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Martin Niemöller ”E não sobrou ninguém“.



É muito divulgado e alterado o poema de Martin Niemöller (1892-1984), ao qual se deu o nome de ”E não sobrou ninguém“.

Ele desvelava com suas palavras a conduta de indiferença para com o outro. Criticava a covardia de muitos e, sobretudo, a neutralidade e omissão da maioria silenciosa frente às atrocidades cometidas por agentes do Estado.

Segundo relatos, essas palavras foram proferidas em seus discursos e sermões, inspiradas na leitura de poemas escritos pelo sensível poeta russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930). Se você, caro(a) leitor(a) desejar saber mais sobre Niemöller, bastará clicar no link abaixo:


São estas as belas palavras e o ensinamento que nos deixou Martin Niemöller:


” E não sobrou ninguém “



Primeiro levaram os comunistas

mas não me importei com isso

eu não era comunista;


Em seguida levaram os sociais-democratas

mas não me importei com isso

eu também não era social-democrata;


Depois levaram os judeus

mas como eu não era judeu

não me importei com isso;


Depois levaram os sindicalistas

mas não me importei com isso

porque eu não era sindicalista;


Depois levaram os católicos

mas como não era católico

também não me importei;


Agora estão me levando

mas já é tarde

não há mais ninguém para

se importar com isso. 



A autoria desses versos, vez ou outra, tem sido, equivocadamente, atribuída ao poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

Para impedir a segregação de cristãos de origem judaica na alemanha Nazista, o então pastor Martin Niemöller criou no outono de 1933, com Dietrich Bonhöffer, a Pfarrernotbund ("Liga Pastoral de Emergência") para apoiar os pastores não-arianos ou casados com não-arianas, que foi transformada na Bekennende Kirche (Igreja Confessante) em 1934. A Igreja Confessante recusou obediência à direção oficial da Igreja Evangélica, tornando-se um importante centro de resistência alemã protestante ao regime Nazista.
Em 1934, Niemöller acreditava ainda que poderia discutir com os "novos donos do poder". Numa recepção na Chancelaria em Berlim, ele contestou pessoalmente Hitler, que queria eximir a Igreja de toda responsabilidade pelas questões "terrenas" do povo alemão:
"Ele (Hitler) me estendeu a mão para cumprimentar e eu aproveitei a oportunidade. Segurei a sua mão fortemente e disse: 'Sr. Chanceler, o senhor disse que devemos deixar em suas mãos o povo alemão, mas a responsabilidade pelo nosso povo foi posta na nossa consciência por alguém inteiramente diferente'. Então, ele puxou a sua mão, dirigindo-se ao próximo e não disse mais nenhuma palavra."
A partir deste incidente, Niemöller ficou cada vez mais na mira do regime Nazista. Era observado pela Gestapo nos cultos e proibido de fazer pregações, o que ele não aceitou. Em 1935, é preso pela primeira vez e logo libertado. Martin Niemöller já era tido nessa época como o mais importante porta-voz da resistência protestante. No verão de 1937, ele pregava:


"E quem como eu, que não viu nada a seu lado no ofício religioso vespertino de anteontem, a não ser três jovens policiais da Gestapo — três jovens que certamente foram batizados um dia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e que certamente juraram fidelidade ao seu Salvador na cerimônia de crisma, e agora são enviados para armar ciladas à comunidade de Jesus Cristo –, não esquece facilmente o ultraje à Igreja e deseja clamar 'Senhor, tende piedade' de forma bem profunda."

Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente. Passados cerca de sete meses, no dia 7 de fevereiro de 1938, começou então o seu processo diante do Tribunal Especial II em Berlim-Moabit. Segundo a acusação, Martin Niemöller teria criticado as medidas do governo nas suas pregações "de maneira ameaçadora para a paz pública", teria feito "declarações hostis e provocadores" sobre alguns ministros do Reich e, com isto, transgredido o "parágrafo do Chanceler" e a "lei da perfídia". A sentença: sete meses de prisão, bem como dois mil marcos de multa.

Os juízes consideraram a pena como cumprida, em função do longo tempo de prisão preventiva. Niemöller deveria assim ter deixado a sala do tribunal como homem livre. Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. 

Hitler ordenou que fosse preso NOVAMENTE e enviou o pastor como seu "prisioneiro pessoal" para um campo de concentração

Durante mais de sete anos.

Martin Niemöller permaneceu preso — inicialmente, no campo de concentração de Sachsenhausen, depois no de Dachau, até o fim da guerra, quando foi libertado.


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