Tem algum problema em quem não sabe viver sozinho?




Seres humanos foram esculpidos pela evolução para viver em grupo. O isolamento é uma desregulação.

Então, evolutivamente, os seres humanos foram moldados para depender uns dos outros como uma estratégia de sobrevivência.

Essa necessidade de conexão está profundamente enraizada em nossa biologia, psicologia e comportamento social. Outros primatas, como bonobos, por exemplo, têm proporções próximas às humanas e também exibem alta dependência social, mas os humanos levaram isso ao extremo devido à fragilidade dos filhotes, a capacidade de usarem inteligência coletiva e cultural, mas a raiz evolutiva é a mesma: sobreviver juntos é melhor que sozinho.

Lembre que os humanos nascem extremamente imaturos. Bebês humanos dependem totalmente de cuidadores para sobreviver (alimento, proteção, regulação emocional). Exemplo: Um recém-nascido não sobrevive sozinho; precisa de anos de cuidado antes de se tornar minimamente autossuficiente. O cérebro humano é tão complexo que a gestação intra uterina não é tempo suficiente para ele se desenvolver. O que termina de acontecer durante os anos seguintes FORA do útero, exigindo um longo período de aprendizado social.

Não viver bem “sem companhia” é SAUDÁVEL.

Assim como saber viver em seu próprio espaço pessoal também!

viver APENAS NUM OU NOUTRO é que é um sintoma de desregulação.

Nem a dependência total nem o isolamento absoluto são ideais para uma vida saudável”

O meio-termo, sim, é a expressão da saúde psicoemocional.

Mesmo nossa neuroquímica DE ADULTOS (lembrando que maturidade cerebral humana só acontece DEPOIS dos + - 25 anos) nossos cérebros evoluíram para "funcionar melhor" em conexão com outros seres humanos. Por exemplo, nós temos mais e melhor uso dos neurônios-espelho que os outros primatas.

Macacos inteligentes como os macacos-rhesus, possuem neurônios-espelho também, mas em número menor e com funções mais limitadas. Ativam-se principalmente para ações motoras simples, como observar outro macaco pegando comida, etc.

Bonobos (altamente sociais) exibem mais atividade em circuitos similares aos humanos para cooperação e resolução de conflitos. Chimpanzés usam neurônios-espelho para imitação básica, mas não para compreensão emocional sofisticada.

Neurônios-espelho nos humanos nos permitem não só imitar ações, mas também imaginar “sentir” a dor alheia (empatia emocional), antecipar intenções dos outros sem palavras (ex.: entender se alguém vai te ajudar ou atacar), e permite às crianças, copiando comportamentos sociais complexos, repetirem os comportamentos dos adultos, ADIVINHANDO o que os outros sentem ou pensam: Humanos projetam significados em ações observadas, o que permite você gostar de ler histórias ou ver filmes mesmo sabendo que não é real. Outros primatas só reagem a estímulos diretos.

Mesmo adultos, nossa quimica cerebral é regulada pela presença ou falta dos outros. O toque entre humanos libera ocitocina (hormônio do vínculo). Conversar com alguém confiável reduz cortisol (hormônio do estresse).

Isso é EVOLUTIVO! Nos permitiu formar culturas, criar laços afetivos duradouros e até fingir ou mentir (algo raro em outros primatas). Grupos humanos que cooperavam e entendiam emoções alheias tinham vantagem de sobrevivência.

Outros primatas não têm neurônios-espelho no mesmo número ou complexidade que humanos. Nossa espécie levou esse sistema a um nível único, o que explica:

  • Por que nos conectamos tão profundamente.

  • Por que sofremos com solidão (nosso cérebro "espera" interação constante).

  • Por que culturas e civilizações são possíveis.

Humanos são animais paradoxais!

E vivemos melhor quando sabemos disso!

Somos os mais sociais, mas também os únicos que conscientemente buscam significado na solitude.

A saúde está no movimento fluido entre "nós" e "eu", sem fixação em nenhum extremo.

Como dizia o poeta Rainer Maria Rilke:

"O amor consiste em dois solitudes que se protegem, limitam e saúdam mutuamente."

