Couraças e escolhas...




Não é de hoje que a percepção de ilusão de livre arbítrio foi adequadamente interpretada.
José Angelo Gaiarsa descreve-a impecavelmente já em 1978 no "Couraça Muscular do Caráter".
A causalidade faz um homem escorregar... Interrompe sua marcha inconsciente e se desfaz sua postura carregada de simbolismos e subtextos que carregava como estandarte de máscaras as quais estava alienado (a postura do pai, o modo de olhar da mãe), o ombro caído de quem tenta se equilibrar entre as duas presenças de peso de décadas... se vê sem sustento no faltoso solo sólido que deveria firmar o próximo passo...
Então "ALGO" segura e estrutura o corpo.
Segundos antes de um possível tombo "ALGO" reequilibra a marcha.
O homem se percebe com os braços entreabertos, pernas entreabertas, encontrando uma posição entre o ponto de equilíbrio e a queda certeira... e não cai.
Então existe um "Eu" que marcha carregado de significados ocultos a si mesmo...
Existe um "Outro" que toma posse na falta do primeiro e luta pela manutenção do corpo e a integridade do todo...
E ambos são inconscientes e operam apesar da consciência que se presume real responsável pelo todo... sendo o que menos tem força de decisão.
Fantástica a auto estima de quem se fantasia senhor de sua mente e decisões.






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