Em outra ocasião, o monge saiu cedo de sua casinha e caminhou quilómetros até chegar a uma pousada. A dona do lugar era uma pessoa simples e ofereceu a ele peixe assado e um pouco de arroz. Ryokan comia satisfeito quando entrou na pousada um outro monge e disse que queria comprar uma boa refeição. A senhora trouxe a ele peixe assado e arroz. O monge ficou furioso e grunhiu: "--A senhora pensa que sou um monge caipira como esse aí? Traga-me comida melhor". A dona da pousada ficou triste com a ofensa. Ryokan, entretanto, continuou comendo com alegria. No final da tarde, depois de longa caminhada, o jovem monge pediu pernoite na casa de um grande plantador de arroz. Era uma grande mansão, e o dono o recebeu dizendo: "--Hoje é dia de fazermos uma prece em memória aos nossos ancestrais. Se o senhor não se importa, compartilhará o aposento com o monge que chamamos para as orações". Simplicidade. Sendo tarde e sendo essa a melhor casa das redondezas, o jovem monge aceito
"Teu discípulo se inclina com respeito". Este discípulo, por várias existências, por muitos kalpas, ficou preso nos obstáculos do carma, da ânsia, da raiva, da arrogância, da ignorância, da confusão e dos erros, e hoje, graças ao conhecimento que tem do Buda, reconhece seus erros e começa sinceramente... outra vez.