazendo com que sintam importantes e valorizadas.
Mal entendidos são evitados.
Aumenta o nível de empatia que você tem pelas outras pessoas.
A pessoa que escuta pode aumentar seu nível de cultura geral e de inteligência, ficando mais facilmente com o que o interlocutor comunica.
As habilidades sociais da pessoa que escuta são mais desenvolvidas.
Uma imagem de inteligência é projetada para os outros ao perceber que toda a atenção da outra pessoa é prestada.
As relações interpessoais melhoram.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.
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Bibliografia
Codina, A. C. J. (2004, 3 septiembre). Saber escuchar. Un intangible valioso. Recuperado em 24 janeiro, 2019, de https://www.redalyc.org/pdf/549/54900303.pdf
Navarro, P. F. N. (2017, 5 octubre). Escucha activa: técnicas prácticas para convertirte en un experto. Recuperado em 24 de janeiro, 2019, de https://habilidadsocial.com/escucha-activa/
Como satisfação com pequenas coisas pode trazer bem-estar profundo.
*Este artigo foi publicado originalmente no The Conversation e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons.
O que é dilema do porco-espinho? A parábola do filósofo Schopenhauer sobre complexidade das relações humanas
O que é dilema do porco-espinho?
A parábola do filósofo Schopenhauer sobre complexidade das relações humanas
Postado na BBC Brasil no dia 18 agosto 2024
"Talvez haja algo de errado comigo", disse uma paciente à psicóloga americana Deborah Luepnitz.
"Quando não há um homem em minha vida, eu me sinto vazia e indigna de ser amada, não aprecio quase nada. Quando me aproximo de um homem, me sinto asfixiada."
Ela e outros pacientes que recorreram à psicóloga com problemas similares acharam a parábola "reconfortante". O que é curioso, já que o autor do dilema, estava longe de ter sua obra vista como "reconfortante".
Pensador jovem e radical na Alemanha do início do século 19, ele atacava as ideias dominantes, criticando o eminente filósofo Georg Hegel (1770-1831) como sendo um charlatão pomposo e reagindo ao seu idealismo absoluto.
A ideia central de Schopenhauer era que tudo no mundo é impulsionado pela vontade ou, em termos gerais, pelo desejo incessante de viver.
Mas ele não considerava isso como algo positivo. Ele não se referia à vontade como algo que podemos controlar, mas como algo que nos escraviza — uma exigência infinita que nunca é satisfeita.
Schopenhauer defendia que, com isso, ficamos oscilando inutilmente entre o sofrimento e o tédio. Para ele, a única escapatória para a tirania da vontade se encontra na arte, particularmente na música.
O dilema
O dilema do porco-espinho surgiu em 1851, na coleção de ensaios filosóficos curtos de Schopenhauer, intitulada Parerga e Paralipomena (Ed. Zouk, 2016) — em grego, "apêndices e omissões".
Esta foi sua última obra e a primeira a trazer o reconhecimento filosófico que ele aguardava por tanto tempo.
Schopenhauer destacou, satisfeito, que aquele livro foi "incomparavelmente mais popular" do que toda a sua obra anterior.
Seus outros livros tiveram, até então, pouca repercussão. Não havia nada que previsse o impacto que ele teria no futuro sobre a filosofia ocidental, influenciando obras de artistas e escritores como Richard Wagner, Marcel Proust, Albert Camus e Sigmund Freud.
A parábola diz o seguinte:
"Em um dia gelado de inverno, diversos porcos-espinhos se amontoaram muito próximos para evitar que congelassem, graças ao calor mútuo. Eles logo sentiram a dor causada pelos espinhos dos demais, o que fez com que eles se separassem novamente. Mas a necessidade de calor voltou a uni-los e o recuo dos porcos-espinhos se repetiu, de forma que eles ficaram presos entre dois males, até descobrirem a distância adequada na qual poderiam se tolerar melhor, uns aos outros."