Viver apenas num extremo é sinal de desequilíbrio.

O desafio é abraçar a dança entre conexão e autonomia – porque fomos feitos para ambos.




https://www.facebook.com/groups/1552343611667774

Couraças e escolhas...




Não é de hoje que a percepção de ilusão de livre arbítrio foi adequadamente interpretada.
José Angelo Gaiarsa descreve-a impecavelmente já em 1978 no "Couraça Muscular do Caráter".
A causalidade faz um homem escorregar... Interrompe sua marcha inconsciente e se desfaz sua postura carregada de simbolismos e subtextos que carregava como estandarte de máscaras as quais estava alienado (a postura do pai, o modo de olhar da mãe), o ombro caído de quem tenta se equilibrar entre as duas presenças de peso de décadas... se vê sem sustento no faltoso solo sólido que deveria firmar o próximo passo...
Então "ALGO" segura e estrutura o corpo.
Segundos antes de um possível tombo "ALGO" reequilibra a marcha.
O homem se percebe com os braços entreabertos, pernas entreabertas, encontrando uma posição entre o ponto de equilíbrio e a queda certeira... e não cai.
Então existe um "Eu" que marcha carregado de significados ocultos a si mesmo...
Existe um "Outro" que toma posse na falta do primeiro e luta pela manutenção do corpo e a integridade do todo...
E ambos são inconscientes e operam apesar da consciência que se presume real responsável pelo todo... sendo o que menos tem força de decisão.
Fantástica a auto estima de quem se fantasia senhor de sua mente e decisões.






Anti-intelectualismo na moda!

 

O anti-intelectualismo continua ganhando força em 2025, alimentado por redes sociais, algoritmos e fake news, que priorizam engajamento em detrimento do rigor. Um exemplo ambíguo é o BookTok: enquanto impulsiona a leitura e best-sellers, também banaliza a literatura, reduzindo clássicos a resumos simplistas e incentivando uma cultura mais voltada para a estética ("hauls" de livros) do que para a reflexão crítica. Além disso, cria bolhas que limitam a diversidade literária, privilegiando gêneros como YA e autores populares…
“Aparentar” ler ficou mais relevante que o ato de ler em si… depois “colecionar livros” passou a ser mais relevante que aparentar ler… A coisa continua escalonando.
Da mesma forma, PARECER tratar de saúde mental é mais importante que realmente tratar de estudar saúde mental.
Lê-se qualquer coisa que reforça as nossas crenças e passa-se a ser um especialista em saúde mental.
A saúde mental aqui é um exemplo pequeno. Esse fenômeno reflete uma tendência maior: o conhecimento sendo tratado como entretenimento. Opiniões pessoais e "gostos" são colocados acima de fatos científicos, como se verdades consolidadas (a eficácia das vacinas, o formato da Terra) fossem questões de preferência. Professores e pesquisadores são desvalorizados, retratados como inúteis ou doutrinadores, enquanto narrativas simplistas e maniqueístas dominam as redes sociais, substituindo análises aprofundadas por frases de efeito que validam rancores e polarização.
O resultado é um anti-intelectualismo funcional, em que o pensamento crítico é minado pela demanda por respostas rápidas e validação emocional.
A simplificação excessiva do conhecimento não só empobrece o debate cultural, mas também ameaça a própria base do raciocínio lógico e científico, transformando a desconfiança na expertise em norma. Se não contestada, essa tendência pode aprofundar crises de desinformação e enfraquecer instituições fundamentais para o progresso social.
Se você quiser aprender sobre ansiedade, psicologia, psicanálise... você terá informação válida ou apenas confortável?
Esse é o ponto!
A que VOCÊ dedica sua atenção.

Os Adultos menos capazes que seus pais… ou: Acesso Ilimitado, Compreensão Superficial.

 Os Adultos menos capazes que seus pais… ou: Acesso Ilimitado, Compreensão Superficial.

Nunca tivemos tanto acesso à informação — e, no entanto, nunca fomos tão vulneráveis à ilusão de conhecimento. A internet democratizou o saber, mas também o fragmentou, transformando-o em um fluxo contínuo de estímulos rápidos e descartáveis. O problema não é a falta de dados, mas a forma como os consumimos e, consequentemente, como (deixamos de) processá-los.

