Obesidade mental II ou EXCESSO DE INFORMAÇÃO NOS TORNA IDIOTAS

Ja faz mais de ano e eu publiquei uma matéria sobre o  prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard, que teria publicado em 2001 o polêmico livro “Mental Obesity”, que criticava a falta de profundidade perceptível nas pessoas em função de uma faculdade moderna de tratar as informações com superficialidade... como gordura que se aglomera no corpo do ocioso a "aculturação" era fruto da falta de exercitar nossa opinião e raciocínio diante das informações... ou seja: preguiça mental.

Ta certo, devo estragar o texto confessando que ele sempre fora uma farsa.

Nunca existiu um professor Andrew Oitke. Ele mesmo é uma criação tentando mostrar que as pessoas acreditam em autoridades... Não era meu caso, ja que eu ja sabia da piada, mas acreditava na mensagem... valia a pena guardar aqui no blog...

Hoje vejo uma continuidade para o trabalho do Professor Oitke:

O saíndo da matrix publicou um trabalho mais sério que a crítica irônica que eu trouxera. Mas agora realmente estudado e apresentado no


EXCESSO DE INFORMAÇÃO NOS TORNA IDIOTAS

seg, 28 de fevereiro, 2011
Quando o escritor norte-americano Nicholas Carr começou a pesquisar se a internet estava arruinando nossas mentes, assunto de seu novo livro, ele restringiu seu acesso à internet, deu um tempo no e-mail e desligou suas contas no Twitter e no Facebook.
Em seu novo livro The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains, ele diz que a rede está nos privando da capacidade aprofundada de raciocínio.

Carr levantou em 2008 a questão controversa de que "o Google estaria nos deixando idiotas" e decidiu aprofundar sua pesquisa sobre como a rede afeta nosso cérebro. Seu livro examina a história da leitura e a ciência de como o uso de diferentes mídias afeta nossa mente. Explorando como a sociedade passou da tradição oral para a palavra escrita e depois para a internet, ele detalha como nosso cérebro se reprograma para se ajustar às novas fontes de informação. Ler na internet mudou fundamentalmente a forma como usamos nosso cérebro.

A quantidade de textos, fotos, vídeos, músicas e links para outras páginas combinada com incessantes interrupções na forma de mensagens de texto, e-mails, atualizações do Facebook e feeds de RSS fez com que nossas mentes se acostumassem a catalogar, arquivar e pesquisar informações. Desta forma, desenvolvemos habilidades para tomar decisões rapidamente, especialmente visuais. Por outro lado, cada vez lemos menos livros, ensaios e textos longos – que nos ajudariam a ter foco, concentração, introspecção e contemplação. Ele diz que estamos nos tornando mais bibliotecários – aptos a encontrar informações de forma rápida e escolher as melhores partes – do que acadêmicos que podem analisar e interpretar dados.

A ausência de foco obstrui nossa memória de longo prazo e nos torna mais distraídos. "Nós não nos envolvemos com as funções de interpretação de nossos cérebros", diz. Ele ainda afirma que, por séculos, os livros protegeram nossos cérebros de distrações, ao fazer nossas mentes focalizarem um tema por vez.

Mas com aparelhos como o Kindle e o iPad tornando-se comuns, Carr prevê que os livros também mudarão. "Novas formas de leitura requerem novas formas de escrita".

Se escritores suprem a necessidade crônica de uma sociedade distraída, eles inevitavelmente evitarão argumentos complexos que requerem atenção prolongada e escreverão de forma concisa e aos pedaços, Carr prevê. Ele inclusive sugere um exercício para aqueles que sentem que a internet os tornou incapazes de se concentrarem: diminuam o ritmo, desliguem a web e pratiquem habilidades de contemplação, introspecção e reflexão.

 
É bem claro pelo que já sabemos sobre a ciência do cérebro que, se você não exercita habilidades cognitivas específicas, você acaba as perdendo. Se você se distrai facilmente, não pensará da mesma forma que pensa se você presta atenção
(Nicholas Carr)

Cientistas dizem que fazer malabarismo com e-mail, celular e outras fontes de informação muda a maneira como as pessoas pensam. Nossa concentração está sendo prejudicada pelo fluxo intenso de informação. Esse fluxo causa um impulso primitivo de resposta a oportunidades ou ameaças imediatas. O estímulo provoca excitação - liberação de dopamina - que vicia. Na sua ausência, vem o tédio.

Enquanto muita gente diz que fazer várias coisas ao mesmo tempo aumenta a produtividade, pesquisas mostram o contrário. As multitarefas dificultam a concentração e a seleção necessárias para ignorar informações irrelevantes. E mesmo depois que a pessoa se desliga, o pensamento fragmentado continua.

Para estudiosos de Stanford, a dificuldade de se concentrar só no que interessa mostra um conflito cerebral, que vem da nossa evolução. Parte do cérebro age como uma torre de controle, ajudando a pessoa a se concentrar nas prioridades. Partes primitivas, como as que processam a visão e o som, querem que ela preste atenção às novas informações, bombardeando a torre de controle.