Parece um conto infantil, mas ele resume a complexa natureza das relações humanas. E, como costuma ocorrer com Schopenhauer, seu final não é muito feliz.
Ele conta que a vulnerabilidade é necessária para que as relações sejam mais transcendentes e satisfatórias, mas ela aumenta o risco de uma dor mais profunda.
E mostra como vivemos presos entre dois males: o isolamento e o risco de nos ferirmos mutuamente.
"A necessidade de sociedade, que surge do vazio e da monotonia da vida das pessoas, as une; mas suas muitas qualidades desagradáveis e repulsivas, além de seus inconvenientes insuportáveis, mais uma vez as afastam", prossegue Schopenhauer.
"A distância média que eles finalmente descobrem e lhes permite suportar ficar juntos são a cortesia e os bons modos. Em virtude disso, o fato é que a necessidade de calor mútuo só será satisfeita de forma imperfeita, mas, por outro lado, eles não sentirão a espetada dos espinhos."
Segundo o autor, portanto, estaríamos condenados a nunca satisfazer totalmente o desejo de termos relações sociais positivas, que é uma das necessidades humanas mais básicas e universais.
A distância prudente
Apesar do pessimismo, a genialidade da parábola reverbera com as pessoas que estudam os desafios da intimidade.
O pai da psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939), popularizou a parábola em 1921, no seu livro Psicologia das Massas e Análise do Eu (Ed. Cia. das Letras, 2011).
Ele discute a "ambivalência dos sentimentos", inerente aos relacionamentos de longo prazo.
Para Freud, o afeto puro não existe. No amor, existe ódio; e, no ódio, existe amor.
Como Freud, outros pesquisadores das relações interpessoais estudaram a parábola. Ela serviu de ponto de partida para vários estudos.
Um deles se chama Does Social Exclusion Motivate Interpersonal Reconnection? Resolving the 'Porcupine Problem' ("A exclusão social motiva a reconexão interpessoal? Resolvendo o 'problema dos porcos-espinhos'", em tradução livre).
Nele, seus autores, Jon Maner, Nathan DeWall, Roy Baumeister e Mark Schaller, examinam como as pessoas reagem ao ostracismo.
Em outros casos, a parábola do porco-espinho serviu de ferramenta para confortar pacientes atormentados por sentimentos contraditórios nas relações íntimas, como no caso que conta a psicóloga Deborah Luepnitz.
Para ela, muitos de nós experimentamos "a solidão como um fracasso pessoal, não como uma condição essencialmente humana".
"A parábola normaliza um problema que muitos de nós consideramos um defeito específico de caráter", escreveu ela.
A parábola do porco-espinho também serviu para ilustrar a importância dos limites, tanto físicos quanto emocionais, além de outros aspectos das relações interpessoais.
Ela também figura na cultura popular, especialmente na aclamada série de anime Neon Genesis Evangelion (1995), elogiada por explorar uma série de questões filosóficas e psicológicas.
O personagem principal da série, Shinji Ikari, é um jovem abandonado pelo pai. Ele luta contra depressão e ansiedade.
O dilema do porco-espinho é apresentado no terceiro episódio da série e desenvolvido no episódio seguinte — que se chama "Dilema do porco-espinho". Ele explica a tendência de Shinji de se afastar das pessoas para evitar o risco de se machucar.
Outra menção conhecida apareceu na série This Emotional Life ("Esta vida emocional", em tradução livre). Produzida pela TV pública americana PBS, ela trata da natureza da felicidade, dos relacionamentos e da condição humana, na visão de Elizabeth Gilbert, autora do livro Comer, Rezar, Amar (Ed. Objetiva, 2008).
"Os porcos-espinhos que haviam aprendido a gerar seu próprio calor eram capazes de manter a distância mais segura dos demais, o que não significava necessariamente viver uma vida de isolamento, mas simplesmente não ser espetado pelos outros", explicou Gilbert.
"O caminho para isso é o segredo mais próximo da felicidade que aprendi na vida."
