Pular para o conteúdo principal

Demônios : As aflições mentais

O motivo porque outros não vão encontrar este caminho são os maras [demônios], uma metáfora para as aflições mentais. Elas fazem um trabalho demoníaco conosco, nos atormentam. Como [essas pessoas] ainda estão sob o domínio dessas aflições mentais, mesmo se elas estiverem fisicamente presente quando tais ensinamentos são dados, “suas mentes estarão em uma selva a 2.500 milhas de distância”. Estão presentes ao ensinamento na carne, mas não em espírito — como um bebê em uma das palestras do físico Stephen Hawking sobre mecânica quântica em Cambridge. De modo nenhum, essa criança estaria participando da palestra.

Um outro exemplo que lembro é um sermão que ouvi certa vez de um pastor cristão. Ele levantou a questão: “Como é que as pessoas entram em uma tradição espiritual e depois de um tempo simplesmente vagam e se perdem?”. Ele usou o exemplo de um rebanho de 500 ovelhas. Como uma dessas ovelhas pode se perder se há 499 companheiras todas fazendo “béé, bééé”? Afinal, isso é o mesmo que um coro berrando: “Aqui estamos!”.

A resposta é: “grama por grama”, e elas se perdem. Isso vale tanto para ovelhas desgarradas quanto pessoas no Dharma — até que depois de um tempo, elas já não tem mais nenhum Dharma. Como elas se perdem? Bem, tem esse videogame realmente legal… depois apareceu esse filme muito bom… depois os amigos quiseram ir tomar uma cerveja e… “por que não?”… depois a pessoa perdeu o emprego — essa foi uma grama bem grande… depois conseguiu um novo emprego… e então houve esse relacionamento realmente interessante… e depois… e depois… e então a vida acaba.

Agora uma questão aparece naturalmente: “Sou como o bebê, a ovelha desgarrada ou um desses seres afortunados?”. A resposta não é tão misteriosa. A partir de sua própria experiência você vai saber se sua mente está a 2.500 milhas de distância ou se você realmente se sente afortunado por estar presente e receber ensinamentos desse tipo.

Observe a mente e vai ficar claro que, quando você está dominado por aflições mentais, você é de fato um servo dos maras. Ninguém voluntariamente decide fazer isso: se atirar na fúria, ser capturado pela ânsia ou, a partir de um estado pleno, de repente sentir ciúmes. Isso sempre acontece involuntariamente, o que significa que você está em servidão. A aflição mental surge; ela nos captura e nos aprisiona. O Dharma existe para nos libertar desse tipo de amarra.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ACALME-SE

A técnica A.C.A.L.M.E.-S.E. é um acrônimo (uma palavra formada pela junção das primeiras letras ou das sílabas iniciais de um grupo de palavras) usado como estratégia da Psicoterapia Cognitivo-Comportamental que oferece passos práticos para lidar com a ansiedade durante uma crise. Esses passos ajudam a pessoa a se acalmar e a lidar com as sensações desagradáveis de forma mais eficaz. É uma técnica útil que pode ser praticada sozinha ou com a ajuda de um terapeuta. Aqui está um resumo dos passos: 1. ACEITE a sua ansiedade. Aceitar é o primeiro passo para a mudança. Um dicionário define aceitar como dar “consentimento em receber”. Concorde em receber as suas sensações de ansiedade. Mesmo que lhe pareça absurdo no momento, aceite as sensações em seu corpo assim como você aceitaria em sua casa um visitante inesperado ou desconhecido ou uma dor incômoda. Substitua seu medo, raiva e rejeição por aceitação. Não lute contra as sensações. Resistindo você estará prolongando e intensificando o

Escuta Compassiva.

O monge budista Thich Nhat Hanh diz que OUVIR pode ajudar a acabar com o sofrimento de um indivíduo.  A escuta profunda é o tipo de escuta que pode ajudar a aliviar o sofrimento de outra pessoa.  Podemos chamar-lhe escuta compassiva.  Escuta-se com um único objetivo: ajudar a pessoa a esvaziar o seu coração.  Mesmo que ele diga coisas cheias de percepções erradas, cheias de amargura, somos capazes de continuar a ouvir com compaixão.  Porque sabe que, ouvindo assim, dá a essa pessoa a possibilidade de sofrer menos.  Se quisermos ajudá-la a corrigir a sua percepção, esperamos por outra altura.  Para já, não interrompe.  Não discute.  Se o fizer, ela perde a sua oportunidade.  Limita-se a ouvir com compaixão e ajuda-o a sofrer menos.  Uma hora como essa pode trazer transformação e cura.