Funções baixas do cérebro passam por cima de objetivos maiores, como montar uma cabana, para alertar sobre o perigo de um leão por perto. No mundo moderno, o barulho do e-mail chegando passa por cima do objetivo de escrever um plano de negócios ou jogar bola com o filho.


Mas outras pesquisas mostram que o cérebro também se adapta. Usuários de internet têm mais atividade cerebral do que não usuários. Eles estão ganhando novos circuitos de neurônios. Isso não é necessariamente bom, porque não significa que estamos nos tornando mais inteligentes.


Nossas crianças nascem sabendo programar o microondas e mexer nas configurações da TV, mas ao crescerem terão menos senso crítico e independência que as outras gerações. Estarão TERRIVELMENTE acostumadas a terem tudo pronto, mastigado, desde a pipoca de microondas até as notícias que recebem. Ficaremos parecidos cada vez mais com os gordinhos do filme Wall-E, imersos na informação de tal ponto que falarão com os colegas DO LADO via MSN (e isso já acontece nas empresas!). Com as relações sociais tradicionais sendo destruídas e trocadas por uma virtual, quem detiver o controle dos meios de tráfego virtual controlará as relações sociais. E vocês acham que os governantes já não sabem disso? Por que será que Obama teve uma reunião com todos os donos dos "corredores de informação"?


A música também é uma forma de induzir a mudanças no cérebro. Ajuda a manter o "gado", tão interessante para quem controla as engrenagens.

Um estudo foi conduzido por cientistas em um grupo de ratos para estudar os efeitos da música rock. O grupo de ratos que foi exposto à música rock foi ficando progrssivamente mais desorientado em testes, e por fim se tornaram incapazes de completar o labirinto. Quando os cérebros destes ratos foram dissecados, verificou-se que eles foram submetidos a mudanças estruturais anormais. Os neurônios em seu cérebro (em especial na região do hipocampo, que é conhecido por ser importante na aprendizagem e na formação da memória) cresceram de forma descontrolada em todos os sentidos, sem fazer conexão com outros neurônios. Aumentos significativos no RNA mensageiro, que está envolvido na formação da memória, também foram encontrados. Eu achei essa notícia um pouco exagerada, e por não ter o NOME dos pesquisadores, resolvi pesquisar mais e encontrei o seguinte:


O estudante David Merrill repetiu a experiência e chegou a conclusões parecidas, mas não pôde ir muito longe pois os ratos que ouviam rock mataram uns aos outros. O estudo de G. M. Schreckenberg e H. H. Bird (1988) demonstra que ratos expostos a música desarmônica (ou seja, sem harmonia) desenvolveram danos nos nervos cerebrais e "degradação do comportamento".


Ou seja, a configuração do cérebro vai mudar SIM, especialmente se forem expostas crianças a isso (como vimos no começo do documentário Zeitgeist: Moving Forward). Nos EUA 20% das crianças sofrem algum tipo de distúrbio mental, enquanto 5 MILHÕES de crianças e adolescentes sofrem de distúrbio mental GRAVE.


Não é minha intenção culpar o rock - até porque eu gosto e acho que é apenas UM aspecto do problema - mas sim a exposição a um determinado tipo de som. Ele muda dependendo do país e grupo social, mas somos BOMBARDEADOS por tipos de som cuja semelhança entre eles é ser estressante, percussivo ao extremo e longe de qualquer harmonia. Cada vez mais nossas "musas" e "musos" pop vão promovendo sons mais e mais bizarros, longe do tipo de música que nos cativou no começo de suas carreiras e chegando muito próximo dos sons que são usados pra simular drogas (e não creio que seja uma mera coincidência). Me chamem de teórico da conspiração se quiserem, mas não deixem de meditar no que leram, e observar com certo distanciamento as "informações" que pipocam ao seu redor.

 
SAÚDE

Passar mais de quatro horas por dia em frente à televisão aumenta o risco de sofrer doenças
cardiovasculares e inclusive o de morrer, revela um estudo divulgado hoje pela imprensa australiana.


A probabilidade de sofrer doenças cardiovasculares é 80% superior a de quem passa menos tempo, e a de morrer aumenta 46%. Até porque ver TV engorda.


Concretamente, cada hora em frente a uma televisão representa um risco de morte 11% maior, de acordo com a pesquisa realizada com 8.800 pessoas e divulgada na publicação científica "Circulation: Journal of the American Heart Association". O cientista David Dunstan afirmou que o problema é causado pela falta de mobilidade, que impede que o organismo processe de maneira adequada açúcares e gorduras. Não importa que se façam exercícios diários - o dano vem do tempo prolongado que se passa sentado diante de uma tela, segundo Dunstan.


As 8.800 pessoas pesquisadas, entre 25 e 50 anos de idade e que se uniram ao projeto entre 1999 e 2000, realizavam entre meia e uma hora de exercícios diários e, no entanto, 284 morreram em seis anos.


