CONVERSAS ANÔNIMAS: Meu amigo acredita que “nascer pobre é perpetuar a miséria”!!!
"QUÍMICA ESQUEMÁTICA" ou porque frasezinha de efeito de coach não muda seu "dedo podre" pra namoro!
Pois é, amigo... então, amiga... pode encher o perfil com "vibrações positivas" e "a lei da atração", mas se seu radar amoroso só capta sinais de gente emocionalmente indisponível ou de alguém que te trata como a segunda opção, saiba que a culpa não é do "dedo podre" – mas da sua Química Esquemática.
Esse não é um conceito mágico ou construído em uma revelação divina, mas um termo cunhado na psicologia para explicar aquela atração quase magnética (no seus termos) e, vamos combinar, por vezes... bem idiota, que sentimos por parceiros que, magicamente, reativam os mesmos padrões emocionais problemáticos que a gente desenvolveu na infância.
Em outras palavras: seu "tipo físico", perfil ideal... conjunção astral favorita, na verdade, é um "tipo tóxico" que seu cérebro, num ato de autossabotagem doméstica, identifica como "LAR".
É como se você estivesse num date e, inconscientemente, pensasse: "Ah, essa pessoa me faz sentir aquela insegurança gostosa que minha mãe me dava!
Que delícia de red flag, vou me apegar!".
Didaticamente falando, é a sua mente confundindo o desconforto familiar do esquema disfuncional com paixão.
Em outras palavras, não adianta trocar a frase de efeito do Instagram, é preciso trocar o padrão emocional que te prende nesse looping.
O termo "Química Esquemática" é um conceito utilizado no campo da psicologia, especificamente na Terapia do Esquema (abordagem cujo o principal autor e desenvolvedor é o psicólogo norte-americano Jeffrey Young, e que é derivada da Terapia Cognitivo-Comportamental que agrega conceitos e métodos de outras abordagens, como a Teoria do Apego, a Gestalt e elementos da Psicanálise, focando-se em padrões emocionais e cognitivos de longa duração - Esquemas Iniciais Desadaptativos - e no tratamento de transtornos de personalidade e problemas crônicos complexos), e não um termo da química propriamente dita.
Refere-se ao fenômeno de atração por parceiros ou situações que reativam padrões emocionais e comportamentais (esquemas) desenvolvidos na infância, mesmo que sejam prejudiciais ou disfuncionais.
Os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) são definidos como padrões emocionais e cognitivos de longa duração (duradouros e repetitivos), desenvolvidos na infância ou adolescência. Eles representam temas centrais e disfuncionais sobre si mesmo e sobre as relações interpessoais, formados como adaptação ou reação a experiências iniciais com o ambiente.
Esses esquemas surgem quando as Necessidades Emocionais Básicas da criança (como vínculo seguro, autonomia, expressão de necessidades e limites realistas) não foram atendidas de forma adequada no seu contexto bio-psico-social (a interação entre biologia, temperamento e o ambiente familiar/social).
Embora tenham se originado como estratégias de sobrevivência psicológica, na vida adulta, esses padrões se tornam rígidos e desadaptativos, atuando como "filtros" ou "lentes" que distorcem a realidade. Eles levam a pessoa a sentir, pensar e se comportar de maneiras que involuntariamente perpetuam o sofrimento e reativam as feridas originais, mesmo em situações seguras e saudáveis.
Como funciona
Atração pelo "conhecido": As pessoas tendem a se sentir atraídas por situações relacionais que, de alguma forma, lhes são familiares, pois ativam as mesmas dores emocionais já vivenciadas, como abandono, privação emocional ou desconfiança.
Repetição de padrões: Esse processo, muitas vezes inconsciente, leva à repetição de ciclos de relacionamentos problemáticos, o que popularmente é chamado de "dedo podre".
Busca por validação ou correção: A pessoa pode, inconscientemente, buscar parceiros que a façam reviver essas dores na tentativa de, finalmente, conseguir um resultado diferente ou uma validação que não teve na infância.
Então, a "química esquemática" explica por que certas pessoas se sentem intensamente atraídas por relações que, no longo prazo, se mostram destrutivas ou insatisfatórias. O objetivo da terapia é ajudar o indivíduo a reconhecer esses padrões e fazer escolhas mais saudáveis.
