Escrito por Danilo Lavieri, Colunista do UOL, dia 10/03/2022 Desde a final da Copa Libertadores da América, em novembro do ano passado, Andreas Pereira tem sido alvo de críticas da torcida do Flamengo. Essa perseguição por parte dos rubro-negros parece afetar diretamente o desempenho do meio-campista e, mais do que isso, deixa em evidência a discussão sobre saúde mental no esporte, cada vez mais comum. Ano passado, na decisão contra o Palmeiras, o atleta falhou no lance que resultou no gol do título do adversário. Contra o Vasco da Gama, no último jogo da equipe carioca, voltou a errar e os torcedores não pouparam os xingamentos das arquibancadas no estádio Nilton Santos. Apesar da vitória diante do arquirrival, por 2-1, no último domingo (6), Andreas não foi poupado das vaias quando foi substituído e ao final da partida, por isso teve de sair de campo abraçado pelo técnico Paulo Sousa. Desde o início da temporada, o meia tem oscilado nas atuações e hoje não é visto com unanimidade p
Comentários
http://www.youtube.com/watch?v=hMiOwgeHdVc
Veja e diga o que achou:
"Em geral" buscamos mudar o que nos é causa de desconforto. Afinal não mudamos o que acreditamos ser adequado, não é?
Por nossa ignorância pensamos que o "desconforto" que nos afeta é o que esta errado no mundo.
Baseado nesta informação que nasce deturpada (a saber: o mal (externo) do mundo (lá fora) é a causa de meu sofrimento) buscamos mudar o mundo... corrigindo-o.
Salvando-o de si.
Quanto mais nos dedicamos a mudar o mundo externo, mais nós edificamos a certeza de que ele (mundo) é que é "causa" de nosso sofrimento e mais fantasiamos que nós somos seus salvadores...
Discordo que isto seja uma coisa de "hoje em dia".
Buda falava disto, Nietzsche falou disto a exaustão. Freud percebeu isto. Sempre foi assim. Assim como o bebe constrói sua relação de ódio/afeto com o seio o homem repete a formula com o mundo...
Ainda mais: o idealismo é uma metáfora narcísica na sua expressão como forma de "corrigir" e recondicionar o mundo para "meu" conforto. Mesmo quando o "meu conforto" se manifeste com um aparente desprendimento e altruísmo.
Esta busca heroica é sempre uma edificação narcísica.
No "O mal-estar na civilização" Freud apresenta o fato da cultura produzir este sofrimento e "mal-estar" pois ela se sustenta na dicotomia entre os impulsos pulsionais e a negação destes em prol de uma vida em sociedade.
Portanto, para o bem da civilização(sociedade), o indivíduo é (auto)oprimido em suas pulsões e vive em desconforto.
Freud diz (no "O futuro de uma ilusão")"Parece mais provável que cada cultura deve ser construída em cima de (...) coerção e renúncia ao instinto."
O revolucionário é um Narcisista quando sua busca/fantasia: "ele sabe com o mundo deveria ser."
Budha é mais radical.
Afirma que as ilusões se aplicam em toda a construção de mundo. O homem é COAUTOR de suas mazelas tanto quanto de sua prisão. Pior, ele só sai da prisão quando ele PERCEBE que "ele" constrói as grade e paredes que o cercam.
Portanto: NÃO PODEMOS SALVAR OS OUTROS.
Pior, se não aprendermos a PERCEBER nossas edificações neurótica se manifestando na prática de nossas vidas ordinárias somos incapazes de mudar a nós mesmos.
O paradoxo da ""Dialética do Mal"" dos "intelectuais de esquerda" é que ela se aplica a TODOS OS PENSADORES, seja de que posição o forem, pois TODOS agimos em busca de "restaurar" o conforto perdido as custas das nossas relações com o mundo.
Diferente do Olavo de Carvalho Budha nos faz crer que, na realidade, as fronteiras TAMBÉM são construções intelectuais.
Conceituações e definições são edificações CRIADAS e sustentadas a partir de cada um.
É somente na auto observação e percepção que podemos supera-las. Vendo-as como realmente são...
Somente vendo-nos como realmente somos é que podemos mudar-nos e corrigir-nos.
E mudar o mundo começa UNICAMENTE na mudança pessoal.
Na minha opinião, é claro.