Dunstan indicou que a pesquisa enfocou particularmente os casos de gente que vive junto à televisão, mas as conclusões são aplicáveis a qualquer outra atividade sedentária, como as pessoas que passam o dia jogando computador. O pesquisador lembrou que "o corpo humano foi feito para se movimentar".
 
 

 

Três em cada quatro norte-americanos serão obesos em 2020. Você não vê esse padrão de beleza na mídia, ?




Assim como os passageiros de Wall-E, não temos interesse no mundo que nos cerca, nem no que nos reserva o futuro. Não enquanto tivermos distração suficiente pra preencher nossos dias vazios e "modelos" pra satisfazer nossos desejos por nós. Quem é a mão que nos "alimenta"? Quem manda no "capitão" desse navio? Pretendo fazer um post sobre os efeitos do que comemos e bebemos diariamente, e como as grandes indústrias estão por trás de um lento envenenamento que nos torna fracos, doentes, estúpidos e favorece o lucrativo comércio dos remédios e planos de saúde.

O livro de Nicholas Carr The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains, foi finalista dos prémios Pulitzer de não-ficção. Como o título indica, centra-se no impacto da Internet no nosso cérebro e nos efeitos perversos do seu lado distractivo, errático e rápido.


Fontes:
Ver TV eleva risco de morte;Concentração e distração;Abuso de aparelhos eletrônicos provoca conflito cerebral

A mente tem cada idéia...



Este ano que passou, durante a internação de um paciênte grandinho usei do efeito placebo.

Com a devida ciência do médico de plantão apliquei uma dose de soro simples (NaCl 0,9%) como "analgésico" para um menino de 12 anos que parecia mais nervoso que com dor...

Surpriendentemente até para mim o efeito foi rápido e melhor que esperava, pois além da dor relatada ter "sumido" a criança relaxou a ponto de dormir.

Se tem uma coisa realmente maluca na ciência, é o placebo.

Pensa aí: você está doente e toma um comprimido sem qualquer valor terapêutico, sem nenhuma substância curativa em sua composição. Não há remédio ali. Mas, de algum jeito, ele faz você se sentir melhor. A simples sugestão de que a dor vai passar faz a dor, de fato, passar.


Não que a dor seja uma INVENÇÃO. Não é isto. é que a "mente" tem instrumentos que são mais efetivos que muito analgésico... é só saber como fazê-la operar...



Um estudo feito por três economistas da Universidade Duke, na Carolina do Norte, descobriu que nossa cabeça garante a eficácia do produto quando ele é mais caro.

Ou seja... se ascreditarmos que um produto é caro (comparado a outro igual... mas mais barato) ele fica mais eficaz memso. Com a ajuda da nossa cabeça.

Um estudo feito por três economistas da Universidade Duke, na Carolina do Norte, – que vendeu placebos idênticos por U$0,10 e U$2,50 – descobriu que nossa cabeça garante a eficácia do produto quando ele é mais caro.

Os pesquisadores administraram choques de luz elétrica no pulso de participantes para medir seu nível de dor e depois distribuíam os placebos. À metade deles foi dada uma brochura descrevendo que a pílula era um recém-aprovado analgésico que custaria U$ 2,50. A outra parte recebeu a mesma brochura, mas com a informação de que o preço havia baixado para U$ 0,10.

No grupo que recebeu o preço cheio, 85% notaram uma redução da dor depois de tomar o placebo. No segundo grupo, 61% disseram sentir menos dor.
Quem nunca duvidou da eficácia de um genérico põe o dedo aqui.







O australiano Daniel Keogh (vale dar uma olhada no canal dele no YouTube) criou uma animação bem bacana falando sobre alguns dos efeitos particularmente curiosos desse remedinho quase-mágico. Dá uma olhada (em inglês).



Ele conta, por exemplo, que o placebo funciona mais quando o comprimido em si é maior; que a cor do comprimido, o preço e a embalagem em que ele vem podem alterar o efeito; e até que placebo vicia – em um estudo, um grupo de mulheres recebeu o “medicamento” por cinco anos; 40% delas apresentou sintomas de abstinência depois.

Isso mesmo, abstinência de um remédio sem qualquer componente químico que vicie. Loucura, né?

Cosmam busca alternativas à retirada de
servidores da saúde

Extraído de: Câmara Municipal de Porto Alegre  
Comissões
Aproximadamente 400 servidores do Sistema Único de Saúde de Porto Alegre poderão deixar de atender ao público em 10 de março por conta de decisão judicial. O grupo de servidores pertence à Fundação de Gastroenterologia do Estado - Fugast, mas está emprestado há vários anos para a Secretaria Municipal de Saúde por meio de convênio agora considerado inválido. Batalha judicial sobre se o convênio seria legal e ilegal durou oito anos e já passou por todas as instâncias da Justiça Estadual e Federal, inclusive o Supremo Tribunal Federal.