Abaixo estão referências bibliográficas e sugestões de vídeos, com foco em Jeffrey Young e autores brasileiros que abordam o tema.
Livros de Referência
Os principais livros do autor e de colaboradores traduzidos para o português incluem:
Young, Jeffrey E. (2008). Terapia do Esquema: Guia de Técnicas Cognitivo-Comportamentais Inovadoras. Porto Alegre: Artmed.
Este é o livro técnico fundamental para profissionais que desejam aplicar a Terapia do Esquema na prática clínica.
Young, Jeffrey E.; Klosko, Janet S. (2019). Reinvente Sua Vida: Como Superar Padrões Negativos e Mudar Sua Vida Usando a Terapia do Esquema. Porto Alegre: Artmed.
Este livro é mais acessível ao público geral (autoajuda com base clínica), focando no autoconhecimento e na identificação dos próprios esquemas ("armadilhas da mente" ou "armadilhas da vida").
Rafaeli, Eshkol; Bernstein, David P.; Young, Jeffrey. (2019). Terapia do Esquema: Livro de Exercícios. Porto Alegre: Artmed (ou outra editora, a depender da edição).
Um guia prático com exercícios para auxiliar na identificação e manejo dos esquemas.
CONVERSAS ANÔNIMAS: Recorrentemente eu tenho a sensação de que JÁ ASSISTI OU LI ISSO ANTES!!!
A psicologia estuda esses eventos a décadas…
Mesmo assim NÃO TEM 100% DE CONSENSO mas o que você descreve PODE SER o tipo de desenvolvimento particular que você constituiu para “APREENDER” A REALIDADE.
Na neurologia, é chamado de “processamento bottom-up” à forma como o cérebro recebe e interpreta informações sensoriais brutas vindas dos sentidos — como visão, audição, tato e olfato.
Esses estímulos sobem até áreas superiores do cérebro, onde são organizados, arquivados e, depois, reconhecidos.
Então, Bottom-Up é a base comum da percepção: primeiro sentimos, depois compreendemos.
Mas não é a única ferramenta que temos… Já o “processamento top-down” acontece quando, depois de algum estímulo e o devido ambiente propício, o cérebro usa as memórias para estruturar ROTEIROS, que as pessoas comuns chamam de “expectativas” e “conhecimento prévio” para interpretar ou até antecipar o que está sendo percebido. Todo ser humano, desde a pré-história, se torna capaz disso.
Nosso cérebro então é capaz de absorver as informações dos sentidos e de usar esse aprendizado para antecipar o futuro.
Essas ferramentas moldam a forma como vemos o mundo, LITERALMENTE preenchendo lacunas e guiando nossa atenção.
Esses dois fluxos trabalham juntos para formar o entendimento.
O que você descreve aponta que os seus sentidos fornecem os dados, mas OS TEUS “ROTEIROS” MENTAIS — como experiências passadas, crenças e PADRÕES APRENDIDOS — ajudam a sua consciência a dar sentido e significado para a informação ANTES dela precisar ficar mais “completa”. Por exemplo, ao ver uma sombra em formato familiar, o cérebro pode rapidamente concluir que é uma pessoa, mesmo antes de confirmar pelos detalhes visuais.
MAS E VOCÊ???
Imagine que a sua mente, depois de uma vida assistindo a realidade e vivendo a vida, "criou uma pasta secreta" dentro da sua cabeça cheia de roteiros prontos.
São estruturas de histórias que se repetiram na sua vida ou que você testemunhou (filmes e leituras também serviram de fonte para isso:
O herói que sai em uma jornada…
O casal que briga para no final se reconciliar…
O detetive que está perto de se aposentar e aceita um último caso…
O cinema chama de clichê!
Normalmente as pessoas usam menos essas ferramentas... e isso é útil para se entreter com a história.
Quando VOCÊ começa a assistir a um filme novo, lê um livro novo... sua cabeça não está em branco! Pelo contrário, ela já puxa na hora o 'roteiro' mais parecido com aquilo que está vendo.
E liga os pontos faltantes!
