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"Pare de se Sabotar"


Sempre que em uma conversa a frase "A realidade nasce na mente" vem a tona tem alguém que diz: "--Ta, mas daí tu ta dizendo que meus problemas nascem na minha cabeça, então... que as pessoas que me prejudicam são pobres inocentes..." Bem, é bem mais complexo que isto... Buda, acredito eu, falava de uma perspectiva mais ampla e ainda mais revolucionária, mas também se referia as tendencias das pessoas de não se identificarem com as "consequências" de suas escolhas objetivas e subjetivas, ou seja, de suas escolhas conscientes e inconscientes... ou Karma.


Paralelo a isto a psicologia ocidental vem também a algumas décadas mudando o foco de suas atenções da psicopatologia clássica para a psicologia do "normal", buscando atender as pessoas que não estão em sofrimento psicológico, mas também não aproveitam bem as condições prodigiosas de suas vidas. Nisto nasceu, por exemplo a psicologia Positiva, a psicologia existencialista, psicologia humanista... e tantas outras. Isto me vaio a cabeça quando li esta chamada da Livraria da Folha:



Psicoterapeuta indica limitações pessoais que impedem o sucesso

Divulgação
Mesmo pessoas talentosas colocam tudo a perder com autossabotagem
Mesmo pessoas talentosas colocam tudo a perder com autosabotagem
Em 1990, o educador e psicoterapeuta Flip Flippen fundou o The Flippen Group, uma companhia que tem por objetivo "fazer as pessoas darem certo". Flippen e seus assistentes assessoram principalmente pais que não sabem muito bem como educar os filhos e executivos que querem levantar a carreira.

Com base em mais de 30 anos de pesquisa, o autor de "Pare de se Sabotar e Dê a Volta por Cima" afirma que o ponto de partida para alcançar o sucesso é o autoconhecimento. Quando o indivíduo consegue identificar os próprios pontos fracos, ele consegue transformá-los em qualidades que gerem resultados notáveis.

Há algumas características em que todos devem prestar atenção, segundo Flippen. Mesmo os mais talentosos podem colocar tudo a perder se não as reconhecerem nas próprias atitudes. O autor elencou dez principais limitações pessoais:
  • Ignorar as opiniões divergentes e querer ter sempre o controle da situação;
  • Não ser capaz de dizer não, mesmo que isso comprometa a felicidade;
  • Sentir dificuldade de deixar os erros para trás por ser introspectivo e pouco autoconfiante;
  • Não admitir as próprias falhas por causa do excesso de confiança e da teimosia;
  • Ser exigente, implicante ou rude, desrespeitando as ideias e opiniões dos outros;
  • Não conseguir cultivar relacionamentos profundos e expressar emoções;
  • Viver desmotivado e protelar eternamente as tarefas;
  • Resistir a mudanças e demonstrar nervosismo diante das incertezas;
  • Ser agressivo e raivoso, deixando as emoções se exacerbarem ao se sentir desafiado;
  • Tomar decisões rápido demais e ficar entediado facilmente.

Depois de identificar se essas características prejudiciais fazem parte do cotidiano, o segundo passo é elaborar um plano de ação e assumir um compromisso tanto com a guinada profissional quanto com a estabilidade da vida pessoal.

Abaixo, um trecho da obra:
*
Tudo o que sei, aprendi com meus clientes. Depois de atender mais de 17 mil pacientes ao longo de minha carreira como psicoterapeuta e trabalhar com milhares de educadores e empresas bem-sucedidas, acabei aprendendo alguma coisa. 
O que eu sabia desde cedo era que queria dedicar a vida a ajudar as pessoas. Após terminar a pós-graduação, decidi trabalhar com crianças carentes e gangues de rua. Então, abri uma clínica que oferecia consultas gratuitas. Tínhamos poucos recursos financeiros, mas estávamos fazendo diferença, e isso era o que mais importava. Comecei com uma equipe formada somente por voluntários e, aos poucos, fui reunindo profissionais para atender às necessidades 
mais difíceis que as pessoas nos traziam.
 