O próprio Schopenhauer havia avançado um pouco mais em relação à autogeração de calor. Seu texto sobre os porcos-espinhos terminava dizendo:
"Quem tem muito calor interno irá preferir se manter afastado da sociedade, para evitar dar ou receber problemas ou aborrecimentos."
O filósofo acreditava que tudo o que procurávamos nos demais poderia ser encontrado em uma solidão refinada pelo desenvolvimento do nosso intelecto e pelo aprofundamento da nossa apreciação da arte.
Para ele, se podemos mergulhar em um bom livro ou nos elevar ouvindo uma grande obra musical, por que interagir com seres humanos?
"Como regra geral, é possível dizer que a sociabilidade de um homem é quase inversamente proporcional ao seu valor intelectual", declarou ele, em outro ensaio.
E, para os muito pouco sociáveis, ele considerava a solidão como "duplamente vantajosa".
"Em primeiro lugar, ela permite que você esteja consigo mesmo e o impede, em segundo lugar, de estar com os demais — uma vantagem muito importante, considerando a quantidade de restrições, aborrecimentos até perigos existentes em qualquer relação com o mundo."
Schopenhauer conhecia esta questão por experiência própria. Ele mesmo preferia não se arriscar a se espetar com os espinhos dos demais. Por isso, viveu virtualmente isolado.
Depois de uma longa carreira filosófica, Schopenhauer morreu no seu apartamento em Frankfurt, na Alemanha, em 1860. Ele tinha 72 anos.
Nos últimos anos de vida, o filósofo recebeu a aclamação que sempre procurou, mas nunca teve sucesso no amor — pelo menos, entre os seres humanos, já que ele contava com o afeto dos cães que sempre o acompanhavam, menos dispostos a mostrar os seus espinhos.
CONVERSAS ANÔNIMAS! "O tímido é um egoísta?""
MAS ANTES de proceguir com uma "análise selvagem" PODEMOS FALAR SOBRE INTROVERSÃO E EXTROVERÇÃO e Carl Gustav Jung. Para Carl Jung, um introvertido é alguém cuja energia psíquica está direcionada para o mundo interior. Jung descreveu a introversão como uma tendência a se concentrar predominantemente na própria vida mental, em vez de buscar estímulos no ambiente externo. Baseado nos Estudos de Jung foram sendo construídas várias pesquisas endossando as distinções de personalidades de Jung.
Foram "educados" a pensar que sua espontaneidade e particularidades... suas idiossincrasias, são desinteressantes ou até desagradáveis... Isso pode levar a um ciclo de isolamento, onde a falta de prática social reforça a timidez.
Pessoas “Nerds” (como eu mesmo, por exemplo) frequentemente têm interesses profundos em áreas específicas, como tecnologia, ciência ou jogos e desenvolvem seu foco nesses assuntos e outros interesses solitários, limitando as oportunidades de interação social como forma de evitar desagradar a "figura relevante de afeto".
O que os deixam cada vez mais distante das pessoas de seu circulo pessoal.
Possivelmente o ambiente em que a pessoa cresceu pode ter um grande impacto e é corresponsável pela condição do distanciamento social.
LEMBRE... NÃO É UMA RELAÇÃO DE CULPA E DE PROPÓSITO!
Pais ou cuidadores que não incentivam a socialização ou que são eles mesmos tímidos podem influenciar o comportamento da criança INVOLUNTÁRIAMENTE!
E é uma reação em cadeia!
Infelizmente, pessoas com interesses “nerds”, por exemplo, podem ser alvo de bullying, o que pode aumentar a timidez e o comportamento antissocial como mecanismos de defesa.
Como falei, algumas pessoas são naturalmente mais introvertidas, preferindo atividades solitárias e interações sociais limitadas. Isso não é certo nem errado...
É o seu NATURAL.
É importante diferenciar entre timidez, introversão e comportamento antissocial.
A timidez é o desconforto em situações sociais! Apenas isso.
Introversão é uma preferência por ambientes tranquilos e interações mais profundas e significativas. Além de um fácil esgotamento em atividades tipicamente extrovertidas!