Para sua consciência é como se você já soubesse os passos da dança antes mesmo de a música tocar. Por isso, você antecipa o que vai acontecer: seu cérebro não está adivinhando, ele está apenas seguindo o 'mapa' POSSÍVEL da história que ele já conhece de cor.
Quanto mais lógica você enxerga no mundo, mais rápido esses roteiros se encaixam e mais nítida fica a sensação de que você já sabe o final.
https://www.facebook.com/reel/1328519848909092
Escutar, Naturalizar, Acolher e Agradecer a confiança!
Passou a ser meu mantra na psicoterapia!
Este mantra não é uma sequência aleatória de palavras, mas um ciclo contínuo e interdependente de atitudes.
É escutar para compreender, não para responder.
É da escuta profunda que emergem as percepções para "naturalizar", a sensibilidade para "acolher" e a genuína vontade de "permitir confiar"!
Naturalizar é o antídoto para a vergonha e o isolamento meu e do outro!
Muitos clientes chegam à terapia acreditando que seus pensamentos, sentimentos ou experiências são anormais, monstruosos ou são únicos em sua "loucura".
Você não é quebrado, você não é estranho ou errado por se sentir assim!
A experiência interna de cada um merece ser entendida sem julgamento, reduzindo imediatamente a carga de culpa e solidão.
É sinal de que algo importante para nós foi ferido.
Isso já é "Acolher"!
Construir uma relação que seja um porto seguro emocional.
É a ação que segue a compreensão.
Oferecer um espaço de total aceitação incondicional.
Receber tudo o que emerge – o choro, o silêncio, a raiva, o medo – com presença, calma e respeito.
"Todo o seu ser é bem-vindo aqui. Você não precisa se esconder ou se envergonhar."
É um reconhecimento explícito da vulnerabilidade e da coragem do cliente.
Reconhecer o valor e o privilégio de ser depositário da história e das emoções daquela pessoa.
Isso fortalece a nossa aliança terapêutica, mostrando que o terapeuta não toma essa confiança como garantida.
É um ato de humildade e gratidão que empodera o cliente.
De onde vieram, então, os conceitos por trás do texto?
Primero, da conversa que tive em supervisão com a professora Greice Carvalho. Obrigado professora!
Seguindo:
"Escutar" (Escuta Ativa): É um pilar central da abordagem Centrada na Pessoa, de Carl Rogers. Para ele, a escuta empática e incondicional é o principal instrumento de cura."Acolher" (Aceitação Incondicional): Outro conceito rogeriano fundamental. É a atitude de receber o cliente sem julgamentos, criando um clima de segurança psicológica."Naturalizar" (Validação e Normalização): É um conceito muito forte em abordagens como a Terapia Dialético-Comportamental (DBT) e também na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). A ideia é de que muitos sofrimentos são respostas normais a contextos anormais, e validar essa experiência reduz o sofrimento secundário (a culpa por se sentir mal)."Agradecer a Confiança" (Aliança Terapêutica e Reparo Relacional): A "Aliança Terapêutica" é considerada o fator de mudança mais importante na terapia, independente da abordagem, um conceito estudado por diversos pesquisadores como Jeremy Safran e J. C. Muran. Agradecer a confiança é uma forma explícita de fortalecer e cuidar dessa aliança. Também remete a ideias de ética e reciprocidade no cuidado, presentes em pensadores como Martin Buber (relação Eu-Tu).Em resumo, a ideia central do texto é minha, no sentido de como estruturei e redigi a explicação. Mas os princípios psicológicos que dão sentido a ele são bem conhecidos e estudados há décadas no campo da psicoterapia e das relações humanas.
CONVERSAS ANÔNIMAS: "É saudável ou é insalubre a pessoa que pensa em engajar na carreira de psicologia ou psicanálise motivado não apenas pelo "auto sustento", mas pela necessidade PESSOAL de se tratar e se entender?
