A psicologia estuda esses eventos a décadas…
Mesmo assim NÃO TEM 100% DE CONSENSO mas o que você descreve PODE SER o tipo de desenvolvimento particular que você constituiu para “APREENDER” A REALIDADE.
Na neurologia, é chamado de “processamento bottom-up” à forma como o cérebro recebe e interpreta informações sensoriais brutas vindas dos sentidos — como visão, audição, tato e olfato.
Esses estímulos sobem até áreas superiores do cérebro, onde são organizados, arquivados e, depois, reconhecidos.
Então, Bottom-Up é a base comum da percepção: primeiro sentimos, depois compreendemos.
Mas não é a única ferramenta que temos… Já o “processamento top-down” acontece quando, depois de algum estímulo e o devido ambiente propício, o cérebro usa as memórias para estruturar ROTEIROS, que as pessoas comuns chamam de “expectativas” e “conhecimento prévio” para interpretar ou até antecipar o que está sendo percebido. Todo ser humano, desde a pré-história, se torna capaz disso.
Nosso cérebro então é capaz de absorver as informações dos sentidos e de usar esse aprendizado para antecipar o futuro.
Essas ferramentas moldam a forma como vemos o mundo, LITERALMENTE preenchendo lacunas e guiando nossa atenção.
Esses dois fluxos trabalham juntos para formar o entendimento.
O que você descreve aponta que os seus sentidos fornecem os dados, mas OS TEUS “ROTEIROS” MENTAIS — como experiências passadas, crenças e PADRÕES APRENDIDOS — ajudam a sua consciência a dar sentido e significado para a informação ANTES dela precisar ficar mais “completa”. Por exemplo, ao ver uma sombra em formato familiar, o cérebro pode rapidamente concluir que é uma pessoa, mesmo antes de confirmar pelos detalhes visuais.
MAS E VOCÊ???
Imagine que a sua mente, depois de uma vida assistindo a realidade e vivendo a vida, "criou uma pasta secreta" dentro da sua cabeça cheia de roteiros prontos.
São estruturas de histórias que se repetiram na sua vida ou que você testemunhou (filmes e leituras também serviram de fonte para isso:
O herói que sai em uma jornada…
O casal que briga para no final se reconciliar…
O detetive que está perto de se aposentar e aceita um último caso…
O cinema chama de clichê!
Normalmente as pessoas usam menos essas ferramentas... e isso é útil para se entreter com a história.
Quando VOCÊ começa a assistir a um filme novo, lê um livro novo... sua cabeça não está em branco! Pelo contrário, ela já puxa na hora o 'roteiro' mais parecido com aquilo que está vendo.
E liga os pontos faltantes!
Para sua consciência é como se você já soubesse os passos da dança antes mesmo de a música tocar. Por isso, você antecipa o que vai acontecer: seu cérebro não está adivinhando, ele está apenas seguindo o 'mapa' POSSÍVEL da história que ele já conhece de cor.
Quanto mais lógica você enxerga no mundo, mais rápido esses roteiros se encaixam e mais nítida fica a sensação de que você já sabe o final.
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