A situação é considerada grave e motivou reunião extraordinária, na manhã desta terça-feira (18/1), da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidida pelo vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), em conjunto com a mesma comissão da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado estadual Gilmar Sossella, que também participou do encontro. O vereador Carlos Todeschini (PT), outro integrante da Cosmam, participou da primeira parte dos trabalhos e afirmou sua solidariedade com as medidas que forem tomadas para manter os profissionais em seus locais de trabalho.

A reunião foi acompanhada ainda por mais de 80 funcionários da Fugast, alguns com 35 anos de trabalho na Fundação. Representantes dos sindicatos das diversas categorias de servidores completaram o grupo que debateu o impacto da decisão. Os servidores advertiram que a saída do grupo de técnicos e pessoal de apoio colocará em colapso o atendimento no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, de onde sairão 256 profissionais, em sua grande maioria técnicos de enfermagem e médicos especialistas - entre os quais coordenadores dos programas de residência médica da instituição.

"Seriam trezentos e oitenta atendimentos a menos por mês", alertou o Dr Thiago. A debandada, sob ordem judicial, criará problemas em outros três pontos de atendimento à população de baixa renda: o Hospital Psiquiátrico São Pedro, o Sanatório Partenon e o Hospital da Colônia Itapuã. A Secretaria Municipal da Saúde enviou como representante o médico Roberto Izquierdo. Ele adiantou que o prefeito José Fortunati já foi notificado oficialmente sobre a necessidade de retirar esses servidores do atendimento.
Ao final da reunião foi formada uma comissão liderada pelo Dr.Thiago com a finalidade de tentar reverter a decisão judicial, ainda que a solução seja complexa e demorada. A ideia é negociar politicamente um Proposta de Emenda Constitucional (PEC) a ser aprovada pelo Legislativo Estadual, legalizando o convênio. As partes reconheceram que a aprovação de uma lei dessa complexidade poderá demorar de seis meses a um ano, a menos que transite em caráter de urgência no Legislativo Estadual.

O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul Marcelo Matias - ginecologista-obstetra do Presidente Vargas - sugeriu que uma saída provisória seria a contratação dos servidores por meio da formação de uma cooperativa, uma vez que o Município de Porto Alegre já vem implantando esse sistema de terceirização.

Foi lembrado também que já existem antecedentes em Brasília e no Rio de Janeiro de servidores que também enfrentaram esse problema e conseguiram reverter as demissões. Por enquanto, além da retirada de profissionais qualificados do atendimento à saúde da população, os 400 empregos desses servidores estão ameaçados porque o governo estadual, a princípio, não tem onde recolocar o grupo, contratado em regime CLT.
Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)

Seja feliz, mas vá com calma ! ! !


Donna | 27/02/2011 | 08h11min


Movimento "slow living" prega uma vida com mais calma e menos pressa
Mulheres contam como colocam em prática e por que são mais felizes assim
Bete Duarte




Estamos vivendo os tempos da ditadura da FELICIDADE, em letras maiúsculas. Ser feliz virou uma obrigação e, teoricamente, estaria ao alcance de todos. Basta querer muito, fazer muito, se preocupar muito, se inquietar muito, correr muito, comprar muito. Na contramão dessa cultura, há quem busque um estilo de viver de maneira mais calma, com consciência e cuidado, um jeito de morar de forma sustentável, com respeito aos tempos internos, atenção na hora de consumir, leveza nos relacionamentos e responsabilidade ao usar os recursos naturais do planeta.

É o chamado Slow Living, um movimento desencadeado na carona do movimento Slow Food —resposta ao jeito desatento de engolir fast-food. A prática do Slow Living procura não só o caminho de tranquilidade, o tempo de descanso, tempo para o trabalho e para a família, mas também como ter tempo para nós mesmos. É para quem acredita em um estilo de viver mais humano, priorizando a qualidade dos momentos. Vale salientar, portanto, que essa forma de vida significa também estar pronto e produtivo quando necessário. Planejamento, organização e atitude ajudam bastante na materialização desta proposta. Nessa reportagem, quatro mulheres de diferentes profissões contam como colocam em prática a teoria do Slow Living e por que são mais felizes com esse estilo de vida.

Filosofia intimista da grande artista

O wabi-sabi, conceito japonês da arte para a beleza das coisas modestas e humildes, das coisas não-convencionais, que valoriza o intimista, o irregular, o simples e o despretensioso, tem sido aplicado pela artista plástica Heloísa Crocco em sua vida. Viver de forma modesta, aprender a sentir-se satisfeita com aquilo que tem depois de eliminado o supérfluo é a filosofia wabi-sabi, inspirada nos ensinamentos do Taoismo e do Budismo.

Adepta da vida simples, sem excessos, a artista plástica Heloísa Crocco tem conseguido comprar menos, correr menos, se cobrar menos. O que exige muito autoconhecimento para saber o que é essencial, o que faz diferença. Vem dessa busca de entendimento de si mesma a consideração de que menos posse é sinônimo de mais liberdade.

— Tudo nos leva a querer mais, e viver contra isso é muito difícil, mas possível — garante.

