Esta dedicada para nós, os ocupados demais... é um trecho do livro “Para Você” (“To You”), do Mestre Zen japonês Sawaki Kôdô Rôshi (1880-1965), considerado um dos maiores mestres zen-budistas da Escola Soto Zen do século XX e conhecido como o “Kodo sem teto”, ou mestre sem casa (e sem templo). Grande entusiasta e mestre do zazen, a meditação que é a prática central do Zen-Budismo, Sawaki Kôdô Rôshi ensina que a ilusão é a coisa que nos mantém ocupados, e que quem acha que tem tempo de menos tem ilusões demais. “Uma simples volta no parque é acompanhada por 50 mil, 100 mil ilusões“, diz Sawaki Rôshi.
O trecho foi traduzido do original japonês por Jesse Haasch e Muhô (Antaiji) e livremente para o português por este blog "Dharmalog".
Por Sawaki Kôdô Rôshi
As pessoas se mantém ocupados só para evitar o tédio.
Todo mundo reclama que estão tão ocupados que não tem tempo nenhum. Mas porque eles estão tão ocupados? São apenas suas ilusões que os mantém ocupados. Uma pessoa que pratica zazen (meditação) tem tempo. Quando você pratica zazen, você tem mais tempo que todos do mundo.
Se você não for cuidadoso, você começará a fazer um grande escarcéu só para alimentar você mesmo. Você está constantemente com pressa, mas por que? Só para alimentar você mesmo. As galinhas também estão com pressa quando chegam às suas comidas. Mas por que? Apenas para ser comidas por humanos.
Quantas ilusões uma pessoa cria em sua vida? É impossível calcular. Dia vai, dia vem, “Eu quero isso, eu quero aquilo…” Uma simples volta no parque é acompanhada por 50 mil, 100 mil ilusões. Então é isso que significa estar “ocupado”. “Quero estar com você, quero chegar em casa, quero ver você…”
As pessoas estão constantemente sem ar – de correr tão rapidamente atrás de suas ilusões.Você quer alcançar o nirvana para estar liberado da sua vida atual? Esta é a exatamente a atitude que é chamada de “transmigração”.
O desenvolvimento do transporte tornou o mundo menor. Agora corremos em carros, mas pra onde afinal? Para a corrida! Pisamos no acelerador, só pra matar tempo”.
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