A abundância de conteúdo não se traduz automaticamente em profundidade. Pelo contrário: a facilidade de obter respostas instantâneas — em vídeos de 30 segundos, posts resumidos ou "cortes" de ideias complexas — criou uma cultura de aprendizado passivo, em que a reflexão é substituída pelo scroll infinito. O resultado? Uma sociedade que sabe mais e entende menos.


A próxima geração será a mais inapta para lidar com a vida, com a solução de problemas... e será ainda mais frágil e menos inteligente. Provavelmente... já estão enfrentando essas consequências hoje. A tendência de buscar conhecimento em vídeos curtos no TikTok e recortes no Instagram está moldando uma nova forma de consumir informação — rápida, visual e na maioria das vezes superficial. Embora essas plataformas ofereçam acesso fácil e até divertido a conteúdos variados, há preocupações sérias sobre o impacto dessa mudança no desenvolvimento cognitivo, emocional e educacional, especialmente entre jovens.


Não é de hoje que a forma como as pessoas consomem informação tem mudado drasticamente com a proliferação de vídeos curtos e textos fragmentados. Há um debate crescente sobre os impactos dessa mudança na aprendizagem e na cognição.


Não é óbvio pra todo mundo, mas o modo com o qual você consome informação interfere na forma que você aprende e quanto tempo essa informação vai ficar na sua memória.

O consumo excessivo de redes sociais, plataformas de vídeo e dos famosos “cortes” estão ligados a dois fenômenos ainda pouco percebidos pelas pessoas comuns: à “fadiga mental” e a diminuição na “capacidade de manter o foco” em “tarefas complexas e “longas” (como a leitura de um livro ou a compreensão de um artigo aprofundado).


Conteúdos curtos e rápidos, como os de plataformas como TikTok ou Reels, são projetados para prender a atenção por breves momentos e oferecer gratificação instantânea. Isso está levando os adultos e as crianças a uma diminuição na capacidade de manter o foco em tarefas mais longas e complexas. Estudos mostram que a exposição excessiva a esse tipo de conteúdo pode encurtar a capacidade de atenção.

As plataformas digitais, especialmente as redes sociais, são orientadas para a manutenção da atenção do usuário, nisso os seus algoritmos “personalizam” o conteúdo que você vê. Esses algoritmos são projetados para mostrar mais do que você já gosta, com o objetivo de te manter engajado na plataforma. Isso leva a dois fenômenos principais:

- Bolhas de Filtro:
 Você é exposto predominantemente a informações e opiniões que confirmam suas crenças existentes. O algoritmo filtra o que ele "acha" que você quer ver;

- Câmaras de Eco:
 Dentro dessas bolhas, você interage principalmente com pessoas e assuntos que pensam de forma semelhante, reforçando ainda mais suas próprias opiniões e minimizando o contato com perspectivas divergentes.


Por usa vez, essa exposição limitada a diferentes pontos de vista pode ter várias consequências negativas:

- Viés de Confirmação Acentuado: As pessoas tendem a buscar e interpretar informações de forma a confirmar suas crenças preexistentes. Nas bolhas de filtro, esse viés é amplificado, tornando mais difícil considerar a validade de argumentos contrários.

- Polarização:
 Ao estar constantemente exposto a um único lado de uma questão, a população tende a se dividir e radicalizar suas posições. O diálogo se torna mais difícil, pois cada lado tem menos compreensão (e muitas vezes empatia) pelas razões do outro.

- Dificuldade em Aceitar a Complexidade:
 Muitos temas são multifacetados e não podem ser compreendidos em vídeos curtos ou posts fragmentados. A falta de profundidade pode levar a visões simplistas do mundo, onde há "certo" e "errado" bem definidos, sem espaço para nuances ou ambiguidade.

- Menor Resiliência Cognitiva:
 A capacidade de questionar as próprias crenças, de mudar de ideia diante de novas evidências e de tolerar a incerteza são habilidades essenciais para lidar com um mundo complexo. O constante reforço de opiniões pode atrofiar essa resiliência cognitiva.

