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Existencialismo de Jean-Paul Sartre



Sartre foi um dos mais influentes intelectuais do século 20, tendo criado o que foi batizado de existencialismo. Primeiramente, relacionado ao pensamento do autor formulado no livro "O ser e o nada", logo o termo foi relacionado a diferentes situações: roupas, comportamento, filmes, tudo passou a ser existencialista.

“Esse nome ‘existencialismo’ não agradava muito ao Sartre. Ele nunca pretendeu fundar escola, corrente ou estilo filosófico cujo nome fosse 'existencialismo'. Mas acabou sendo usado à revelia dele”, explica a professora da graduação em Filosofia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e da especialização em Filosofia Contemporânea da PUC-Rio, Andréa Bieri.

Apesar de não gostar, o nome surgiu a partir da ideia exposta em "O ser e o nada" de que “a existência precede a essência” e foi reforçado em sua conferência "O existencialismo é um humanismo", feita para explicitar o pensamento apresentado no livro, bastante inacessível para a maior parte das pessoas.

E o que a filosofia sartriana propunha é que primeiro o homem existe no mundo e, só depois, se define por meio do que faz na vida. O que ele estava negando era a existência de uma natureza humana, algo como uma essência universal que seria compartilhada entre os seres humanos.
“O homem não nasce com uma essência prévia, ele é aquilo que ele faz a si mesmo, ninguém dá ao homem essa essência, nem Deus nem coisa alguma. Isso se baseia em uma noção de liberdade, que consiste em sempre fazer escolhas”, diz Bieri. Por isso, a máxima de Sartre de que “o homem está condenado à liberdade”.

Criticado por marxistas, que enxergavam no existencialismo algo que induzia à inação, e por cristãos, já que o existencialismo de Sartre era ateu, o filósofo acreditava que o ser humano era exclusivamente responsável pelas suas decisões. E era essa ação de escolher dentre as opções finitas a causa da angústia inerente à existência.

De acordo com Bieri, uma das características mais fortes da filosofia de Sartre era seu engajamento. Para ele, não bastava ficar restrito ao seu escritório e à sua produção teórica, era preciso participar ativamente. “Ele se manifesta, dá muita entrevista, aparece na televisão, não é um filósofo que fica no gabinete. Isso, de uma certa forma, é um marco da própria filosofia sartriana do século 20.”

Tendo o homem como ponto principal, o pensamento de Sartre foi ficando obsoleto à medida que questões como ecologia, defesa dos animais, dentre outras causas que tiram o homem do centro começam a emergir e ganhar importância.
 

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