Heloísa sempre foi diferente. No álbum de fotografia, destaca suas fotos, sempre de cara amarrada, como se estivesse descontente com o convencional: com o laço de fita cor-de-rosa, o vestido de babados, a cor do casaquinho infantil. Parecia exercer um gosto próprio ainda não revelado. A dispersão, que a caracteriza até hoje, já se manifestava, como se ela vivesse imersa em seus pensamentos, em criações e devaneios. Vivia no mundo da lua.

Aos 60 anos, ela precisa se recolher, se isolar, se concentrar para criar, para se sentir confortável. Não acredita em esperar pela inspiração. Define o processo criativo como algo sistemático. Em meio à natureza, na casa-atelier de pinus reciclado, com vista para o Guaíba e embalada pelo canto dos pássaros, Heloísa se dedica a estudar linhas e texturas de madeiras, que depois dão forma à sua arte.

Nas últimas férias, esteve na Itália, com os dois filhos que moram na Europa, na época da colheita de azeitonas. Ficou encantada com o ritmo lento e calmo da região em meio a uma natureza pródiga. Programa, agora, voltar e trabalhar na colheita com os italianos.

— Quer coisa mais simples e mais linda? — questiona.

Outra beleza simples e não-convencional descobriu na beira do mar Adriático, ao ver o ir e vir tranquilo das ondas que faz rolar as sementes da tâmara, formando pequenas bolas peludas, uma verdadeira arte wabi-sabi. Com uma tigela cheia dessas bolas, ela decora a casa-atelier, cujas paredes abrigam cestas, colheres de pau, exemplares de sua arte em madeira e lembranças presenteadas por amigos.

Toda essa leveza cultivada bebe em fontes comuns de pessoas que buscam o devagar. Rodeada de simplicidade, Heloísa procura resgatar símbolos de afeto no passado, cultivar a boa mesa de forma lenta, quase contemplativa, deixar o peso da bagagem pelo caminho, levando apenas o essencial, preservar as amizades que pertencem à mesma "enfermaria" (a dos loucos do bem, dos diferentes), não viver iludida com uma coisa chamada tempo e nem criar fantasias sobre o outro.

Quem sabe alcançar as mesmas metas que Leila Ferreira, a autora de A Arte de Ser Leve:

— Dentro do que a vida permite, quero afinar o espírito, desbastar os excessos da alma, viver momentos de felicidade torta ou incompleta, colocar o coração na balança e sentir que ele pesa só um pouco mais que uma pena de avestruz.

O depressa é agitado, controlador, agressivo, apressado, analítico, estressado, superficial, impaciente, ativo, prioriza a quantidade em detrimento da qualidade O devagar é calmo, cuidadoso, receptivo, tranquilo, intuitivo, sereno, paciente, reflexivo, qualidade-mais-que-quantidade

:: Leia na edição impressa de ZH deste domingo as histórias da banqueteira Neka Menna Barreto, da jornalista mineira Leila Ferreira e da professora aposentada Innocencia Bernardi

No ritmo leve de Antônio Prado

A cidade de Antônio Prado, a 184 quilometros de Porto Alegre, já foi considerada um exemplo dessa forma de bem-viver, o que significa com mais vagar e qualidade. Até pouco tempo, ostentava o título de cittá slow, movimento surgido na esteira do slow-food. O conceito de cittá slow surgiu quando Bra (a sede do slow food) e outras três cidades italianas assinaram uma declaração em que manifestavam a intenção de se transformar em refúgio para os que não aguentavam o ritmo enlouquecido da vida moderna. A correria da modernidade, no entanto, fez com que administrações anteriores da cidade gaúcha deixassem de cumprir compromissos financeiros que garantiam a detenção do título (até para ser leve, é preciso ter, nesse caso, verbas para pagar uma taxa).

O que ajuda na leveza

- Olhar menos para o próprio umbigo e pensar mais nos outros
- Mais cordialidade e menos impaciência
- Não abrir mão da civilidade, da compaixão e da elegância de viver
- Eliminar o excesso de bagagens materiais
- Não utilizar o estresse como desculpa para deixar de lado a gentileza
- Cultivar amigos
- Diminuir o peso da existência para as pessoas que o cercam
- Rir de si mesmo
- Dar à dor apenas a dimensão que ela merece
- Valorizar o silêncio
- Doar tempo e atenção

DONNA ZH

Deputados protocolam PEC para evitar demissões na Fugast


Em apoio aos funcionários da Fundação Riograndense de Gastroenterologia (Fugast), os deputados Gilmar Sossella (PDT) e Marlon Santos (PDT) protocolaram, na tarde desta quinta-feira (24), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com o objetivo de evitar a demissão de cerca de 500 servidores da fundação.

O documento foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde (PT), em audiência prestigiada por representantes do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul (Sindisprev), do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e da Comissão dos Trabalhadores da Fugast.