- Intolerância e Desconfiança:
 Quando as pessoas são constantemente bombardeadas com informações que demonizam ou descredibilizam quem pensa diferente, a tolerância diminui e a desconfiança em relação a outros grupos aumenta, dificultando o diálogo construtivo.

O aprendizado eficaz requer tempo, reflexão e a capacidade de conectar diferentes conceitos.

Vídeos e textos curtos tendem a oferecer informações superficiais ou "pedaços" de conhecimento, o que pode dificultar a construção de uma compreensão completa e contextualizada de um tópico. A falta de profundidade pode resultar em um aprendizado fragmentado e, portanto, incompleto.

Ler um livro ou um artigo mais longo geralmente exige que o leitor construa argumentos, avalie diferentes perspectivas e identifique nuances. A natureza concisa dos conteúdos curtos pode limitar a oportunidade de desenvolver e praticar o pensamento crítico e a análise aprofundada.

Embora vídeos possam ser eficazes para acessar informações de forma fácil, a retenção de conceitos complexos e abstratos acabam por ser prejudicada pela falta de contexto e pela superficialidade do conteúdo. A leitura aprofundada, por outro lado, permite que o cérebro processe e organize as informações de forma mais robusta, levando a uma melhor retenção.



O Modelo Psicobiológico de Temperamento e Caráter

O Modelo Psicobiológico de Temperamento e Caráter, desenvolvido por C. Robert Cloninger, propõe que a personalidade humana se forma através da interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. O modelo distingue sete dimensões de personalidade, sendo quatro relacionadas ao temperamento e três ao caráter.


C. Robert Cloninger é um psiquiatra e geneticista americano de grande influência, amplamente reconhecido por sua pesquisa pioneira sobre os fundamentos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais da saúde e da doença mental.


 

O Temperamento refere-se aos aspectos inatos e herdados da personalidade, influenciados por neurotransmissores como dopamina, serotonina e noradrenalina. As quatro dimensões do temperamento são:

  • Busca de Novidades: Tendência a explorar, descobrir e reagir intensamente a estímulos novos.
  • Evitação de Danos: Tendência a evitar situações perigosas ou ameaçadoras.
  • Dependência de Recompensa: Tendência a buscar aprovação social e manter comportamentos recompensados.
  • Persistência: Tendência a perseverar em tarefas, mesmo diante de obstáculos.


O Caráter
se refere aos aspectos aprendidos e desenvolvidos ao longo da vida, influenciados por experiências e interações sociais.


As três dimensões do caráter são:

  • Autodirecionamento: Capacidade de definir metas e objetivos, regular o comportamento e assumir responsabilidade.
  • Cooperatividade: Capacidade de se relacionar com os outros, demonstrar empatia e aceitação social.
  • Autotranscendência: Capacidade de se conectar com algo maior que si mesmo, seja espiritualidade ou a natureza.

O modelo de Cloninger sugere que o temperamento fornece a base biológica da personalidade, enquanto o caráter se desenvolve com a experiência e a interação com o ambiente. O modelo também é utilizado para avaliar diferentes transtornos mentais e para investigar a base neurobiológica da personalidade. O Inventário de Temperamento e Caráter (ITC ou TCI) é um instrumento de avaliação baseado nesse modelo.




A Ferramenta

O Inventário de Temperamento e Caráter (ITC), também conhecido como TCI,
é um instrumento de avaliação da personalidade desenvolvido por C. Robert Cloninger. 
Ele se baseia em um modelo psicobiológico que divide a personalidade em sete dimensões, quatro de temperamento e três de caráter, e busca explicar as causas subjacentes às diferenças individuais nos traços de personalidade. 