Caro Membro Anônimo, você me fez lembrar um conto que a uma grande professora me contou no exercício do chá, em Porto Alegre a uns 20 anos... A Parábola da Semente de Mostarda.Fala de "Kisa Gotami" que era uma jovem mulher que pertencia a uma família humilde e que se casou com um bom homem com quem teve um único filho, a quem amava profundamente. Quando a criança ainda era pequena, adoeceu gravemente e morreu.Enlouquecida pela dor, Kisa Gotami se recusava a aceitar a morte do filho e fugiu de casa carregando o corpo do menino nos braços, ela percorreu a sua vila, suplicando a todos que encontrasse por um remédio que pudesse trazê-lo de volta à vida.
As pessoas a consideravam louca, mas um homem, compadecido com toda aquela dor, sugeriu que ela fosse até o homem que as pessoas chamavam de "Buda", que quer dizer: "Aquele que esta acordado", e que estava meditando em um bosque próximo. As pessoas diziam que ele se tornara incrivelmente sábio e poderoso... Que até realizava milagres!Ela correu na direção em que falavam que ele estava e chegando até o Buda, ela se ajoelhou e implorou: "Ó Iluminado, por favor, dê-me um remédio que possa curar e trazer de volta à vida o meu único filho."O Buda, com grande compaixão, ouviu o seu desespero e concordou em ajudá-la. Ele disse: "Deixe seu filho aqui comigo e vá até a cidade e traga-me um punhado de sementes de mostarda. No entanto, há uma condição: essas sementes devem vir de uma casa onde nunca tenha ocorrido uma morte, onde nenhum ente querido tenha sido perdido. Peça as sementes e pergunte sobre essa condição! Quando obtiver as sementes de um lugar assim me traga!"Cheia de esperança, Kisa Gotami saiu imediatamente. Ela bateu na porta da primeira casa e pediu algumas sementes de mostarda. As pessoas buscavam as sementes de bom grado, quando ela perguntava sobre a condição para o ato mágico funcionar: "Esta casa já foi tocada pela morte? Já perderam alguém aqui?", a resposta era sempre a mesma: "Sim, já perdemos um pai", "Há alguns anos perdemos nossa filha", "Meu avô faleceu aqui no inverno passado", "Este ano mesmo perdi alguém que eu amava... e isso ainda dói..." Assim por diante.Todos a quem ela perguntava traziam suas histórias de dor e perdas antigas e vivas ou recentes e muito sofridas, e a medida que ela ouvia sua histórias aos poucos foi entendendo o poder da dor e da perda de cada família, de cada pessoa... e se tomando d e compaixão por cada história e cada pessoa com quem falava.Casa após casa, família após família, as histórias se repetiam e ela percebia com um espelho da sua própria dor. Ela não conseguia encontrar um único lar que estivesse livre do sofrimento e da perda. Vila por Vila, até a percorrer toda a cidade, ela finalmente compreendeu a profunda verdade que o Buda queria lhe mostrar.Exausta e transformada, ela retornou ao Buda sem as sementes. A sua dor egoísta deu lugar a uma compreensão universal. Ela disse ao Buda: "É impossível encontrar uma casa assim. A morte é um destino comum a todos. O sofrimento é parte da vida."O Buda confirmou: "Naquele momento você pensava que apenas você sofria, mas a lei da vida é a mesma para todos. Tudo o que nasce está sujeito à morte (anicca - impermanência). O sofrimento (dukkha) é inerente à existência. Agora vamos dar os ritos ao seu amado filho!"Kisa Gotami então cremou o filho, jogou as cinzas no rio e voltou para onde Buda falava para jovens aprendizes, pedindo para ser aceita como sua discípula. Ela se dedicou profundamente à prática espiritual e, diz a tradição, eventualmente atingiu a própria "iluminação".O Buda não curou o menino magicamente. Em vez disso, ele guiou Kisa Gotami para que ela mesma visse e aceitasse a verdade da vida, curando assim a sua mente do sofrimento desnecessário causado pela negação e pelo apego.
CONVERSAS ANÔNIMAS: Meu amigo acredita que “nascer pobre é perpetuar a miséria”!!!
Tchê… vamos por partes… O que tu descreve sobre seu amigo sugere um conjunto complexo de crenças, medos e padrões emocionais que parecem s...
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Pense que você tem um robô muito inteligente… Ele é capaz de fazer muitas atividades úteis com precisão. Pode andar, limpar móveis e fazer ...