O que é BUDISMO? ? ?

O professor do Dharma Ricardo Dhanapala Sasaki trouxe umas respostas em seu blog (http://folhasnocaminho.blogspot.com.br/

Regularmente vamos publicar aqui algumas perguntas e respostas do livro "Boas Perguntas, Boas Respostas" do Ven. S. Dhammika, traduzidas gentilmente por nosso amigo Marcelo Camargos. As respostas são simples e diretas e, portanto, boas para quem está querendo ter aquela primeira ideia a respeito do Buddhismo.

O que é o Buddhismo?
O nome Buddhismo vem da palavra ‘budhi’ que significa ‘acordar’ e então Buddhismo pode ser dito como sendo a filosofia do acordar. Esta filosofia tem suas origens na experiência do homem Siddhattha Gotama, conhecido como o Buddha, que se despertou quando tinha 35 anos. O Buddhismo tem hoje a idade de 2.500 anos e tem aproximadamente 380 milhões de seguidores em todo o mundo. Até 100 anos atrás o Buddhismo era principalmente, uma filosofia asiática, mas de forma crescente tem ganhado adeptos na Europa, Austrália e América.


Então o Buddhismo é apenas uma filosofia?
A palavra filosofia provém de duas palavras, ‘philo’ que significa ‘amor ’e ‘sophia’ que significa sabedoria. Então, filosofia é o amor da sabedoria ou amor e sabedoria, ambos os significados descrevem o Buddhismo perfeitamente. O Buddhismo ensina que deveríamos tentar desenvolver nossa habilidade intelectual ao máximo, para que possamos entender claramente. Ele também nos ensina a desenvolver o amor e a bondade de forma que possamos ser como um verdadeiro amigo para todos os seres. Então o Buddhismo é uma filosofia, mas não apenas uma filosofia. Ele é a suprema filosofia.

Uma outra resposta a uma pergunta semelhante pode ser encontrada em meu livro "O Caminho Contemplativo" de 1993:
O Buddhismo é uma religião ou uma filosofia?
Essa é uma pergunta que frequentemente se escuta. Se por "religião" entendermos um conjunto de dogmas e "verdades" já prontas que devem ser cega e inquestionavelmente observadas e acreditadas, então, o Buddhismo não será uma religião. Ou, se entendermos religião como um conjunto de rituais, cerimônias e cultos, assim também o Buddhismo não será religião. Por outro lado, se por "filosofia" entendermos a atividade da razão e lógica humanas, ou o estudo do produto desta atividade "racional", então, ele não é uma filosofia.

O que, então, é o Buddhismo?
O Buddhismo é o fruto de uma percepção superior e aprofundada da realidade, percebida e experimentada por sábios do passado, seguida e confirmada por experiência própria por outros sábios que os seguiram, e confirmável também, por experiência própria, por todos aqueles que se disponham a seguir alguns dos caminhos por ele apontados com o genuíno amor pelo saber superior (filo-sofia) e com o sincero anseio por religar-se consigo mesmo e com o fundamento último de toda a natureza (religião vem do latim religare). Somente neste sentido podemos falar que é uma religião e uma filosofia.

O Mestre Zen Thich Nhat Hanh elabora assim o conceito de Budismo:

Buda explicou que a fonte de verdadeira felicidade é viver calma e livremente, experimentando completamente as maravilhas da vida. Felicidade é estar consciente do que está acontecendo no momento presente, livre tanto do apego quanto da aversão. Uma pessoa feliz aprecia as maravilhas disponíveis no momento presente - uma brisa refrescante, o céu da manhã, uma flor amarela, um bambu violeta, o sorriso de uma criança. Uma pessoa feliz pode apreciar estas coisas sem ficar presa a elas. Compreendendo todos os darmas como sendo impermanentes e desprovidos de um eu separado, uma pessoa feliz vive tranquila, livre de toda preocupação e medo. Por entender que uma flor logo se desmancha, ela não se entristece quando isso efetivamente ocorre. Uma pessoa feliz compreende a natureza do nascimento e morte de todos os darmas. Sua felicidade é verdadeira felicidade, e ela possa a não mais temer sequer a sua própria morte.
Velho Caminho, Nuvens Brancas - Seguindo as Pegadas do Buda, Thich Nhat Hanh.




De outra linha, o professor do Dharma Kalu Rinpoche define assim:
O Buda Darma, que se refere à nossa natureza interna mais profunda, é chamado de ciência interior. Esse é o nome tradicional daquilo que no Ocidente é referido como budismo.
A expressão tibetana adaptada em línguas ocidentais como “budismo” é “nangpa sandjepe tchö”. Os últimos dois termos juntos, “sandjepe tchö”, se referem ao Buda Darma, ou o “darma do despertar”. Darma nesse contexto significa ensinamento, e a palavra Buda se refere tanto à origem desses ensinamentos — o Buda histórico — quanto à realização espiritual que ele alcançou, o estado búdico.
“Nangpa” significa “interior” e enfatiza o fato de que esses ensinamentos não se referem tanto ao corpo físico e ao mundo exterior, voltando-se mais para a mente que ali reside, já que o objetivo principal dos ensinamentos é fornecer paz mental, bem-estar e liberação. O Buda Darma é, então, uma ciência interna, ou ciência do interior, compreendida como uma ciência da mente.

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