Repetindo:
Temperamento:
  • Refere-se às tendências herdadas e reações automáticas a estímulos, incluindo a forma como a pessoa se adapta a novas situações, evita riscos, busca recompensas e persevera em suas ações. 
  • Caráter:
    Refere-se aos aspectos da personalidade moldados pela aprendizagem e experiências, como a forma como a pessoa se relaciona consigo mesma, com os outros e com o mundo, incluindo sua capacidade de definir metas, cooperar e sentir-se parte de algo maior. 
Dimensões do TCI:
  • No Temperamento busca avaliar fatores como:
    • Busca por novidade (NS): A tendência a responder intensamente a novos estímulos e buscar atividades estimulantes. 
    • Evitação de danos (HA): A tendência a evitar situações potencialmente perigosas e responder com ansiedade e medo. 
    • Dependência de recompensa (RD): A tendência a buscar aprovação social e recompensas, e a sentir-se ligado aos outros. 
    • Persistência (PS): A tendência a perseverar em tarefas e objetivos, mesmo diante de dificuldades. 
  • No Caráter busca avaliar traços de:
    • Autodirecionamento (SD): A capacidade de definir metas e responsabilidades, e de se responsabilizar por suas ações. 
    • Cooperatividade (CO): A capacidade de aceitar e cooperar com os outros, mostrando empatia e compaixão. 
    • Autotranscendência (ST): A capacidade de se identificar com algo maior do que si mesmo, como a natureza, a espiritualidade ou a humanidade. 

O TCI na Prática
  • O TCI é amplamente utilizado em pesquisas e na prática clínica em psiquiatria para avaliar e entender a personalidade em suas dimensões mais abrangentes. 
  • Ele pode ser aplicado a adultos e adolescentes, e tem sido usado para estudar diferenças individuais em uma variedade de contextos, como saúde mental, relacionamentos e desempenho no trabalho. 
O TCI-R, uma versão revisada do TCI, fornece normas para a população portuguesa, o que facilita a interpretação dos resultados em contextos locais. 


https://pt.wikipedia.org/wiki/Invent%C3%A1rio_de_Temperamento_e_Car%C3%A1ter

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-04082005-092215/publico/DanielFuentesMoreiraDoutorado.pdf

Originalmente desenvolvido em inglês, o ITC foi traduzido para outros idiomas, por exemplo, sueco, japonês, holandês, alemão, polonês, coreano, finlandês, chinês e francês. Há também uma versão revisada (TCI-R). Enquanto o ITC original tinha declarações para as quais o sujeito deveria indicar verdadeiro ou falso, o ITC-R tem uma classificação de cinco pontos para cada afirmação. As duas versões contêm 189 das 240 declarações em comum.

O número de subescalas nos diferentes traços de nível superior difere entre ITC e ITC-R. As subescalas do ITC-R são:


  • Busca de novidade (NS)
Excitabilidade exploratória (NS1)
Impulsividade (NS2)
Extravagância (NS3)
Desordem (NS4)

  • Evitação de danos (HA)
Preocupação antecipatória (HA1)
Medo da incerteza (HA2)
Timidez (HA3)
Fatigabilidade (HA4)

  • Dependência de Recompensa (RD)
Sentimentalidade (RD1)
Abertura para comunicação afetuosa (RD2)
Apego (RD3)
Dependência (RD4)
Persistência (PS)

  • Ânsia de esforço (PS1)
Operoso (PS2)
Ambicioso (PS3)
Perfeccionista (PS4)
Autodirecionamento (SD)

  • Responsabilidade (SD1)
Cheio de propósito (SD2)
Desenvoltura (SD3)
Auto-aceitação (SD4)
Segunda natureza iluminada (SD5)

  • Cooperatividade (C)
Aceitação social (C1)
Empatia (C2)
Prestatividade (C3)
Compaixão (C4)
Consciência de coração puro (C5)

  • Autotranscendência (ST)
Auto-esquecido (ST1)
Identificação transpessoal (ST2)
Aceitação espiritual (ST3)


Bases neurobiológicas
A ITC tem sido usada para investigar a base neurobiológica da personalidade, juntamente com outras modalidades de pesquisa, por exemplo, com neuroimagem molecular, neuroimagem estrutural e genética.
  • Temperamento - Sistema neurotransmissor
  • Busca de novidade - Baixa atividade dopaminérgica
  • Evitação de danos - Atividade serotoninérgica alta
  • Dependência de recompensa - Baixa atividade noradrenérgica
Cloninger sugeriu que os três temperamentos originais do QPT, busca de novidades, esquiva de danos e dependência de recompensa, foram correlacionados com baixa atividade dopaminérgica basal, alta atividade serotoninérgica e baixa atividade noradrenérgica basal, respectivamente.