Janice e Tony apareceram na clínica com apenas uma semana de diferença de um para o outro. Eram adolescentes adoráveis, com muito em comum - ambos vinham de famílias problemáticas, com casos de alcoolismo, cresceram lutando para sobreviver dia a dia e começavam a seguir o mesmo caminho dos familiares. Prestes a destruírem a vida antes mesmo que ela começasse, eles procuraram aconselhamento psicológico. Ambos tinham muita energia e curiosidade sobre o mundo à sua volta, demonstrando uma capacidade intelectual e criativa que não havia sido desenvolvida pelas escolas que frequentaram. E tanto Janice como Tony sofriam de uma profunda falta de autoconfiança, o que não foi nenhuma surpresa, a julgar pelos desafios que já tinham enfrentado, mas ainda assim era muito triste. 
Dez anos depois, Janice entrara na faculdade, se formara em Direito e trabalhava como advogada na reitoria de uma universidade. Tony, por outro lado, havia sido preso sob acusação de homicídio em consequência de um tiroteio envolvendo tráfico de drogas. Por que Janice foi capaz de agarrar as oportunidades que lhe foram oferecidas, ao passo que Tony não conseguiu se livrar de suas desvantagens? O que fez a diferença? Em meus anos na clínica, conheci vários casos como os de Janice e Tony - pessoas com históricos e aptidões semelhantes que alcançaram níveis de sucesso drasticamente diferentes. 
A despeito de minha dedicação e de minhas nobres intenções, nem todos superaram seus problemas. Já chorei mais do que eu seria capaz de imaginar ao pensar no que ocorreu a algumas dessas pessoas. Muitos jovens foram assassinados durante o primeiro ano da clínica. Todas as mortes envolviam drogas, e cada história repetia os mesmos tipos de problemas.
Ainda assim, muitas crianças atendidas na clínica tinham enorme potencial. Várias foram capazes de alcançar feitos incríveis, porém outras não conheceram nada além de luta e decepção. Algumas superaram grandes obstáculos; outras, em situações quase idênticas, perpetuaram os ciclos de autodestruição - elas pararam de progredir, como se algo intransponível as estivesse detendo. Para esses jovens, a alternativa ao sucesso muitas vezes era a prisão, o abuso de drogas ou até mesmo a morte. Eu não podia ficar parado e vê-los serem derrotados sem sequer lutar. Precisava descobrir por que seu progresso só chegava até certo ponto - e o que eu poderia fazer para ajudar a tornar a vida deles um pouco melhor. 
Comecei a trilhar o caminho que a vida me destinou há 35 anos, e ele acabou envolvendo muito mais do que crianças carentes e delinquentes. Minha carreira se desenvolveu depressa, proporcionando-me oportunidades constantes de trabalhar com pessoas que buscavam a excelência em diversas áreas - de executivos de empresas e representantes de vendas que visavam atingir suas metas até atletas que queriam bater recordes mundiais -, e as experiências delas revelaram uma tendência comum: o sucesso verdadeiro requer mais do que talento e habilidade. 
O que é o sucesso verdadeiro? É muito mais do que ganhar dinheiro ou chegar ao topo. Tem a ver com se tornar tudo o que você é capaz de ser - um ótimo filho, pai, chefe ou funcionário. É ser gentil e prestativo, ter a iniciativa de tornar o mundo um lugar melhor. Ter sucesso é ser capaz de ver além dos nossos objetivos pessoais e aprender a administrar nossas tendências inatas ao egoísmo e à cobiça, de modo a nos tornarmos mais sensíveis às outras pessoas
com quem partilhamos nossa caminhada.
O sucesso verdadeiro é ser reconhecido como alguém que melhora a vida daqueles a quem toca - o que também significa buscar tocar mais pessoas, pois no fundo você sabe que faz diferença.
Muitas pessoas são apenas uma fração daquilo que poderiam ser, alcançando muito menos do que seu potencial. Sonham fazer mais e ser melhores, mas algo maior do que seu talento parece amarrá-las com cordas e pesos invisíveis. Eu me senti instigado a descobrir o que é esse "algo". Se não conseguisse identificar o que prejudica as pessoas, como poderia ter a esperança de ajudá-las?
Pouco depois de me comprometer a buscar as respostas, resolvi examinar minha vida e descobrir o que estava me detendo. Percebi que, se conseguisse superar o que estava me impedindo de utilizar plenamente minha capacidade, eu ficaria quilômetros à frente no 
jogo da vida. À medida que a clínica foi crescendo e se transformando em um dos maiores centros de saúde mental do Texas, aprendi que alguns pais se importam pouco - ou simplesmente não se importam - com os filhos. Muitas crianças que atendemos moravam na rua ou eram vítimas de abusos. Em 1988, nossa fundação construiu uma fazenda para meninos e, um tempo depois, uma para meninas. Nunca deixo de me admirar ao ver como as crianças desabrocham com cuidados "familiares". 
Nos anos seguintes, tive a oportunidade de trabalhar com muitos executivos por intermédio do Centro para Desenvolvimento Executivo da Universidade A&M, em College Station, no Texas, onde moro. Recebi o convite porque outras pessoas ouviram falar da diferença que estávamos fazendo na vida dos jovens. Foi uma época de enorme crescimento e desafio intelectual para todos nós. Algo que aprendi é que muitos executivos têm bastante em comum com crianças cheias de energia. De fato, em alguns casos eu não encontrava nenhuma diferença, exceto a idade! Com frequência os executivos enfrentam os mesmos problemas; apenas dão a eles nomes diferentes.
*
Autor: Flip Flippen
Editora: Sextante
Páginas: 224
Quanto: 15,92 (preço promocional*)
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

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