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Mostrando postagens de julho, 2009

O Desapego

Certa ocasião, um monge entrou na sala do mestre, ofereceu incenso, fez as devidas reverências e disse: "Mestre, abandonei todas as coisas, estou livre de quaisquer apegos, o que faço agora?" . O mestre respondeu: "Desapegue-se, livre-se disso". Confuso, o monge perguntou novamente: "O senhor não compreende, mestre. Eu disse que estou completamente desapegado de tudo. O que faço?". E o mestre respondeu: "Então, carregue isso com você". Há uma expressão antiga que diz o seguinte: "No começo a montanha era montanha. Depois, a montanha não era mais montanha. No final, a montanha é só uma montanha". Os vários estágios de nossa vida. Nossos apegos e desapegos. Vista de longe, a montanha é apenas uma montanha. Se a adentramos veremos folhas secas, os galhos, as teias de aranha, as árvores e os arbustos, os animais, os insetos, os buracos, as cavernas, os cadáveres e os nascimentos. Tudo estará fragmentado e, aos olhos inexperientes, assustado

O espírito da velha dama

Tetsu recebera a educação de mestre Dogen; jovem, inteligente, bom zazen, bom samu, era o terceiro de Eihei-ji. Ejo, mais velho que Dogen, tornara-se, apesar disso, seu discípulo e criado. Respeitava Dogen, que o tratava igualmente com respeito. Ejo possuía um espírito profundo, repleto de compaixão. Tetsu era "perfeito" e muito hábil: sutra, postura, zazen, comportamento, em tudo ia muito bem. Mas tinha um ponto fraco: não possuía "o espírito de compaixão da velha dama" e não podia seguir a ordem cósmica. Por isso mesmo, pouco tempo antes de sua morte, Dogen mandou chamá-lo e disse-lhe:_ Sabes tudo acerca do budismo, mas não podes abandonar tua habilidade e tua inteligência. Hás de ter " o espírito da velha dama, o espírito da grande compaixão". Essa compaixão deve ajudar a humanidade inteira. Não penses apenas em ti mesmo.Temos em nós o espírito, nem raro nem especial, do Buda. Devemos acreditá-lo inconsciente, natural, automaticamente. É a verdadeira fé