Pular para o conteúdo principal

O Pico da Montanha é onde estão os meus pés.: Penso, logo, penso que existo





Esse primeiro momento é de semear, depois de colher e amassar e fazer o pão.

Como surge a identidade?

Nossa noção de eu surge dos agregados, mas quem são esses agregados?

Segundo os sutras, os agregados são aquelas coisas que, juntas, nos dão a noção de um eu próprio.

Em primeiro lugar, a forma. Temos uma forma e olhamos para ela, nossa manifestação fenomênica, cármica, nesse mundo. Essa forma - nosso corpo - nos dá a primeira sensação de que somos indivíduos separados.

Depois temos nossos sentidos, temos o contato que esses sentidos fazem, as percepções geradas pelos sentidos em contato com as coisas.

A soma dessas percepções dentro do nosso programa mental dá origem a nossas formações mentais.
Essas formações mentais em operação produzem consciência.

A junção de todas essas coisas produz a noção de um eu. “Ah, eu sou porque eu penso, porque eu opero no mundo, porque eu percebo, por isso então, eu sou”. Como na declaração do Discurso do Método, de Descartes, “Cogito, ergo, Sum” ou “Penso, logo, existo”.

Para o Zen, isso não está correto. Para o Zen, a declaração mais apropriada deveria ser “Penso, logo penso que existo”.

Quando surge essa percepção, dizemos que vem do fato de haver um carma, que gerou forma, gerou fenômeno e todas essas coisas. Vejam que o carma também condiciona a interpretação, ou seja, nossas formações mentais. Nosso corpo percebe sentidos, percebe as coisas de forma parecida, não igual. Não há nenhuma garantia de que o Giovane, aqui ao meu lado, veja a cor gelo da parede do ViaZen exatamente da mesma maneira que eu. Mas é muito próxima, tanto que eu e ele podemos falar sobre ela, analisá-la de muitas formas; é até por isso que seres humanos podem trocar experiências, conversar.
Por isso existe literatura, poesia e assim nós, vendo o que outros escreveram ao longo da história, podemos ver como os sentimentos deles são semelhantes aos nossos, pois vemos de forma bastante próxima. Portanto, partilhamos um carma que interpreta as coisas de forma parecida. Temos programações parecidas, mas não idênticas. Por isso os sentimentos que surgem de pessoa para pessoa face às mesmas experiências são diferentes, porque o programa de suas formações mentais é algo diverso, influenciado por suas marcas cármicas. 


(Palestra sobre Identidades, primeira parte, continua)

Postado por Monge Genshô

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CONVERSAS ANÔNIMAS! VOCÊ, SEU NARCISISTA!!!

Gostaria de falar sobre esta postagem: Nada mais comum que uma postagem cheia de senso comum e conhecimento vulgar com uma compreensão enviesada do mundo. Tudo bem até aí? Só que não. Uma postagem assim além de reforçar o senso comum, lhe da uma validade. O que é ERRADO! A afirmação de que todo psicopata é narcisista é "FALSA"! E induz ao erro e preconceitos. Primeiro que não explica de que narcisismo se esta falando , segundo porque também não explica que o termo “psicopata” não é um diagnóstico válido descrito! Nem   está incluído no CID-10 e nem mesmo no DSM-5 ou em qualquer outro manual! Existe um natural "Narcisismo saudável", uma fase do comportamento que visa atender as próprias necessidades de forma equilibrada e respeitosa, sem prejudicar ou explorar os outros. Uma pessoa com narcisismo saudável tem uma autoimagem positiva, uma autoestima elevada, uma autoconfiança adequada e um nível aceitável de auto importância. O narcisismo saudável pode ser visto com

TERAPEUTAS... são imperfeitos.

  “Médicos são tão f*didos quanto nós”: como Shrinking quer descomplicar a terapia Nova série da Apple TV+ acompanha psicólogo que decide abandonar as “boas práticas” e se mostrar mais humano para seus pacientes 5 min de leitura MARIANA CANHISARES 26.01.2023, ÀS 06H00 ATUALIZADA EM 31.08.2023, ÀS 12H12 No conforto — ou seria desconforto? — da terapia, é rápido presumir que o psicólogo do outro lado da sala tem sua vida em ordem. Esta é, afinal de contas, uma relação unilateral: um revira os dramas e dilemas do passado, do presente e do futuro, enquanto o outro ouve, pergunta e toma notas. Não há propriamente uma troca — ao menos não no sentido isométrico da expressão. Porém, essa visão, corroborada por vezes pela cultura pop, não corresponde à realidade, como analisou, entre risos, o produtor, roteirista e diretor  Bill Lawrence  ( Ted Lasso ), em entrevista ao  Omelete .  “Nos Estados Unidos, quando se faz uma série sobre médicos ou terapeutas, geralmente eles não são pessoas falhas o

Barabim... barabum... baraBeakman!!!

Quase todo nerd na faixa dos vinte ou trinta anos assistiu a alguma das experiências científicas do programa ''O Mundo de Beakman'' . Com um inconfundível jaleco verde e ideias malucas na cabeça, ele conquistou fãs por todo o mundo. Paul Zaloom, ator que interpretava o cientista maluco, esteve no Brasil e falou sobre ciência e do sucesso dele no nosso país. Ele atendeu ao blogueiro d o "O Manual do Mundo" (que recentemente atingiu a casa dos 60 milhões de views) que comemorou a marca presenteando o seu público com a entrevista com   Paul  ~ professor maluco de penteado irado  Beakman ~   Zaloom , em pessoa. Para quem não conhece "O Mundo de Beakman" foi uma série exibida no Brasil na década de 1990, na TV Cultura, e reprisada algumas vezes nesse e em outros canais. O programa, extremamente dinâmico e divertido, foi marcante para quem nasceu na década de 1980 e para os que assistiram depois. Paul Zaloom veio para São