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Psicologia Transpessoal: um olhar além da matéria


Psicologia Transpessoal: um olhar além da matéria - Por Daniele Roses e postado por Igor Teo no


O texto a seguir é de Daniele Roses (Irmã de Igor Teo). 


A Psicologia Transpessoal, chamada de Quarta Força da psicologia (as outras são a psicanálise, comportamental e existencial-humanista), possui conceitos muito interessantes, embora não seja reconhecida como científica. Antes de entrar no texto propriamente dito, é sempre bom lembrar que teorias podem ser compreendidas como metáforas que tentam traduzir uma realidade. Funcionam como mapas: nenhuma teoria é idêntica à realidade, apenas tenta se aproximar ao máximo dela para servir de base para entendê-la. A Psicologia Transpessoal se baseia na metáfora do eu transcendente, sugerida no misticismo de Jung e pelas experiências que extrapolam o eu individual.

A Psicologia Transpessoal é uma vertente ainda não considerada científica dentro da Psicologia que busca estudar e compreender estados alterados de consciência mediante técnicas como hipnose, meditação  e experiências místicas. Como paradigma, o ser organicista cede lugar a um indivíduo psicoespiritual, portador de faculdades extrasensoriais e que se manifesta ao mesmo tempo em múltiplas dimensões. A análise transpessoal busca transcender uma expressão terrena, procurando transferir o indivíduo para uma perspectiva imortal, superando a materialidade do corpo físico.

Muitas vertentes da Psicologia Moderna, e alguns de seus diversos autores, têm concebido o ser humano dentro de um paradigma materialista e organicista, compreendendo a mente humana apenas no período entre nascimento e morte do corpo biológico. Posteriormente, diversos estudos apontaram para uma vida afetiva intra-uterina, e mais recentemente a Terapia de Vidas Passadas tem trazido evidências a respeito da imortalidade da alma e da existência da reencarnação. Ignorar este fato pode significar perder de vista diversos fatores que podem ser causas de patologias presentes atualmente no indivíduo.
Ignorar uma situação problemática não significa eliminá-la ou superá-la, tal postura só permite que os seus fatores constitutivos se desenvolvam até o momento que se tornam insustentáveis, chamando a atenção para enfrentá-los. Um ser consciente deve, portanto, aceitar-se como é e a partir daí aprimora-se sem cessar. A Psicologia Transpessoal, neste sentido, possui uma abordagem ampla, pois quando o profissional não  encontra a causa do sofrimento na vida atual, passa a buscar as questões não só na vida intra-uterina como em possíveis vivências anteriores a essa.
Ao alcançar a verdadeira natureza do  seu espírito, o indivíduo encontra a paz profunda, e conseqüentemente, a luz interior que traz uma cura para seu sofrimento. Na medicina Oriental Chinesa já é sabido há mais de 4000 anos que a cura de um corpo doente se inicia quando há cura do estado mental e emocional do sujeito.  Esse estado de paz e de cura é comparado aos efeitos que as meditações proporcionam na vida de um praticante dentro de um longo período.
Após a morte do “antigo” ego que sofre com seus traumas há  o renascimento de um novo homem, com a sabedoria de poder vivenciar a vida em equilíbrio, conectado com a unidade cósmica.  Há uma ruptura com a dualidade e isso permite um equilibro entre o lado sombrio e o lado de luz da psique, possibilitando assim a integração de paradoxos, como consequência dessa dinâmica, o sujeito passa a ter uma vida mais feliz e equilibrada.
A morte dos condicionamentos do ego e renascimento deste traz a possibilidade de conhecer a si mesmo, tal como ensinaram os antigos mestres com o famoso adágio “Conhece-te a ti mesmo”. O autoconhecimento significa se libertar de todos os condicionamentos, vivendo de acordo com a sua verdade interior, livre de todos os medos que aprisionam o eu em seu universo particular, livre da dependência exclusiva de artifícios externos para se sentir feliz, livre para vivenciar o amor e a beleza de estar consciente de quem verdadeiramente É.

Daniele Roses é estudante de psicologia e Medicina Tradicional Chinesa.
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Igor Teo é escritor e estudante de psicologia.
Blog: Artigo 19

Comentários

Adriano disse…
O grande problema que vejo nesses tipos de abordagem é que eles não veem suas colocações como metáforas, mas como realidades objetivas (apesar de muitas vezes negarem a própria existência desta)
E o pior é tentar usar experiências duvidosas, pra dizer o mínimo, como se fossem "evidências", quando ninguém até hj tenha conseguido descrever a vida de um indivíduo de verdade, com fatos que possam ser comprovados... isso sem falar em erros grosseiros em que pessoas colocam objetos e costumes completamente fora do tempo e local onde deveriam.
A ciência não vai mesmo chancelar a existência de algo que nem mesmo aqueles que postulam sabem dizer o que é. O que seria algo "imaterial"? Quais suas qualidades? Quais as propriedades? Como algo imaterial interagem com algo material? Dependendo da corrente mística ou religiosa, vamos ter uma resposta diferente e todas baseadas em revelação ou crenças primitivas.
Eles não entendem que não há nenhum problema se a pessoa quer acreditar nisso e viver segundo essas crenças, mas também perceberam que a ciência materialista tem uma vantagem que eles não possuem: vc não precisa acreditar ou sequer entende-la para que ela funcione.
Vc não precisa ser engenheiro para que os aparelhos eletrônicos (inclusive este computador no qual vc está) funcionem. Nem químico ou farmacêutico para que um antibiótico cure uma infecção bacteriana que vc tenha.
Inventar espíritos e almas imortais para explicar os problemas e dificuldades do ser humano não é resolver problema algum, mas acrescentar entes desnecessários a uma equação já deveras complexa.
E não é necessário nenhuma crença mística ou sobrenatural para concordar que corpo/mente/emocional devem estar em harmonia.
E se eu, como budista que sou e seguindo os ensinamentos de anatma não acreditar na existência de nenhuma alma ou espírito que transmigre de uma vida a outra?
E sempre voltam a tal "verdade interior", como se houvessem diversas "verdades". Confundem opinião, ponto de vista, condicionamento, ilusão do ego com "verdade" e dizem estar vislumbrando o "verdadeiro Eu", sem perceber que o "Eu" é a verdadeira ilusão. Se eu souber que não existe Ego para morrer, se o Corpo-da-Realidade é livre de poeira, por que deveríamos acreditar numa forma de limpá-lo?
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