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Mostrando postagens de setembro, 2023

Os desafios da ‘GERAÇÃO SANDUÍCHE’, que cuida dos filhos e dos pais

LAÇOS DE FAMÍLIA - Jornada tripla: sobretudo as mulheres se revezam entre a prole, os pais envelhecidos e a carreira (iStockphoto/Getty Images) Os novos ventos demográficos trazem a uma turma em torno de 40, 50 anos essa tarefa árdua, mas enriquecedora.  Considerado um país jovem até a década de 70, quando a multidão de pouca idade dominava a paisagem, o Brasil marcha firme sobre uma trilha já percorrida pelas nações mais desenvolvidas, com dois fenômenos de alto impacto correndo em paralelo: o adiamento da maternidade, que deságua em b erçários cada vez mais vazios, e o avanço da população de cabeça branca, embalada por um bem-vindo aumento da longevidade. Essa chacoalhada demográfica impõe gigantescos desafios nos mais diversos escaninhos da sociedade — das engrenagens da economia, que precisarão ser movimentadas por uma porção menor de pessoas na ativa, à própria rotina dos indivíduos. Em cenário de tão acentuada mudança desponta uma turma de seus 40, 50 anos de idade que se vê às

Psicanálise e ciência: chega de bobagem

  Psicanálise e ciência: chega de bobagem O livro  “Que Bobagem!” , de Natalia Pasternak e Carlos Orsi, obteve notoriedade pelos ataques que faz à psicanálise e outros saberes, inscrevendo-os na categoria de “pseudociências” — que seriam indignas de crédito por não se submeterem ao escrutínio científico. É preciso submeter o próprio livro ao controle objetivo de suas proposições. Surpreende que os autores não tenham procurado embasar com fatos seu argumento de que a psicanálise não se submete à testagem científica. Uma simples consulta online à  Cochrane Library , a prestigiosa coleção de bancos de dados e evidências em medicina, mostra sob a rubrica “psicoterapias psicodinâmicas” (técnicas derivadas da psicanálise), apenas entre os anos 2000-23, 670 pesquisas, das quais 188 especificamente dedicadas ao estudo da eficácia desses tratamentos. Para um exemplo recente, a revista  World Psychiatry  traz em junho de 2023 uma rigorosa metanálise sobre as psicoterapias psicodinâmicas. A concl

Ninguém mais está ouvindo? - Ouvidores de vozes?

Ouvidores de vozes? Escrito por Livia Inácio de  CURITIBA "Ninguém mais está ouvindo? Tem um homem me mandando matar e destruir." A condição que levou Leandro Torquato Amaral, 38, a pedir ajuda médica pode ser encarada pela medicina como um transtorno mental. Mas, para uma organização internacional de pessoas que escutam vozes, ela não é sinônimo de doença. No Movimento Internacional dos Ouvidores de Vozes (HVM, na sigla em inglês), a audição é analisada com base na trajetória de cada pessoa e debatida em grupos de apoio. A proposta também visa quebrar tabus associados ao fenômeno. Os ouvidores de vozes se reúnem em grupos terapêuticos que confrontam estigmas, entre eles, o da loucura, e encontram caminhos para lidar com o que ouvem, como identificar gatilhos. O processo envolve também buscar estímulos que afastem as vozes vistas como negativas ou, em alguns casos, conversar com elas. A proposta também avança ao ampliar o leque de possibilidades terapêuticas. "Alguns pac