Eis aqui a história de um monge cujo amor a um rapaz o enlouqueceu. O rapaz morrera vitimado por uma enfermidade, e o monge chorou sobre o corpo dele dias a fio; acabou devorando o cadáver. Depois disso, espalhava o pânico na aldeia do vale, pois descia durante a noite para comer cadáveres. Um mestre zen, Kwaian, que passava pela aldeia, resolveu tentar libertar aquele homem do seu demônio. Subiu ao templo, encontrou seu hospedeiro e deitou-se para dormir. Enquanto ele dormia, o outro errou à sua procura para comê-lo, mas não o achou. Por isso mesmo, no dia seguinte, cheio de respeito, disse ao mestre zen: - O mestre, na verdade, é um buda ... instruí-me nos princípios capazes de libertar-me. kwaian ordenou-lhe que meditasse nos seguintes versos: Sobre o rio brilha a lua. Nos pinheiros sopra o vento. Fresca e pura manhã de uma longa noite tranqüila, Qual a razão disso? No ano seguinte Kwaian voltou ao templo, que achou invadido pelo mato e pelos caniços. Mas nessa noite de
"Teu discípulo se inclina com respeito". Este discípulo, por várias existências, por muitos kalpas, ficou preso nos obstáculos do carma, da ânsia, da raiva, da arrogância, da ignorância, da confusão e dos erros, e hoje, graças ao conhecimento que tem do Buda, reconhece seus erros e começa sinceramente... outra vez.