O comportamento antissocial, por outro lado, envolve a indiferença ou desrespeito pelas normas sociais e pelos sentimentos dos outros. Então é UM ANTAGONISMO as normas e as pessoas.
Uma pessoa pode ser tímida mas não ser introvertido... e o contrário também!
A psicologia, a terapia e a psicanálise pode ajudar a desenvolver habilidades sociais e a lidar com a timidez de maneira saudável. Trabalhar seu desenvolvimento de maturidade emocional e as ferramentas sociais para você não fantasiar que seu "eu social" sempre deve ser igual ao seu Eu ideal!
3. Será que o segredo, para fazer amizades, ou a flertar é justamente conduzir estas conversas carregadas desses ditos temas desinteressantes a meu ver? Será que isso é uma forma de empatia, ao invés de egoísmo?
NÃO!!! Mas... Mais ou menos... Infelizmente não é tão simples.
Seguindo ainda com Jung: Ele acreditava que todos os seres humanos possuem tanto características introvertidas quanto extrovertidas, mas uma dessas atitudes geralmente assume posição de predominância. Ele enfatizava a importância das pessoas buscarem equilibrar essas duas tendências para alcançar uma personalidade plena e saudável.
É como dizer: "Tchê, eu não me interesso em futebol, mas se isso te interessa estou disposto a dar ouvidos!"
A origem de Lesbicas e Safados!
Hoje, Lesbos é uma ilha grega conhecida por sua beleza natural e rica história, mas também enfrenta desafios significativos. A ilha tem sido um ponto focal na crise migratória europeia, com muitos refugiados e migrantes chegando às suas costas. Isso tem gerado tensões e dificuldades humanitárias, especialmente após o incêndio no campo de refugiados de Moria em 2020.
Safo foi uma das poucas vozes femininas da Antiguidade cujos trabalhos sobreviveram até hoje. Ela é frequentemente associada ao amor entre mulheres, e sua obra teve um impacto duradouro na literatura e na cultura. A palavra “lésbica” passou a ser usada para descrever a homossexualidade feminina em referência à ilha de Lesbos, onde Safo viveu.
Existe uma crença de que Safo, a famosa poetisa de Lesbos, dirigia uma escola para mulheres na ilha. No entanto, essa ideia pode ser uma invenção posterior, possivelmente do século XIX, que confundiu Safo com sua protegida Damófila, que dirigia uma escola para meninas em Panfília (que hoje faz parte da Turquia).
Ainda assim, é provável que Safo tenha tido um círculo de jovens mulheres sob sua tutela, onde elas recebiam instrução e enriquecimento cultural.
Se tiver mais perguntas ou quiser saber mais sobre Safo e sua influência, estou aqui para ajudar!
Uma poeta celebrada em sua época
Safo é uma das poucas vozes femininas cujo trabalho sobreviveu desde a Antiguidade.
Safo popularizou a ideia do sofrimento do amor romântico. A reputação de Safo esteve, por muito tempo, envolta em mitos e lendas, frequentemente mudando para refletir as diferentes atitudes da sociedade ante o gênero e a sexualidade.
Embora o trabalho da poeta tenha se tornado sinônimo do desejo lésbico, na época em que Safo fez seus textos, 2.600 anos atrás, nada do que ela escreveu seria motivo de escândalo.
Ainda que na época fosse esperado que as mulheres se casassem com homens, os sentimentos e relações homossexuais eram vistos com naturalidade. Sabe-se que Safo pertencia a uma família aristocrática. Alguns textos antigos fazem referência a pessoas que parecem ser seu marido e sua filha, embora não seja possível ter certeza absoluta da existência deles.
Hoje Safo é considerada um ícone do amor homossexual feminino Safo foi reconhecida ainda em vida: era tratada como "a poeta", assim como Homero era tratado como "o poeta". Ela foi uma das poucas mulheres a ser retratada em cerâmica, o que é o equivalente grego antigo a aparecer em um programa de TV no horário nobre.