Muitos estudos utilizaram o ITC para examinar se variantes genéticas em genes individuais têm uma associação com traços de personalidade.

Estudos sugerem que a busca por novidades está associada às vias dopaminérgicas. O transportador de dopamina DAT1 e o receptor de dopamina DRD4 estão associados à busca por novidades. Pacientes com Parkinson, que são intrinsecamente pobres em dopamina, são encontrados com baixos escores em busca de novidades. Variantes de genes que têm sido investigados são, por exemplo, 5-HTTLPR no gene do transportador de serotonina e variantes do gene de XBP-1.


Relação com outros modelos de personalidade
Cloninger argumentou que o modelo dos Cinco Fatores não avalia domínios de personalidade relevantes para os transtornos de personalidade, como autonomia, valores morais e aspectos de maturidade e autorrealização considerados na psicologia humanista e transpessoal. Cloninger argumentou que esses domínios são capturados por autodirecionamento, cooperação e autotranscendência, respectivamente. Ele também argumentou que os fatores de personalidade definidos como independentes pela análise fatorial, como o neuroticismo e a introversão, podem na verdade compartilhar fatores etiológicos subjacentes.


Pesquisas descobriram que todas as dimensões da ITC estão relacionadas substancialmente a pelo menos uma das dimensões do Modelo dos Cinco Fatores.

A prevenção de danos está fortemente associada positivamente ao neuroticismo e inversamente associada à extroversão.

A busca por novidade está mais fortemente associada à extroversão, embora também tenha uma associação positiva moderada com a abertura à experiência e uma associação negativa moderada com a conscienciosidade.

A persistência tem uma associação positiva com a conscienciosidade.

A dependência de recompensa é mais fortemente associada à extroversão, embora também tenha uma associação positiva moderada com a abertura à experiência.

A cooperatividade é mais fortemente associada à agradabilidade.

O autodirecionamento tem uma forte associação negativa com o neuroticismo e uma associação positiva com a conscienciosidade.

A autotranscendência teve uma associação positiva com a abertura à experiência e, em menor grau, com a extroversão.

Relacionamentos também foram encontrados entre as dimensões da ITC e traços específicos para os modelos de Zuckerman e Eysenck, respectivamente.

Busca de novidade está relacionada à busca de sensação impulsiva no modelo alternativo de cinco de Zuckerman e ao psicoticismo no modelo de Eysenck. Zuckerman e Cloninger sustentam que a Evitação de Danos é uma dimensão composta que compreende introversão neurótica em uma extremidade e extroversão estável na outra extremidade.

A persistência está relacionada à escala de atividade de Zuckerman e inversamente ao psicoticismo.

A cooperatividade é inversamente relacionada à escala Agressividade-hostilidade de Zuckerman e ao psicoticismo.

A autotranscendência não tem equivalente nem no modelo de Zuckerman nem no de Eysenck, pois nenhum dos modelos reconhece a abertura à experiência.


Saúde e bem-estar

Cloninger argumentou que o "bem-estar psicológico" depende do desenvolvimento de facetas das três dimensões de caráter, como a autonomia e o propósito de vida do autodirecionamento, as relações positivas com os outros da cooperatividade e o crescimento pessoal e a autorrealização da autotranscendência. Ele também argumentou que as dimensões do temperamento estão associadas ao bem-estar subjetivo e, até certo ponto, à saúde física.[17] Um estudo que examinou as relações entre dimensões de caráter e aspectos de saúde e felicidade descobriu que o autodirecionamento estava fortemente associado à felicidade, satisfação com a vida, saúde geral e apoio social percebido. A cooperatividade foi associada mais fortemente com o apoio social percebido e apenas fracamente com as outras medidas de bem-estar. A autotranscendência estava associada a emoções positivas ao levar em consideração os outros traços de caráter, mas não estava muito relacionada a emoções negativas ou a outras medidas de bem-estar.


Tem algum problema em quem não sabe viver sozinho?

Seres humanos foram esculpidos pela evolução para viver em grupo. O isolamento é uma desregulação. Então, evolutivamente, os seres humanos f...