Com 19 assinaturas de deputados, a PEC propõe que o Estado do Rio Grande do Sul incorpore em seu quadro funcional, em regime celetista, os cerca de 500 funcionários da Fugast que deverão ser demitidos em oito de março, por decisão do Supremo Tribunal Federal. Segundo os trabalhadores, há muitos servidores que estão às vésperas da aposentadoria.

O presidente Villaverde salientou que a PEC está protocolada e irá seguir os trâmites legislativos. "Sabemos a importância deste projeto e queremos a melhor solução para este impasse. Começaremos imediatamente o diálogo aqui na Casa. Temos que ter uma posição sobre a questão da Fugast e o mesmo deve ocorrer com o governo do Estado, que não demonstra ainda ter uma opinião definitiva. Por isso, vocês também devem procurar o governador", disse.



Sossella protocola PEC em defesa da Fugast

Extraído de: Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul  -  14 horas atrás
Protocolo ocorreu na Presidência do Parlamento e contou com a presença de servidores da Fundação O deputado Gilmar Sossella (PDT) protocolou na tarde de hoje (24), na Presidência da Assembleia Legislativa, Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para evitar a suspensão dos contratos de trabalho de quase 500 servidores da Fundação Riograndense de Gastroenterologia, determinada pelo Supremo Tribunal Federal, cujo vencimento é 8 de março.

O instrumento jurídico estabelece que os funcionários da Fugast que prestam serviços diretamente ao Estado passem a integrar categoria de servidores públicos em regime de extinção da Secretaria Estadual da Saúde, sob regime celetista.
De acordo com Sossella, o término dos contratos e a consequente demissão dos trabalhadores provocará caos na saúde pública do Estado. "Embora Porto Alegre seja a mais atingida, as Instituições envolvidas atendem muitas demandas das cidades vizinhas e recebem pacientes do interior diariamente", destaca.
Caso a medida não impeça o afastamento dos profissionais, o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas perderá 285 profissionais, o equivalente a 30% de seu quadro funcional. Também serão prejudicados os serviços prestados no Hospital Psiquiátrico São Pedro, no Sanatório Partenon e no Hospital Colônia Itapuã, todos voltados para a população de baixa renda.
Dinara Del Rio, auxiliar de enfermagem do HPV, espera que o diálogo com o Legislativo e com o Governo do Estado avance. "É importante conseguir o apoio dos deputados e do governador para que a proposta seja aprovada. Vamos acompanhar de perto todas as etapas e participar ativamente das discussões", assegurou.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde, disse que o protocolo da Proposta de Emenda Constitucional dá início a um debate formal sobre o tema. "Acompanho há anos a situação dos servidores e sei que o prazo está se esgotando. A proposta obedece aos critérios internos do Legislativo e tramitará na Casa".
A PEC recebeu as 19 assinaturas necessárias para sua tramitação. Agora, ficará no Departamento de Assessoria Legislativa (DAL) durante 15 dias úteis, período destinado à apresentação de emendas. Depois, seguirá para parecer da Comissão de Constituição e Justiça. A última etapa é a discussão em plenário, que será feita em dois turnos e precisará do voto favorável de 33 deputados para sua aprovação.
Por proposição de Sossella, na próxima quarta-feira, dia 2 de março, haverá uma audiência pública na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa para debater o assunto.
Participaram do protocolo da PEC servidores da Fugast, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), o Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Sul (Sindisprev), o deputado Marlon Santos (PDT) e o vereador Dr. Thiago Duarte, presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Além do deputado Gilmar Sossella, subscreveram a Proposta de Emenda Constitucional os seguintes deputados: Adroaldo Loureiro, Alceu Barbosa, Dr. Diógenes Basegio, Gerson Burmann, Juliana Brizola e Marlon Santos, do PDT; Paulo Borges, do DEM; Adolfo Brito, Chicão Gorski, Frederico Antunes, João Fischer, Pedro Westphalen e Silvana Covatti, do PP; Adilson Troca, Jorge Pozzobom, Lucas Redecker, Pedro Pereira e Zilá Breitenbach, do PSDB.


Dôshô Saikawa Sôkan Roshi Visita praticantes Budistas de Porto Alegre






Dôshô Saikawa Sôkan Roshi ~ Superior Geral da Escola Soto Zen para a América do Sul, atual abade do Templo Busshinji em São Paulo e professor da Monja Isshin, do Monge Gensho (Florianópolis) e numerosos outros alunos no Brasil e no mundo inteiro, esteve na noite de 24 de fevereiro no espaço da Sanga Aikikai de Porto Alegre.





Junto aos membros das sangas irmãs Sanga Águas da Compaixão, Sanga Energia Harmoniosa, da sanga irmã Soto Zen Budista ViaZen e de praticantes de outras linhas, assim como leigos, estivemos todos reunidos como uma só sanga, praticamos Zazen assim como ouvimos uma profunda preleção da filosofia Soto Zen Budista por parte do Reverendo Roshi.