A linguagem do amor e do desejo Embora pouco de seu trabalho tenha sobrevivido, Safo é até hoje alvo da fascinação de eruditos e artistas. Com o passar dos anos, suas obras completas se perderam: só o que restou é um punhado de poemas completos e alguns fragmentos transcritos em papiros antigos.
Alguns eruditos acreditam que ela tenha escrito seus poemas para mulheres e meninas pertencentes ao culto de Afrodite, e que haviam celebrado ritos femininos como a puberdade, o casamento e o parto. Mas, ao longo do século passado, novas descobertas sobre seu trabalho levaram à compreensão do papel fundamental que ela desempenhou na configuração da linguagem do amor e do desejo, que usamos até hoje.
Atualmente, a mulher celebrada por Platão como a "Décima Musa" empresta seu nome a uma forma poética específica, chamada de estrofe sáfica, e é atribuída a ela a origem de algumas ideias e frases românticas comuns, como a referência à natureza "amarga" do amor.
Um dos poemas conhecidos dela diz: Mãe querida, já não tenho força para mover a agulha no bastidor, ferida como estou de amor por um jovem... e a culpa é de Afrodite.
No fragmento 31, ela enumera os sintomas físicos do desejo. Enquanto observa a pessoa que ama flertar com outro homem, o narrador da poeta fica calado, sente frio e calor por todo o corpo e escuta um zumbido em seus ouvidos. As sensações são tão intensas que ele acha que vai morrer. Este fragmento é um exemplo de um poeta que escreve sobre o custo físico que o desejo cobra de nós: Parece-me ser igual aos deuses esse homem que, sentado na tua frente, te ouve de perto falar docemente e rir de maneira encantadora, o que me faz saltar o coração no peito. Pois, quando te olho por um momento, já não sou capaz de dizer nada, a minha língua silenciosamente gela e imediatamente um fogo subtil corre sob a minha pele. Deixo, subitamente, de ver, os meus ouvidos zunem e um suor frio cobre o meu corpo, dominado por intenso tremor. Fico então mais verde do que a erva e pareço pouco distante de morrer.
Sexualidade fluida Safo é considerada um ícone do relacionamento homossexual feminino, mas a poeta escreveu tanto sobre seu desejo por mulheres quanto por homens.
As expressões do desejo homoerótico na Grécia Antiga não significavam que as pessoas eram identificadas com uma orientação sexual em particular, por isso é pouco provável que ela fosse chamada de homossexual.
A expressão da sexualidade fluida de Safo tem muito em comum com a forma em que muitos escolhem expressar sua identidade sexual atualmente. Os poemas de Safo jogam com nossas expectativas sobre o gênero e provocam perguntas sobre a sexualidade.
Quem é o narrador, um homem ou uma mulher? Quem é o amante, o homem ou uma mulher? O fragmento 31, mencionado acima, se refere a alguém que está vendo uma bela jovem e invejando o homem que fala com ela.
Os tradutores do século 15 em diante presumiram que o narrador – ou seja, a pessoa que desejava a jovem – era um homem.
Mas o poema original traz uma grande pista de que não era o caso. A poeta usa a forma grega "chlorotera", que indica que a narração era de uma mulher.
Safo queria que sua poesia fizesse o leitor pensar sobre experiências transgênero, ou que transcendessem os gêneros.
Ela queria que o leitor conseguisse imaginar os sentimentos de gêneros que talvez fossem diferentes do seu, prossegue a acadêmica.
"Os poemas de Safo sobre seus temas mais importantes – o sexo e o amor – são sobre todas as pessoas".
"São de gênero fluido. Safo não se importava com quem amamos. (Para ela), continuava sendo amor." Para Reynolds, a lição de Safo para os dias atuais é:
"Não se preocupe com rótulos. Apenas siga em frente e seja quem você é."
Poeta Alceu e a poeta Safo, c. -470. Cena de kalathos ático de figuras vermelhas. Acragás, Sicília |
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