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Quando os Nazistas SEQUESTRARAM Espinoza!

Olha que curioso: Em maio de 1933 iniciou-se o Bücherverbrennung. Termo alemão que significa queima de livros. Ação propagandística dos nazistas, organizada poucos meses depois da chegada ao poder de Adolf Hitler.

Em várias cidades alemãs, foram organizadas, apartir desta data, queimas de livros em praças públicas, com a presença da polícia, bombeiros e outras autoridades.

Tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído. Centenas de milhares de livros foram queimados no auge de uma campanha iniciada pelas "fraternidades estudantis".

A organização deste evento coube às associações de estudantes alemãs Liga dos Estudantes Alemães Nacional-Socialistas (NSDStB) e Comitê Geral dos Estudantes (AStA), que, com grande zelo, competiram entre si, tentando, cada uma, provar que era melhor do que a outra. Sim... estudantes, inspirados nos Destacamento Tempestade (SA) e da Tropa de Proteção (SS), participaram nestas queimas. Foram queimados cerca de 20 000 livros, a maioria dos quais pertencentes às bibliotecas públicas, de autores oficialmente tidos como "não alemães".

Em *1942*, uma força-tarefa *confiscou toda a obra Escrita de Spinoza* no Território Alemão!

A ordem partiu de *Alfred Ernst Rosenberg*, conselheiro pessoal e filosófico de Adolf Hitler, político, escritor alemão e o *principal teórico do Nazismo* que foi sintetizado na obra *O Mito do Século XX* (Der Mythus des zwanzigsten Jahrhunderts, 1930). Chegou a ser ministro encarregado dos territórios da Europa Oriental, em 1941, onde deportou e exterminou centenas de milhares de pessoas, principalmente judeus...

Que interesse um oficial nazista teria pelos livros de um pensador judeu? *Mas principalmente: Por que o governo hitlerista não os queimou*, como fez com tantas outras obras em vários lugares da Europa?

Não era estranho ele recolher os trabalhos do Filósofo … *Baruch de Spinoza*, ele foi um filósofo holandês de origem *sefardita* portuguesa, nascido de uma família que havia fugido da inquisição lusitana. Os Sefarditas são os judeus originários de Portugal e Espanha que já viviam lá nos tempos dos mouros...

Por ordem de Rosenberg os Nazistas recolheram os livros originais e cópias de tudo publicado por Spinoza e *GUARDARAM*!


Parece que quando o jovem, aos 16 anos, Rosenberg, já fazia comentários antissemitas, e teria sido “castigado” por seus professores sendo “obrigado a estudar” passagens e autores Alemães e Austríacos inspirados ou elogiando pensadores Judeus… Obrigado a ler Schelling e Hegel, entre outros, elevando seus elogios a autores não germânicos… e nisso Rosenberg fica espantado ao *descobrir que Goethe, seu ídolo, era um grande admirador do filósofo Spinoza. Um judeu.*

Paradoxalmente à medida que crescia Rosenberg se tornou ainda mais racista… mas não deixava de admirar a filosofia de Spinoza.

Com o passar dos anos, Rosenberg torna-se um ideólogo nazista, fiel servidor de Hitler, e principal responsável pela política racista do Terceiro Reich. Todavia, a sua obsessão por Espinosa continuava a afetá-lo: como poderia o gênio Goethe inspirar-se num membro de uma raça inferior, uma raça que ele estava determinado destruir?


Minha sugestão: LER SPINOZA!


Outra sugestão? O livro: O ENIGMA DE ESPINOSA, do escritor e psiquiatra Irvin D. Yalom.

Assim como aconteceu com Nietzsche e Schopenhauer, o escritor e psiquiatra Irvin D. Yalom viu o personagem perfeito em Baruch Espinosa, filósofo judeu do século XVII responsável por obras que revolucionaram o pensamento ocidental – e o fizeram ser excomungado da comunidade judaica. No entanto, pouco se sabe sobre Espinosa. Como, então, falar sobre alguém com uma vida tão secreta? Depois de muito procurar, uma informação chamou a atenção do autor a operação de 1942  da força-tarefa de Alfred Rosenberg!!!



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