Traduzida maestralmente pelo Monge Professor Joaquim Shaku Shoshin Monteiro (Tradição Terra Pura), ciceroneado pela nossa professora, Monja Isshin Havens, e acompanhada pelos membros da sanga ViaZen, Monge Dengaku, Rosangela Shoden, entre outros assim como praticantes e representantes da sanga "Caminho do Meio" (tibetana), todos acompanharam um "mini" Mondo onde Saikawa Roshi trouxe em poucas palavras uma visão clara do que é o vazio no zen ~ shunya, assim como deu uma idéia do que é "Satori".




Foi uma noite que clareou muitos horizontes.

Gasshô!

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Retiros Zen de Carnavall 2011 ~ Ainda da tempo ! ! !


Porquê ainda da tempo para se organizar e fazer parte:


Caso vc. seja do tipo que no Carnaval quer distância da batucada vai aqui algumas opções de Retiros Zen pelo Brasil.


Todas as opções são na tradição do Zen Soto, japonês.

Este ano (2011) o Carnaval será em Março.









Em Porto Alegre de 04-09 março acontece o Sangaku Sesshin organizado pela "Associação Comunidade Soto Zendo Sul”  Formada pela congregação das Sangas orientadas pela monja Isshin: Sanga Águas da Compaixão Sanga Aikikai e Sanga Energia Harmoniosa  e terá como convidado o Prof. Joaquim Monteiro.

4º Módulo (2011 – 4 a 9 de março – feriado de Carnaval)

Tema: Introdução à Psicologia Budista de Acordo com a Escola Yogacara: Revisão e Temas Avançados

Aberto a todos os interessados (mesmo não tendo participado de módulos anteriores). Vagas limitadas.

Leitura preparatória: Trinta Estâncias sobre a Pura Consciência de Vasubhandu (tradução: Prof. Joaquim Monteiro) - e, se possível, praticar a recitação em grupo e decorar antes do retiro.

Local previsto: Espaço Dojinmon – R. Portugal 733 – Bairro Higienópolis – Porto Alegre, RS.

Descrição ~ O Retiro “Sangaku” busca a união dos Três Treinamentos Budistas: o Estudo (Palestras), a Meditação (Zazen) e a Prática (Prática dos Preceitos através de samu e atividades comunitárias). 


Os Três Treinamentos (Sangaku ou Kai-Jô-e [japonês] ou trini siksani [sânscrito]) também podem ser traduzidos como Sabedoria, Meditação e Moralidade ou ainda como os Três Estudos de Ouvir, Refletir e Realizar (trabalhar os ensinamentos como um Koan).


Mais infos email: monjaisshin@gmail.com ou na página da "Sangaku Sesshin" (Retiro dos Três Treinamentos do Zen).




Nehan Sesshin - Retiro de Parinirvana do Buda
De 05 a 12 de março de 2011

Tradicionalmente, na Soto-Zen, dia 15 de fevereiro temos o Nehan-e, Cerimônia de morte e Parinirvana de Buda Xaquiamuni. No Via Zen, costumamos fazer em memória a essa data, um Nehan Sesshin em fevereiro, durante o feriado de carnaval. Como esse ano o feriado ocorrerá em março, nosso Nehan Sesshin ocorrerá fora do mês habitual. A Participação no Sesshin pode ser parcial ou integral, nesse último caso o pgto pode ser parcelado.
Inscrições e informações:  Pelo fone: 3381-5539 ou pelo e-mail  viazenrs@gmail.com






O TEMPLO BUSSHINJI ~ HOON SESSHIN 2011

RETIRO DA GRATIDÃO



O Templo Busshinji de São Paulo realizará no período de 03 a 07 de março de 2011 o Hoon Sesshin - Sesshin da Gratidão de 2011.


O Templo Busshinji dispõe de 30 vagas para acomodação que serão disponibilizadas de acordo com a ordem de efetivação das inscrições. Afinal, teremos alojamento para as mulheres também neste retiro. Ao contrário do que havia sido divulgado antes. Embora, neste caso, pelo motivo das obras não estarem 100% concluídas, fica opcional a hospedagem no templo.

Mais informações: http://www.sotozen.org.br

Aos interessados solicitamos que encaminhem as dúvidas e pedidos de informações por email para o seguinte endereço:




   




No Dojo da Monja Coen/Coen Roshi-SPacontece de 04-09 março o Hoon  Sesshin (valores e Email). Mais infos na Agenda do site do Zendo Brasil.  O retiro acontece no Zendo em SP, bem como pernoites.

Contato Fone: (11) 38655285;
email: zendobrasil@gmail.com heishin.zendo@gmail.com






No mesmo período 04-08/03 acontece o retiro no Mosteiro Zen Morro da Vargem em Ibiraçu, ES. Coordenado pelo Roshi Daiju. O Mosteiro fica há 50Km de Vitória. Seguindo pela BR 101 até o Km 217 onde fica o Tori. Dali à direita do Tori são mais 5Km até o alto do mosteiro. Os retiros no mosteiro são mais leves e por isso muito apropriados aos iniciantes ou quem nunca sentou no estilo zen de meditação (zazen). Inscrições somente por telefone (27) 32573030 e mais info no site do mosteiro.










Fora do Brasil é possível encontrar muitas opções nesse período, porém é preciso se programar com antecdência, sobretudo se o país exige visto.



Na Escola Zen Kwan Um temos o Grande Retiro de Inverno que acontece durante 90 dias (janeiro-abril).



Nele é aceito a permanência de no mínimo uma semana ao longo desses 90 dias.



Se vc. vai pra USA, Europa ou Asia nesse período dê uma olhada na programação dos seguintes Mosteiros:






Won Kwang Sa, Hungria



Mu Sang Sa, Coreia do Sul (começa em novembro/termina em fevereiro)



Outros retiros ainda podem ser anunciados mais próximo do Carnaval, por outras Sangas Zen de outros lugares.
  



Comissão permanente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul recebe os trabalhadores da FUGAST, hoje.

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pela deputada Marisa Formolo (PT), se reuniu às 9 horas do dia de hoje, na sala Sarmento Leite, no 3º andar. Em ordem do dia, entre três pedidos de audiências públicas, se discutiu a situação dos contratados da Fundação Riograndense Universitária de Gastroenterologia (Fugast), que deverão ser demitidos no dia 8 de março, por decisão judicial; Aguardamos novidades.


15 anos de Hospital Presidente Vargas . . . . . . . Por Simone.

Gostaria de me despedir do Hospital Presidente Vargas de outra maneira. Dar de ombros e seguir sem olhar para traz não é a forma mais adequada de dar adeus para um lar onde se viveu 15 anos.

Porquê não é um trabalho qualquer, que se sai aliviado quando se deixa... ou aqueles empregos onde se entra e sai sem fazer diferença ou deixar lembranças.

Não é possível sair do HMIPV sem perder uma parte de mim.

Porquê? Bem, nestes 15 anos se misturam uma soma de lembranças que transcendem o profissional... não é apenas o lugar onde trabalhei... é uma segunda casa que me viu chegar, então uma jovem de 23 anos, solteira e cheia de juventude, estimulada em proteger a vida e cuidar de crianças, preocupada em aprender e em me aperfeiçoar... e me viu evoluir profissionalmente e como pessoa, me tornando uma técnica segura e adaptada ao tenso trabalho sem perder a ternura de mãe. 

Não foi o local onde se passaram 15 anos convivendo com colegas de trabalho, foi o lar onde tive o constante encontro com pessoas boas de alma e coração que foram tomando lugar em minha vida como amigas e até irmãs. Vi mulheres que cuidavam das crianças dos outros terem seus próprios filhos... e os vi crescer.

Neste tempo relativamente curto para uns e que parece uma eternidade para outros acompanhamos muito da vida uns dos outros.

Foram tecnologias que evoluiram e mudaram, políticas e sonhos vieram e partiram... profissionais que chegavam como estranhos, tornaram-se amigos que partiram, uns para vida, outros da vida (saudades, Valéria). Em fim, foram anos de “Vida”. Dedicado a vida. A poder cuidar. Continua a paixão pela proteção e carinho dedicado a vida de “nossas crianças”.

“Nossas crianças”! Cada criança que nasceu nestes últimos 15 anos tornou-se um pouco filha “nossa”... e um pedaço “nosso” segue com cada uma delas... Cada colega que participou direta ou indiretamente com cada criança deixa sua presença e recebe em troca um pedaçinho delas também. Sabe que, por cima, ajudamos a trazer ao mundo 36 mil pessoas??? 36 mil pessoas! 36 mil crianças estiveram no colo de algum colega da FUGAST. Técnica, cuidado e carinho. Por 15 anos.

Então deixar para traz estes 15 anos é falar de deixar para traz uma grande parte de minha história como pessoa, como colega, como amiga, como mãe e como profissional que se dedica ao cuidado e a vida. Falar destes 15 anos é falar de vidas que chegaram neste mundo atravéz de muitas mãos. Falar destes 15 anos é falar de vidas que mudaram muitas vidas.

Entende porquê é difícil dizer adeus para estes lugar. Quem olha de fora não vê todas as nossas histórias se cruzando e acontecendo. Não enxerga nosso suor, nossas lágrimas, nossa vida entremeada aos cantos destas paredes.

Quem vê de fora não percebe a simbiose e a constante troca de amor e vida. Não é um emprego que estamos deixando. É uma parte de nós. Uma parte de nossa identidade. Uma parte de nossa vida.

Eu mudei nestes 15 anos. Entrei uma jovem cheia de sonhos. Realizei muitos graças a este Hospital. Conheci o amor das amizades verdadeiras. O amor de meu marido. O amor de ter minha própria minha filha. O amor da gratidão nos olhos de mães e pais que só tinham os nossos olhos e nossas mãos para obter apoio. Tantos tipos de amor.

Este é o hospital Presidente Vargas.







 




 







Por isto é tão difícil dizer "adeus".

COLETÂNEA PARA APRESENTAR JUNG